quarta-feira, 28 de julho de 2010

933 - TEMPOS DE PAZ


TEMPOS DE PAZ (BRASIL, 2009) – a adaptação da peça de Bosco Brasil para a tela grande funciona, sobretudo, na força do diálogo entre seus dois protagonistas, Dan Stulbach e Tony Ramos. De resto, fica mesmo a sensação desconfortável de assistir teatro filmado. Contudo, a força da história do imigrante polonês que vem para o Brasil exatamente num período pós guerra, no qual as autoridades ainda não sabem como lidar com as novas diretrizes em tempos de paz, é capaz de manter o interesse do expectador até o fim.Segismundo, interrogador alfandegário e ex-torturador da polícia política de Getúlio Vargas, com o ex-ator polonês Clausewitz, confundido com um nazista fugitivo, se desenrola na sala de imigração do porto do Rio de Janeiro. Tudo porque o fim da Guerra, por ironia do destino, é o que tira a paz de Segismundo. Ele teme a vingança de seus ex-prisioneiros. E hoje chefe da imigração na Alfândega do Rio de Janeiro, Segismundo é quem decide quem entra ou não no país. Clausewitz terá que usar todo o seu talento de ator para provar que não é um seguidor de Hitler. O filme retrata um período crítico da história brasileira e fala do maniqueísmo e da luta pela vida.

Veja o monólogo de Segismundo: http://www.youtube.com/watch?v=v7R0V2UQyEU

terça-feira, 27 de julho de 2010

932 - JEAN CHARLES


JEAN CHARLES (BRASIL, 2009) – “Jean Charles” é baseado no mundialmente conhecido caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado no metrô de Londres por agentes do serviço secreto britânico em julho de 2005, ao ser confundido com um terrorista. O filme revela os últimos meses da vida do eletricista mineiro, a partir da chegada a Londres de sua prima Vivian, que vai morar com ele e os primos Alex e Patrícia. A trágica morte de Jean Charles abala seus primos, que precisam reconstruir suas vidas após a dolorosa perda, em meio à luta por justiça. O filme não é tão elucidativo como propagaram. Claro que Selton Melo tem atuação destacada, como sempre acontece, mas seu personagem, por si, não traduz tanta carga dramática a ponto de torná-lo uma figura interessante, a não ser para o noticiário policial. Boa atuação contida de Vanessa Giácomo (Vivian). Quem tem o melhor papel, entretanto, é Luiz Miranda (Alex).

terça-feira, 20 de julho de 2010

931 - ARRASTE-ME PARA O INFERNO


ARRASTE-ME PARA O INFERNO (DRAG ME TO HELL, USA 2009) – de Sam Raimi. Na mão de um diretor tarimbado como Raimi, esta história de terror indecente, despudorado e manipulador de clichês atinge plenamente o seu objetivo de dar sustos na platéia, enquanto passa a mensagem subliminar para que não levem muito a sério o que veem. O filme conta a história de uma bancária (Alison Lohman) que, no afã de receber uma promoção, nega um empréstimo a uma velha sinistra (Lorna Raver). Como resultado, recebe uma maldição: será perseguida por um espírito do mal, na forma de uma cabra. É a ironia a serviço da diversão.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

930 - METEORO


METEORO (METEOR, USA 1979) – como era comum na década de 70, os produtores achavam que era só escalar um elenco famosíssimo para garantir o sucesso de um filme. O tempo mostrou que estavam completamente errados. Meteoro é um exemplo clássico disso. Afinal, quem não ficaria interessado num filme com Sean Connery (25 de agosto de 1930), Natalie Wood (20 de julho de 1938 – 29 de novembro de 1981), Karl Malden (22 de março de 1912 – 01 de julho de 2009), Marin Landau (20 de junho de 1928) e Henry Fonda (16 de maio de 1905 – 12 de agosto de 1982)? Pois é, mas Meteoro é mesmo um desastre muito além do roteiro, que coloca a Terra em perigo, quando um imenso meteoro se aproxima em rota de colisão. Estados Unidos e Rússia se juntam para lançar seus mísseis atômicos de suas bases orbitais. Connery é um cientista que intermédia tudo isso e ainda flerta com Natalie Wood, intérprete do premier russo. Malden é o assessor boa-praça do presidente (Henry Fonda), que tem que aturar um militar colérico que acha que toda a situação pode ser contornada sem maiores transtornos. Este papel ridículo ficou com o talentoso Martin Landau, o que é lamentável. Tudo é ruim, dos efeitos toscos, mesmo para a época, passando pelas atuações, até os diálogos. He momentos em que a história parece um convite irresistível ao sono. O grande desastre preconizado no filme acaba sendo o irreparável desperdício de talento destes grandes atores.

Veja a ena da colisão do meteoro em Nova York: http://www.youtube.com/watch?v=6GMAq43mh8w

sábado, 17 de julho de 2010

929 - O HOMEM COM OLHOS DE RAIO X


O HOMEM COM OLHOS DE RAIOS-X (THE MAN WITH X-RAY EYES, USA 1963) – de Roger Corman. Mórbida, mas genial, atuação de Reginald Alfred John Truscott-Jones (1905 – 1986), mais conhecido como Ray Milland, no papel do Dr. James Xavier, cujas pesquisas levam à criação de um colírio capaz de lhe conceder visão de raio-x. Gradativamente, seus poderes comprometem sua sanidade mental, mais ou menos na mesma forma de O Homem Invisível. A sequência da festa na qual Xavier vê os convidados sem roupa é um dos momentos clássicos do cinema. Enquanto a maioria do elenco era relativamente desconhecida, Don Rickles se destaca com um papel inesperadamente dramático. Um clássico do cinema de ficção científica da época que, mesmo com sérias restrições orçamentárias, acabou se tornando um sucesso, especialmente pela narração de Milland e pelo bizarro ponto de vista do protagonista. O roteiro de Robert Dillon e Ray Russel, repleto de reflexões epistemológicas é o grande trunfo deste projeto de Corman, rodado ao custo de US$250 mil.

Se seus olhos são normais, veja: http://www.youtube.com/watch?v=Z3S_yap6428

segunda-feira, 12 de julho de 2010

928 - INDEPENDENCE DAY


INDEPENDENCE DAY (USA, 1996) – de Roland Emmerich. Já revi este filme algumas vezes e cada vez o acho pior. A coisa se resume apenas em propaganda americana, acentuando o maniqueísmo de outras produções. Bill Pullman está ridículo como presidente dos EUA, e a cena em que Will Smith dá um soco num alienígena, dentro de caça que acabou de cair, é, no mínimo risível. Claro que o filme perde muito, nas suas cenas de ação, se visto na tela pequena. Diálogos bobos e situações que em nada contribuem, como o ciúme que o personagem de Jeff Goldblum sente da sua esposa com o presidente. Há uma versão com cenas adicionais no DVD.

domingo, 11 de julho de 2010

927 - THIS IS IT!


THIS IS IT! (USA, 2009) – este documentário sobre os ensaios daquela que iria ser a última turnê de Michael Jackson emociona os fãs, mas deixa na dúvida se o astro estaria mesmo em condições de enfrentar a maratona de 50 shows programados para, na realidade, sanear suas dívidas astronômicas também. Confesso que não me convenci de que ele estaria mesmo apto a enfrentar os esforços físicos e vocais que tal empreitada exigiria. Há boas cenas de coreografia e entrevistas com a equipe de produção.

sábado, 10 de julho de 2010

926 - INTRIGA DE ESTADO


INTRIGA DE ESTADO (STATE OF PLAY, USA 2009) – de Kevin MacDonald. Uma equipe de repórteres investigativos (Russel Crowe e Rachel McAdams) tenta descobrir o que está atrás do assassinato da amante de um congressista (Ben Affleck, péssimo, como sempre). A trama é magnética, embora sem muita originalidade. A história também aborda, levemente, as novas diretrizes da migração da mídia impressa para a plataforma virtual.A excelente Hellen Mirren (26 de julho de 1945) faz a editora poderosa do jornal onde Crowe trabalha. Jeff Daniels (19 de fevereiro de 1955) tem um papel pequeno, aquém de seu talento. A bela Robin Wright Penn continua um encanto no vídeo, juntamente com Rachel McAdams.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

925 - CAMPO DOS SONHOS


CAMPO DOS SONHOS (FIELD OF DREAMS, USA 1989) – de Phil Alden Robinson. O filme é uma homenagem aos que ainda são capazes de sonhar. Ray Kinsella (Kevin Costner) ouve uma voz misteriosa que o manda construir um campo de beisebal em sua fazenda. A partir daí, ele passa a ter uma série de reencontros com ídolos do seu passado, incluindo um escritor recluso, Terrence Mann (James Earl Jones). O filme não envelheceu e continua sendo uma delicada fábula contemporânea sobre a esperança e os sonhos. É emocionante a participação de Burt Lancaster.