domingo, 30 de dezembro de 2012

2003 - CAPITÃO SKY E O MUNDO DE AMANHÃ

O filme leva ao paroxismo a estética dos filmes noir e dos seriados de aventura dos anos 40, misturando ficção científica e thriller policial, num cenário propositalmente exagerado em CG.

domingo, 23 de dezembro de 2012

1995 - PANAIR DO BRASIL

Documentário sobre a companhia aérea que foi um símbolo nacional, até ser desativada pelo governo militar no meio da década de 60.

1994 - UM HOMEM DE FAMÍLIA

Sempre assisto a este filme no Natal. Por algum motivo, me identifico com o personagem de Nicolas Cage e com a história na qual ele tem uma amostra de como poderia ter sido a sua vida se tivesse casado com a namorada da faculdade (Téa Leoni)

sábado, 22 de dezembro de 2012

1993 - ENCONTRO DE AMOR

(USA, 2002) - simpática história de uma Cinderla moderna (Jennnifer Lopez), camareira em um hotel luxuoso em Nova Iorque, que acaba se apaixonando por um político famoso que estava hospedado lá (Ralph Fiennes), não sem antes se passar por uma grã-fina, quase por acaso. Lembra bem Pretty Woman - as premissas são praticamente as mesmas.

1992 - LOLITA

(USA, 1962) Humbert Humbert (James Mason, soberbo), um professor divorciado britânico de literatura francesa, viaja para a cidade pequena na América para uma trabalhar na área de ensino. Ele se permite ser arrastado para um relacionamento com Charlotte Haze, sua senhora viúva e sexualmente faminta, com quem ele se casa a fim de proteger a filha de 14 anos de idade da mulher namoradeira, Lolita, por quem ele ficou perdidamente apaixonado, mas cujas as intensões, deverão ser contrariadas por um malandro desonesto chamado Clare Quilty. Apesar da polêmica, a qualidade artística calou as vozes religiosas que se levantaram contra sua exibição. Excelente, mais uma obra prima do controvertido mestre Kubrick. Vladimir Nabokov começou a escrever o seu romance em 1949. Antes, porém, de publicar o famoso “Lolita”, o autor já havia escrito um conto sobre um homem russo e uma garota francesa, em 1940, mas o destruiu. O polêmico romance entre Humbert Humbert, um homem de meia-idade, e Dolores Haze, uma garota de 12 anos, foi rejeitado por diversas editoras e só foi publicado em 1955, por uma editora francesa. Apenas três anos depois, em 1958, o livro foi impresso nos Estados Unidos. Em alguns países europeus chegou a ser banido, mas por pouco tempo, já que o livro logo se tornou um sucesso.

1991 - SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

O professor John Keating entra na sala de aula assobiando, é o primeiro dia do ano letivo, passa pelos alunos e desperta olhares curiosos, encaminha-se para uma outra porta, de saída para o corredor, todos seus pupilos ainda estão de sobreaviso, curiosos e sem saber o que fazer. Keating olha para eles e faz um sinal, pedindo que os estudantes o acompanhem. Todos chegam a uma sala de troféus da escola, onde ao fundo podem ser vistas fotos de alunos, remontando ao início do século, fazendo-nos voltar ao começo das atividades da escola. Pede-se silêncio e, que a atenção de todos volte-se para os rostos de todos aqueles garotos que freqüentaram aquela tradicional instituição de ensino em outros tempos. O que aconteceu com eles? Para onde foram? O que fizeram de suas vidas? Suas vidas valeram a pena? Perguntas como essas são lançadas aos alunos. Muitos ainda sem saber o que estariam fazendo ali, afinal, não era para estarmos estudando literatura inglesa e norte-americana? Desconforto e desconserto. O personagem do professor Keating, vivido pelo eclético e versátil (além de extremamente talentoso) Robin Williams, conseguiu o que queria. Deixou seus alunos em dúvida. Iniciou seu relacionamento com eles tentando demovê-los de sua passividade, provocando-os a uma reflexão sobre a vida. Afinal, será que estamos fazendo valer nossa existência? "Carpe Diem", ou seja, aproveitem suas vidas, passou a ser como uma regra de ouro a partir de então para alguns de seus alunos, afinal, vejam o exemplo daqueles que já estiveram por aqui (retratados nessas fotografias esmaecidas, amareladas) e pensem se vocês querem que o tempo passe e vocês venham a se tornar "comida de vermes" em seus caixões sem que nada do que tenham feito por aqui tenha repercutido (como, acreditem, muitos desses jovens das fotografias o fizeram, deixando passar a vida sem perceber a riqueza contida na mesma). Para fazer com que suas existências tenham valor vocês devem viver com intensidade cada dia que lhes é dado, cada momento que lhes é concedido, cada experiência a qual tem acesso, diz com sabedoria inconteste o ilustre mestre Keating. Por isso, repete, "Carpe Diem".

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

1990 - ENGRAÇADINHA

Outra minissérie que não envelheceu. Destaque absoluto para Paulo Betti, como o juiz Odorico, apaixonado pela Engraçadinha feita, primeiro, por Alessandra Negrini e, depois, por Claudia Raia. O elenco todo está muito bem - todos os atores parecem ter captado o clima de Nelson Rodrigues, num timing perfeito. É a partir do segundo DVD que Paulo Betti começa a brilhar com seu diálogo interno rodrigueano, repleto de luxúria e moralismo. Mais uma coisa: nunca Claudia Raia me pareceu tão bonita.

1989 - PRESENÇA DE ANITA

Rever esta minissérie em DVD me ajudou a entender melhor a história e o argumento usado pelo autor, Manoel Carlos, para compor um personagem tão profundo e contraditório como a Anita, feita por Mel Lisboa, que se baseia claramente na Lolita de Nabokov. Aliás, a dinâmica do personagem de José Mayer é igual ao de James Mason, no filme de Kulbrick.

1988 - MEDIANERAS: BUENOS AIRES NA ERA DO AMOR VIRTUAL

(ARGENTINA, 2011) - o diretor Gustavo Taretto propõe um interessante jogo de histórias paralelas - a de Mariana, uma vitrinista, e a de Martin, um web designer - tendo como pano de fundo a cidade de Buenos Aires, com uma narração em off que assegura o riso com reflexões sobre a arquitetura de uma metrópole assombrada por falências financeiras. O livro "Onde está Wally" é, ao mesmo tempo, a chave e a ponte que abrirá portas e unirá o casal em meio a tantos desencontros. Mais um ótimo exemplar do excelente cinema portenho.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

1887 - COMPRAMOS UM ZOOLÓGICO

1886 - ETHEL

Documentário sobre a vida da viúva de Robert Kennedy, no qual ela é entrevistada por uma das filhas e lembra toda a trajetória de Robert Kennedy, passando por seu assassinato e a vida que ela passou a levar com os 11 filhos nos anos que se seguiram. As imagens da década de 60 são excelentes.

sábado, 15 de dezembro de 2012

1885 - HULK

(2003, USA) - esta adaptação dirigida por Ang Lee acabou ficando um pouco confusa e prejudicada por efeitos meio pobres, especialmente na transformação de Bruce Banner (Eric Bana) no monstro esverdeado, movido à raiva. Este é um dos motivos de o Hulk não ser dos meus personagens favoritos. Verde por verde, fico com os olhos de Jennifer Connely, que faz a mocinha. O CG não consegue dar ao personagem aquela sensação que temos quando, por exemplo, assistimos ao Homem-Aranha de Sam Raimi. O roteiro tenta explorar uma relação mal resolvida entre Bruce Banner e seu pai (Nick Nolte, todo desgrenhado), mas ficamos com a sensação de que o diretor não soube dar um desenvolvimento a este aspecto. Sam Elliot, um ator que adoro, faz o papel do pai do personagem de Connely.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

1884 - OS DESCENDENTES

Já é a segunda vez que vejo este filme em 2012. Continuo impressionado com a atuação de George Clooney, no papel de um pai de duas adolescentes prestes a perder a mãe, vítima de um coma irreversível. Outra coisa coisa boa no filme é a fotografia mostrando as belas praias do Havaí.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

1883 - PODER ABSOLUTO

De Clint Eastwood. O filme continua muito correto, com a eterna questão mal resolvida entre pai e filha dos outros personagens de Clint, aqui contracenando com a ótima Laura Linney. Clint é um ladrão bissexto que também é pintor nas horas vagas, que, sem querer, acaba testemunhando o assassinato da amante do presidente dos EUA (Gene Hackman, perfeito), que vem a ser a mulher do seu padrinho político.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

1882 - HOMEM-ARANHA 3

Esta terceira edição do seu amigo de sempre traz à discussão a figura do "duplo", muito comum no meio literário. Peter Parker, enfim, encontra seu "Dorian Gray", uma figura malévola que passa a ser sua nêmesis - Portanto, por antonomásia, entende-se nêmesis como a situação negativa que se segue a um período particularmente favorável, como ato de justiça compensatória. A ideia que subjaz ao termo é a de que o mundo deve obedecer a uma lei de harmonia, segundo a qual o bem deve ser compensado pelo mal em igual medida. Em português, a palavra designa 'alguém que exige ou inflige retaliação' ou, por extensão de sentido, um 'rival ou adversário temível e geralmente vitorioso'. Na cultura anglo-saxã moderna, o termo assumiu o significado de 'inimigo' ou o pior inimigo de uma pessoa, normalmente alguém que é exatamente o oposto de si, mas que é, também, de algum modo muito semelhante a si.

1881 - COWBOYS DO ESPAÇO

De Clint Estwood. O filme é uma divertida digressão sobre a ideia de que não devemos desistir dos nossos sonhos: quatro pioneiros pilotos dos primeiros voos suborbitais, depois de quarenta anos, são chamados pela Nasa para desmontar, no espaço, um satélite russo remanescente da Guerra Fria. É divertido ver em cena Clint, James Garner, Donald Sutherland e Tommy Lee Jones. Este último é o representante drama´tico do sonho realizado, ao som de "Fly me to the Moon", cantada por Frank Sinatra.

1880 - O DESPERTAR

THE AWAKENING, USA 2011 - fiquei curioso para ver a atuação de Rebecca Hall, que fez Vicky, Cristina, Barcelona, no papel de uma destruidora de crenças em fantasmas, quando é chamada para exterminar um num colégio onde um menino que morrera há anos continuava a aparecer nas fotos de formatura. Foi bem, mas a fotografia cansa um pouco e a história é pouco original.

domingo, 23 de setembro de 2012

1849 - O RETORNO DE JOHNNY ENGLISH

(USA, FRANCE, UK, 2011) - Rowan Atikson, aka Mr. Bean, consegue fazer uma grande comédia, baseada nos agentes secretos ingleses. Atenção para Rosamund Pike e para as cenas incluídas nos créditos finais.

sábado, 22 de setembro de 2012

1848 - AMADEUS

O filme de Milos Formam continua sendo uma obra-prima em todos os sentidos, não bastasse a performance arrebatadora de F. Murray Abraham, como a personificação da inveja em relação ao talento de Mozart, vivido por Tom Hulce, que, depois, como ator, pouca coisa de relevância fez. O ritmo, a graça, o quase deboche parecem se harmonizar com o música dos gênios. É um prazer rever o filme e principalmente a temática da vaidade no meio artístico. Gostaria que ela tivesse visto comigo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

1847 - ONZE HOMENS E UM SEGREDO

Este filme de Steven Soderbergh é o tipo de brincadeira que dá certo em todos os sentidos. Todo mundo parece se divertir, principalmente o elenco estelar que divide as cenas com um despojamento poucas vezes vistos. Além do mais, tem como pano e fundo uma bela história de amor entre os personagens de George Clooney e de Julia Roberts, que só peca num andar estranhíssimo do qual qual ela não consegiu se livrar desde Uma Linda Mulher.

1846 - O PLANETA DOS MACACOS (TIM BURTON)

Este filme, com toda a estética de Tim Burton, na sua máxima potência, foi meio subestimado na época de seu lançamento e, embora, mantenha um flete perigoso nos exageros dos personagens, ainda carregas uma força dramática que, claro,não se compara oa primeiro filme de 68, mas tem lá sua qualidades. Uma delas é a presença do próprio Helston no papel de um chimpanzé moribundo, portador do segredo que tantos apavora os macacos: uma arma de fogo. Inclusive nesa cena, ele repete a fala de seu personagem, Taylor, do filme original. Os efeitos estão um pouco datados, mas ainda funcionam como metáfora do apocalispse. Ah, e tem Paul Giamatti simplesmente genial, roubando todas as cenas. Eis outro que gostaria que ela tivesse assistido comigo.

1845 - O AMOR SEGUNDO UM EXTRATERRESTRE

Embora um pouco datado, The Mating Habits of the Earthbound Human, de 1999, é um filme muito bom, principalmente pela narração em off de David Hyde Pierce, o irmão de Frasier, que, como um observador de outro planeta, passa a observar como são ridículos os comportamentos entre os humanos nas suas aproximação afetivas. Além do mais, tem Carmem Electra no auge de sua exuberânica física, que a isenta de qualquer atributo dramático que, aliás, ela mesma não não possui. Guardei, durante muito tempo para ver este filme com ela, porque sempre a imaginei rindo das situações do roteiro. Pena.

1844 - O PIANISTA

É imperdoável eu ter demorado tanto tempo para assistir esta obra-prima de Polansky. O filme é lindo e triste, na demonstração da formação do Gueto de Varsóvia e da resistência dos judeus diante da crueldade dos nazistas. Adrien Brody receveu o Oscar merecidamente, pois está uma perfeição no papel do pianista virtusoso que o horror da guerra quase aniquila. Fotografia perfeita, tudo no lugar. Polansky é um gênio. Outro filme que eu tinha reservado para ver com ela.

1843 - O ULTIMATO BOURNE

Sem nem perder tempo com introdução e partindo da premissa que todo espectador se lembra perfeitamente de A Supremacia Bourne, Paul Greengrass nos joga no meio da ação, exatamente no final do filme anterior, logo depois que Jason Bourne (Matt Damon) mata Kirill (Karl Urban), o assassino de Marie (Franka Potente). Vemos como ele deixa os russos a ver navios e parte para, de uma vez por todas, desbaratar o programa Treadstone da CIA, que o criou. O que vemos, em seguida, é uma impressionante e bem orquestrada investigação por parte de Bourne que o leva para a Londres, Madri, Tânger e, finalmente, Nova Iorque. Perfeito, em todos os sentidos.

1842 - A SUPREMACIA BOURNE

Inspirado livremente na série de livros homônima de Robert Ludlum, A Supremacia Bourne já começa no meio do fogo cruzado, dois anos depois dos eventos do primeiro filme, com uma missão da CIA comandada por Pamela Landy (Joan Allen) sendo sabotada por Kirill, um agente russo vivido por Karl Urban. As pistas plantadas por Kirill, porém, levam Landy a crer que foi Bourne o responsável. Corta para Goa, na Índia, e vemos Bourne acordando de um pesadelo composto de fragmentos de memórias que se recusam a ir para a superfície completamente. Atormentado, ele levanta para ser imediatamente consolado por Marie (Franka Potente), ainda ao seu lado. Seu aparente descanso da eterna fuga iniciada no primeiro filme está para acabar, porém, já que Kirill chega para eliminar Bourne. Suas razões não são claras, mas o resultado do embate é o assassinato de Marie, em tocante cena que ecoa o início da vida desmemoriada de Bourne, boiando na água. Com a mente funcionando a mil por hora, o super-espião parte, sem titubear, para se vingar de seus antigos mandantes, que ele considera responsáveis. Dessa vez, o tema é redenção, perdão. Jason Bourne continua um pária da sociedade pois sabe que fez muito mal a inocentes em outra vida. Ao mesmo tempo em que quer fugir de sua antiga persona, ele reconhece, lá no fundo, que isso é impossível, especialmente porque, de alguma forma, ele sabe que precisa colocar tudo em panos limpos. A perda de Marie, de quem ele realmente gosta, é apenas um estopim para os eventos do filme, acelerando acontecimentos que, mais cedo ou mais tarde, ocorreriam de uma forma ou de outra. Paul Greengrass entra nesse trem colocado em movimento por Doug Liman (agora só produtor) sem perder o equilíbrio e entrega um filme tão bom quanto o original. Apesar de a história ser um pouco menos contagiante, Greegrass compensa com seu excelente manejo da câmera e cortes eficientes que, mesmo nas cenas de briga, consegue valorizar a coreografia e atuações, sem fazer o espectador perder o fio da meada. O roteiro, assinado por Tony Gilroy, é preciso e não perde tempo com explicações desnecessárias, nem mesmo quando personagens novos são introduzidos. O espectador, pela primeira meia hora, e muito na linha do que os personagens estão vivendo, fica sem saber exatamente o que está acontecendo até que Bourne de um lado e Landy de outro começam, de maneira independente, a montar o complexo quebra-cabeça. Damon e Potente, exatamente como no primeiro filme, estão muito confortáveis em seus respectivos papéis, demonstrando familiaridade com os personagens. Damon em especial passa um ar de credibilidade que poucos heróis de ação têm. Ele não é mais o desmemoriado completo do filme anterior, mas continua assombrado por um passado que, se de um lado não lembra completamente, de outro não quer lembrar. O conflito é visível no rosto do ator, mesmo quando ele se transforma inteiramente em uma eficiente máquina de matar. Brian Cox também repete seu papel de Ward Abbott, ganhando mais relevância na trama e sua atuação condiz perfeitamente com seu papel, sempre em um estado de “calma nervosa” que vai evoluindo em um crescendo exasperante.
A adição de Joan Allen ao elenco foi uma grande escolha. A atriz consegue ser uma excelente contrapartida a Damon pois Pamela Landy transparece profissionalismo e calma na mesma medida que Jason Bourne. E, apesar dos dois jamais compartilharem tempo de tela, o rapport entre eles é sensacional. Karl Urban também foi outra escolha inspirada, espelhando o papel de Clive Owen no primeiro filme. Na verdade, Urban é tão intenso em seu papel – bem mais que Owen, que deixa seu lado de “bom moço” transparecer facilmente – que a batalha final entre ele e Bourne acaba sendo extremamente satisfatória, daquelas que lavam a alma. São dois iguais enfrentando-se em uma batalha até o fim, algo que é menos evidente ou menos trabalhado no primeiro filme.
A busca de Bourne por salvação ou, no mínimo, pela compreensão do que é, acaba em um belo epílogo na Rússia, em que ele confessa seus crimes a uma inocente vítima de suas ações. É um momento perfeito, que não vemos em filmes de ação comuns e que continua a tendência da franquia de mostrar que veio para ser mais do que entretenimento descartável ou facilmente esquecível. A Supremacia Bourne é um thriller de ação e espionagem superior e, portanto, obrigatório na prateleira de qualquer cinéfilo ou apreciador do gênero.

sábado, 1 de setembro de 2012

1841 - A IDENTIDADE BOURNE

(THE BOURNE IDENTITY, USA 2002) - Um homem acorda sem memória após ser baleado por um desconhecido. Quando ele se recupera, só encontra uma única pista sobre sua identidade: um chip que estava implantado em seu quadril, nele está gravado o número de uma conta de um banco em Zurique, Suíça. No cofre do banco ele descobre que se chama Jason Bourne e que mora em Paris.
Paralelamente, é perseguido inexplicavelmente por pessoas que lhe querem morto, e nessas circunstâncias, descobre que possui uma série de conhecimentos em técnicas de combate, além de falar fluentemente vários idiomas. Marie, uma desconhecida, cruza seu caminho numa situação meramente coincidencial, seja quem for que quer Bourne morto passa a perseguir Marie também. Juntos, planejam achar uma saída para toda essa situação e descobrir a verdade sobre o nome Jason Bourne

1840 - BALADA SANGRENTA

(KING CREOLE, USA 1958) - quase uma biografia do próprio Elvis Presley, o filme possui qualidades que ainda podem ser apreciadas ainda hoje. Elvis, por exemplo, não é um ator ruim - faz com competência aquilo que o papel lhe exige, além dos inevitáveis números musicais. É um dramalhão típico da época, mas com elementos suficientes para manter o interesse, como a exploração dos empresários que andavam à cata de talentos para cantar em suas boates de nível baixíssimo.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

1839 - ESQUEÇA PARIS

O filme é engraçado e com momentos de lirismo sublinhados pelas formas de Paris. Debra Winger e Billy Crystal estão perfeitos. Além disso, há uma interessante técnica narrativa, que conta a história do amor dos dois através de uma conversa dos amigos no restaurante.

1838 - JORNADA DAS ESTRELAS IV - A VOLTA PARA CASA

Este é o famoso (e também odiado pelos fãs) episódio sobre as baleias que Kirk e Spock vêm resgatar no passado. O enredo é confuso e a tentativa de humor se perde nas cenas em que o choque tecnológico se apresenta.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

1837 - METHOD TO THE MADNESS OF JERRY LEWIS

Documentário muito bem produzido sobre a carreira de Lewis e sua influência sobre a comédia que é feita hoje em dia. Muito bom depoimento de seu xará Seinfeld e de outros grandes do showbiz americano. O título é uma referência clara ao "Método" de Stanislaviski e faz jus ao talento de Lewis, que, tal como no mesmo método defendido por Lee Strasberg, também não saía de seus personagens depois que as filmagens terminavam. Vale também pela cena do reencontro de Jerry com Dean Martin, com Fank Sinatra promovendo a reconciliação dos dois, depois de vinte anos de afastamento.

domingo, 26 de agosto de 2012

1836 - HELENO

O filme é muito bem feito, com uma restituição de época primorosa. Rodrigo Santoro é mesmo um grande ator e faz a diferença. Alinne de Moraes é fraca, mas não compromete. A fotografia em preto e branco é excelente. Além disso, tem a presença de Angie Cepeda, que tira qualquer um do sério. O começo do filme é é difícil, quase penoso; as coisas vão e vêm, todas aparentemente sem rumo. parece impossível sentir um mínimo de empatia por aquele personagem arrogante, de fala empolada (também era formado em Direito). Aos poucos, porém, o conjunto vai fazendo sentido, como fragmentos de memória que vão emergindo até formar um todo coerente, até se ver o craque internado no sanatório de Barbacena, já em estado terminal por causa de uma sífilis cerebral.

1385 - JAMES TAYLOR, ONE MAN BAND

Simples, poético, sensível - isto é James Taylor.

sábado, 25 de agosto de 2012

1384 - A PELE QUE HABITO

(LA PIEL QUE HABITO, ESPANHA 2011) - Pedro Almodóvar continua tão abusado quanto bizarro neste filme em que discute conteúdos e continentes do que se convencionou chamar de emoções humanas. Aqui, a mistura de gêneros beira nervosamente o surreal, com a inserção de elementos nóveis no universo almodovariano, como o clima permanente de suspense e toques de pesadelo macabro. Ao final, temos diante dos olhos um excelente exercício de voyeurismo que instiga desde as primeiras cenas. Há coisas que apenas os admiradores do cineasta espanhol vão curtir profundamente, mas que não adianta explicar. Só vendo. Coisa de pele. Atenção para os olhos mesmerizantes de Elena Anaya: eis um aspecto humano que somente o cinema (e um diretor genial) é capaz de captar.

1383 - TERREMOTO

(EARTHQUAKE, USA 1974) - típico filme-catástrofe dos anos 70, segue os mesmos passos do gênero, entrelaçando histórias sem aparente conexão, até o clímax anunciado no próprio título. Revendo, hoje, tenho mais algumas observações: Charlton Heston tem uma performance burocrática que, convenhamos, sempre o caracterizou como ator; Ava Gardner está patética e quase um clone de Elizabeth Taylor; Lorne Greene faz o pai de Ava, mesmo sendo apenas sete anos mais velho, Walter Matthau aparece numa ponta e seu nome aparece nos créditos como Walter Matuschanskyasky e a melhor atuação é de George Kennedy, especialmente nas suas primeiras cenas, fazendo um policial mau humorado. Há boas sequências de efeitos especiais intercaladas com algumas cenas grotescas.

1382 - QUEM VAI FICAR COM MARY?

(THERE'S SOMETHING ABOUT MARY, USA 1998) - o filme tem quatro cenas antológicas, em termos de humor pastelão, que ainda são irresistíveis (veja uma delas, abaixo). Além disso, não se tira muito do filme, em termos de roteiro. Seria uma comédia a ser esquecida, não fossem estas cenas e as atuações de Ben Stiller e Matt Dillon. Cameron Diaz não conta, porque, além de feia, é má atriz. Stiller faz sempre o mesmo tipo de personagem - é uma quase não-atuação - mas ele faz isso tão bem que, confesso, o coloca entre os meus favoritos. Claro, há também o fato de ele ser filho de Jerry Stiller, que faz o pai de George, em Seinfeld. Inclusive, há um diálogo entre Stiller e Diaz, sobre cones e espetinhos de carne, que não foi aproveitado em Seinfeld. O filme vai da escatologia ao humor politicamente incorreto, sem muita preocupação em fazer sentido.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

1381 - A ÁRVORE DA VIDA

A Árvore da Vida se baseia mais no mito do diretor Terrence Malick do que na história propriamente dita. O filme é um redemoinho de imagens fazendo o contraponto com o drama vivido pela família de Jack (Sean Pean), a partir da morte do irmão e do endurecimento do pai (Brad Pitt).

1380 - IT LIVES!

O filme é um típico exemplo do terror da década de 70: um bebê monstruoso nasce e mata geral.

1379 - A CASA DO LAGO

Revisto agora, achei o filme fraco. O melhor é a canção de Paul McCartney. Raj vai me odiar por isso.

1378 - KILL BILL, VOL 2

Nunca subestime a vontade de vingança de uma mulher.

1377 - KILL BILL, VOL. 1

Tarantino no melhor da forma.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

1376 - STING: LIVE IN BERLIN

STING: LIVE IN BERLIN (2010) - foi numa tarde fria, no meio da semana, que assisti a este show do Sting. A informação contida no período anterior não teria muito sentido, se uma performance assim não fosse capaz de modificar um monte de coisas por duas horas. Era como se cada música passasse a ter uma conotação mais profunda, mesmo aquelas com as quais eu já me acostumara e que sempre refletiram o que acontecia comigo. Não sei bem ainda por que Berlim anda presente no meu cotidiano ultimamente, desde de Asas do Desejo. E, agora, revejo este show em HD, e algumas letras penetram no meu peito como picadas (entendeu, entendeu?), por motivos mais que explorados nestas linhas e outros que, meu deus, nem sei, mas que me dilaceram por dentro. Redescubro, então, uma letra que sempre me apertou o coração e eu, tolo, nem sabia por quê. A música é “Whenever I say Your Name” e me remete, entre tantas coisas, à minha pouca compreensão de como um nome não morre. A letra é assim, e o violino da introdução é um risco para miocárdios mais frágeis: Whenever I say your name, whenever I call to mind your face, Whatever bread's in my mouth, whatever the sweetest wine that I taste, Whenever your memory feeds my soul, whatever got broken becomes whole, Whenever I'm filled with doubts that we will be together, Wherever I lay me down, wherever I put my head to sleep, Whenever I hurt and cry, whenever I got to lie awake and weep, Whenever I kneel to pray, whenever I need to find a way, I'm calling out your name, Whenever those dark clouds hide the moon, Whenever this world has gotten so strange, I know that something's gonna change, Something's gonna change, Whenever I say your name, Whenever I say your name, I'm already praying, I'm already praying, I'm already filled with a joy that I can't explain, Wherever I lay me down, wherever I rest my weary head to sleep, Whenever I hurt and cry, whenever I got to lie awake and weep, Whenever I'm on the floor, Whatever it was that I believed before, Whenever I say your name, whenever I say it loud, I'm already praying, Whenever this world has got me down, whenever I shed a tear, Whenever the TV makes me mad, whenever I'm paralyzed with fear, Whenever those dark clouds fill the sky, whenever I lose the reason why Whenever I'm filled with doubts that we will be together, Whenever the sun refuse to shine, whenever the skies are pouring rain, Whatever I lost I thought was mine whenever I close my eyes in pain, Whenever I kneel to pray, whenever I need to find a way, I'm calling out your name, Whenever this dark begins to fall, Whenever I'm vulnerable and small, Whenever I feel like I could die, Whenever I'm holding back the tears that I cry, Whenever I say your name, whenever I call to mind your face, I'm already praying, Whatever bread's in my mouth, whatever the sweetest wine that I taste, Wherever I lay me down, wherever I rest my weary head to sleep, Whenever I hurt and cry, whenever I'm forced to lie awake and have to weep, Whenever I'm on the floor, Whatever it was that I believed before, Whenever I say your name, whenever I say it loud, I'm already praying, Whenever I say your name, No matter how long it takes, One day we'll be together, Whenever I say your name, let there be no mistake, that day will last forever...

Isso é o que se chama poesia, altamente, profundamente... Olha aí, e veja se estou mentindo:



segunda-feira, 30 de julho de 2012

1375 - PSICOPATA AMERICANO

PSICOPATA AMERICANO (AMERICAN PSYCHO, USA 2000) - com uma indisfarçável hibridação de gêneros e tons, o filme monta um mosaico de vai do trash ao drama psicológico, passando pelo humor negro e pelo escracho total, numa possível crítica ao “american way of life” e, principalmente, à rotina narcisística dos yuppies nova-iorquinos do começo do século. No meio deste torvelinho, Christian Bale prova, mais uma vez, que é um dos atores mais intensos do cinema contemporâneo (vide seu papel em O Vencedor, arrebatador). Seu personagem, Patrick Bateman (alguma analogia com Norman Bates...?), é um metrossexual sem limites físicos e morais que vaga em Gotham City com uma dupla persona (será que já antecipava o Batman da trilogia de Nolan?), desconhecendo solenemente qualquer lei ou sentimento de culpa. Constrói, então, o vaidoso extremo, aquele tipo narcisista que não suportaria as dores relacionadas com eventuais perdas afetivas, preferindo ser amado a amar. Patrick Bateman não é capaz de ficar consigo mesmo e não quer que as pessoas saibam a verdade: se sente fraco, inquieto por dentro, incapaz de ficar consigo mesmo. É um emblema vivo da era do narcisismo, na qual muita gente embarcou, achando que era o máximo e tentando esconder a consciência de que não possuía as qualidades que pensava ter. Ele, no fundo, se acha mesmo totalmente desprovido de qualidades; não quer que os outros saibam disso e trata de se mostar alegre, feliz, exuberante e muito bem na própria pele - e tudo isso é pura mentira, posto que tal exibicionismo e toda a inveja que provoca não o ameaçam, uma vez que sabe que, de fato, não possui nada e não tem, portanto, nada a perder. Claro que, sob um olhar mais criterioso, a vaidade está presente em todos nós, é parte de nosso erotismo. Ela se expressa de forma grosseira e direta no narcisista e é sutil e mais elaborada nos mais introvertidos. Isso, claro, não implica avaliações quantitativas, mas sim modos diferentes de expressão do mesmo impulso erótico. “Psicopata Americano” é um filme sobre a vaidade e sobre pessoas que não têm boa auto-estima. É um excelente convite à reflexão, especialmente agora.

sábado, 21 de julho de 2012

1374 - AS BARREIRAS DO AMOR


AS BARREIRAS DO AMOR (LOVE FIELD, USA 1993) - apesar do título em português soar como um dramalhão novelesco da pior qualidade, o filme é muito bem feito, do ponto de vistá técnico como na elaboração do roteiro. Michelle Pffeifer é uma dona de casa, em Dallas, vivendo um casamento insatisfatório com um marido meio bronco, que é fascinada pela então primeira-dama Jaqueline Kennedy. Quando o casal presidencial visita a cidade e John é assassinado, ela decide ir ao funeral em Washington, desobedecendo o marido machão. No ônibus, ela conhece Paul, um homem negro que viaja com sua filha de 5 anos, e os dois se apaixonam. Tendo como pano de fundo a comoção nacional da época, os dois passam a enfrentar o enorme preconceito racista da sociedade americana. Fotografia excelente. Ah, sim, o título em inglês se refere ao pequeno aeroporto de Dallas, batizado assim por causa do tenente Moss Lee Love, que morreu num acidente aéreo no mesmo lugar, em 1913.

1373 - OS TRÊS MOSQUETEIROS


OS TRÊS MOSQUETEIROS (THE THREE MUSKETEERS, USA 1993) - esta versão assume uma outra perpectiva, agora, quando revista: coincidentemente, o Aramis vivido por Charlie Sheen é um mulherengo, o que nos faz pensar como a persona do ator é tão forte que acaba por levá-lo a papéis consonantes com sua personalidade; eu nem me lembrava que a bela e suave Julie Delpy estava no filme (e deveria ter sido a protagonista feminina, porque Gabrielle Awnar é feia e sem graça); Oliver Platt faz um ótimo Porthos e Chris O’Donnell representa o D’Artagnan mais fraco de todas as adaptações do cinema. Tudo é feito num clima de comédia, com boas piadas até, sem exageros comuns à abordagens assim.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

1372 - PIRATAS DO CARIBE - NAVEGANDO POR ÁGUAS

PIRATAS DO CARIBE - NAVEGANDO EM ÁGUAS MISTERIOSAS (USA 2011) - vi, de novo, para avaliar se o 3D do cinema fazia tanta diferença assim. Não fez. Os efeitos são muito bons, assim como o elenco. Jack Sparrow (Johnny Depp que, na vida real, deve ser o próprio Jack Sparrow) está a procura da Fonte da Juventude. Ele reencontra uma mulher do seu passado chamada Angelica (Penélope Cruz, razoável, no filme), mas o pirata fica na dúvida se é amor ou se ela o está usando para encontrar a fonte. Quando ela o força a embarcar no Queen Anne's Revenge, o navio do lendário pirata Barba Negra (Ian McShane), o capitão Sparrow se encontra numa inesperada aventura em que não sabe a quem deve temer mais, Barba Negra ou Angelica. Com a ajuda de um velho rival, Barbossa (Geoffrey Rush, excelente), que agora é um corsário a serviço do reino da Inglaterra, e que está a procura de vingança contra Barba Negra, por ter afundado o Pérola Negra, eles enfrentarão sereias, maldições, sapos venenosos, penhascos, cobras e a marinha real da Espanha liderada pelo Espanhol (Óscar Jaenada) para obter a Fonte da Juventude. Jack Sparrow, conta também com ajuda de seu fiel, melhor amigo, Joshamee Gibbs (Kevin McNally).

1371 - CRIME VERDADEIRO

CRIME VERDADEIRO (TRUE CRIME, USA 1999) - dirigido por Clint Eastwood, que é o protagonista: um jornalista veterano que prova que ainda não perdeu o faro para as grandes reportagens quando começa a desconfiar da lisura de como é conduzido o julgamento de um suspeito de homicídio. É um filme meio esquecido de Clint, sobre o qual não houve muita discussão na época e que não foi um sucesso de bilheteria. Mas, como tudo da grife Eastwood, vale muito a pena.

1370 - ALÉM DA VIDA

ALÉM DA VIDA (HEREAFTER, USA 2010) - Clint Eastwood segue três pessoas tocadas pela morte e preocupadas com o que há além dela. O resultado não tem um traço de proselitismo religioso. E é sublime. Toda vez que assisto a este filme, me ponho a pensar de que matéria é feito o destino, se é que ele existe. O curioso é que as três histórias não se entrecruzam: seus personagens é que vão se encontrar em dado momento, guiados exatamente por sua difícil relação com a morte. O roteiro tem requintes de brilhantismo, quando coloca um tema tão difícil, que é o fato de os personagens serem tocados pela morte e de como ela passa a definir suas vidas. Tudo é inesperado e grandioso, a começar pela impressionante cena do tsunami que aconteceu no Oceano Índico, logo no início do filme. O entendimento que Eastwood demonstra aqui das dúvidas que uma perda enseja já faria deste um grande filme. Mas ele vai além: sublinha a importância de ir fundo nas coisas pelas quais vale a pena viver.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

1369 - VIVENDO NO LIMITE

VIVENDO NO LIMITE (BRINGING OUT THE DEAD, USA 1999) - Martin Scorsese é outro diretor que conhece a fundo a vida de Nova Iorque, suas ruas, seus personagens urbanos, os dramas anônimos e, principalmente, é capaz de dar voz àqueles que são apenas poeira nas largas avenidas de Manhattan. “Vivendo no Limite” mostra a rotina excruciante de um paramédico (Nicolas Cage, magnífico) e sua luta para se manter são em meio ao caótico universo de atendimentos de urgência na noite nova-iorquina. De certa forma, o inferno das enfermarias ensaguentadas, nas quais os pacientes vão se amontoando, diante da indiferença dos médicos, não é muito diferente de qualquer cidade grande, em qualquer lugar do planeta. É um lado da vida americana que raramente se vê no cinema comercial de qualidade (o caso de Scorsese). O diretor constrói um mito cinemático sobre como a existência moderna pode ser assustadora e o que custa para ser “salvo” num mundo onde todos parecem irremediavelmente perdidos. A trilha sonora tem Stevie Wonder e Neil Diamond, entre outros, e está em perfeita harmonia com as cenas.

domingo, 15 de julho de 2012

1368 - JORNADA NAS ESTRELAS - INSURREIÇÃO


JORNADA NAS ESTRELAS - INSURREIÇÃO (STAR TREK - INSURRECTION, USA 1998) - este não é dos melhores da Nova Geração. Nota-se, claramente que a produção andou economizando alguns milhões de dólares na concepção do cenário. O planeta onde a tripulação da Enterprise encontra uma civilização em perigo (quase sempre isso...) não passa de boas tomadas da paisagem campestre californiana, sem um mínimo de disfarce para parecer um outro mundo. A excelente fotografia ajuda a disfarçar. Os efeitos especiais também são de segunda mão, já que não foi possível dispor da ILM que, na época, estava às voltas com A Ameaça Fantasma. As naves deste filme foram geradas em computador, o que resultou numa artificialidade no produto final, quase um desenho animado. Patrick Stewart continua excelente como Picard, o que não é novidade.

1367 - JORNADA NAS ESTRELAS V : A ÚLTIMA FRONTEIRA


JORNADA NAS ESTRELAS V: A ÚLTIMA FRONTEIRA (STAR TREK V: THE FINAL FRONTIER, USA 1989) - William Shatner dirigiu este que talvez seja a pior edição da série na tela grande. O roteiro confuso mistura questões espirituais, a busca de Deus e, claro, uma ameaça Klingon, a pedra cósmica na bota do traje espacial de qualquer aventura trekkie. Spock reencontra um meio-irmão fánatico, que está a procura do encontro com Deus e, para esta finalidade (?),  sequestra a Enterprise e sua tripulação. Outro aspecto que não funcionou foi o excesso de gracinhas: as piadas entre Kirk, Spock e McCoy pareciam um elemento alienígena nocivo ao universo dos fãs da série, totalmente sem sentido.

sábado, 14 de julho de 2012

1366 - O PLANO PERFEITO



O PLANO PERFEITO (INSIDE MAN, USA 2006) - Spike Lee sabe fazer a coisa certa. Um roteiro primoroso. Uma direção genial. Atores estupendos. Dá quase para dizer “o filme perfeito”. Este é um sensacional filme sobre roubo, escrito pelo estreante Russell Gewirtz, vai muito além das generalidades do tema, como refém passando mal, outro que quer passar a perna nos criminosos, o ladrão que perde o controle e fuzila tudo o que vê na frente. É impressionante como Spike Lee possui o conhecimento íntimo e pessoal dos nova-iorquinos e da maneira de como eles andam, falam e agem. A sensação é mesmo de que estamos no coração de Manhattan, esbarrando em todos os tipos que a cidade mais cosmopolita do mundo oferece. A importância de Lee como reinventor do cinema negro americano não pode ser relativizada: ele é um observador atento da América e faz desta crônica a característica mais marcante de seus filmes. Todos, no elenco, roubam a cena: o grande Christopher Plummer, Denzel Washington, Chiwetel Ejiofor, Jodie Foster e Clive Owen, este, perfeito. Só um ator tão magnético quanto ele conseguiria impor sua presença com o rosto coberto a maior parte do tempo. Filme perfeito.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

1365 - FRANKENSTEIN 1970

FRANKENSTEIN 1970 (USA, 1958) - o roteiro, por si só, é de causar arrepios, no mau sentido: descendente de Frankenstein, vivendo com sérias restrições financeiras, no então distante ano de 1970, aluga seu castelo para gravação de um filme e, assim, usar o dinheiro para recriar a façanha de seu antepassado. O mais constrangedor nesta história é que o grande Boris Karloff é o protagonista deste desastre! Apesar de tudo, ele faz o papel com tanta dignidade, que a gente quase esquece deste suicídio artístico. Tudo, no filme, é tão absurdo que quase não dá para levar em conta a criatura rediviva, toda coberta de esparadrapo e com uma cabeça gigantesca. Coisa de gênio ou de quem tem raiva da história do cinema.

1364 - PROCURA-SE SUSAN DESESPERADAMENTE

PROCURA-SE SUSAN DESESPERADAMENTE (DESPERATELY SEEKING SUSAN, USA 1985) - eis um filme com a cara dos anos 80 e, também, com as roupas, os cabelos, a maquiagem, a música e todos os maneirismos de uma época que tentou se reinventar, principalmente no comportamento. Tanto é que temos Madonna, ainda no início e já com a energia anímica que a levaria ao topo do mundo pop: apesar de magra demais, ela encanta com os mulambos e a maquiagem que usa de uma maneira que ninguém mais consegue, além de apresentar aquelas faíscas no olhar, que compensam os pecados da má atriz que sempre foi. Nem precisou fazer muita força para ser o antipoda da desenxabida Rosanna Arquette, a esposa insatisfeita que projeta seu vazio e sua busca existencial na figura de Susan (Madonna) até que o roteiro (fraquinho) a faça passar-se por ela, uma artimanha cinematográfica mais antiga do que os avós dos irmãos Lumière.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

1363 - ROBIN HOOD

ROBIN HOOD (ROBIN HOOD, USA 2010) - revendo o filme, depois de nem tanto tempo assim, pude constatar como é bem feito, sob o ponto de vista técnico. Ridley Scott sabe dirigir cenas de ação com inusitada competência. O que não chega a ser um problema, mas incomoda um pouco, é o fato de Scott ter escalado o ótimo Russel Crowe para o papel-título, numa abordagem que ficou muito parecida com a de Gladiador, outro grande trabalho do diretor inglês. Claro que isto, em si, não compromete o filme, embora deixe aquela sensação de muito do que se passa na tela já foi visto. Crowe está excelente como de costume (embora o personagem seja quase uma cópia de Maximus), e é uma alegria ver que o grandíssimo Max Von Sidow ainda pode nos deliciar com uma grande atuação. A fotografia é belíssima. O mesmo não se pode dizer da Lady Marion da vez: Cate Blanchett é uma grande atriz, contudo lhe falta aquele estremecimento estético das musas mesmerizantes. Eu teria escalado Charlize Theron, mas Scott não ouve ninguém.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

1362 - O SEGREDO DE BERLIM


O SEGREDO DE BERLIM (THE GOOD GERMAN, USA 2006) -se Steven Soderbergh queria fazer uma homenagem aos filmes noir da década de 40, mais especificamente, a Casablanca, a sensação que fica é que alguma coisa não se encaixou nesta produção em que George Clooney encabeça o elenco interpretando o capitão-jornalista americano Jake Geismer, que vai à Berlim por ocasião da reunião dos líderes aliados a fim de deliberar sobre a situação do mundo depois da guerra. Seu motorista, o oficial bad-boy Patrick Tully (Tobey Maguire) é assassinado em Potsdamer (região de Berlim fechada pelo exército americano para a realização do evento) pouco depois que Geismer descobre que este mantinha relacionamento com um antigo caso seu, a judia alemã Lena Brandt (Cate Blanchett). A partir daí, deflagra-se a ação do filme, pontuando elementos como corrupção, adultério, mentiras, horrores de guerra, SS, tudo numa fotografia em preto e branco, caprichada, sim, mas que acaba ficando um pouco artificial. Como proposta estética, o filme me parece meio manco, incompleto e prejudicado por um roteiro ruim, que envolve o resgate de um amor do passado, um tema que suscita interesse, mas tratado com clichês evitáveis. Soderbergh é um diretor que gosta de experimentar, o que é válido, mas, neste caso, não acertou a mão.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

1361 - UM NOVO DESPERTAR


UM NOVO DESPERTAR (THE BEAVER, USA 2011) - todos gostamos de Mel Gibson. Por isso, exatamente por me inserir no grupo dos que têm uma impressão benigna dele, me recuso a considerar esta produção uma parte séria de sua outrora exitosa carreira. Tudo bem que Jodie Foster, amiga de fé, irmã camarada, quis dar uma força à tentativa de reativar a comatosa carreira de Gibson, mas este filme é o que se pode chamar de “fogo amigo”. Quem tem uma parceira assim não precisa muito de inimigos, convenhamos. “The beaver” é uma tentativa de abordar o drama existencialista da falta de sentido no mundo daqueles que já possuem tudo, menos, aparentemente, a famosa paz de espírito, e partem para a autodestruição. Claro que o tema se interlaça com a vida real do astro - ele mesmo se incumbiu de detonar o próprio patrimônio, tangível e intangível, mais ou menos como Charlie Sheen vem tentando  - com mais sucesso, inclusive. Como diretora, Jodie Foster parece querer fazer o espectador sentir na pele a desconexão com o mundo. Para tanto, preferiu correr o mínimo de riscos, embalando o roteiro já frágil, no celofane translúcido da mensagem fácil, o que subtrai do observador mais atento qualquer tentativa de se aprofundar em temas que valeriam os milhões de dólares investidos nesta pálida parábola pós-moderna, como a depressão, o alcoolismo, o pai ausente, a mãe despreparada e o gancho psicanalítico dos estereótipos neuróticos da pseudo-estabilizada família americana. Ao observar uma cisão clara entre o interno e o externo, não estabelece a ordem, mas sim o caos. No fim, resta Mel Gibson atuando com e como um fantoche. Como eu gostaria que fosse diferente...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

1360 - LOS ANGELES, CIDADE PROIBIDA

LOS ANGELES, CIDADE PROIBIDA (L.A. CONFIDENTIAL, USA 1997) - três policiais investigam um crime brutal na glamourosa Los Angeles dos anos 50: o truculento Bud White (Russell Crowe), o cerebral Ed Exley (Guy Pearce) e o vaidoso Jack Vincennes (Kevin Spacey). Nos moldes tradicionais dos filmes noir, a história possui todos os arquétipos do gênero, do jornalista inescrupuloso (Danny DeVitto) à loura fatal (Kim Basinger, totalmente sem talento para atuar). O sórdido mundo das celebridades do cinema é mostrado como um grande anúncio para o sexo, à venda pelas ruas da Cidade dos Anjos. O sempre ótimo James Cromwell é um destaque, embora, a meu ver, precise ainda ter um papel menos estereotipado (o chefão, autoritário e implacável), para que seu talento realmente apareça, como aconteceu com Richard Jenkins, em O Visitante. A grande força do filme, evidentemente, está em Russel Crowe, um ator tão intenso que parece encapsular o espectador numa atmosfera onde pululam identificações.

1359 - ABBOTT E COSTELLO MEET THE KILLER BORIS KARLOFF

ABBOTT E COSTELLO MEET THE KILLER BORIS KARLOFF (USA 1949) - este é um dos mais engraçados filmes da dupla. Costello é Freddie, um camareiro de um hotel onde houve um assassinato, e todas as evidências, claro, recaem sobre ele. Ajudado pelo detetive do lugar, Casey (Abbott), Freddie galvaniza todas as cenas, sempre tirando o máximo de cada situação. Nota-se, claramente, de onde os roteiristas brasileiros de TV da década de 60 e 70 copiaram o modelo. Karloff faz apenas uma rápida aparição, totalmente desnecessária para a trama, mas importante para a comercialização do filme. Nas poucas cenas em que dar o ar da graça está, de fato, muito engraçado, com um visual meio Herculano Quintanilha (é aí que a gente percebe de onde Janete Clair tirou algumas de suas ideias...)

1358 - O DIABO A QUATRO

O DIABO A QUATRO (BRASIL, 2004) - de Alice de Andrade. O filme foca a conexão, nem tão preconceituosa assim, entre Copacabana e o mundo das prostitutas que, sozinhas ou sob a proteção do proxeneta mais próximo, representam muito do glamour noturno da Princesinha. Os elementos da violência urbana compõem o cenário: o bairro está repleto de trombadinhas e garotos de rua que sabem que não têm futuro e policiais corruptos que vendem proteção e exploram os miseráveis. Há a dondoca de classe média (papel de Chris Couto) e o político oportunista (Ney Latorraca, infelizmente num papel pequeno para seu talento). O grande destaque do filme, no entanto, é Maria Flor. Mesmo ainda insegura como atriz, já começava a mostrar lampejos daquela sutileza sensual que viria a ser uma das suas maiores e mais apreciadas características. E se há uma atriz, no escopo ontológico da anima feminina, que consiga levar um filme nas costas (no corpo, na boca, nos olhos...), ela é Maria Flor, que bate no liquidificador dos quadris um suco denso, onde boiam pedaços carnudos de apelo sexual e farelos saborosos de ingenuidade. No filme, esbanja, felinamente e fellinianamente, uma pletora de sentimentos que vai além do próprio personagem, amalgamando-se como uma versão dupla da menina-mulher pós-moderna, ao mesmo tempo decidida e frágil. Mesmo engatinhando na carreira, Maria Flor é muito mais competente do que seu companheiro de cena, o sofrível Marcelo Faria. No mais, é uma oportunidade de ver o contraste entre a Copacabana diurna, com sua rotina quase provincial e o bairro que ferve à noite, com suas prostitutas fazendo ponto nas esquinas feéricas e os inferninhos prometendo as delícias da carne. Em dólar, claro.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

1357 - POR UNS DÓLARES A MAIS


POR UNS DÓLARES A MAIS (PER QUALCHE DOLLARO IN PIÙ, ITÁLIA, ESPANHA E ALEMANHA, 1965) - o segundo filme da trilogia que Clint Eastwood fez com Sergio Leone sobreviveu ao tempo e ainda é um western vigoroso, com uma fotografia notável e uma trilha sonora soberba, sob a batura de Ennio Morricone. A decupagem do diretor italiano ainda é uma aula de cinema: ele consegue costurar com precisão as longas panorâmicas poeirentas com a música de Morricone, como se criasse, a cada sequência, uma nova leitura da cena anterior. O personagem de Clint, vestido com um poncho e sempre com uma cigarrilha pendendo da boca, acabou virando um dos ícones pop da década de 60, tamanha a força interior que o ator emana. Ele compartilha a tela com Lee Van Cleef, cuja ótima atuação não apenas ressuscitou sua carreira no cinema, como garantiu seu retorno no último filme da trilogia. Lee Marvin ia fazer este papel, mas pediu muito alto. Esta segunda edição é um grande exemplo de como as imagens cinematográficas podem se tornar um símbolo maior e mais perene como o próprio filme que as origina.

sábado, 30 de junho de 2012

1356 - ASAS DO DESEJO

ASAS DO DESEJO (WINGS OF DESIRE, ALEMANHA 1987) - de Wim Wenders. Este é um filme para quem tem dificuldade de sentir. Um dos maiores filmes de todos os tempos, equilibra na sua narrativa poética, questões existenciais de uma forma delicada e incisiva. A grande atuação de Bruno Ganz é memorável. Atenção para a fotografia em preto e branco realçando uma árida Berlim um pouco antes da queda do Muro. A participação de Peter Falk, como ele mesmo, é um toque surreal - e magistral - do grande diretor. É para rever sempre. Ver e pensar este filme é um dos maiores prazeres que alguém pode desfrutar na vida. Os desdobramentos de cada sequência reverberam na alma como pedra num lago calmo, naturalmente. É um convite a quem vive no casulo da própria busca, em qualquer tempo.

1355 - DESEJO E PERIGO

Wang Jiazhi (Wei Tang) é uma jovem chinesa que entra na faculdade durante o período de ocupação japonesa, na 2ª Guerra Mundial. Lá ela participa de um grupo de teatro patriótico, tornando-se rapidamente a artista principal. Entretanto os planos do grupo são mais ambiciosos. Eles decidem assassinar o sr. Yee (Tony Leung Chiu Wai), um colaborador do lado japonês. Wang, então, se transforma em Mak, a fictícia esposa de um mercador. Sua função é se tornar amante do sr. Yee, para facilitar a ação do grupo. Apesar de longo, o filme é uma preciosidade do diretor Ang Lee, com contornos poéticos e dramáticos que transformam a história em uma espécie de embriaguez onírica que envolve quem a assiste. É o único filme que vi no qual as cenas de sexo estão totalmente em consonância com o roteiro. Primoroso!

1354 - STAR TREK, O FILME

JORNADA NAS ESTRELAS, O FILME (STAR TREK, THE MOTION PICTURE, USA 1979) - de Robert Wise. O melhor deste filme é a reunião, num longa-metragem, do elenco original da série dos anos 60. Por outro lado, os efeitos, mesmo para a época, me parecem toscos demais, assim como a história compromete muito em função da dificuldade de resolução de algumas sequências do roteiro.

1353 - ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO

ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO (ALIEN, USA 1979) - de Ridley Scott. Hospedeiro do argumento mais original dos filmes que mostram alienígenas escondidos em naves espaciais, esta obra-prima de Scott ainda mostra força para se manter como um dos melhores filmes do gênero que mistura terror com ficção científica. Apesar dos efeitos especiais precários, a condução das cenas e o crescente suspense fazem do filme um festival de sustos que o espectador degusta como a um vinho raro. O elenco também faz a diferença. São todos ótimos atores, com destaque para Sigourney, John Hurt e Tom Skerrit.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

1352 - 2012


2012 (2012, USA 2009) - finalmente, Roland Emmerich conseguiu o que já sugeria em O Dia Depois de Amanhã e Independence Day: acabar com o mundo, tal qual o conhecemos. Partindo da premissa do apocalipse predito no calendário Maia, segundo o qual o mundo acabará em dezembro de 2012, ele procurou um enredo mostrando um painel que mistura o materialismo exarcebado dos países ricos, a vitimização do terceiro mundo, o conflito entre ciência e política, a iconoclastia em relação aos monumentos mais emblemáticos da Terra e o martírio solidário do presidente negro dos EUA diante de um tsunami que destroi a Casa Branca. Os efeitos são excelentes e sua realização é detalhada nos extras do Blu-Ray, em que o trabalho de Emmerich é exaltado com certo exagero. Atenção para a presença linda e radiante de Amanda Peet. O personagem de John Cusack sobrevive ao fim dos tempos e ainda a reconquista, o que dá a todos a esperança de que amanhã sempre poderá ser muito melhor.

terça-feira, 26 de junho de 2012

1351 - MICHAEL JACKSON: A VIDA DE UM ÍCONE


MICHAEL JACKSON: A VIDA DE UM ÍCONE (MICHAEL JACKSON: THE LIFE OF A AN ICON, USA 2011) - documentário sobre a vida de MJ, com entrevistas com a família e os amigos, realizado e narrado por seu amigo David Gest. A produção é muito bem feita e tem como aspecto original o fato de novamente trazer à cena pública cantores e produtores da Motown que fizeram grande sucesso nos anos 60, mas que acabaram esquecidos, muito por causa do apartheid musical da época, que polarizava o cenário musical entre O R&B e o pop em geral, incluindo o rock. Atenção para a entrevista-bomba de La Toya, condenando o irmão pelo suposto crime sexual com crianças, o extenuante julgamento e o melancólico capítulo final, com a morte do ídolo.

sábado, 23 de junho de 2012

1350 - CONFIAR


CONFIAR (TRUST, USA 2010) - dirigido por David Schwimmer, o Ross de Friends, o filme tinha tudo para ser meio clichê, um pouco apelativo, sem muita profundidade. De fato, não foge muito do drama já conhecido do assédio sexual e da pedofilia, especialmente em tempos de Internet. A mensagem é clara e sem muita originalidade, embora verdadeira: não se pode confiar nos relacionamentos on-line, como os que começam em chats, pois nada é o que parece. Na história, os pais de uma adolescente descobrem que ela foi vítima de um ataque sexual perpetrado por um homem de meia-idade que se fazia passar por adolescente. O ótimo Clive Owen interpreta o pai e sua atuação é, de fato, digna do seu talento. No entanto, o filme para aí: as outras atuações são pífias, bem como certas situações do roteiro. Um exemplo disso é a aproximação da menina com o homem, feita meio às pressas, sem convencimento algum.

1349 - TOY STORY

(TOY STORY, USA, 1995) - não foi à toa que John Lasseter, da Pixar, conseguiu a fama de ser um dos pioneiros da animação. Diretor e roteirista, Lasseter lançou Toy Story no momento que o CGI começava a engatinhar e fez uma pequenas obra-prima, para crianças e adultos. O roteiro é um primor de simplicidade: um cowboy de brinquedo fica com ciúmes quando seu dono, Andy, ganha de presente um astronauta, que passa ser o seu preferido. O filme é lindo e merecedor de todas as homenagens.




quinta-feira, 21 de junho de 2012

1348 - TRAIÇÃO EM HONG KONG

BOARDING GATE (FRANÇA 2007) - confuso no roteiro e impreciso nas atuações, o filme pretende ser um thriller de suspense que tem como pano de fundo uma ardente história de sexo e manipulação. No fim, não consegue ser nada disso. O bom Michael Madsen está completamente perdido num papel raso que nem a mão de um bom diretor poderia ajudar. Isto não se aplica a Olivier Assayas, que também assina o roteiro e construiu uma história pretensamente frenética, guiada pela sensualidade agressiva e exótica de Asia Argento, filha de um diretor de fato, Dario Argento. Assayas faz o filme em torno dela, como um mesmerizado espectador. Asia, uma versão latina de Uma Thurman, não tem lá musculatura dramática para levar um filme sozinha, mas é um daqueles rostos que magnetizam, se tiverem à sua disposição um bom roteiro e um diretor com alguma noção, o que não é o caso aqui.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

1347 - PROMETHEUS


(PROMETHEUS, USA 2012) - o britânico Ridley Scott marcou dois golaços no campo cinematográfico, com dois clássicos de ficção científica - Alien - O Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner (1982). Para quem gosta do gênero, Scott é uma espécie de divindade, especialmente por ter concepções originais, enquanto seus seguidores só conseguiram filmes clonados e reciclados de suas ideias. Agora, com "Prometheus", ele procura dar um prólogo para "Alien" e, ao mesmo tempo, tangenciar as premissas do antológico "Blade Runner". Este novo filme ainda exige um tempo de assimilação para se tornar um marco, como os outros dois, mas não há como negar que estamos diante de um espetáculo visualmente elaborado e intelectualmente estimulante, que flerta com a gênesis humana e as questões ontológicas pertinentes ao tema. O problema intrínseco de ter realizado uma obra seminal, como "Alien", é a dificuldade de fugir aos parâmetros cênicos do original. Portanto, lá estão os sustos, as gosmas, a invasão tentacular do ser desconhecido, os membros da equipe que inocentemente tentam contato com o incógnito, ou seja, todo o arcabouço da história cuja protagonista, Tenente Ripley, rompeu com o machismo heroico dos pioneiros do espaço. A vertente feminista continua agora, com Noomi Rapace e Charlize Theron nos papeis de mais destaque. Neste primeiro momento, não achei os personagens de Michael Fassbender e de Charlize Theron à altura de seus intérpretes: os dois são atores talentosos demais para se limitarem a atuações literalmente robóticas (leve pisada na bola de Scott que, no entanto, tem crédito na casa). Há quem vá achar o filme muito pretensioso, em função de sua abordagem filosófica, cosmológica e teológica, beirando o hermetismo conceitual que costuma ser a armadilha de tais roteiros. Aí, talvez, esteja o ponto nodal da trama: a mistura da curiosidade pelo desconhecido com a fascinação pelo impossível. A criatura primeva - os humanos? os aliens? - realmente causa ojeriza, mas esta repulsa faz parte de um discurso narrativo global que não é apenas prazeroso, mas cujo prazer potencial depende da confirmação da existência do monstro como ser que viola, desafia e problematiza as classificações culturais e metafísicas vigentes. Esperava mais do filme e de Scott, que muito prometeu, mas pouco cumpriu.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

1346 - TWO AND A HALF MEN - QUINTA TEMPORADA

TWO AND A HALF MEN, QUINTA TEMPORADA (USA 2008) –esta temporada tem episódios memoráveis. Um deles é uma paródia do C.S.I., no qual um corpo é encontrado na cama de Charlie, e a polícia passa a procurar o assassino. Em outros, Charlie se reinventa como cantor de músicas para crianças. Um muito engraçado é quando Alan se submete a um teste de um novo remédio e começa a sentir o que ele acha serem os efeitos colaterais. Nesta temporada, Robert Wagner faz o namorado de Evelyn. 

1345 - O SEGREDO DAS VIÚVAS

O SEGREDO DAS VIÚVAS (LOVE NEST, USA 1951) – o roteiro é igual a muitos das sitcoms da década de 50: casal compra um prédio antigo, cheio de problemas estruturais e inquilinos supostamente engraçados, que causam confusões inesperadas. Nada, porém, que chegue ao nível de I Love Lucy ou The Dick Van Dyke Show, com Mary Tyler Moore. O que chama  atenção neste filme é a participação de Marilyn Moore, ainda longe da fama, meio escondida entre o elenco de apoio. No entanto, aí é que se vê como ela tinha msmo nascido para a lente da câmera e para o estrelato, apesar de ter sido uma atriz mediana: nas suas poucas cenas, ela brilha tão intensamente que a gente logo se esquece da protagonista – a nem tão bonita assim June Haver – e começamos a esperar que ela apareça na cena seguinte. Numa das sequências, ela aparece de biquini, o que obrigou o diretor Joseph M. Newman a fechar o set durante a gravação, devido à comoção compreensivelmente causada.

1344 - GLADIADOR

GLADIADOR (GLADIATOR, USA 2000) – de Ridley Scott. Eis um filme que ficou melhor ainda em Blu-Ray: a primeira – e impressionante – batalha cresceu em dramaticidade e impacto, além, claro, das magníficas cenas no Coliseu, que assumiram uma grandiosidade enebriante com a dosagem titânica de linhas em alta definição. Agora, tenho um pouco mais de paciência com Joaquin Phoenix e reconheço que, como Commodus, ele realmente personifica o Mal elevado à maxima potência, embora estereotipe em algumas cenas. Não há como não se emocionar com as derradeiras atuações de Richard Harris e Oliver Reed. Outra coisa: é uma bela história que sublima os clichês do gênero, misturando ótimos efeitos e diálogos enxutos, para reforçar a intenção de Scott de recriar uma Roma antiga mais realista. E, acima de tudo, há Russel Crowe, um ator tão visceral e tão arrebatador em suas performances, que nos põe a dialogar com ele, em cada cena que aparece.

domingo, 10 de junho de 2012

1343 - O RITO

O RITUAL (THE RITE, USA 2011) – o filme segue, de certa forma, o mesmo ritual dos filmes de exorcismo: um padre novato, cético, claro, conhece um bem mais velho (o grande Anthony Hopkins), que o convence da existência do demônio e o inicia na prática do expurgo dos maus espíritos. O personagem de Alice Braga não tem muito sentido e fica entre o politicamente correto e a intenção de passar mensagem alguma. Rutger Hauer tem uma participação pequena, mas marcante. E é de se lamentar que não se tenha dado mais espaço para Maria Grazia Cuccinota, a bela italiana do poético O Carteiro e o Poeta. Creio que o roteiro não se sustentaria sem a presença dramática de Hopkins que, convenhamos, mereceria filmes melhores. 

1342 - DEIXE-ME ENTRAR

DEIXE-ME ENTRAR (LET ME IN, USA 2010) – o diretor americano Matt Reeves repetiu, quase que quadro a quadro, a produção sueca “Deixa Ela Entrar”, de 2008. O que pode parecer falta de originalidade é, de fato, um sinal de reverência ao diretor Thomas Alfredson, que pilotou o original com grande talento. Só assim se pode entender uma refilmagem tão reflexa, que praticamente refaz quase tudo, apenas se limitando às adaptações necessárias ao entorno americano. Quem viu o filme sueco pode cotejar as duas produções, sendo que a original tem um tom ligeiramente mais sombrio. Este é um bom exemplo de como a ficção de horror exerce seu fascínio no publico, ao caracterizar o personagem principal (a menina Abby) como um ser impuro, reconhecidamente fora da ordem natural das coisas tal como ela é estabelecida por nosso esquema conceitual: Abby é a imagem da inocência. Apenas a imagem. No resto, tudo muito igualzinho. Podia até se chamar “Deixa-me Refilmar”. 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

1341 - TODA FORMA DE AMOR

TODA FORMA DE AMOR (BEGINNERS, 2011) – perto dos 40 anos, Oliver (Ewan McGregor, estupendo) perde a mãe e seu pai anuncia que vai se assumir “gay”. Estes fatos o atingem e forma devastadora, o que vai dar início a uma resconstrução pessoal tendo como contraponto a felicidade libertária do pai. Christopher Plummer que, aos 82 anos, tornou-se o ator mais velho a receber o Oscar, tem uma atuação emocionante e inspiradora, sublinhando com sutilezas as alegrias recém-descobertas, a partir do momento que saiu do armário e passa a ter contato com a beleza desajeitada da autodescoberta. No entanto, é o escocês Ewan Mcgregor a alma do filme, no papel do filho que começa a se descobrir muito menos corajoso que o pai, especialmente diante da possibilidade de ser feliz com a francesa Ana (Mélaine Laurent, de Bastardos Inglórios). A percepção do passar do tempo se agudiza dramaticamente quando um fato inesperado abrevia esta fase de descoberta do próprio pai. E atenção para Arthur, o cachorro de Oliver. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

1340 - UM CONTO CHINÊS

UM CONTO CHINÊS (UM CUENTO CHINO, ARGENTINA, 2001) o filme é uma dessas joias que, felizmente, o cinema portenho vem nos oferecendo há alguns anos. É incrível como os argentinos desenvolveram a capacidade de contar com simplicidade, bons diálogos e ótimos atores uma história cotidiana que em mãos menos hábeis não teria o mesmo resultado. “Um Conto Chinês” prima pelo bom humor e pela capacidade de se fazer bom cinema com donaire, sem efeitos de câmera publicitária como gostam os diretores brasileiros, e para grandes plateias. E eles ainda têm a sorte de contar com patrimônio nacional, que é Ricardo Darín, sustentando sozinho esta comédia dramática do diretor Sebastián Borensztein. Enxuto no tom, austero na encenação, simples mas preciso na execução e primorosamente escrito, o filme se alinha a uma corrente que vem ganhando corpo no cinema argentino: competência no drama sentimental (sem os arroubos tradicionalmente trágicos em excesso que caracterizam a “anima” portenha), no realismo  intransigente, na vocação memorialista e no experimentalismo. Aqui, o choque de culturas ganha novos contornos ao colocar frente a frente, num golpe do destino, um chinês perdido em Buenos Aires e o metódico e rabugento dono de uma pequena loja de ferragens, vivido com brilhantismo por Darín. É deste encontro inusitado que vai aflorar um resgate marcante com emoção perdida nos desvãos das vidas de duas pessoas tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão idênticas na capacidade de experimentar a própria dor. 

1339 - ARMADILHA DO DESTINO

ARMADILHA DO DESTINO (WRECKED, USA 2010) – este é um daqueles filmes que começa pelo fim: no meio de um bosque, um homem (Adrien Brody) acorda dentro de um carro, após um acidente que provoca a morte dos outros ocupantes, e, muito machucado, não se recorda de nada. Então, tenta sair das duas prisões – a primeira são as ferragens do próprio carro e a segunda, a solidão da floresta. Aos poucos, as lembranças vão voltando. É um roteiro difícil, principalmente para o protagonista, pois ele tem que praticamente atuar sozinho, com pouquíssimas falas. O que salva o filme é precisamente é a atuação correta e sensível de Brody que, por sinal, vem se esforçando para conseguir bons papeis, desde que conseguiu o Oscar, em 2002, por seu trabalho em O Pianista. 



1338 - O PODER E A LEI

O PODER E A LEI (LINCOLN LAYWER, USA 2011) - Michael Haller (Matthew McConaughey, surpreendentemente bem no papel) um advogado criminal que procura o seu grande caso para o sucesso mas que no entanto vai aproveitando as oportunidades que lhe aparece para ganhar algum dinheiro defendendo toda a espécie de clientes. Sem se esforçar muito aceita na maior parte das vezes casos fáceis de ganhar algum dinheiro simples tais com motoqueiros, prostitutas, vigarista, motoristas bêbados e traficantes de droga, de forma a garantir o seu ganho do dia-a-dia, pois para este advogado a lei raramente é sobre a culpa ou inocência - é sobre a negociação e a manipulação. Às vezes é até mesmo sobre a justiça. Mas certo dia o grande caso da sua vida aparece e tudo aparenta que vai mudar o ruma da sua carreira, defender um rico playboy que se meteu num grande problema, porque acaba por ser acusado de violação e tentativa de assassinato de uma prostituta. 
Aparentemente o que parecia a Michael mais um caso fácil onde podia ganhar grandes somas de dinheiro fácil, acaba por descobri que afinal não mergulhou no mar de rosas, mas que tudo acaba por muda de figura quando na realidade ele descobre que este caso lhe transforma a vida num louco e perigoso jogo de sobrevivência. Descobre que o cliente mente e encobre uma verdadeira intriga chegando mesmo a identificar que poderá haver ligação com um anterior, estranho e misterioso caso passado pelas suas mãos, cujo ex-cliente compre pena de prisão. Para escapar sem ser queimado, ele deve implementar cada estratégia, despiste, e instinto como sua fiel arma para poder desta vez salvar sua própria vida e de sua família.