quinta-feira, 22 de setembro de 2016

2827 - JACQUELINE BOUVIER KENNEDY ONASSIS 1993 INTIMATE PORTRAIT

JACQUELINE BOUVIER KENNEDY ONASSIS 1993 INTIMATE PORTRAIT (USA, 1993)Documentário sobre a vida de Jackie, antes e depois do casamento com JFK, detalhando suas habilidades de moça da alta sociedade americana, seu estilo de vida refinado e sua dedicação ao marido senador e, depois, presidente. A segunda parte, enfoca sua vida com Onassis e sua volta a Nova Iorque, depois que o magnata morre, no início dos anos 70. Vem aí um filme com Natalie Portman no papel de Jackie - vamos ver como esta figura tão pouco explorado poderá render numa cinebio.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

2826 - SEM VESTÍGIOS

SEM VESTÍGIOS (UNTRACEABLE, USA 2008) – Diane Lane é uma das atrizes mais carismáticas do cinema americano, desde os sucessos O SELVAGEM DA MOTOCICLETA e RUAS DE FOGO. Neste suspense, ela é Jennifer Marsh, uma agente do FBI que investiga uma série de crimes exibidos em tempo real por um site. O roteiro é previsível – adivinhe quem será a próxima vítima? De qualquer forma, a atuação correta de Diane mantém o interesse até o desfecho meio delirante. “Sem Vestígios” poderia fazer alguns ajustes na construção da narrativa, como ignorar a vida familiar de Jennifer e uma perda do passado, que ocupam um bom espaço da metragem mas que pouco pesam quando os perturbadores acontecimentos finais se apresentam. Mas é oportuno o proveito que fazem do fato de utilizar a Internet como entretenimento por meio de acessos a conteúdos extravagantes, como filmagens de indivíduos no ato da própria morte, ou cenas de intimidade explícita. Ainda assim, o filme funciona por Diane Lane, perfeita na composição do personagem, mesmo num roteiro que seria bem melhor com revisões mais acuradas.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

2825 - UM DIA DE FÚRIA


 



 
UM DIA DE FÚRIA (FALLING DOWN, USA 1993) - Após perder seu emprego, William Foster (Michael Douglas, perfeito na sua obstinação neurótica) decide ir ao encontro de sua ex-mulher Beth (Barbara Hershey) e sua filha (que faz aniversário), apesar de estar impedido legalmente de fazer isto. No caminho, ele é obrigado a enfrentar o trânsito congestionado da cidade de Los Angeles, debaixo de um sol escaldante e em meio à grande poluição. Irritado, William decide largar o carro e seguir a pé. Mas, ao parar para tentar fazer uma ligação, ele acaba discutindo com um comerciante e explodindo, dando início a uma série de situações que complicam cada vez mais o seu dia. Quando a situação sai totalmente de controle, o veterano policial Prendergast (Robert Duvall, brilhante), prestes a se aposentar, decide tentar impedir que uma tragédia ainda maior aconteça. Este é um dos filmes icônicos da década de 90. Seu temperamento agressivo é apresentado ao espectador logo na primeira cena do filme, quando um close em detalhes de seu rosto suado e angustiado dá início a sequência que levará aquele homem a largar tudo para trás. Aliás, a direção de Joel Schumacher é competente na transmissão deste sentimento crescente de angústia, através do silencio que lentamente se transforma num barulho irritante, do travelling que passa pelas outras pessoas presentes nos carros parados no congestionamento, e do calor infernal daquele dia, refletido nas cores quentes da fotografia de Andrzej Bartkowiak. Quando William larga o carro parado na rua e sai andando, dizendo “Vou pra casa!”, sabemos que ele chegou ao limite.


 
 

2824 - GOOD KILL: MÁXIMA PRECISÃO

GOOD KILL: MÁXIMA PRECISÃO (GOOD KILL, USA, 2014) – Interessante investida do cinema no universo psicológico dos pilotos dos drones que, de longe, numa posição de total segurança, bombardeiam os cenários de guerra, causando, vez por outra, danos colaterais, com a morte de inocentes. O Major Thomas Egan (Ethan Hawke, muito bem no papel) é um desses pilotos que começam a ter crises de consciência e de ética por causa de sua atividade. O conceito de "guerra limpa" traz consigo uma ambiguidade moral difícil de discernir, algo que se adensa se pensarmos nas potenciais e reais motivações desta "Guerra ao Terror". A bela January Jones, de MAD MEN, faz a esposa de Egan.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

2823 - PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO 2

PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO 2 (BRASIL, 2015) – Com esta sequência, perdeu-se o encanto da história original, com uma revitalização meio forçada no roteiro que, agora, inclui um núcleo mais jovem, além de uma discussão bizantina sobre a bissexualidade feminina. Os dois protagonistas talentosos estão de volta – Daniel Dantas e Andréa Beltrão - ela com a expressão meio engessada com um aparente preenchimento facial que acabou por esvaziar sua atuação. Ficaram muitas pontas soltas na história, que acaba em aberto, dando uma sensação de frustração a quem esperava mais de uma premissa que funcionou em 1997, mas que agora não passa de uma flébil tentativa de refletir a dinâmica das relações fluidas da pós-modernidade.  

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

2822 - PONTE DOS ESPIÕES

PONTE DOS ESPIÕES (BRIDGE OF SPIES, USA 2015) É um Spielberg clássico: o protagonista que se caracteriza por um impulso de integridade muito mais forte do que o apego à família ou à própria vida, cuja honestidade na consecução de seus objetivos está acima de tudo, fazendo, com isso, que ele se destaque no cotejo com os outros agentes da história, quase todos comuns e sem entender muito bem por que alguém se apega a ideais tão nobres. Assim é o James Donovan de Tom Hanks, um desses atores talhados para personagens dessa craveira. Na complicada, sutil e, claro, perigosa missão de administrar a troca de dois espiões, em plena Guerra Fria, Donovan ainda encasqueta que tinha que libertar também um estudante americano que nunca espionara coisa alguma, além do talvegue do decote da namorada alemã. Tudo, em PONTE DOS ESPIÕES, orbita em torno das ínfimas variações de luz de cada cena, da interpretação cuidadosa do que é dito (e não dito), do equilíbrio entre as ações, suas consequências e implicações. É uma aula de etiqueta e decência humana que deveria ser ensinada nas escolas. Atenção para a cena em que Hanks e o premiado (justamente) com o Oscar Mark Rylance experimentam um encontro de almas: “Você não parece estar preocupado”, diz Donovan, intrigado, ao homem que acabou de ser informado de que a pena de morte será o desfecho provável. “E se eu estivesse, ajudaria? ”, retruca o Abel vivido com primor por Rylance. Aí está um fundamento que deveria ser incorporado por todos: a serenidade, porque nada justifica o desespero.  

terça-feira, 6 de setembro de 2016

2821 - PERDIDO EM MARTE

PERDIDO EM MARTE (THE MARTIAN, USA 2015) – Versão espacial de NAÚFRAGO, com Tom Hanks, PEM ainda tem o mérito de somar ao drama de um astronauta esquecido no Planeta Vermelho um delicioso senso de humor, com tintas do universo pop – em uma das cenas, ao som de Starman, de David Bowie, veem-se centenas de cientistas da Nasa e da agência espacial chinesa, milhões de pessoas em todo o mundo e um solitário homem preparando-se para o que seria o maior resgate de um náufrago já efetuado na história. Afinal, são 225 milhões de quilômetros de separação (nada, se comparado ao que já passamos, don't you think , J...?). Um personagem assim, em um ambiente tão inóspito, com uma carga dramático-sentimental tão grande quanto a distância que o separa de casa, só poderia ser vivido por atores como Hanks, no filme de Robert Zemeckis, e Matt Damon, nesta fabulosa obra de Ridley Scott, cujo estilo mão pesada de dirigir está saudavelmente ausente aqui. Além de Damon – um ator que logo se transforma no seu amigo de infância a partir do primeiro fotograma – o elenco de PEM (a piada é intencional) é estelar: os grandíssimos Chiwetel Ejiofor, como o cientista do bem que não desiste do resgate, e Jeff Daniels, em pleno modo Newsroom, cheio de saídas secas e olhares de fastio, e a belíssima Jessica Chastain, cuja ruividão combina muito bem com as cores afogueadas de Marte. O filme é equilibrado na sua ousadia trocista e, da mesma forma, é habilidoso no uso dos elementos de que dispõe. Damon apresenta seu personagem – Mark Watney - com uma verdade visceral e honesta, a ponto de dar uma conotação factual e coerente a uma solidão cósmica que muitos de nós já experimentamos aqui mesmo na Terra. É uma ode ao otimismo que, ao mesmo tempo, nos lembra de que somos, definitivamente, anacoretas sempiternos, cercados de outros na mesma condição, em qualquer lugar no universo.

domingo, 4 de setembro de 2016

2820 - BOND GIRLS PARA SEMPRE

BOND GIRLS PARA SEMPRE (BOND GIRLS ARE FOREVER, USA 2002) – Documentário composto de clips das atrizes que tiveram o papel de bond girl, e entrevistas feitas por uma delas, Maryam d”Abo, titular em 007 THE LIVING DAYLIGHTS, com Timothy Dalton. O aspecto mais interessante é a evolução feminista da personagem, que passou de coadjuvante do tipo “mulher-objeto” para uma participação mais ativa, a partir dos anos 90. A produção é bem feita e oferece uma boa perspectiva do universo bondiano. Eva Green - veja aí do lado - se destaca como uma das mais mesmerizantes, não é Joe?