terça-feira, 28 de outubro de 2008

705 - ALICE


ALICE (BRASL, 2008) – série da HBO, dirigida pelos incensados Karim Ainouz (de Madame Satã e O Céu de Suely) e Sérgio Machado (Cidade Baixa). Logo nas primeiras cenas, percebe-se que Alice é uma ótima fusão entre cinema e TV: belas imagens da selva de concreto de São Paulo e uma caprichada edição de cenas, além de uma trilha sonora surpreendentemente original. A série conta a história de Alice (Andréia Horta), uma jovem de 26 anos que deixa Palmas, no Tocantins, às vésperas de seu casamento, para acompanhar o funeral do pai, que se matou em São Paulo. Ela acaba perdendo o vôo de volta e mergulha na cidade com todo o seu turbilhão de sexo, drogas e baladas. Andréia Horta é provocantemente inocente em cena e faz muito bem a protagonista que mesmo assustada com a cidade grande não se furta de deixar-se levar pelos acontecimentos que, claro, estão em consonância com seus desejos escondidos.

704 - TEMOS VAGAS


TEMOS VAGAS (VACANCY, USA 2007) – o filme é uma clara homenagem a Hitchcock e, mais precisamente, à Psicose. Visto desta forma, Temos Vagas é até um thriller razoável, um desses filmes que são mais um tributo ao gênero do que uma tentativa de blockbuster. Mas tem a mais que linda Kate Beckinsale (26 de julho de 1973, Londres) , e qualquer filme se justifica com a presença dela. A história começa com um casal a ponto de se divorciar (Kate e Luke Wilson), que se perde numa estrada à noite (mais clichê impossível, não?). Com problemas no carro, eles acabam chegando a um motel no qual Norman Bates se sentiria em casa. Depois de uma inexplicável resistência do gerente – afinal, o motel está vazio, como convém a essas ocasiões – eles acabam ficando com um quarto e descobrem, ao colocar uma fita no vídeo-cassete, que as pessoas que ali se hospedam são filmadas sendo barbaramente mortas por dois homens encapuzados. As fitas são vendidas num comércio macabro pelo gerente (quem mais?).

703 - UM BOM ANO


UM BOM ANO (A GOOD YEAR, USA 2007) – de Ridley Scott. Max (Russel Crowe, 07 de abril de 1964, Nova Zelândia), um executivo britânico, recebe de herança de seu tio Henry (Albert Finney) um vinhedo em Provence, França, onde ele costumava passar as férias quando criança. Primeiramente com a intenção de vendê-lo, Max passa uns dias na propriedade e, neste ínterim, conhece a bela Fanny (Marion Cotillard, 30 de setembro de 1975, Paris) e, claro, se apaixona. No entanto, o filme não é só isso. Além da sempre ótima atuação de Crowe, há um charme imanente à história e o agradável – pelo menos para mim – choque entre as culturas francesa e britânica, que não raro produz situações sutilmente hilariantes. Atenção para algumas cenas de Jacques Tati, durante o jantar romântico de Max e Fanny. Bom exemplo de um filme sobre vinhos que não deixa ressaca. Percebe-se a mão hábil de Scott em cada cena – ele mesmo tem casa em Provença, perto das locações. A mesma química que faz a uva fermentar e virar um delicioso vinho acontece com o elenco – ao final, tem-se a sensação de embarcar numa história leve e saborosa, como devem ser as lembranças dos bons momentos da nossa vida.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

702 - O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS


O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS (BRASIL) – muito bom filme do diretor Cão Hanburger, sobre Mauro, um menino de 12 anos que é tirado às pressas de sua casa em Belo Horizonte, no começo de 1970, e levado para o apartamento do avô, em São Paulo. Os pais, aflitos, dizem que estão saindo de férias e, quando puderem, voltarão para buscá-lo. A partir daí, Mauro começa a aprender a conviver, sem nem sempre aceitar, a dura realidade da solidão e do medo que a ditadura militar provocava naquela época, ao arrancar as pessoas de suas casas e sumir com elas. O filme lembra muito algumas produções argentinas que trataram do mesmo tema. No entanto, O ano em que meu pais saíram de férias tem elementos muito familiares que nos aproximam do drama e nos transportam para lembranças pessoais que se afinem com essa memória maior de um tempo de verdadeiro terrorismo. E, claro, há o toque de mestre de alinhavar essas questões tão delicadas como terríveis com alegria da Copa de 70, o primeiro grande evento de mídia num Brasil tão eufórico como assustado.

701 - WIMBLEDON - O JOGO DO AMOR


WIMBLEDON, O JOGO DO AMOR (WIMBLEDON, INGLATERRA/FRANÇA, 2004) – comédia romântica razoável, com bons diálogos e um excelente ator (Paul Bettany) no papel de um tenista veterano que é convidado para disputar o torneio de Wimbledon, onde conhece Lizzie (a desenxabida Kirsten Dunst), favorita à etapa feminina da competição. Com a paixão, os dois aprendem o melhor caminho para a vitória, até o final previsível. O diretor Richard Loncraine filma o jogo de forma empolgante – a computação gráfica permitiu que os atores apenas tivessem que parecer tenistas profissionais – e é ainda mais hábil na ação que se desenrola fora das quadras.

domingo, 26 de outubro de 2008

700 - AGNALDO, PERIGO À VISTA


AGNALDO, PERIGO À VISTA (BRASIL, 1969) - Agnaldo Reis (Agnaldo Rayol) um cantor de sucesso, é assediado por um quadrilha para que lhes pague uma "proteção". E ao mesmo tempo um "coronel" nordestino pretende levá-lo para casar com sua filha. O cantor tenta fazer de tudo para escapar de ambos. O filme mostra Agnaldo fugindo o tempo todo. Participações de Jô Soares, Erasmo Carlos, Wanderléia e Golias. No papel de vilão, Davi Cardoso, com direito a uma estereotipada cicatriz no rosto. Interessante amostra do showbiz daquela época, que colocava os cantores populares quase na posição de super-heróis.

sábado, 25 de outubro de 2008

699 - INSTINTO SECRETO


INSTINTO SECRETO (MR. BROOKS, USA 2007) - Kevin Costner num papel sombrio e longe dos tipos heróicos. Dá para imaginar? Pois é, é isso mesmo e, devo dizer, que ele se sai muito bem como Earl Brooks, um bem sucedido homem de negócios que tem como vício secreto assassinar as pessoas. A grande sacada do filme é a personificação da sua consciência, o misterioso mr. Marshall (William Hurt), com quem ele dialoga nos momentos mais dramáticos da história. Demi Moore é uma detetive que passa a investigar as pistas. Brooks freqüenta os AA para tentar controlar sua compulsão. Um dia, ele é fotografado na janela do quarto de um casal que acabara de matar por um homem que quer compartilhar do seu, digamos, passatempo. O final é um tanto inusitado, mas o filme, em geral, vale a pena ser visto

698 - A ÚLTIMA CHANCE


A ÚLTIMA CHANCE (THE LAST DANCE, USA 2006) – Sharon Stone é Cindy Ligget, uma presidiária condenada à morte que passa a ser alvo dos cuidados de um jovem advogado, Ricky Hayes (Rob Morrow). Roteiro arrastado, sem grande brilho, com Sharon Stone se esforçando para se mostrar uma atriz de recursos dramáticos razoáveis. Pelo menos, dá o que pensar sobre o sistema penitenciário americano e condenação à morte

697 - TREZE HOMENS E UM SEGREDO


TREZE HOMENS E UM SEGREDO (OCEAN’S THIRTEEN, USA 2007) – de Steven Soderbergh. Bem, como não ver qualquer filme em que Al Pacino atue? Mesmo não sendo um grande papel, Pacino ajuda a dar brilho a esta seqüência (tão boa quando a primeira, embora sem muita originalidade, mas muito melhor do que a segunda). O clima de divertimento continua presente entre os atores,que parecem já ter incorporado o charme da franquia – muita movimentação, edição ágil de cenas em flashback e diálogos curtos e engraçados. Neste filme, Pacino é Willie Bank, dono do cassino da vez que vai ser roubado pela turma de Danny Ocean (George Clooney), que quer vingar o amigo Reuben (Elliott Gold), passado para trás por Bank. É necessário prestar muita atenção para não perder os detalhes. Não fosse apenas Pacino, o restante do elenco já vale a pena: Matt Damon, Carl Reiner, Don Cheadle, Brad Pitt, etc.