sábado, 30 de julho de 2016

2794 - O PROTETOR

O PROTETOR (THE EQUALIZER, USA 2014) – É impressionante como Denzel Hayes Washington, Jr. é um ator talentoso. Neste excelente filme, ele tem poucas falas e deixa a emoção dar as cartas em todas as suas cenas. Acreditando que colocou seu passado para trás, ao se dedicar a uma nova profissão e a uma vida frugal, Robert McCall (Washington) resolve pôr em prática novamente suas habilidades como ex-agente da CIA, para debelar uma máfia russa que controla a prostituição na sua cidade. Um dos aspectos mais legais nesta história é o fato de o personagem principal dar um valor especial à leitura, como uma forma de reencontrar a paz. Aos poucos, vamos descobrindo camadas de complexidade em McCall e alcances sutis de sua personalidade, revelados, em muitas cenas, apenas com o olhar do astro de TRAINING DAY, também dirigido por Antoine Fuqua. O PROTETOR entra fácil na lista de melhores filmes, especialmente por causa da força cênica incomparável de Denzel Washington.      
 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

2793 - ROBIN HOOD: PRÍNCIPE DOS LADRÕES

Freeman e Costner
ROBIN HOOD: PRÍNCIPE DOS LADRÕES (ROBIN HOOD: PRINCE OF THIEVES, USA 1991) – Surfando no sucesso de DANÇA COM LOBOS, Kevin Costner fez, aqui, um Robin Hood bem convincente, apesar do sotaque americano demais. Sem grandes pretensões, o filme acabou sendo um dos melhores da safra do início dos anos 90, reunindo todos os cânones que caracterizam esta tradicional história: muita ação, aventura, romance e o ingrediente infalível da vingança contra um vilão adorável (aqui, mais adorável ainda, pois é feito por Alan Rickman). Claro, Morgan Freeman está no elenco, o que torna qualquer filme obrigatório. Continua sendo diversão garantida. Atenção para a rápida participação do grande Sean Connery, na última cena.   

quinta-feira, 28 de julho de 2016

2792 - GRACE DE MÔNACO

Nicole Kidman
    GRACE DE MÔNACO (GRACE OF MONACO, USA, FRANCE, 2014) Biopics sempre têm seu quinhão de controvérsia, por vários motivos, principalmente por apresentarem, em muitos casos, uma versão mais fantasiosa do que real da vida dos personagens enfocados neste tipo de produção. Nicole Kidman tem uma atuação honesta, como sói acontecer com seus papéis, mas, na realidade, o roteiro não ajuda muito, mostrando, principalmente a sua dificuldade de adaptação às obrigações da realeza e a vontade, reprimida por Ranier, de voltar a atuar em Hollywood. O excelente Frank Langela aparece num papel pequeno, mas, quando está em cena, ele mostra como é bom ator. De todo modo, o filme traz de volta um aspecto histórico sobre o qual poucos falam: o Atlantismo, doutrina política que advoga uma intensa cooperação entre os EUA e os países europeus. Com a globalização contemporânea, acabou ficando mal vista. 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

2791 - A MARCA DA MALDADE

Charlton Heston e Janet Leigh
        A MARCA DA MALDADE (TOUCH OF EVIL, USA 1958) – Obra-prima de Orson Welles, é talvez o mais importante filme noir de todos os tempos. A fotografia em preto e branco é primorosa, refletindo com sutileza a natureza dos personagens, divididos de maneira bem clara entre o bem e o mal. O filme já arrebata a partir da impactante abertura, um plano-sequência espetacular que dá o tom sombrio da história: alguém põe uma bomba na mala de um carro, que explode logo em seguir, matando seus dois ocupantes, sob o olhar de Mike e Susan (Charlton Heston e Janet Leigh). Considerado o último grande filme noir, “A Marca da Maldade” encerra com dignidade o período clássico do movimento. Com um fascinante estudo de personagem, muitas cenas marcantes e uma trama envolvente, o longa comprova a competência de Orson Welles tanto na direção quanto na atuação, apresentando a dualidade do ser humano de maneira contundente e deixando o espectador reflexivo. O “toque de maldade” do título original em inglês poderia muito bem se referir ao toque de gênio que Welles dava em seus filmes.

terça-feira, 26 de julho de 2016

2790 - NUNCA É TARDE PARA AMAR

NUNCA É TARDE PARA AMAR (I COULD NEVER BE YOUR WOMAN, USA 2007) Apesar do título meio brega em português – e, convenhamos, um pouco “cheesy” em inglês também – o filme tem sua graça, principalmente por causa de Michelle Pfeiffer, sempre um encanto, mesmo quando se propõe a fazer um personagem que não tem nada a ver com o que ela emana: aqui ela é uma mulher divorciada, com uma filha adolescente, que se apaixona por um homem mais jovem, Adam (Paul Rudd, o agora HOMEM-FORMIGA e o então amor da vida de Phoebe, na temporada final de FRIENDS). O problema, a meu ver, é que, apesar de ser boa atriz, Michelle Pfeiffer não combina bem com um personagem pouco desenvolvido, como a sua Rosie desta história. Rudd se destaca com uma atuação debochada, mas criteriosamente dentro dos limites sensatos do histrionismo.  

segunda-feira, 25 de julho de 2016

2789 - AS CARIOCAS

AS CARIOCAS (BRASIL, 1966) – O filme é dividido em três partes dirigidas respectivamente por Fernando de Barros, Walter Hugo Khouri e Roberto Santos. O roteiro adapta três contos do livro homônimo de Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), que fez a narração do prólogo com cenas alusivas ao Rio de Janeiro da época, mostrando o futebol (cenas de gols de Pelé e Garrincha pela Seleção Brasileira), carnaval e desfiles de concurso de beleza. O filme fecha com imagem aérea do Cristo Redentor ao som de "Cidade Maravilhosa". O gênero cinematográfico variou conforme a história: a primeira é contada como uma comédia romântica, a segunda um drama e a terceira um pseudo-documentário. Nessa última parte, há uma curiosa comparação mostrando cenas das ruas da Penha e de Copacabana, destacando os contrastes sociais da pobre zona norte com a rica zona sul do Rio de Janeiro

2788 - EVEREST

EVEREST (EVEREST, USA, INGLATERRA, ISLÂNDIA, 2015) Em apenas dois dias, em 1995, morreram doze alpinistas que escalavam a montanha mais alta do mundo – é esta história trágica que EVEREST reconstitui, sem grandes alegorias dramáticas artificias, pois os fatos em si já dão a dimensão da aventura a que grupos de alpinistas se atiram pela razão simples dada pelo inglês George Mallory, que nunca retornaria de sua expedição de 1924: porque ela, a montanha, está lá. De fato, durante o filme, nos perguntamos o que pode levar uma pessoa a se lançar em um mundo no qual não há nem deveria haver lugar para o homem. O grande efeito desta produção bem cuidada, e com uma fotografia irretocável, é captar o feito de vontade que é subir a montanha mais alta da Terra. Keira Knightley tem um papel pequeno, mas marcante na forma como une o passado e o presente de uma história tão trágica como bela – não deixem de assistir aos créditos até o fim.   

terça-feira, 19 de julho de 2016

2787 - FORA DE ALCANCE

    
FORA DE ALCANCE (BEYOND THE REACH, USA 2014) – Michael Douglas ainda tem uma presença magnética em cena, mas o que segura mesmo este filme é a oportunidade que temos de ver o então recentíssimo Mercedes Benz 6X6, que também foi a estrela de JURASSIC WORLD, em ação no belíssimo cenário do deserto de Mojave. O roteiro, no entanto, é pífio e cheio de falhas: Douglas é um milionário que contrata um rapaz para ser seu guia no deserto, onde ele supostamente deseja caçar um animal exótico. Depois da reviravolta (previsível) os dois passam a viver um jogo de gato e rato, sem qualquer resultado dramático até o final constrangedor.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

2786 - OS ÚLTIMOS CAVALEIROS

1.   OS ÚLTIMOS CAVALEIROS (LAST KNIGHTS, UK, 2015) – Bem, Morgan Freeman é obrigatório. Dito isto, acrescente-se que Clive Owen também o é. É uma aventura medieval, bem ao estilo Games os Thrones, com uma fotografia caprichada e um roteiro marcado por corrupção, batalhas sangrentas e vingança. Owen, como sempre, está perfeito no papel de um cavaleiro que busca justiça, depois que um vilão começa a tomar conta do reino de seu mestre (Freeman).


sexta-feira, 8 de julho de 2016

2785 - SONHOS À DERIVA

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SONHOS À DERIVA (RUDDERLESS, USA 2014) Na SKY, este filme vem com o título SEM RUMO. Excelente estreia de William H. Macy na direção. É também uma ótima oportunidade de ver como Billy Crudup é um excelente ator e que merece melhores papéis. Aqui ele é Sam, cujo filho foi responsável por uma chacina na faculdade onde estudava, acabando morto também. Deprimido, largo o emprego e vai morar num barco e viver de pintar paredes de casas de classe média. Quando encontra um material musical deixado pelo filho, decide tocar suas canções, como uma forma de elaborar a perda e a culpa de ter sido um pai ausente. A narrativa tem ritmo e profundidade, nunca deixando de lado a perspectiva das transformações que ocorrem dentro de Sam. Crudup faz um excelente trabalho, lembrando Joaquin Phoenix até fisicamente. O dado dramático é a presença de Anton Yelchin, que morreu agora em junho, num acidente com o próprio carro. Ele também está ótimo como o rapaz que instila novamente em Sam a vontade de viver e de superar o trauma que a tragédia que o filho provocou.  

quinta-feira, 7 de julho de 2016

2784 - VOCÊ ACREDITA?

 VOCÊ ACREDITA (DO YOU BELIEVE? USA 2015) - Doze pessoas, seguindo caminhos diferentes, têm suas vidas interceptadas de forma inesperada. Cada um deles está prestes a descobrir o poder que há na cruz de Cristo, ainda que muitos deles não acreditem nisso. Uma crença verdadeira sempre requer ação e esta é a mensagem deste filme cristão, feito especialmente para este grupo de pessoas. O roteiro é fraco e as atuações são muito constrangedoras. Vale observar a participação de Lee Majors e Cybill Shepherd, como casal protagonista de um dos esquetes. Na indústria cinematográfica, um título com ponto de interrogação é considerado sinal de má sorte.   

quarta-feira, 6 de julho de 2016

2783 - A COSTA DO MOSQUITO

1.   A COSTA DO MOSQUITO (THE MOSQUITO COAST, USA 1986) – Harrison Ford diz que, na sua carreira, este é o filme em que mais gostou de atuar. De fato, ele faz muito bem o papel de um homem desiludido com o “american way of life”, que decide levar a família para o meio de uma selva, numa região da América Central. Lá, ele pretende construir uma sociedade longe dos preceitos capitalistas que tanto o confrangem. Segunda parceria de Ford com o diretor Peter Weir – a primeira foi o ótimo A TESTEMUNHA, o filme é baseado no livro de Paul Theroux, e traz Helen Mirren e River Phoenix que, mais tarde, faria o jovem Indiana Jones no terceiro filme da série. O roteiro acaba ficando meio cansativo, mas a história é instigante, porque mostra que o desejo do personagem principal esbarra na duplicação do cenário do qual ele tanto quis fugir. O fato é que Allie (Ford) segue o caminho da loucura, como acontece com os extremistas, igual como acontece na vida real. Mas é aí que reside o poder envolvente de sua trama. Uma variação moderna da vida de Robinson Crusoé, só que diferentemente nesse filme a sua ida a selva, ou diria o encontro com a natureza exuberante é por vontade própria e não por conta de um naufrágio. Muitas vezes, encontramos pessoas que nunca se contentam com suas vidas, sonhando com outro lugar, em outro ambiente, onde teriam a vida perfeita, mas esquecem que, na mudança, também se levam todas as angústias e fantasmas interiores. Mas o fato é que não adianta fugir de você, ou seja, o mundo que se leva é o mesmo, por isso pondere com cuidado, pois não mergulhe em mudanças extremas, elas podem ser para muito pior.


sexta-feira, 1 de julho de 2016

2782 - RÁPIDA E MORTAL

RÁPIDA E MORTAL (THE QUICK AND THE DEAD, USA 1995) Neste western, com excepcional fotografia, traz Sharon Stone como uma pistoleira sem nome, bem ao estilo Clint Eastwood, buscando vingança pela morte do pai. O alvo desta vendeta é o grande Gene Hackman, num papel bem abaixo de seu talento. Leonardo DiCaprio também está presente, assim como Russel Crowe, num papel ao seu estilo: poucas falas, menos risos ainda. O filme tem uma pretensão de ser grande, mas acaba ficando chato, muito em função do enredo pouco original e da pouca variação de locações, embora o deserto do Arizona emoldure a ação esplendorosamente. Sharon Stone num personagem misterioso, sedutor e mortal. Acho que já vimos este filme antes, não?