sábado, 30 de novembro de 2013

2186 - LEE HARVEY OSWALD: 48 HORAS PARA VIVER

2185 - OS FILMES PERDIDOS DE KENNEDY

Os Kennedys foram uma família com uma imagem pública brilhante, mas ao mesmo tempo com uma vida familiar intensamente privada. Filmes caseiros revelam a história pouco conhecida do clã Kennedy, desde 1935 até 1961, quando JFK foi eleito presidente dos Estados Unidos. Entrevistas com pessoas próximas à família, cartas íntimas e outros documentos pessoais dos nove filhos de Kennedy constituem fontes originais dessa história, onde, combinadas com gravações de áudio inéditas, os Kennedy poderão contar sua história com suas próprias palavras.

2184 - O ASSASSINATO DE KENNEDY

As últimas ações de Lee Oswald após os acontecimentos em Dallas são documentadas neste especial, sob uma nova perspectiva, tanto sobre ele próprio como sobre o assassinato de Kennedy. A polícia de Dallas estava convencida de que ele era o único suspeito do assassinato, mas ele morreu dois dias após o falecimento do presidente. As 48 horas após o assassinato refletem os desafios dos 50 anos de Lee Harvey Oswald.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

2183 - A NEGOCIAÇÃO

(ARBITRAGE, USA 2012) - Dos filmes recentes que têm o colapso econômico como pano de fundo, A Negociação  é o mais acessível, porque não é preciso entender a crise para se conectar com o dilema moral que está no centro da trama. Ao sujeitar o protagonista a um impasse duplo, o roteirista e diretor Nicholas Jarecki (The Informers - Geração Perdida) os torna uma coisa só: responder pela morte da amante equivale a responder pela fraude, e vice-versa. Um tema árido, o subtexto financeiro, então se torna mais palatável, na forma do thriller de adultério. E se tem um ator que entende de história de traição - fora Michael Douglas - é Richard Gere. Em A Negociação ele não só refaz com Susan Sarandon o casal partido de DANÇA COMIGO como repete seus cacoetes já vistos em filmes de triângulos amorosos como Desejos e INFIDELIDADE. Não há nada mais familiar do que já saber, nas cenas mais tensas, que Gere vai piscar os olhos mais rápido para transmitir nervosismo. Se o ator acabou indicado ao GLOBO DE OURO por A Negociação, não foi porque surpreendeu no papel - foi porque confirmou seus tiques mais eficientes.

domingo, 24 de novembro de 2013

2182 - O AMOR PODE DAR CERTO

(GRIFFIN & PHOENIX, USA 2006) - It's about time, é o que fiquei pensando enquanto assistia a este drama romântico sobre duas pessoas que descobrem o amor, justamente quando se veem diante das limitações de tempo que a vida pode impor. Dermot Mulroney mostra, mais uma vez, que é um bom ator que não foi muito aproveitado na sua carreira. Seu personagem, Griffin, lhe dá espaço para uma atuação correta e sensível. Amanda Peet, a Phoenix, está linda e leve, como sempre. Sempre acho interessante quando um filme nos coloca a questão do amor e do tempo. Aqui, temos a chance de constatar que esquecer o futuro pode representar um presente de melhor qualidade. É uma refilmagem do filme de 1976, com Peter Falk. Atenção para o simbolismo dos nomes dos personagens.
 

sábado, 23 de novembro de 2013

2181 - OS KENNEDYS

(THE KENNEDYS, USA 2011) - Oito episódios contando a saga da família Kennedy. Quem domina a cena nos três primeiros episódios é Tom Wilkson, como o patriarca Joe Kennedy, dando as diretrizes para que seu filhos, primeiro Joe Jr, e, depois, John, chegassem à Casa Branca. Greg Kinnear está bem parecido com Kennedy, emulando os trejeitos e a voz de maneira muito convincente. Katie Holmes faz uma Jackie melancólica, mas verdadeira, bem próxima da verdadeira Primeira Dama. Tudo feito num tom meio novelão mexicano, o que, na verdade, era mais ou menos o que acontecia na Camelot ianque. De qualquer forma, o estilo didático oferece um panorama histórico para os menos familiarizados com os Kennedys antes do assassinato do presidente, em Dallas, há exatos 50 anos.
 

2180 - JFK - TRÊS TIROS QUE MUDARAM A AMÉRICA


(JFK: THREE SHOTS THAT CHANGED AMERICA, USA 2009) - Impressionante documentário sobre o assassinato de John Kennedy, com imagens cruas feitas no dia de sua chegada a Dallas e nas semanas seguintes, quando o mundo coçava a cabeça para entender o que havia acontecido naquele dia 23 de novembro de 1963. A sensação é de estar vendo os acontecimentos como se fosse hoje.
 

2179 - SEM PROTEÇÃO

(THE COMPANY YOU KEEP, USA 2012) - Robert Redford dirige e protagoniza este razoável thriller policial, em que ele faz um ex-terrorista que, depois de anos incógnito, passa a ser perseguido pela polícia. A única coisa que mais chama a atenção é a presença de alguns nomes famosos como: Julie Christie, Susan Sarandon, Nick Nolte, Chris Cooper, Stanley Tucci, Richard Jenkins, Brendan Gleeson, Sam Elliot e a queridinha do momento, Brit Marling. Aparte Christie, Gleeson e Marling, todos têm cenas rápidas. O roteiro aponta para uma reflexão sobre a perda da inocência e deixa muitas pontas soltas, como, por exemplo, a definição do personagem-chave de Susan Sarandon. Shia LaBeouf interpreta o repórter investigativo que deslinda a trama, mas sua atuação não convence.
 

2178 - ESTAMIRA

(BRASIL, 2004) - Trabalhando há cerca de duas décadas em um aterro sanitário, situado em Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, Estamira Gomes de Sousa é uma mulher de 63 anos, que sofre de distúrbios mentais. O local recebe mais de oito mil toneladas de lixo da cidade do Rio de Janeiro, diariamente, e é também sua moradia. Com seu discurso filosófico e poético, em meio a frases, muitas vezes, sem sentido, Estamira analisa questões de interesse global fala também com uma lucidez impressionante e permite que o espectador possa repensar a loucura de cada um, inclusive a dela, moradora e sobrevivente de um lixão.
 

2177 - LIXO EXTRAORDINÁRIO

O documentário concorreu ao Oscar em 2011 e mostra um projeto do artista plástico Vik Muniz no maior aterro sanitário do mundo, Gramacho, no Rio de Janeiro. O filme conta como foi a experiência do artista Vik Muniz ao fazer arte com lixo e transformar a vida de um grupo de catadores.
O filme mostra a vida difícil de pessoas que vivem literalmente no lixo e que dependem dele para a sobrevivência. O artista, que nasceu na classe média baixa paulistana e hoje é um dos maiores expoentes das artes visuais no mundo, trabalha com colagens e montagens de materiais diversos para formar retratos.
 

domingo, 17 de novembro de 2013

2176 - 360

(360, Uk, Áustria, França, Brasil, 2011) - Fernando Meirelles dirige este filme que conta a história de várias pessoas, em diversas partes do mundo. A melhor parte, para mim, é a cena em que Maria Flor contracena com Anthony Hopkins, em um aeroporto. Diante do grandíssimo Hopkins, ela tem uma atuação leve, verdadeira e altamente convincente. Além de estar linda, como sempre. Jude Law e Raquel Weisz também estão no elenco. É um daqueles filmes para meditar durante e depois, mas que, de forma alguma, é chato ou pedante. Gosto de filmes que procuram discutir a natureza das relações afetivas, e esse cumpre bem a premissa.
 

2175 - A PRAIA DOS BIQUINIS

(BIKINI BEACH, USA 1964) - Aventura desmiolada sobre a juventude americana do início da década de 60, já muito influenciada pelo pop britânico, e com os ícones juvenis da época: Frankie Avalon e Annette Funicello. Dá para ver como curiosidade histórica e, especialmente, pela presença de um Stevie Wonder menininho, cantando já no final do filme, e pela participação inusitada de Boris Karlof, cuja cinebiografia não tem nada a ver com este tipo de produção. Por isso mesmo, acaba dando certo. Não posso deixar de mencionar o engraçado personagem Eric Von Zipper, o líder de uma gangue de motoqueiros, que sempre acaba se hipnotizando ao colocar o dedo indicador na testa. Nada de mais, porém vale uma olhada, porque é um registro do que era a juventude naqueles tempos.
 

2174 - SOB FOGO CERRADO

(UNDER FIRE, USA 1983) - Três jornalistas estão na Nicarágua, durante os últimos dias da ditadura de Somoza, para fazer a cobertura do conflito entre o governo e os revolucionários sandinistas. Nick Nolte está perfeito como o fotógrafo honesto e corajoso que se envolve com Claire (Joanna Cassidy, com o pior corte de cabelo já visto, até então, na história do cinema) e ajuda o chefe, Alex (Gene Hackman, soberbo, como sempre) a obter o foto do chefe da guerrilha, Rafael. Aí é que entra um fator interessante que me fez lembrar de BLOW UP: Nolte é capturado pelos revolucionários e é obrigado a fazer uma foto de Rafael, que morrera dias antes, como se estivesse vivo, a fim de desmoralizar o governo de Somoza. É aquele tipo de filme que envolve o espectador do início ao fim, em função da força das imagens e das atuações do elenco. UNDER FIRE faz parte do pacote de filmes feitos na década de 80 mostrando jornalistas cobrindo guerras, como UM GRITO DE LIBERDADE.
 

sábado, 16 de novembro de 2013

2173 - JOÃO E MARIA, CAÇADORES DE BRUXAS

(HANSEL & GRETEL: WITCH HUNTERS, USA 2013) - versão gore da fábula clássica dos irmãos Grimm, não tem mais nem menos banho de sangue do que muitos filmes de baixo orçamento ou produções direto para DVD voltadas para o mercado do terror. Para uma produção de grande estúdio que pega carona na moda dos contos de fada, porém, a litragem de sangue até que é bem inesperada. Não convém aqui discutir se foi uma boa estratégia ou se a violência cartunesca misturada com fábula infantil vai cair num vácuo demográfico (o filme pode ser impróprio para pré-adolescentes e considerado bobo por adolescentes). A questão é que a surpresa de ver astros como Jeremy Renner e Gemma Arterton besuntados de sangue falso é a única atração deste filme - que, de resto, é um grande equívoco de concepção e execução. Na comparação, João e Maria - Caçadores de Bruxas faz ABRAHAM LINCOLN, CAÇADOR DE VAMPIROS parecer muito sofisticado. O parentesco mais próximo é com VAN HELSING, não só porque as armas e os figurinos parecem reaproveitados do filme de 2004 (quando teremos um blockbuster sem vergonha de se assumir steampunk?), mas principalmente porque ambos tentam contar uma história medieval com uma linguagem pop e terminam num indeciso meio termo, descaracterizando tudo. Talvez um dia João e Maria - Caçadores de Bruxas seja visto como uma transgressora obra de arte que implode a lógica das franquias hollywoodianas ao revelar parodicamente suas entranhas, uma bomba de metalinguagem que deixa estilhaços e vísceras por todos os lados. Até lá, é só um filme com a ilusão de que pode imitar Os Vingadores (a superequipe com suas armas viradas pra câmera no final), o modelo de franquia hoje, como se ninguém fosse perceber.
 

2172 - FRANKENWEENIE

(USA 2012) - Mais uma obra-prima de Tim Burton. O jovem Victor Frankenstein adora seu cãozinho Sparky, tanto que o transforma em astro de seus filmes caseiros de monstros, nos quais é sempre o herói. Um dia, Sparky é atropelado e morre. Incorformado, e estimulado pelo professor de ciências do colégio, Victor desenterra o cão e o traz de volta à vida, através da eletricidade gerada por uma tempestade. Burton usa todo o universo de FRANKENSTEIN, filme de 1931, para recriar uma história singela e, sim, um pouco pertubadora, pois nos coloca, novamente, diante do fato (quase) inexorável da morte e das consequências, se nos fosse dada a oportunidade de revertê-la. Há referências a NOSFERATU, de Murnau, JURASSIC PARK, BATMAN, GREMLINS, OS PÁSSAROS, e A NOIVA DE FRANKENSTEIN, entre outros monstros clássicos da Universal. Muito legal, como quase tudo que Burton faz. Por incrível que pareça, Johnny Depp e Helena Borhan-Carter não estão nesta versão em stop-motion do curta feito pelo próprio Burton, no início de sua carreira. O ato do amor transformador do mundo e das coisas raramente recebeu tanta atenção e expressão nos últimos anos como neste filme. A beleza do filme de Burton está mais próxima daquela concebida por Scorcese em Hugo: a beleza da paixão. Dois filmes que, curiosamente, realizam o embate entre o novo e o velho, entre seus personagens juvenis (na pré-adolescência) e um mundo antigo, de muitos mistérios. Aqui, trata-se da necessidade de revisitar um filme morto, de colocar em jogo uma narrativa antiga e dar-lhe a reatualização necessária. A inocência parece ser convocada para dar vida a olhos cansados. E, claro, Burton deixa evidente a mensagem de que, mais que nunca, é preciso botar fé na ciência.
 

2171 - JOGOS VORAZES

(THE HUNGER GAMES, USA 2012) - Não sei se por não ter lido os livros de Suzanne Collins, com 30 milhões de exemplares vendidos no mundo, nos quais o filme foi baseado, mas, digo e dou fé, o filme, para mim, é muito ruim. Apesar de alguns excelentes atores (Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Donald Sutherland) a trama não empolga e é totalmente sem graça, como a protagonista, Jennifer Lawrence que, embora ganhadora do Oscar por O LADO BOM DA VIDA, tem, neste filme, pelo menos, uma atuação comparável a uma porta. Emulando o universo distópico criado pro George Orwell em "1984", JOGOS VORAZES retrata o confronto social entre duas castas bem distintas e nada originais - os pobres injustiçados e os ricos bobocas, que se divertem com as maiores platitudes da vida. A meu ver, nada que contribua para alguma reflexão sobre estados totalitários, o papel da mídia e a evolução das classes sociais.
 

domingo, 10 de novembro de 2013

2170 - O INCRÍVEL HULK

(THE INCREDIBLE HULK, USA 2008) - Apesar da presença do excelente Edward Norton no papel de Bruce Banner, o filme é muito ruim. O que chama mais a atenção é seu início, no Rio de Janeiro, com um cenário e ação que lembram muito TROPA DE ELITE. Neste intróito, a única coisa que causa impacto mesmo é a beleza estonteante de Débora Nascimento, que contracena rapidamente com Norton (olhaí do lado...). O CG responsável pelo layout do Hulk é mais que lamentável, assim como aconteceu no outro filme, com Eric Bana. O herói, aqui, é uma massa gelatinosa, quase um desenho animado, muito aquém de outras criações bem bacanas, como o HOMEM-ARANHA, por exemplo. William Hurt também está subaproveitado, assim como o ótimo Tim Roth. Lou Ferrigno faz uma ponta, o que é muito pouco em face à sua importância para o personagem Hulk. No mais, é só reafirmar meu ponto de vista em relação à relevância duvidosa de um super-herói cujas únicas (e questionáveis) características se resumem ao fato de ficar com raiva e destruir tudo que vir pela frente. Fuja.
 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

2169 - EM BUSCA DO AMOR

(THE CITY OF YOUR FINAL DESTINATION, USA 2009) - Os dois títulos desconexos me chamaram a atenção, assim como o elenco com dois atores imperdíveis: Anthony Hopkins e Laura Linney. Um professor de literatura vai até o Uruguai para convencer a família de um escritor recém-falecido a permitir que ele escreva sua biografia. Lá, tem que se entender com o que sobrou da vida do escritor: a viúva (Linney), o irmão (Hopkins) e a amante (Charlotte Gainsbourg). Embora tenha gostado da premissa envolvendo a questão das biografias - na moda, atualmente - a história não se resolve plenamente, e Hopkins e Linney acabam completamente desperdiçados.
 

domingo, 3 de novembro de 2013

2168 - MISSÃO IMPOSSÍVEL 3

(MISSION IMPOSSIBLE 3, USA 2006) - A direção de J.J. Abrams e a escolha de Philip Seymour Hoffman como o vilão é o que faz este filme se destacar na comparação com os dois primeiros da série. Na época, Hoffman tinha acabado de ganhar o Oscar por CAPOTE. É um ator excepcional! Muita ação, diálogos precisos e algumas cenas de tirar o fôlego (apesar da artificialidade visivel de alguns CGIs). Tom Cruise continua dando o máximo de si nas sequências de ação, o que nos faz ter uma empatia instantânea com o personagem Ethan Hunt que, agora, está prestes a se casar com Julia (Michele Monaghan). Laurence Fishburne faz o chefe mais crível já visto em filmes do gênero. Ah, e é sempre bom poder contar com o gente boa Ving Rhames para salvar a nossa pele no último minuto, não Ethan?
 

sábado, 2 de novembro de 2013

2167 - PROCURA-SE UM AMIGO PARA O FIM DO MUNDO

(SEEKING A FRIEND FOR THE END OF THE WORLD, USA 2012) - O mundo vai acabar em alguns dias - um meteoro gigante vai colidir com a Terra. Dodge (Steve Carell) e Penny (Keira Knightley) estão na estrada, cada um atrás de seus sonhos. Nesta busca, aprendem que a felicidade pode, sim, estar nos seus últimos dias. A história, uma fábula, é linda e triste, muito triste, especialmente quando pensamos em tudo o que jogamos fora afetivamente, sem saber que a felicidade pode estar ali, no momento que vivemos. A redescoberta da consciência do que pode ser o verdadeiro sentimento se impõe com a proximidade do fim do mundo. Confesso que ainda estou impactado com o filme e nem sei muito bem o que dizer sobre as sensações que ele provoca. Certamente, é um daqueles filmes que possuem muito mais do que aparentemente mostram. O filme de apocalipse - e seu subgênero do terror de mortos-vivos - nunca esteve tão vivo na cultura pop. Isso se parece muito com a abordagem da pós-modernidade de Bauman. O conceito de uma sociedade em fragmentada (Bauman de novo!), em que tudo o que as pessoas têm é o outro, sem o apoio de tecnologia, governo ou mídia, demonstra uma certa nostalgia de um passado recente, em que o convívio existia de maneira física, sem a interferência tecnológica que vivemos diariamente hoje. A nostalgia do contato é claramente colocada, e o roteiro aproveita para reforçar a regressão tecnológica também através da música. A personagem de Keira anda o tempo todo abraçada aos seus LPs - e explica como reconhecer um bom vinil: quanto mais grosso o disco são mais fundos os sulcos, o que melhora a qualidade do som. Quanto mais "físico", melhor. Claro que isso nos remete à decadência da qualidade das relações de amizade hoje em dia, na baumaniana pós-modernidade. Não é à toa que o título inclua a palavra "amigo" como a derradeira busca num mundo terminal. Amigo como você, Marcelo. A combinação de sátira, road trip e comédia romântica é primorosa. Os protagonistas (ambos desiludidos nas suas relações afetivas) se tornam companheiros numa jornada que termina (ou começa) em amor antes que o mundo acabe. Se pararmos para pensar, todos nós vivemos num mundo que, em algum dia, vai acabar, não necessariamente na mesma hora que vai acabar para os outros. Portanto, as implicações sugeridas pelo filme não se limitariam ao cenário apocalíptico. De uma maneira ou de outra, todos nós estamos diante do fim do mundo, se considerarmos nossa própria mortalidade. A questão fundamental é com quem você passaria seus últimos momentos sobre a Terra, e por que não está com esta pessoa agora? Vale ver de novo, se você suportar bem a tristeza. A última cena é uma das coisas mais emocionantes que já vi no cinema, quando Dodge está tão feliz por ter finalmente encontrado alguém com quem tem completa conexão, que ele nem liga para o fim iminente do mundo. Carell, uma versão moderna de Peter Sellers, está esplêndido, quase sem falas, quase sem muita expressão facial, meio Charile Brown, e Keira, linda e emocionante. O personagem de Carell sou eu.
 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

2166 - TUBARÃO 2

(JAWS 2, USA 1978) - O filme é um lixo, o roteiro não presta e quase nada lembra o estrondoso sucesso de Spielberg, diretor do primeiro filme. Só há uma razão para se perder tempo com TUBARÃO 2: Roy Scheider. Assim como no filme original, Scheider mostra que é um excelente ator, principalmente nos closes e nos silêncios altamente expressivos. É pena que sua carreira, depois de TUBARÃO, não tenha decolado como ele merecia. Nos anos subsequentes, Scheider só participou de filmes de baixa qualidade ou qualquer relevância. Lembro de seu primeiro papel, em TUMBA MALDITA (1964), e em KLUTE, com Jane Fonda.