2086 - DE VOLTA PARA O FUTURO II

(BACK TO THE FUTURE II, USA 1989) - esta é uma das poucas continuações que são tão boas como o filme original, indo até um pouco além, por vezes. Agora Martin McFly (Michael J. Fox) tem que repetir sua visita a 1955, para que grandes mudanças drásticas aconteçam trinta anos depois. A química entre Fox e Christopher Lloyd continua a todo vapor, com tiradas engraçadas como, por exemplo, a realidade cotidiana do futuro.

2085 - HOMENS DE PRETO 3

(MIB3, USA 2012) - este terceiro filme da série apresenta um problema causado exatamente pelo roteiro: são poucos os momentos que o grandíssimo Tommy Lee Jones aparece como o rabugento agente K. No entanto, nas cenas em que bate bola com Will Smith, Jones brilha intensamente com um timing perfeito de comédia e de credibilidade. Sim, pois se embarcamos nas caretas de Smith e fingimos acreditar que ele é J, não temos a menor dificuldade para não ter dúvidas de que K existe no mundo real, graças ao "jeito de ator sério" com que Tommy Lee domina seus personagens. A história, que envolve o já magnético tema das viagens no tempo, é turbinada com excelentes efeitos visuais e um personagem tão fascinante quanto cativante: Griffin (Michael Stuhlbarg), o último sobrevivente de uma raça alienígena que consegue ver e calcular as probabilidades de diferentes cenários de tempo. Ah, excelente atuação de Josh Brolin, fazendo o jovem K. Emma Thompson - subutilizada - substitui Rip Torn como a chefe da agência que monitora a vida alienígena na Terra. 

2084 - PERDIDOS NO ESPAÇO - O FILME

Lost in Space

(LOST IN SPACE, USA 1998) - apesar do visual caprichado, um elenco de alto nível e uma justa homenagem a um dos mais importantes seriados de ficção científica dos anos 60, o filme de Stephen Hopkins não decola. Uma das razões, a meu ver, é a guinada radical no roteiro que, até o primeiro terço da história, reproduz fielmente os preparativos da família Robson para sua viagem a Alpha Centauri (Alpha Prime, aqui). O pouso forçado do Júpiter 2 (totalmente desfigurado no design) num planeta em que o maior perigo é um mal explicado paradoxo temporal deixa, isso sim, o espectador perdido de vez. William Hurt e Gary Oldman estão à altura dos personagens que, na série, foram de Guy Williams e Jonathan Harris. Claro que as participações dos atores originais poderia ter sido mais exploradas. Só Mark Goddard teve um papel que realmente é uma homenagem. O curioso é a escalação de Matt LeBlanc para o papel que fora de Goddard, o Major West - pelo menos para mim, não há como não lembrar do Joey, de Friends.

2083 - O REENCONTRO

(THE MAGIC OF BELLE ISLE, USA 2012) - já sabe: Morgan Freeman é obrigatório, e não se fala mais nisso! Neste belo filme, ele é um escritor desiludido com a própria literatura, que procura se isolar numa casa e mergulhar na bebida. No entanto, inesperadamente, sua vizinha (Virginia Madsen) e suas três filhas acabam por mudar os rumos desesperançados de sua vida. A partir daí, uma série de fatos vão compondo um interessante jogo existencial: realidade x imaginação, alcoolismo, viuvez, a criação dos filhos e, entre tantas outras coisas, a vida sob a ótica de uma pessoa numa cadeira de rodas. Evidentemente, nem todos os temas puderam ser devidamente explorados dentro do roteiro, mas só o fato de Morgan está em todas as cenas, falando a coisa certa, no momento certo, já vale a pena. O cenário é lindo.

2082 - STAR TREK - ALÉM DA ESCURIDÃO

(STAR TREK INTO DARKNESS, USA 2013) - J.J. Abrams é, de fato, um diretor que sabe o que faz. Imprimiu, sem cerimônia, sua marca pessoal numa franquia que já dura há décadas, sem tirar-lhe a essência que a fez tão famosa e querida em todo mundo. Este respeito à tradição aliado ao instinto para a inovação se faz presente em vários aspectos da sua arte de filmar. Um exemplo disso é sua insuspeita capacidade de combinar personagens com seus intérpretes: Chris Pine (da família Pinheiro) é impecável como o impulsivo Jim Kirk, e o mesmo se pode dizer de Zachary Quinto, como o racional Sr. Spock (embora Sheldon não concorde com isso). No mais, o filme é praticamente perfeito, considerando-se, logo de saída, a escolha do excelente Benedict Cumberbatch, como o vilão da história, que traz para o gênero uma infrequente excelência - apesar de toda a maldade, ele parece ter uma reserva apenas imperceptível, mas intrigante, de compaixão, que acaba por comover o espectador. Os efeitos são estupendos. Vale muito.

2081 - SEQUESTRO NO ESPAÇO

(LOCKOUT, USA 2012) - fraquíssima ficção científica com um enredo sem qualquer originalidade: numa prisão espacial, um bando de condenados faz a filha do presidente dos EUA refém, e um ex-agente federal rebelde (Guy Pearce, anabolizado) é recrutado pelo governo americano para libertá-la. Tudo é muito ruim, do CGI mal feito às atuações pálidas e sem convicção. Não passaria de uma nota 12% no Rotten Tomatoes.

2080 - DE VOLTA PARA O FUTURO

(BACK TO THE FUTURE, USA 1985) - ao rever este clássico dos anos 80, podemos perceber que há alguns furos no enredo (a rapidez com que Doc entende a viagem que Marty faz do futuro para o passado, por exemplo). No entanto, o carisma de Michael J. Fox e de Christopher Lloyd levam o filme num ritmo elétrico, e as falhas do roteiro passam quase despercebidas. O filme acabou ficando como um dos ícones da cultura pop, principalmente porque abordou de forma criativa uma história edipiana que também conjugava uma digressão sobre valores caros da sociedade americana, como o vencedor e o perdedor, aglutinados na figura do pai.