sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

2244 - DOCUMENTÁRIO BELA LUGOSI

(BELA LUGOSI DOCUMENTARY) -There are many interesting aspects of Lugosi's life that are unspoken of because of the impact of his role as Dracula, in the 1931 Universal movie. Lugosi fought in World War I because he disagreed with the fact that actors in Hungary, his home place, were exempt from military service. He was also a famous actor in Europe in those days. According to the testimony of his son, he was very educated, a fierce reader and always interested in cultural matters. Due to his sucess with the play DRACULA, Universal Studios invited him to replay the role ina a feature motion picture. Lugosi was prepared to exude everything that was required for the role in screen and was a big success. At the end of his life, Lugosi faced the problem with drugs and was the first Hollywood star to reveal his addiction. Worshiped by director Ed Wood, Lugosi still had the chance to work in low-budget productions with him and, in 1956, died with a script in his hand. Below, a sad moment: Lugosi is interviwed when coming out of a rehab.

2243 - ENCONTROS E DESENCONTROS

(LOST IN TRANSLATION, USA 2003) - Adoro este filme escrito e dirigido por Sofia Coppola, por vários motivos: a história é original, sem lugares-comuns, e propõe questões interessantes sobre a solidão cósmica de que falava Ortega y Gasset, aquela que não pode ser comunicada em palavras que se perdem na tradução, como indica o título em inglês, muito mais apropriado ao enredo. Claro, há também Scarlet Johansson, linda e solitária num hotel em Tóquio, deixada de lado pelo marido que só pensa em trabalhar (Giovanni Ribisi, que fazia o irmão meio doido de Phoebe, em FRIENDS). E há Bill Murray, um dos maiores atores de todos os tempos, naquele seu jeito quase sem palavras, exercitando muito mais o olhar e os trejeitos de corpo, para transmitir as conclusões que tirou sobre sua vida solitária. LOST IN TRANSLATION é um filme que nos faz entender que todos somos solitários, do primeiro ao último dia da vida, e que negar isso só pode nos fazer ainda mais infelizes. Ah, não perca as cenas em que Scarlett aparece de shortinho, no quarto do hotel. Além de tudo, ela tem pés lindos... uma coisa!

2242 - A ILHA MISTERIOSA

(THE MYSTERIOUS ISLAND, USA 1961) - Este é um dos filmes que mais me marcaram. Há vários motivos para isso. Um deles é a impactante trilha sonora de Bernad Herman que, logo nos créditos iniciais, já nos coloca no clima da história de Julio Verne. Um grupo de prisioneiros escapa de uma prisão nos EUA, de balão, e chega a uma ilha no meio do Pacífico. Lá, tem que enfrentar criaturas gigantescas, até encontrar, já no fim da vida, o capitão Nemo (o tcheco Herbert Lom, num papel brilhantemente dramático) escondido com o Nautilus, numa das cavernas do lugar. Assim como acontece nas obras de Verne, o convite ao fantástico vai tomando conta do espectador, de uma forma irresistível. Para mim, um clássico.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

2241 - GEORGE REEVES DOCUMENTARY

(THE PERILS OF A SUPERHERO) - Documentary about the life and career of George Reeves, the star of THE ADVENTURES OF SUPERMAN, produced along the 50's and a big hit on american TV and also when broadcasted abroad, inclusive in Brasil, according to my early childhood memories. The documentary focuses on his attempts to pursue a career in the cinema and his decision to take the part of Superman, in a TV show. It turned that the show was a hit, and George became a star overnight, a log term drem of his. After seven seasons, THE ADVENTURES OF SUPERMAN was cancelled and George had to face the fact that the was so stereotyped by the character that he could not find any other role to play wheresoever. Although he had the makings of a good actor, he found himself in a whirpool of emotions due to his troubled love life and heavy drinking. By the end of 1959, he was found dead in his bedroom, with a bullet in his forehead. The police considered it a suicide.


2240 - TRAPAÇA

(AMERICAN HUSTLE, USA 2013) - Concorrendo em dez categorias do Oscar deste ano, TRAPAÇA é uma justa homeagem do diretor David O. Russell ao grande mestre Martin Scorsese, desde a carpintaria caprichada do roteiro, que apresenta uma história narrada em detalhes vivos e ritmo intoxicante, à composição dos personagens - um pouco caricatos demais, é verdade - , sempre prontos para subverter as lógica de seu mundo muito particular. O incrível e supertalentoso Christian Bale mais uma vez se impõe a uma transformação física inacreditável e arrasa na interpretação cínica de Irving Rosenfeld, golpista por vocação e convicção, que se associa a Sydney (a igualmente formidável Amy Adams) para fazer isso mesmo que o título em português sugere. Jennifer Lawrence supreende com uma boa atuação e inesperada sensualidade.

2239 - SHERLOCK HOLMES E A MULHER ARANHA

(THE SPIDER WOMAN, USA 1944) - Na década de 40, foram feitos 14 filmes sobre o personagem mais famoso de Sir Arthur Conan Doyle, com a dupla Basil Rathbone e Nigel Bruce, como Sherlock e o Dr. Watson. O sul-africano Rathbone, com seu nariz aquilino, voz grave e postura aristocrática, era o ator talhado para viver o detetive mais famoso da literatura mundial. Esta série da Universal tem um charme inigualável que seduziu gerações cinéfilos, principalmente porque fazia ótimas adaptações literárias para a tela grande, além de contar com ótimos atores - os melhores da sua época. Em A MULHER ARANHA, destacam-se os diálogos rápidos e espirituosos e o entrosamento perfeito entre Rathbone e Bruce. Um clássico.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

2238 - AMOR DE DANÇARINA

(DANCING LADY, USA 1933) - Este é um filme curioso, estrelado por Joan Crawford e Clark Gable - ela é uma dançarina aspirante ao sucesso, e ele é o diretor, todo marrento, de um espetáculo na Broadway - em que temos a presença de Os Três Patetas e a primeira participação de Fred Astaire no cinema, usando sua cartola e fraque. Crawford tem uma atuação meio histérica, principalmente nos números de dança. Vale ver pelas participações inusitadas.

2237 - O CAMELO PRETO

(THE BLACK CAMEL, USA 1931) - Este é o segundo filme da série sobre as histórias de Charlie Chan, estrelada pelo sueco Warner Oland, então grande astro da Fox. Tanto que, para esta produção, Oland contou com Bela Lugosi, que vinha do grande sucesso de DRÁCULA. Aliás, o grande prazer do filme é assistir à interação entre os dois famosos atores, curiosamente estrangeiros que venceram na já elitista Hollywood. A história se passa em Honolulu, onde uma atriz famosa é assassinada. Chan, com sua maneira zen, vai reconstruindo os passos do suposto criminoso, apenas contando com seu poder de observação e de dedução, como faria o Sherlock Holmes de Basil Rathbone, uma década depois. Um clássico dos anos 30.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

2236 - J. EDGAR

(J. EDGARD, USA 2011) - Clint Eastwood, mais uma vez, dirige um filme sensível e marcante, do ponto de vista técnico e artístico. Devo dizer que gostei mais agora do que quando o vi antes, especialmente pelo entendimento da relação de Hoover com a agência que ele criou e que comandou por 50 anos. Um dos pontos altos é a atuação de Leonardo DiCaprio. Sua caracterização como o Hoover mais velho é impressionantemente crível. A narrativa estabelecida por Eastwood é hipnótica, acompanhando a vida de Hoover em flashbacks que interagem com naturalidade com seu momento presente - somente grandes diretores são capazes disso.


2235 - JOÃO SALDANHA

(BRASIL) - O filme reconstrói a história do imprevisível, polêmico e irreverente João Saldanha (1917-1990), que ficou conhecido como o comentarista que o Brasil inteiro consagrou. O longa traz imagens inéditas da época de ouro do futebol brasileiro, todas registradas em 35mm. São cenas que vão desde um Maracanã enlouquecido em preto-e-branco em 1957 até os preparativos da inesquecível seleção de 70. Curiosidades e casos divertidos da vida do comentarista são revelado através de depoimentos da família Saldanha, de ex-jogadores de futebol, de jornalistas esportivos e de amigos.

2234 - NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA

(ANNIE HALL, USA 1977) -Woody Allen mostra como eram os relacionamentos amorosos numa Nova Iorque meio yuppie, que começava a valorizar a psicanálise urbana, como símbolo de status social. Allen conjura várias técnicas narrativas, como, por exemplo, fazer os personagens falarem para a câmera, interagi-los, na rua, com desconhecidos que têm respostas para suas questões mais íntimas, inserir uma animação da Disney etc. Assistir ao filme é como ficar sentado numa mesa de um café para observar os casais nas outras mesas, testemunhando suas alegrias e angústias. Apesar de um pouco datado em alguns aspectos, o filme ainda funciona como elemento questionador do amor e seus desdobramentos.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

2233 - JFK - A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

(JFK, USA 1991) - O longa de Oliver Stone (bem longo mesmo - 189 minutos) acompanha a obstinação de Jim Garrison em provar que as conclusões da Comissão Warren estavam alinhadas com uma tentativa de ocultação de uma possível conspiração governamental passa assassinar John Kennedy. Stone defende que a Comissão não levou em conta a bem plausível possibilidade de ter havido um atirador posicionado no Grassy Knoll, bem em frente do carro de Kennedy, em Dallas. Em alguns momentos, o filme é um pouco cansativo, principalmente para quem não conhece os meandros desta que talvez seja uma das mais fascinantes histórias que o mundo já conheceu. Kevin Costner, neste filme, como Garrison, mostra que era realmente um excelente ator. Seu discurso na corte, ao fim do filme, é um primor de emoção e talento. Infelizmente, sua carreira, depois de WARTERWORLD, foi entrando lentamente em estado comatoso. Uma pena, porque ele é um grande ator e podia ter tido uma carreira mais consistente. Este foi o primeiro filme que eu vi com Gary Oldman. Acho que não haveria nenhum outro ator que pudesse personificar Lee Oswald com tanta veracidade, não apenas por causa da semelhança física, mas pelo talento de fazer um personagem que é uma das peças mais misteriosas de toda a trama que envolve o assassinato de Kennedy.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

2232 - MEU NAMORADO É UM ZUMBI

(WARM BODIES, USA 2013) - Sim, o título em português é ruim (a versão direta do inglês teria sido muito melhor), mas a história é bem mais do que se pode supor, incluindo várias referências a ROMEU E JULIETA. Só a primeira meia hora já valeria o filme: numa narração cheia de humildade e simpatia, o zumbi R (ele esqueceu o nome) conta como é sua rotina num mundo dividido entre zumbis que nem ele, uns esqueletos vorazes e hostis e o que ainda restou da humanidade. Não é só a monotonia de ser morto-vivo que incomoda R (Nicholas Hoult, o então menininho do ótimo O GRANDE GAROTO, com Hugh Grant, numa comovente atuação entre o macabro e o cativante). O que mais lhe dói é a solidão. Um dia, porém, o coração de R faz algo inesperado: contrai-se numa sístole, provocada pela visão da linda sobrevivente humana, Julie (Teresa Palmer, mais linda e doce impossível). É aí que entra uma das grandes sacadas do filme, ao se ouvir HUNGRY HEART, de Bruce Springsteen, um achado em termos de adequação ao enredo. R, claro, se apaixona por ela, mas esbarra na seu atual status de zumbi: como levar a relação adiante, se ele nem consegue conversar com ela (como qualquer garoto apaixonado, aliás, zumbi ou não)? O toque lírico se harmoniza neste filme com a originalidade de adotar o ponto de vista dos zumbis, um ser, na sua essência, não muito diferente do que se vê, hoje em dia, num mundo em que a maioria das pessoas parece mesmo não ter vida. É um filme para quem ainda não está morto por dentro.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

2231 - DÚVIDA

(DOUBT, USA 2008) - Baseado numa peça de teatro, DÚVIDA nos dá a oportunidade de assistir a dois magníficos atores: Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman. Ele é um padre, numa escola católica de Nova Iorque, em 1964, que tem um comportamento muito protetor com o único menino negro entre os alunos. Ela é a diretora autoritária e de punho de ferro, que começa a suspeitar deste relacionamento dos dois, embora não tenha provas de que algum tipo de abuso tenha acontecido. A partir daí, o que se vê em cena é o ofício de atuar levado a mais alta excelência, com dois atores que podem ser considerados dos maiores do seu tempo. A certeza moral do personagem de Meryl Streep tem como contraponto a atitude meio ambígua do padre feito por Hoffman, o que nos faz, como espectadores, ter que penetrar no olhar dos dois, para que tenhamos, pelo menos, um fiapo de convicção sobre o que poderia ter acontecido. Coisa de gênio.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

2230 - GODZILLA

(GODZILLA, USA 1998) - Mesmo depois de tantos anos, GODZILLA ainda pode ser visto como um bom exemplo de ficção científica que estende pontes entre discussões éticas sobre testes nucleares e o imaginário oriental do apocalíse pós-moderno. Os efeitos especiais se alternam entre bons e outros que parecem ainda não ter saído da prancheta dos designers. A concepção do lagarto anabolizado, aterrorizando as ruas de Manhattan, fica bem resolvida na maior parte do filme, mas perde força quando acontece o confronto com os militares meio aparvalhados diante da situação. Matthew Broderick, no papel do cientista que desvenda os mistérios, parece curtir a vida adoidado duante o filme, sem levar muito a sério o que está acontecendo. Sábia postura.

2229 - ELA

(HER, USA 2013) - Escrito e dirigido por Spike Jonze (QUERO SER JOHN MALKOVICH e ADAPTAÇÃO), este filme se destaca, de novo, pela inteligência e originalidade: num futuro próximo, quem deseja declarar seu amor por escrito, pode lançar mão de empresas especializadas, como aquela em que trabalha Theodore Twombly (Joaquin Phoenix). Theodore dita mensagens sinceras de paixão para o computador, que as transcreve na caligrafia do remetente. Sua vida solitária se resume em games ultrainterativos e a saudade incurável da sua mulher, Catherine, que o deixou há cerca de um ano. Como ela pode não mais querê-lo, se ele ainda a quer tanto?, indaga-se ele. Isso nos faz sentir uma imediata empatia com Theodore, pois faz pensar que, mesmo no futuro, a dor de ser abandonado por quem se ama, parece ainda não ter encontrado uma solução. Bem, Jonze trata logo de resolver este problema: a felicidade vai ressurgir na vida de Theodore através do OS1, o primeiro sistema operacional inteligente que se talha ao usuário. E, no caso, inteligente e irresistivelmente sedutor, pois vem na voz de Scarlett Johansson (onde posso comprar um? Onde? Onde?). Aos pouco, Samantha (o nome do sistema) vai se apaixonando por Theodore, e ele por ela. Inicialmente, poderíamos supor que o filme pretende comentar a desconexão pessoal que acomete os hiperconectados. Acho que não é bem por aí. Jonze joga luzes em outro âmago: a necessidade de conexão dos seres humanos é tão premente, que tomará qualquer forma à sua disposição. No futuro, ainda vamos nos apaixonar, sentir saudades excruciantes e, inevitavelmente, sofrer. O filme é lindo. A presença incorpórea de Scarlett, através da voz de Samantha, domina a história e é uma das mágicas inolvidáveis que só um cinema de altíssima qualidade pode proporcionar.

2228 - SEM LIMITES

(LIMITLESS, USA 2011) - Com a ajuda de um comprimido misterioso, que capacita quem a tomar acessar 100% das suas habilidades cerebrais, um escritor decadente se transforma num mago dos negócios, sem muita noção dos efeitos colaterais da droga. O filme é um retrato perfeito da ação devastadora da vaidade nas pessoas, especialmente em tempos de altíssima competição, característica mor da pós-modernidade. Bradley Cooper faz o papel do escritor (ele também era um escritor em AS PALAVRAS, que também aborda a vaidade) que se vicia nos incessantes sinais de reconhecimento do seu sucesso, mostrando como a vaidade pode ser extremamente prejudicial, pela dependência que causa. Sua atuação é excelente, pois ele é capaz de mostrar a transformação de uma pessoa que não é nada em uma celebridade, com sutileza e talento. Também no elenco, Robert DeNiro.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

2227 - ROBOCOP

(ROBOCOP, USA 1987) - Paul Verhoeven dirigiu este clássico dos anos 80 que, revisto agora, ainda mais sob o impacto do novo ROBOCOP, de José Padilha, ficou datado e preso a uma estética que a dinâmica do cinema moderno não consegue absorver.Visto hoje, o roteiro tem falhas graves, principalmente quando não resolve o processo de transformação de Murphy (Peter Weller), que poderia ter sido muito melhor desenvolvido. A violência é um pouco exagerada, embora seja consonante com a proposta da história, que quer mostrar uma Detroit sem lei. De qualquer forma, ROBOCOP acabou se tornando um ícone da cultura pop facilmente reconhecível até hoje.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

2226 - TUDO PELO PODER

(THE IDES OF MARCH, USA 2011) - George Clooney acerta na direção deste thriller político que mostra que, quando estão em jogo as possibilidades de ganhar uma eleição - qualquer eleição -, ninguém pode ser considerado um herói. Além de Clooney, o filme tem um elenco mais que especial: Philip Seymour Hoffman, que morreu domingo passado, vítima de overdose, Paul Giamatti, Ryan Goslin e Evan Rachel Wood. O roteiro é primoroso, coeso, instigante, que começa com um ilusório tom cômico, que vai se transformando gradualmente até um cenário inesperadamente mais dramático. Clooney também faz parte da equipe de roteiristas, o que me leva a crer que é bem possível que ele, em breve, se torne também um dos grandes diretores de Hollywood. A história nos prende através da afeição gerada pelos personagens. Clooney soube muito bem criar fortes vínculos na relação personagem/público. “Tudo pelo Poder” é um filme de drama baseado em conflitos políticos. Todavia, com essas três reviravoltas, ele passa a ser também um longa de personal vendetta com toques extremamente mínimos de investigação. O roteiro não teria a força narrativa que possui se não fosse pelo trabalho do elenco invejável do longa. Ryan Gosling, mostra que não brinca em serviço mais uma vez. Seu personagem, Stephen Meyers, é uma construção cuidadosa e sutil de um homem que, de certa forma, perde a sua inocência ao se ver diante do jogo sujo dos bastidores da política. E, de fato, Philip Seymour Hoffman consegue, literalmente, roubar cada cena em que aparece. É impressionante sua capacidade de criar empatia comm o espectador, não importa o personagem. Vai fazer muita falta.

2225 - A VIDA COMO ELA É

(BRASIL, 1996) - Esta dramatização dos melhores contos de Nelson Rodrigues é uma das melhores produções da televisão brasileira que, hoje, infelizmente, parece ter esquecido que pode realizar bons programas, com conteúdo cultural de qualidade. Nelson Rodrigues fez um retrato acurado da nossa sociedade nos anos 50, onde predominava as relações de poder, as manipulações familiares, sempre perpassadas pela força demolidora da vaidade. É um interessante exercício observar, a cada episódio, como os personagens se polarizam entre egoístas e generosos, exercendo cada um sua versão, sempre deletéria, da vaidade. O elenco é excelente. Entre os ótimos atores, destacam-se Antonio Calloni, Cláudia Abreu, Isabela Garcia, José Mayer, Maitê Proença, Malu Mader e Tony Ramos. 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

2224 - UMA ESCOLHA, UMA RENÚNCIA

(INTERSECTION, USA 1994) - O título em português é tão óbvio quanto simplório, nesta refilmagem de AS COISAS DA VIDA (1970). Vincent Eastman (Richard Gere) é um arquiteto que sofre um acidente de carro e, a partir daí, relembra sua relação com a esposa frígida (Sharon Stone) e a amante fogosa (Lolita Davidovich). O curioso, neste filme, é que foi Sharon Stone que pediu ao diretor Mark Rydell para fazer o papel da esposa, contrariando as expectativas de ela interpretar a amante, em função de sua persona cinematográfica baseada na femme fatale. Nada vale muito a pena nesta produção sem graça, cujo final pende para o politicamente correto, e que em nenhum momento apresenta a ousadia de despertar o interesse do espectador. Se fizer a escolha certa, renuncie a este filme.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

2223 - UM CORPO QUE CAI

(VERTIGO, USA 1958) - Considerado o clássico dos clássicos de Hitchcock, UM CORPO QUE CAI não é o meu favorito da obra do mestre britânico. É longo demais: o terço final se arrasta repleto de cenas sem muito sentido. Além disso, Kim Novak não tem uma boa atuação, simplesmente porque não é boa atriz. Hitch, numa entrevista muito depois do lançamento, disse também que ela havia sido uma escolha equivocada. Também acho que James Stewart está meio deslocado na história. Ou seja, não houve uma liga entre os protagonistas. O roteiro, sobre um personagem que tem vida dupla na trama, sempre rede alguma coisa nas mãos geniais de Hitch. No entanto, na minha opinião, não faz frente a PSICOSE, JANELA INDISCRETA e OS PÁSSAROS.