quarta-feira, 29 de setembro de 2010

952 - O MONSTRO DE DUAS CABEÇAS

(THE THING WITH TWO HEADS, USA 1972). Um dos subprodutos do movimento Blaxploitation, O Monstro de Duas Cabeças conta a bizarra história de um velho milionário e racista (vivido por Ray Milland) que, devido a uma grave doença, tem sua cabeça transplantada para o corpo de um negro (Rosey Grier, primo da estrela negra Pam Grier, de Jackie Brown). O detalhe é que o negro está vivo e ambas as cabeças precisam conviver com o mesmo corpo. A partir daí, o que se vê na tela é um desfile de situações absurdas, que entrou para a história do cinema como um dos mais divertidos libelos contra o racismo.
O protagonista Ray Milland (1905-1986) foi um ator bastante requisitado em Hollywood nas décadas de 40 e 50 (ganhou o Oscar, a Palma de Ouro em Cannes e o Globo de Ouro por sua atuação em Farrapo Humano, de Billy Wilder). A partir dos anos 60, Milland começou a fazer participações frequentes em seriados de TV e produções do cinema B.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

951 - PRESSÁGIO


PRESSÁGIO (KNOWING, USA 2009) – à primeira vista, Presságio é um filme sobre a fé, ou a falta dela. Depois, pode-se achar que se trata de uma ficção científica, com um pé fincado na religiosidade, coisa que já andamos vendo em algumas produções mais recentes do cinemão hollywoodiano. No fundo, creio, o filme de Alex Proyas (também diretor de Eu, Robô/2004) é mais uma tentativa de superar os filmes-catástrofes que, depois de cataclismos locais, resolveram acabar com o mundo, tal qual o conhecemos. E nem isso ele faz com muita competência, embora Presságio prenda a nossa atenção com um ritmo alucinante de descobertas e suspense, até um final decepcionante, com muitos furos no roteiro. Nicolas Cage é um professor que, ao examinar o conteúdo de uma cápsula do tempo, descobre alguns desenhos feitos por alunos de uma escola em 1958. Em uma das folhas, há coordenadas de datas, mortes e desastres que aconteceram nestes 50 anos. Ele conclui que algumas delas ainda não ocorreram e que o mundo acabará em uma semana, mas de alguma forma, ele e seu filho estão relacionados com as tragédias.


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

950 - O EFEITO DA FÚRIA


O EFEITO DA FÚRIA (WINGED CREATURES, USA 2008) – bem, antes de tudo, qualquer filme com Kate Beckinsale é obrigatório. Dito isso, vamos à história: depois que um atirador mata um homem numa lanchonete, as pessoas que estavam lá no momento têm suas vidas modificadas de forma intensa. E só sobreviventes do primeiro escalão de Hollywood: da garçonete (Kate Beckinsale) que perde os cuidados com o filho, criando uma obsessão pelo médico que também estava lá (Guy Pearce), o qual quer dar uma de Deus e coloca sua esposa como cobaia para novos experimentos; do azarado (Forest Whitaker) que pensa ter muita sorte por ser sobrevivente e abandona a filha para ir aos cassinos de Las Vegas; da garotinha (Dakota Fanning) que perdeu o pai no tiroteio e se transforma numa subida devota da religião. A reação dos personagens, sempre exacerbada, fica sem explicação, fazendo de um filme que poderia ser um razoável estudo sobre a psique humana um dramalhão depressivo e inexplicável.

Veja:http://www.youtube.com/watch?v=HXSR7geoqYQ&feature=related

949 - GUERRA ENTRE PLANETAS



GUERRA ENTRE PLANETAS (THIS ISLAND EARTH, USA 1955) - Estranhos fenômenos começam a acontecer com o físico nuclear Cal Meacham. Neste meio tempo Cal aceita trabalhar em um projeto ultra-secreto, entretanto, ele desconfia que algo estranho, de fato, está acontecendo. Lá ele conhece a cientista Ruth Adams e junto dela tenta fugir. Na fuga conhece a pessoa que o contratou, Exeter. Mas a descoberta mais fantástica ainda está por vir, quando ambos ficam sabendo que Exeter, na realidade, é habitante do planeta Metaluna. Exeter quer a ajuda dos cientistas para descobrir uma nova forma de energia para salvar Metaluna dos ataques dos aliens do Planeta Zagon. “Guerra dos Planetas” é diferente de outras “space” óperas porque começa na Terra, na década de 1950, e de lá decola para uma aventura intergalática no espaço exterior. O título original, que significa “Esta ilha, a Terra”, resume a idéia do nosso planeta como uma ilha sideral, perdida na imensidão da galáxia, visitada esporadicamente por viajantes de passagem.

Veja: http://www.youtube.com/watch?v=hR7e3StbXoU

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

948 - A LISTA

A LISTA (DECEPTION, USA 2008) – Jonathan (Ewan McGregor) é um contador solitário que conhece Wyatt Bose (Hugh Jackman), um simpático advogado. Fingindo lhe ajudar, seu novo amigo o encoraja a entrar no mundo do sexo anônimo, conhecido como A Lista. Porém, após se envolver com uma bela garota (Michelle Williams, 09 de setembro de 1980), ele começa a descobrir as reais e perigosas intenções de Bose. O problema é que o roteiro se perde em twists inexplicáveis, especialmente no seu terço final. Ficamos, então, com perguntas sem respostas, e estes furos acabam por tirar todo o interesse pelo filme. Uma coisa boa: uma ponta de Natasha Henstridge.


Veja: http://www.youtube.com/watch?v=sEOwn1RZz9k

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

947 - PSICOSE (1998)


Psicose (psycho, usa 1998) – muito bem que Gus Van Sant tenha querido fazer uma homenagem ao mestre Hitchcock e procurado fazer uma cópia fiel do original Psicose, de 1960, fotograma por fotograma, mas o resultado, cá pra nós, foi perto do desastroso. Apesar de alguns bons nomes no elenco, como Julianne Moore, William H. Macy, Viggo Mortensen e Rita Wilson, a coisa não funciona, pelo simples fato de o filme original ser um clássico e, também, pela dupla de protagonistas – Vince Vaughn e a fraquíssima Anne Heche. Vaughn nem de longe consegue repetir a inocência que convivia com a maldade dentro do Normam Bates de Anthony Perkins, e Heche, feia, desenxabida, má atriz, é uma desonra à beleza e ao talento de Janeth Leigh, como Marion Crane. Um equívoco, dos maiores, da indústria cinematográfica.
Veja cena do banheiro:http://www.youtube.com/watch?v=PdAJrEgsU70

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

946 - VIDA DE BALCONISTA


VIDA DE BALCONISTA (BRASIL, 2009) – de Cavi Borges e Pedro Monteiro. O longa (nem tanto – 75 minutos) é um derivativo da série “Mateus, o balconista”, concebida originalmente para celulares e, depois, exibida via YouTube. O Mateus do título, é Mateus Solano, que faz o balconista de uma loja de vídeo, na qual todo tipo de personagem bizarro entra. Lembrou-me um pouco o “Smoke”, de Jim Jarmush, além de Tarantino, claro (Mateus veste, o tempo todo, uma camiseta do Kill Bill. É o velho truque do redimensionamento das situações aparentemente banais do cotidiano, mas funciona, muito por causa da interpretação espontânea de Solano, e dos diálogos engraçados.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

945 - HIGHLANDER 2, A RESSURREIÇÃO


HIGHLANDER 2: A RESSURREIÇÃO (USA, 1991) – não é à toa que essa é considerada a pior sequência de todos os tempos, principalmente pelo fato de o primeiro filme ser um clássico que cativou toda uma geração, com um roteiro inteligente e instigante. Conseguiram reunir novamente o diretor Russel Mulcahy e os astros Christopher Lambert e Sean Connery. Mas não tinha mesmo como funcionar um roteiro que tenta dar continuidade aos eventos descritos pelo primeiro filme, mesmo porque ele terminava de forma definitiva sem deixar portas abertas para seqüência. O jeito foi inventarem um "prólogo" que explica como os heróis tornaram-se imortais em primeiro lugar. Sean Connery reprisa seu personagem Ramirez e, obviamente, divertiu-se muito durante as filmagens realizadas na Argentina (para cortar custos). Felizmente (para ele), seu tempo em cena é curto e, claro, totalmente sem lógica. É difícil entender porque Connery aceitou participar desta droga. Nem por muito dinheiro. Um destaque – talvez, o único – é a presença da bela Virginia Madsen (11 de setembro de 1961).
Veja o grande Connery com Christopher Lambert: http://www.youtube.com/watch?v=YbTATwUxiSI

944 - O ASSALTO AO TREM PAGADOR


O ASSALTO AO TREM PAGADOR (BRASIL, 1962) – DE ROBERTO FARIAS. Filme clássico do cinema brasileiro. No interior do Estado do Rio de Janeiro, em 14 de junho de 1960, cinco mascarados armados de metralhadoras e revólveres, liderados por Tião Medonho, assaltaram o trem pagador da estrada de ferro Central do Brasil. A maioria dos assaltantes, com exceção de Grilo Peru, Edgar e Tonho, são negros favelados do Rio de Janeiro. Para não despertar suspeitas da polícia, eles decidem só gastar no máximo dez por cento do produto roubado. Entretanto, alguns acontecimentos começam a prejudicar o plano de sigilo dos assaltantes. Grilo Peru (Reginaldo Faria), mentor do assalto, jovem branco, se entrega ao luxo da zona sul e não aceita as restrições impostas por Tião Medonho. Tenta fugir do País, mas é morto pelo negro favelado. Finalmente, Miguel, compadre de Tião Medonho, trai a quadrilha, denunciando os favelados. A polícia fecha o cerco sobre os assaltantes, até chegar em Tião Medonho. Baseado em fatos reais, Roberto Faria expõe, através deste filme, clivagens de classe e de raça que atingem a sociedade brasileira. A maioria dos assaltantes do trem pagador, com exceção do mentor intelectual do crime são negros e favelados, buscando com o dinheiro obter meios de trabalho e oportunidades de vida digna (ao contrário, por exemplo, do jovem branco da zona sul, mentor intelectual do crime, Peru Grilo, que gasta o dinheiro com luxo). Existe uma clara divisão hierárquica do trabalho, baseada na posição de classe e na raça - os negros favelados, liderados por Tião Medonho executaram o crime e Peru Grilo, que se diz emissário de um suposto Engenheiro, é o mentor intelectual da operação criminosa. Com os favelados, a policia age com vigor, transgredindo direitos e espaço privado, obcecada em encontrar o dinheiro do assalto e seus executores. Os jornalistas aparecem movidos pelo puro sensacionalismo, desprezando o drama humano e social que existe por trás da noticia do assalto ao trem pagador. A situação de pária dos favelados está pressuposta na narrativa de Roberto Faria, inclusive na idéia de que o assalto ao trem pagador só poderia ser obra de estrangeiros, pois brasileiros não seriam capazes de executar tamanha proeza. Na realidade, é um ótimo filme, com bom ritmo e atuações convincentes. Grande Otelo tem um papel pequeníssimo, que mal aparece. Jorge Dória é o chefe de polícia, incansável na sua busca pelo dinheiro roubado.
Aqui, a cena em que Grilo humilha Tião Medonho: http://www.youtube.com/watch?v=-zupaVSVBdg