domingo, 27 de maio de 2007

73 - PESADELO AMERICANO


pesadelo americano (american gun, usa 2005) – de Aric Avelino. Realidade nua e crua. Três histórias retratam como a proliferação de armas de fogo afeta a sociedade americana. O dono de uma loja de armas (Donald Sutherland) evita a polêmica sobre seu trabalho; uma mãe (Márcia Gay Harden) sofre com a prisão do filho; e um diretor (Forest Whitaker) tenta impedir a entrada de armas na escola. O estilo quase documentário torna o filme monótono, apesar dos pesos pesados do elenco.

sábado, 26 de maio de 2007

72 - AS DUAS FACES DO ZORRO


as duas faces do zorro (zorro, the gay blade, usa 1981) – de Peter Medak. A idéia de o irmão gêmeo do Zorro ser gay e ter que substituí-lo em função de um acidente com o Justiceiro é sensacional. Infelizmente, não funciona neste filme simpático, que conta com a presença esfuziante de George Hamilton (12 de agosto de 1939) como os dois heróis e da bela Lauren Hutton (17 de novembro de 1943). A composição de Hamilton é boa, mas o filme não “pega” e acaba se reduzindo a um amontoado de gags sem graça. Poderia ter funcionado, pois a idéia é ótima.

71 - AVENGER


avenger (avenger, usa 2006) – de Robert Markovitz. Sam Elliot (09 de agosto de 1944, Califórnia) é Calvin Dexter, um ex-combatente do Vietnã, egresso das forças especiais, contratado por um milionário para encontrar o filho desaparecido na Bósnia. Lá, ele descobre que ele fora assassinado por um criminoso de guerra protegido pelos EUA. Começa, então, uma estratégia para entregar o assassino à justiça. Todas as histórias de vingadores têm seu apelo junto ao público. Haja vista, o já longínquo sucesso dos filmes de Charles Bronson, na série Desejo de Matar. Sam Elliot tem carisma e segura o filme com competência, embora Avenger seja previsível no roteiro e tenha uma direção sem brilho. James Cromwell (27 de janeiro de 1940, Los Angeles), como de costume, faz um diretor da CIA mau caráter. Timothy Hutton (16 de agosto de 1960, Califórnia) tem uma atuação discreta e pouco convincente.

70 - A HORA DO ESPANTO 2


a hora do espanto II (fright night II, usa 1988) – de Tommy Lee Wallace, que fez o sofrível Vampiros: Los Muertos, de 2002, com Bom Jovi. Nesta seqüência, a história e os personagens, os grandes trunfos do primeiro filme, estão desperdiçados. William Ragsdale (19 de janeiro de 1961, Arkansas) volta a viver o Charlie apavorado, agora com uma nova namorada, a bela Traci Lind (01 de abril de 1966, Kentucky) e com o velho parceiro Peter Vincent (Roddy McDowall, 17 de setembro de 1928, Londres – 03 de outubro de 1998, Califórnia). Agora, Charlie é perseguido pela irmã do vampiro destruído no primeiro filme, Jerry Dandridge (Chris Sarandon, primeiro marido de Susan Sarandon, 24 de julho de 1942, West Virginia). Contudo, a história é fraca e os personagens principais, bisados aqui, perderam a força. Faltou sangue, entende? Descartável, totalmente.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

69 - A SÉTIMA PROFECIA


a sétima profecia (the seventh sign, usa 1988) – de Carl Schultz. Com Demi Moore e Michael Biehn. Abby (Demi Moore, 11 de novembro de 1962) está tendo uma gravidez de risco. Seu marido, Russel (Biehn, 31 de julho de 1957), um advogado, luta para evitar que um garoto seja executado. O casal aluga um quarto da casa para um misterioso David. A partir daí, o enredo se complica numa sucessão de flashbacks que remontam à época do nascimento de Cristo. Tudo muito confuso, talvez conseqüência desta sétima profecia. Michael Biehn, que fez sucesso como Kyle Reese, de O Exterminador do Futuro I (1984), aparece aqui sem brilho. O filme é uma espécie de arremedo de O Bebê de Rosemary (1968). Demi Moore está lindíssima, mas o filme é chato.

domingo, 20 de maio de 2007

68 - NOVEMBRO


novembro (november, usa 2004) – de Greg Harrison. Este thriller de suspense psicológico (existe tal coisa!?) não é de simples entendimento. Tudo começa quando o namorado de uma fotógrafa é assassinado durante um assalto numa loja de conveniência. Aparentemente, ela o espera no carro, enquanto ele está comprando um chocolate conforme pedido dela própria. Mas, a partir daí, temos uma série de flashbacks que vão compondo uma história diferente da inicialmente presumida. Por isso, é necessário ver novamente para apontar com mais precisão as diversas possibilidades do roteiro. Courteney Cox (15 de junho de 1964, Alabama), a Mônica de Friends, está razoável como a fotógrafa que não consegue entender o que está acontecendo à sua volta (a gente também custa a entender). A dica está numa de suas falas: “A verdade está fora do enquadramento da câmera”.

sábado, 19 de maio de 2007

67 - A COR DO CRIME


a cor de um crime (freedomland, usa 2006) – de Joe Roth. Brenda Martin (Julianne Moore, 03 de dezembro de 1960, Carolina do Norte) chega ferida ao um hospital dizendo que seqüestraram seu filho de quatro anos e é ajudada por um policial (Samuel L. Jackson, 21 de dezembro de 1948, Washington). Há uma série de conflitos entre negros e brancos na região, e algumas pessoas da comunidade se mobilizam para procurar o menino. O roteiro me pareceu meio confuso, não indo muito além da exploração da violência provocada pelo preconceito racial. Julianne Moore fez em Os Esquecidos (2004) também um papel de uma mãe que procura pelo filho. Chato e deprimente.

66 - O PROFISSIONAL


o profissional (the professional/aka léon, frança 1994) – de Luc Besson. Impressionante estréia de Natalie Portman (09 de junho de 1981, em Jerusalém) num filme de maior orçamento, no papel de Mathilda, uma menina cuja família é assassinada e que acaba sob a guarda de seu vizinho, Leon (Jean Reno, 30 de julho de 1948, em Casablanca, Marrocos), um assassino profissional. A atuação de Natalie é arrebatadora, aos 11 anos, já deixando claro que teria uma carreira brilhante pela frente. A relação entre Leon e Mathilda se fortalece à medida que mutuamente vão preenchendo as lacunas emocionais um do outro. Gary Oldman (21 de março de 1958), como um violento policial e Danny Aiello (20 de junho de 1933) como Toni, para quem Leon faz seus serviços, provam que um grande filme se faz, sobretudo, com grandes atores.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

65 - PRA FRENTE BRASIL


pra frente brasil (brasil, 1982) – de Roberto Farias. Denúncia bruta e fria contra a ditadura, o filme foi interditado pelo regime militar na época de seu lançamento, sendo, inclusive, retirado de Cannes pela Embrafilme. Thriller muito bem realizado, com Reginaldo Farias (11 de julho de 1937) como Jofre, um cidadão comum que é confundido com um subversivo pelos capangas do governo e seqüestrado para que confesse o que não sabe. Esta premissa – a do homem errado, no lugar errado, na hora errada – aterrorizante por si só, sustenta o filme até o fim e permite excelentes atuações de Antonio Fagundes (18 de abril de 1949), que se transforma existencialmente durante a procura do irmão, e da mulher de Jofre (Natalia do Valle, 06 de março de 1951), sofridamente bela na angústia sem fim de não ter informações sobre o seu paradeiro. Enquanto isso, o país comemorava a conquista do tricampeonato no México. Carlos Zara, como Barreto, o torturador, talvez tenha tido aqui sua melhor atuação na carreira. Personificou o horror daquela época de trevas. Destaque para Luiz Armando Queiroz (1945 – 16 de maio de 1999), Paulo Porto (1917 – 03 de julho de 1999) e Elizabeth Savalla.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

64 - SÃO FRANCISCO DE ASSIS


francisco de assis (francis of assis, usa 1961) – de Michael Curtiz. É um filme bonito sobre a vida de São Francisco de Assis (Bradford Dillman, 14 de abril de 1930), que fundou sua ordem religiosa baseado na pobreza e na humildade. Stuart Whitman (01 de fevereiro de 1926) faz o contraponto da fé do protagonista: é um cavaleiro que só acredita na força da espada e, assim, se afasta de Francisco, junto a quem chegou a guerrear. Mas, recua, se arrepende e reconhece no homem santo a grandeza que faltou em sua vida. Premonitoriamente, Dolores Hart (20 de outubro de 1938), que no filme faz uma freira, torna-se uma na vida real logo depois do filme. Um filme sensível e com uma dublagem maravilhosa. Dillman está um perfeito santo, e Whitman está mais que convincente. Vale a pena rever sempre.

sábado, 12 de maio de 2007

63 - TERRA FRIA


terra fria (north country, usa 2005) – de Niki Caro. Mãe solteira, com dois filhos, Josey Aimes (Charlize Theron, 07 de agosto de 1975), vai trabalhar numa mina de carvão e começa a ser perseguida pelos colegas homens, que a marginalizam e tentam humilhá-la. Ela decide processar a firma e criar uma lei que proteja as mulheres que trabalham lá de assédio sexual. O elenco é muito bom: além da já citada Charlize, Richard Jenkins (02 de dezembro de 1953), um especialista em papéis de pai de jovens bonitas, brilha como o pai de Josey, Sissy Spacek (25 de dezembro de 1949) faz a mãe dela, Woody Harrelson (23 de julho de 1961) é o advogado que se interessa pelo caso, Frances McDormand (23 de junho de 1957) faz uma líder sindical e Sean Bean (17 de abril de 1959) seu marido. Tudo baseado numa história real, mas parece que a diretora preferiu focar apenas o lado de Josey, deixando uma impressão de parcialidade que não ajuda o espectador a ter uma avaliação mais acurada do caso que mobilizou os EUA na época. Terra Fria traz de volta a velha figura do cinema americano: a proletária que derrota o sistema, assim como já ocorreu com Norma Rae (1979), Silkwood (1983) e Erin Brockovich (2000), só inovando por não coloca o nome da protagonista no título, mas mantendo os estereótipos mais que batidos: a amiga doente, o pai que descobre o valor da filha, o advogado altruísta, o filho rebelde, a mãe sofrida e patrões carrascos.

62 - CASSINO ROYALE


cassino royale (casino royale, usa, UK 2006) – de Martin Campbell. Escrito em 1953, Cassino Royale é o livro em que Ian Fleming apresentou 007 e que, até agora, só fora filmado uma vez, como paródia, com Peter Sellers dividindo com David Niven o papel do agente secreto, em 1967. Bem antes, Cassino Royale foi produzido para a televisão, em 1954, com Barry Nelson como o agente e Peter Lorre como le Chiffre. Agora, Daniel Craig (02 de março de 1968) é o novo 007, depois que aposentaram Pierce Brosnan (que era ótimo no papel). Craig é um Bond inesperado, diferente do estereótipo dos antecessores e, neste filme, resolve os problemas mais no braço do que na pistola ou nos brinquedinhos de Q (que nem aparece). Eva Green (05 de julho de 1980) é a bondgirl da vez. Seu personagem, Vésper Lynd, tem mais classe do que as mulheres voluptuosas que costumam enfeitar o caminho tortuoso do pobre James Bond. Parece que houve uma peneirada nos excessos anteriores, embora a grife Bond continue presente, mas apenas com seus melhores artigos: ação frenética, os famosos double entenders, a tensão com M (Judy Dench, 09 de dezembro de 1934), os múltiplos cenários extraordinários e, claro, a mística do personagem que muitos gostariam de ser de verdade. Tudo de Bond.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

61 - MELHOR É IMPOSSÍVEL


melhor é impossível (as good as it gets, usa) – mais um show de Jack Nicholson, numa de suas especialidades: fazer à perfeição gente esquisita, sem cair no estereótipo. O problema aqui é a escalação de Helen Hunt. Não consigo simpatizar com ela. Acho-a rígida demais, com um olhar agressivo e sem a capacidade de passar alguma ternura, embora, neste filme, ela tenha mesmo que ser uma mulher sofrida, em função da doença do filho e da falta de condições para dar a ele um tratamento melhor. Nicholson está maravilhoso, como sempre. O final do filme é de uma singeleza incomum no cinema moderno, com os dois entrando numa padaria em plena madrugada. Mesmo as pessoas que não sofrem de TOC se sensibilizam com a luta interna do personagem complexo de Nicholson.

terça-feira, 8 de maio de 2007

60 - FRANKENSTEIN


frankenstein (usa, 1931) – de James Whale. Obrigatório rever sempre esse clássico do cinema gótico americano. Teria muito o que falar, mas hoje só quero me ater a uma cena, já no final do filme, quando Henry Frankenstein (Colin Clive) se vê diante da Criatura (Boris Karlof), no alto de uma colina, em que Whale, magistralmente, elabora um jogo óptico mostrando a diferença de tamanho entre os dois. A cena dura alguns segundos, mas é emblemática da tensão entre o criador atônito e sua criatura desnorteada, querente de respostas para um torvelinho de perguntas. Se Karlof imortalizou com sua atuação o protótipo do monstro criado por Mary Shelley, Clive também marcou a história do cinema com a figura do cientista ensandecido e, ao mesmo tempo, maravilhado com sua criação.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

59 - UM LOBISOMEM AMERICANO EM PARIS


um lobisomen americano em paris (na american werewolf in paris, usa 1997) – de Anthony Waller. Um jovem americano, em Paris, Andy (Tom Everett Scott, 07 de setembro de 1970) se vê envolvido com uma turma de lobisomens, depois que salva uma jovem (Julie Delpy, 21 de dezembro de 1969) que quer pular da torre Eiffel. Só que ela também está tomada pela licantropia e, ao feri-lo, o transforma em lobisomem. Efeitos especiais razoáveis, numa história que mistura terror e comédia, mas erra na mão: embora com algumas boas gags e o clima de romance, o filme se perde e não satisfaz quem gosta dos dois gêneros. Muito aquém do original Um Lobisomem Americano em Londres, de John Landis, de 1981. Vale só por causa de Julie.

domingo, 6 de maio de 2007

58 - TRÊS SOLTEIRÕES E UM BEBÊ


três solteirões e um bebê (three men and a baby, usa 1987) – de Leonard Nimoy. Um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Típico exemplo de uma direção segura, roteiro redondo e um elenco que funciona magicamente. Tom Selleck, Ted Danson e Steve Guttemberg (24 de agosto de 1958) são os três solteirões do título, que vivem como playboys num apartamento fashion em Nova York. Um dia, um bebê é deixado na porta deles e a vida de cada um se transforma completamente. Mary, o bebê, é filha de Jack (Danson, 29 de dezembro e 1947), um ator sem muita responsabilidade. Selleck é Peter, um arquiteto que, junto com Michael, dedica-se a cuidar da filha recém-chegada. Os três têm atuações soberbas, mas Selleck (29 de janeiro de 1945) talvez tenha tido o maior papel da sua vida neste filme (e não tivesse recusado o papel de Indiana Jones, na época). A cena em que Peter e Michael tentam abafar o barulho de uma sirene, enquanto fazem Mary dormir é antológica. E tem mais: os três cantando para ela, os créditos de abertura, a edição ágil de Nimoy, o contraste entre as vidas dos rapazes, antes e depois da chegada de Mary, Peter lendo o jornal para Mary e explicando que o que importa é o tom da voz, a beleza de Nancy Travis (21 de setembro de 1961) – a mãe de Mary –, que aparece de repente para pegar a filha de volta e, com isso, mostra aos rapazes como a pequena Mary é importante para eles. A seqüência - Três Solteirões e uma Pequena Dama - também é ótima!

57 - A LUTA PELA ESPERANÇA


a luta pela esperança (cinderella man, usa 2005) – de Ron Howard. Para quem perdeu a série de Rocky, com Stallone, temos aqui um genérico com certa qualidade, não estivesse Russel Crowe (07 de abril de 1964) brilhando, mais uma vez, no papel de Jim Braddock, boxeador de vida tortuosa durante a Grande Depressão. Para abrilhantar, o grande Paul Giamatti (06 de junho de 1967) faz seu técnico, e Renée Zellweger (25 de abril de 1969), a sua esposa sofrida. Tudo quase igualzinho à saga de Balboa, mas com atores de verdade. Howard tem sensibilidade para explorar dramaticamente, e sem excessos, a difícil vida de Braddock.

sábado, 5 de maio de 2007

56 - ÁGUA NEGRA


água negra (dark water, usa 2005) – de Walter Salles. Após separar-se do marido, Dahlia (Jennifer Connely, 12 de dezembro de 1970)) se muda com a filha para um apartamento num antigo prédio na periferia de Nova York. Uma misteriosa goteira com uma água escura começa a provocar estranhos acontecimentos. O ótimo John C. Reilly (24 de maio de 1965) também está no elenco. A maior parte do filme se passa sob chuva, forçando um clima meio depressivo, mas Salles consegue seu intuito. A esposa de Paul Bettany continua ótima atriz nos mesmos papéis sofridos de sempre. É um remake de um filme de terror japonês, invariavelmente envolvendo uma garotinha perdida entre o mundo dos mortos e dos vivos.

55 - POR UMA NOITE APENAS


por uma noite apenas (one night stand, usa 1997) – de Mike Figgis. Max (Wesley Snipes, 31 de julho de 1962) mora em Los Angeles é casado com Mimi (Ming-Na Wen, 20 de novembro de 1963). Quando vai a Nova York visitar seu amigo Charlie (Robert Downey Jr., 04 de abril de 1965), que está com Aids, conhece Karen (Nastassja Kinski, 24 de janeiro de 1959) e passam a noite juntos. Um ano depois, em outra visita ao amigo, descobre que ela é a esposa do irmão de Charlie, Vernon (Kyle MacLachlan, 22 de fevereiro de 1959). É um filme sobre infidelidade, com um roteiro superficial que se complica na medida em que chega o final do filme. Snipes faz um personagem parecido com o de Febre na Selva, de Spike Lee, quando ele (Snipes) iniciava uma carreira com ares de seriedade. Curiosamente, Julian Sands (04 de janeiro de 1958) faz um papel pequeno e o maravilhoso John Ratzenberger (06 de abril de 1947), o Cliff Clavin de Cheers, quase não aparece.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

54 - REI ARTHUR


rei artur (king arthur, eua 2004) – Antoine Fuqua, de Dia de Treinamento. Excelente versão dos cavalheiros da távola redonda. Clive Owen (Arthur) comprova que é um ator de presença magnética e faz um personagem íntegro, angustiado e convencido dos valores humanistas que fizeram a lenda de Lancelot e seus pares. A bela Keira Knightley (26 de março de 1985) é Guinevere. Aqui, ela empunha o arco e flecha com destreza e não se importa em se pintar como guerreira para enfrentar o inimigo no campo de batalha, cujas cenas receberam uma ajudazinha do computador, embora sem afetar a, digamos, naturalidade da ação. Mas é sempre bom ver o Rei Arthur liderando seus cavaleiros na defesa da ordem e da honra. E é bom também ver Keira, ainda mais linda quando fala com aquele sotaque britânico característico. Inclusive, foi votada como a segunda voz mais sexy, logo depois de Sean Connery, numa pesquisa feita pelo Instituto Real dos Cegos, na Inglaterra, no aniversário de 70 anos do seu serviço de Audio Books.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

53 - IMPÉRIO SUBMARINO


Império submarino (undersea kingdom, usa 1936) – poder-se-ia dizer que Império Submarino é uma espécie de Flash Gordon debaixo d’água, mas não é só isso. Esse seriado da Republic, que disputava com a Paramount a audiência nos cinemas, é mesmo uma cópia descarada do Flash Gordon, coqueluche na primeira metade do século passado (alguém, hoje em dia, entende coqueluche neste sentido?). Pois bem, em vez de ser no espaço sideral, a história aqui se passa no fundo do mar, no continente perdido de Atlântida, onde o insano imperador Uga Khan (Monte Blue,11 de janeiro de 1887 – 18 de fevereiro de 1963) quer conquistar o mundo da superfície, com a ajuda de um cientista, professor Norton (C. Montague Shaw), que chega a Atlântida no seu submarino, juntamente com seu filho Billy (Lee Van Atta), o atlético oficial “Crash” Corrigan (Ray Corrigan, 14 de fevereiro de 1902 – 10 de agosto de 1976) e a repórter Diana (Lois Wilde). Bem, o que eles encontram lá? Duas facções de guerreiros: os capa-branca, seguidores do sacerdote Sharad (William Farnum, 04 de julho de 1876 – 05 de junho de 1953) e, lógico (o filme é em preto e branco, lembram-se?), os capa-preta, acólitos de Khan, que são ajudados por uma espécie de lata de lixo ambulante – os robôs Volkites, que usam um blindado com uma sirene, o Juggernaut, um genérico do "caveirão" carioca.. A história se desenrola com Crash (Flash?) se tornando líder dos capa-branca e com Uga Khan capturando o professor Norton para que este fabrique os foguetes necessários para que sua torre suba à superfície. Um desperdiçado Lon Chaney Jr. (10 de fevereiro de 1906 – 12 de julho de 1973) faz o chefe da guarda da Khan. Note-se que Uga Khan, assim como Ming em Flash Gordon, também representa “a ameaça amarela”, como os americanos se referiam aos japoneses durante as grandes guerras. Os efeitos especiais são muito bons.

terça-feira, 1 de maio de 2007

52 - SPARTACUS


spartacus (spartacus, usa 1960) – de Stanley Kubrick. Clássico épico de gladiadores estrelado por Kirk Douglas. Spartacus (Douglas, 09 de dezembro de 1916) é um escravo das legiões romanas que, depois de treinado para lutar nas arenas, lidera uma revolta para libertar seus companheiros do cruel julgo de Marcus Licinius Crassus (Lawrence Olivier, 22 de maio de 1907 – 11 de julho de 1989). A dublagem em português é extremamente bem feita. Atores famosos da época, como os já citados Douglas e Olivier, fazem do filme um daqueles momentos memoráveis do cinema: Peter Ustinov (16 de abril de 1921 – 28 de março de 2004), perfeito como o treinador de gladiadores, Charles Laughton (01 de julho de 1899 – 15 de dezembro de 1962), fazendo o senador romano Grachuus, que parece ter saído diretamente do velho Império e Jean Simmons (31 de janeiro de 1929), que interpreta a esposa de Spartacus. Tudo é muito grandioso, como soia acontecer com as produções de época da Hollywood do pós-guerra.

51 - DOROTHY DANDRIDGE


dorothy dandridge – o brilho de uma estrela (introducing dorothy dandridge, usa 1999) – biografia da primeira atriz negra a ser indicada ao Oscar. Na década de 40, cantava com suas irmãs e logo chamou a atenção por seu talento e beleza. Virou uma estrela de cinema, mas ainda teve que enfrentar o preconceito. Hale Berry (14 de agosto de 1966) faz o papel principal à perfeição, mostrando uma versão negra de Marilyn Monroe, com o mesmo vício em tranqüilizantes e uma vida recheada de decepções amorosas até o final trágico. Ela está linda no filme. É pena que sua carreira tenha tido muito mais baixos do que altos, haja vista o horroroso Mulher-Gato e o pavoroso Gothika (2003). Quem está muito bem é Brent Spiner (02 de fevereiro de 1949), o Data de Jornada nas Estrelas – Nova Geração, como o empresário que se apaixona por ela e que não a abandona até o final da vida. O ator austríaco Klaus Maria Brandauer (22 de junho de 1944) faz o papel de Otto Preminger, diretor austríaco que fez fama em Hollywood nos pós-guerra e responsável por Anatomia de um Crime (1950).