3261 - THE MAN WHO CHANGED HIS MIND

Karloff no seu melhor estilo...

1.     THE MAN WHO CHANGED HIS MIND (UK, 1936) – Among Boris Karloff’s 1930s plethora of mad doctors films, this little gem, a relatively low budget flick, directed by Robert Stevenson, shows Karloff playing a fallen from grace scientist who now finds himself holed up in a crumbling, isolated manor house, aiming to perfect his experiments to exchange the mind and personality of one creature for that of another. The movie is brisk and an unashamed science-fiction tale of morality, showing Karloff at his best, well supported by a great cast. The title, by the way, only makes sense in English, for it has a close connection with the storyline.     

3260 - BLACK FRIDAY

Karloff

     BLACK FRIDAY (USA, 1940) – Pela primeira vez, a ficção científica se encontra com os filmes de gangster. Para tanto, a Universal trouxe dois dos maiores astros da época: Boris Karloff e Bela Lugosi. Apesar de não contracenarem, os dois ícones do ciclo de horror que atingira seu ápice na década anterior, dão ao filme uma aura de grande produção. No entanto, a história requer do espectador uma completa suspensão de descrença, a partir de sua premissa principal: um médico (Karloff) realiza um transplante de cérebros para salvar a vida de seu melhor amigo, mas este acaba tendo dupla personalidade, após receber a massa cinzenta de um fora da lei. Como se vê, mesmo involuntariamente, Karloff fez mais um filme que remete ao seu personagem mais famoso. For the first time, Science fiction meets gangster movies. Therefore, Universal brought two of the greatest stars of the time: Boris Karloff and Bela Lugosi. Despite not sharing the screen, the two horror cycle icons, a period that had reached the pinnacle in the previous decade, give the movie an atmosphere of great productions. Nevertheless, the story requires the viewer a more than a complete suspension of disbelief, as we are introduced to the premise: a doctor (Karloff) accomplishes a brain transplant to save his best friend’s life, but the latter ends up having a double personality, after getting the brain of a criminal. As you see, even involuntarily, Karloff made another movie that is related to his most famous role.    

3259 - A PÉROLA DA MORTE

Nigel Bruce e Basil Rathbone, dupla perfeita...

      THE PEARL OF DEATH (USA, 1944) - Basil Rathbone interpreta Sherlock Holmes com altivez e evidente gosto – seus maneirismos, a forma como entrega os diálogos inteligentes, a interação com Watson (Nigel Bruce, como alívio bem humorado do suspense da história) e a fleuma do detetive criado por Conan Doyle. Esta série de filmes com Rathbone e Bruce representa uma das mais memoráveis realizações do cinema americano dos anos 30 e 40. A produção, embora com evidentes restrições orçamentárias, recria o clima noir com perfeição, aduzindo elementos góticos ao mistério da trama. Basil Rathbone plays Sherlock Holmes with hauteur and evident taste – his mannerisms, the way through which he delivers the witty dialogues, the interaction with Watson (Nigel Bruce, as a respite for the suspense) and the phlegm of the sleuth created by Conan Doyle. This series with Rathbone and Bruce represents one of the most memorable accomplishments of the American cinema of the ’30s and ’40s. The production, although with clear budget restrictions, recreates the noir with perfection, adding gothic elements of mystery to the plot.

3258 - O HOMEM-FORMIGA E A VESPA

Michael Peña é o destaque

      O HOMEM-FORMIGA E A VESPA (ANT-MAN AND THE WASP, USA, 2018) – Paul Rudd achou o timing cômico perfeito para o seu Homem-Formiga, provando que não há papéis pequenos para grandes atores (entendeu? entendeu?). Rudd já tinha tido seus momentos de glória, ao fazer o namorado de Phoebe (Lisa Kudrow), em FRIENDS. Assim como Ryan Reynolds fez com DEADPOOL, ele não leva seu personagem a sério. Nem poderia, claro. Afinal, o Homem-Formiga tem a mesma dimensão (super) existencial que o Hulk, por exemplo, só com vetores trocados. Se a tônica é o minimalismo, que venha mais um filme do formicídio com sua companheira, a Vespa (a bela Evangeline Lily). O destaque do filme é Michael Peña – é hilariante a sequência em que toma o soro da verdade. Último "cameo" de Stan Lee. Paul Rudd has found the perfect comic timing for his Ant-Man, proving that there are no small parts for great actors (Got it?). Rudd had had his glory moments as Phoebe’s boyfriend in FRIENDS. Like what Ryan Reynolds has done with DEADPOOL, he does not take his role seriously. Of course, this could never happen. After all, the Ant-Man has the same (super) existential dimension as the Hulk, for example, but with switched vectors. If the highlight is minimalism, let another Formicidae movie come and his mate, the Wasp(the beautiful Evangeline Lily). The memorable part of the movie belongs to Michael Peña – it is hilarious the sequence in which he takes a truth serum. Stan Lee's last cameo. 

3257 - ENCURRALADOS

Maria Bello e Pierce Brosnan

     ENCURRALADOS (SHATTERED,USA, 2007) – Thriller de suspense com Gerard Butler, Maria Bello e Pierce Brosnan. O roteiro é razoavelmente engenhoso, mas os personagens não ajudam muito. Um casal (Butler e Bello) passam a ser comandados pelo sequestrador de sua filha (Brosnan, num papel muito aquém de suas possibilidades). Gerard Butler é um ator fraco, sem qualquer recurso dramático. Afinal, atuar, no caso dele, são outros “300”. Suspense thriller with Gerard Butler, Maria Bello, and Pierce Brosnan. The plot is reasonably ingenious, but the characters are a problem. A couple (Butler and Bello) start following orders from their daughter’s kidnapper (Brosnan, in a role much below his capabilities). Gerard Butler is a weak actor and does not have any dramatic resource. After all, in his case, performing is another “300”.   

3256 - A LEI DA NOITE

Sim, o chapéu é mais expressivo...

    A LEI DA NOITE (LIVE BY NIGHT, USA, 2016) – Ben Affleck deveria se limitar a dirigir filmes apenas. No ótimo ATRAÇÃO PERIGOSA (THE TOWN, USA, 2016), como em ARGO, ele mostrou que é um diretor competente. Mas não tem talento para atuar. Neste filme, mais uma vez, sua expressão de pedra cansa o espectador e detona o ritmo da narrativa. Até parado ele é ruim. A LEI DA NOITE é uma tentativa frustrada de emular O PODEROSO CHEFÃO; tem bons momentos, especialmente quando o excepcional Chris Cooper aparece e tem a melhor atuação de um elenco que também conta com Elle Fanning, Brendan Gleeson e Sienna Miller. Mas Affleck, definitivamente, não dá. Ben Affleck should be only a diretor. In the great THE TOWN and ARGO, he showed a competent direction. Anyway, he has no talent for drama. In this movie, once more, his stone-faced expression tires the viewer, delivers nothing and interrupts the narrative flow. Even when standing up he is a disaster. LIVE BY NIGHT tries to emulate THE GODFATHER; has some good moments, especially when the superb Chris Cooper shows up and delivers a paramount performance with Elle Fanning, Brendan Gleeson, and Sienna Miller. But Affleck, definitely, is out of the question.

3255 - THE WALKING DEAD - TEMPORADA 9

Rick, volte logo!

     THE WALKING DEAD – TEMPORADA 9 – A entrada da nova showrunner Angela Kang realmente deu vida (!!!!!!) à série, mesmo com a saída de Rick Grimes (Andrew Lincoln), logo na primeira fase. Depois de duas temporadas realmente ruins, TWD reencontrou a trilha certa. Daryl (Norman Reedus) assumiu o protagonismo, junto com Michonne, e TWD voltou a proporcionar bons momentos, o que não vinha acontecendo nas temporadas anteriores. Muito se falou da nova vilã, Alpha, a líder dos Sussurradores, mas a atriz escolhida para o papel, Samantha Morton, é muito ruim. The entrance of the new showrunner Angela Kang really has given a new life (!!!!) to the series, even after Andrew Lincoln left in the first part. After two irredeemably bad seasons, TWD has found its groove again. Daryl (Norman Reedus) is now the protagonist with Michonne, and TWD is as good as it’s ever been now. A lot has been said about the new villain, Alpha, the leader of the Whisperers, but the actress chosen for the role, Samantha Morton, is very bad. 

3254 - ESTRADA SEM FIM

Woody and Costner, perfeitos...

      ESTRADA SEM FIM (THE HIGHWAYMEN, USA, 2019) – Kevin Costner e Woody Harrelson são obrigatórios. Neste filme, que já pode ser considerado um clássico, eles são os dois ex-agentes federais que saem em busca de Bonnie e Clyde, pelo interior dos Estados Unidos. Costner e Harrelson fazem uma dupla perfeita em cena, equilibrando as tonalidades dramáticas inerentes a já folclórica história dos assaltantes que, nos anos 20, eram tão famosos quanto os astros de Hollywood. No elenco, o excelente John Carroll Lynch (o mestre em artes marciais que ensinou Morgan em THE WALKING DEAD) e Kathy Bates, à vontade no papel da governadora do Texas. Kevin Costner and Woody Harrelson are obligatory. In this movie, a classic already, they are two ex-federal agents who chase Bonnie and Clyde in the US countryside. Costner and Harrelson are perfect in scene, balancing the inherent dramatic tones and a folkloric story about the two robbers, as famous as any movie star in the 20’s. In the cast, the outstanding John Carroll Lynch (the art martial master who tutored Morgan in THE WALKING DEAD) and Kathy Bates, extremely comfortable as the Texas governor. Netflix catalog.  

3253 - A GREVE

A greve, segundo Eisenstein...

      A GREVE (Rússia, 1925) – Realizado no mesmo ano de O ENCOURAÇADO POTEMKIN, este longa de estreia de Sergei Eisenstein mistura um estilo afeito ao teatro de vanguarda e dos elementos esquemáticos típicos do maniqueísmo melodramático. Em termos gerais, trata-se de um estudo sobre a greve como movimento privilegiado de autoconsciência proletária. Eisenstein enfocou a relação dos personagens com os objetos como instrumento de sua ação social – os capitalistas usam instrumentos de controle, como o telefone, usado na organização da repressão e o aparato burocrático. Os operários aparecem ligados às máquinas – que, sem eles, revelam-se esqueletos cadavéricos – ou em ambientes simples e naturais. Disponível no YouTube. Made in the same year of BATTLESHIP POTEMKIN, this debut movie of Sergei Eisenstein mixes a  vanguard theater style and schematic elements of melodramatic Manichaeism. In general terms, the movie is a study about strike as a privileged movement of proletarian auto conscience. Eisenstein focused on the characters’ relationship with objects as tools of its social action – the capitalists use control tools like the telephone, used in the repression organization and the bureaucratic apparatus. The workers are depicted linked to the machines – which, without them, are only lifeless bodies – or in simple and natural environments. Available on YouTube.    

    

3252 - MEGATUBARÃO

A melhor sequência de um filme sem profundidade...

     MEGATUBARÃO (THE MEG, USA, China, 2018) – Exemplo máximo da simbiose de Hollywood com a China (deem uma olhada na produção conjunta), MEGATUBARÃO não é um megafilme, como seria esperado, pelo menos tecnicamente. O dinheiro chinês impôs o elenco (o inglês Jason Statham e a starlet chinesa Li Bingbing), mas não conseguiu fazer uma ficção científica que empolgasse em momento algum (apenas a sequência em que o megatubarão ataca banhistas, vista de cima, é impactante). O tubarão digital não convence ninguém. Spielberg fez muito melhor com Bruce. Maximal example of the symbiosis between Hollywood and China (have a look at the joint production), MEG is not a mega film, as it would be expected, at least technically. The Chinese money imposed the cast (the English Jason Statham and the Chinese starlet Li Bingbing) but did not succeed in making a decent science fiction (only the mega shark attack on the beachgoers sequence, from above, is impacting). The digital shark is unconvincing. Spielberg accomplished a much better result with Bruce.  

3251 - BLADE II

O olhar matador de Leonor Varela

       BLADE II (USA, 2002) – O filme melhora tecnicamente, mas o roteiro continua pobre. Snipes me ouviu e colocou um pouco de humor no personagem. O elenco traz duas notas importantes: Norman Reeduss, o Daryl de THE WALKING DEAD, aparece como seu ajudante; e a cotia da vez é a chilena Leonor Varela, mais bonita e talentosa da protagonista do piloto. The movie is technically improved, but the plot is still weak. Snipes has heard me and inserted a lit bit of humor into the character. The cast has two highlights: Norman Reedus (THE WALKING DEAD) is Snipes’ sidekick and the Chilean Leonor Varela is much more beautiful and talented than the leading actress of the pilot.

3250 - BLADE, O CAÇADOR DE VAMPIROS

Snipes, sério demais...

     BLADE, O CAÇADOR DE VAMPIROS (BLADE, USA, 1998) – Um começo razoável para a trilogia sobre o exterminador de vampiros interpretado por Wesley Snipes. Tivesse sido realizado hoje, creio que a direção teria colocado mais humor na atuação engessada de Snipes – o filme teria sido mais interessante se entrasse mais na onda de DEADPOOL. Esse é o problema: ele se leva a sério demais. This is a reasonable beginning of the trilogy about the vampire terminator played by Wesley Snipes. Had it been made today, the approach would have been more humorous – the movie would have been more interesting had it followed DEADPOOL’s steps. This is the point: BLADE takes itself too seriously.

3249 - POR UM TRIZ

Tá olhando o quê?

      POR UM TRIZ (OUT OF TIME, USA, 2003) – Denzel Washington é obrigatório. E POR UM TRIZ é um bom thriller investigativo, com alguns twists e um ritmo acelerado que compensa as eventuais falhas. Denzel é um ator capaz de levantar qualquer filme em que esteja – ele equaliza as imperfeições do roteiro, numa atuação que traz um senso de realismo palpável e uma imediata conexão empática com o espectador. Eva Mendes exala sensualidade, e John Billinglsey está perfeito como o melhor amigo de Matt (Denzel), que está presente quando ele mais precisa. É o Kleber dele. Denzel Washington is obligatory. And OUT OF TIME is a good thriller, with some twists and a fast pace that make up for any eventual flaw. Denzel can lift any film in which he is, equalizing the plot imperfections, always able to bring a sense of realism to his roles and connecting with the viewer. Eva Mendes exudes sensuality, and John Billinglsey is perfect as Matt’s best friend, who shows up when he is needed the most. He is his Kleber. 

3248 - DEADPOOL 2

Morena Baccarin, despedaçando, literalmente, Deadpool...

     DEADPOOL 2 (DEADPOOL 2, USA, 2018) – Sim, Ryan Reynolds acertou em cheio com sua caracterização irresistível do superanti-herói Deadpool. Sujo, malvado – e simplesmente encantador e eletrizante em todas as baixezas de que é capaz, além do humor inteligente, rápido e cortante – Deadpool prova que a esculhambação bem feita pode, sim, se tornar um marco de criatividade, mesmo que ela venha trespassada de uma violência ultrajante, mas completamente inserta no universo de um personagem simpaticamente provocante. Claro que é necessária uma boa dose de cultura pop, senão o espectador literalmente dança em várias sequências. DEADPOOL deve, provavelmente, ter mais referências pop do que o JOGADOR N.o 1, de Spielberg, e nos instiga a entender que no peito mutante de Deadpool ainda bate um coração nem tanto. Falando nisso, Morena Baccarin é estupenda. Yes, Ryan Reynolds hit the nail squarely on the head with his irresistible characterization of the super-anti-hero Deadpool. Dirty, mean – and simply enchanting and electrifying in all the trickiness he is able of, besides the clever, quick, witted humor – Deadpool proves that a well-done mess can become a stylemark of creativity, even when entwined with outrageous violence that is inserted in a nicely provocative character’s universe. Of course, a good deal of pop culture is required, otherwise, the viewer may get lost in several sequences. DEADPOOL must probably have more pop references than READY PLAYER 1, and incites us to understand that under Deadpool’s mutant chest a not so mutant heart beats. By the way, Morena Baccarin is stupendous.  

3247 - OS RITOS SATÂNICOS DE DRÁCULA

Christopher Lee

     OS RITOS SATÂNICOS DE DRÁCULA (THE SATANIC RITES OF DRACULA, UK, 1973) – A última produção da Hammer com Christopher Lee e Peter Cushing é a primeira que traz Drácula para os dias atuais, o que causa, a princípio, certo estranhamento a quem se acostumou ao clima gótico iniciado com o excelente O HORROR DE DRÁCULA (1958). Nota-se que Lee já estava cansado do papel, mesmo no curto tempo em que aparece em cena. Cushing continua sendo o Van Helsing perfeito. The last entry in Hammer’s Dracula series with Christopher Lee and Peter Cushing is the first set in present day, which causes a strange feeling on those who appreciate the gothic atmosphere that began with THE HORROR OF DRACULA (1958). Noticeably, Lee was already fed up with playing Dracula by this stage, despite the very little screen time. Cushing continues being the perfect Van Helsing.  

3246 - O FANTASMA APAIXONADO

Ouçam Rex Harrison...

    O FANTASMA APAIXONADO (THE GHOST AND MRS MUIR, USA, 1947) – 1947 foi um bom ano. Uma jovem viúva cansa-se de morar com a sogra e, num impulso, compra uma velha casa que se diz ser assombrada no litoral inglês. Surpresa: o fantasma do Capitão Gregg, o proprietário anterior, é real. E também incrivelmente ranzinza – ou pelo menos até se deixar vencer pelos encantos da senhora Muir que, impressionada com o espírito (sem trocadilho) independente do finado marujo, retribui a atenção. Rex Harrison e Gene Tierney têm atuações que equilibram humor e sentimentalismo neste que é um dos melhores romances da era de ouro do gênero. 1947 was a good year. A young widow gets tired of living with her mother-in-law and buys a supposedly old house on the British seaside. Surprise: the ghost of Captain Gregg, the former owner, is real. And also incredibly cranky – at least until he is enchanted by Mrs. Muir who, impressed by the independent spirit (no pun intended) of the late sail man, reciprocate. Rex Harrison and Gene Tierney’s performances are equal in humor and sentimentalism in one of the best romances of the golden age of the genre.   

3245 - A DAMA OCULTA (1938)

O trem como cenário... ou persoangem?

    A DAMA OCULTA (THE LADY VANISHES, Inglaterra, 1938) – Este é o penúltimo filme realizado por Alfred Hitchcock na Inglaterra. Basta observar sua sofisticação formal e a sua capacidade de conduzir o espectador, para se chegar à conclusão que o rotundo realizador britânico já estava pronto para ingressar em Hollywood. Hitch, mais uma vez, prova que é mesmo um mestre do suspense, especialmente quando se trata de comprimir a trama em espaços exíguos – um dos maiores desafios da linguagem cinematográfica. Desde esta época, Hitch já demonstrava o seu gosto por desafios formais, o que iria marcar seus primeiros anos nos Estados Unidos. This is the penultimate movie made by Alfred Hitchcock in England. Suffice to observe his formal sophistication and his ability to lead the viewer in order to reach the conclusion that the fat director was already prepared to start his career in Hollywood. Hitch, once more, proves that he is the master of suspense, especially when the action takes place in exiguous places – one of the biggest challenges in the cinematograph narrative. Since this time, Hitch had already shown his flair for formal challenges, what would mark his first years in the USA.    

3244 - O ASSASSINO EM MIM

Casey Affleck, naturalizando o horror...

O ASSASSINO EM MIM (THE KILLER IN wME, USA) – Casey Affleck vive, com intensidade assustadora, o personagem central neste estudo sadomasoquista, em que a violência está tão organicamente presente, que se constitui num personagem per si. Não é um filme de fácil assimilação, pois qualquer tentativa de aprofundamento no psiquismo de um psicopata requer um embasamento teórico que ajude a manutenção de uma distância formal do objeto, no sentido de analisarmos as diferentes camadas que compõe um comportamento aparentemente violento em excesso e sem explicação aparente. Casey Affleck, ao contrário do irmão, tem talento: é, de fato, impressionante a forma com que ele conduz um personagem ensimesmado, ao mesmo tempo tomado de emoções destrutivas, em qualquer direção e capaz de apresentar-se como totalmente desprovido de sentimento, a não ser a indiferença total, por cujas brechas sobressai um desprezo profundo por tudo que é humano. Seu personagem em MANCHESTER À BEIRA-MAR também refletia este distanciamento, embora com outra abordagem comportamental. Casey Affleck plays, with scaring intensity, the central character of this sadomasochist study, in which violence is so organically present that it becomes another character per se. It is not an easy movie to assimilate, for any attempt to describe the inner universe of a psycho demands theoretical grounds that help keep a formal distance from the subject, in order to allow the analysis the various layers that compose the apparently his excessive and unexplained violent behavior. Casey Affleck leads his almost silent character, at the same time taken by destructive emotions at any directions and able to present himself as completely deprived of compassion, except total indifference, through whose breaches leaks a deep contempt of everything remotely human. His character in MANCHESTER BY THE SEA also reflects this aloofness, although with another approach