3754 - 1408

1408 (USA, 2007) – John Cusack fez sua carreira nas comédias românticas. Umas são muito boas, como SERENDIPITY, com uma das mulheres mais lindas do cinema, Kate Beckinsale e PROCURA-SE UM AMOR QUE GOSTE DE CACHORROS, com Diane Lane. Em 1408, baseado num conto de Stephen King, ele se lança no suspense sobrenatural e dá conta do recado. Ele é Mike Enslin, um escritor meio cínico cuja especialidade é escrever sobre hotéis meio mal assombrados. Com um passado pesado, ele é sempre crível e domina totalmente o personagem. Não há como não torcer por ele. Cusack entrega um espectro emocional à história e estabelece como espectador uma conexão inevitável. Acaba preso num quarto (o tal 1408 do título), onde vive um pesadelo sempiterno. John Cusack has made his career in romantic flicks (SERENDIPITY and MUST LOVE DOGS). Here, he  is brilliant as the cynical writer with a tragic past. He's never unbelievable, and he always nails the character down perfectly. There was never a time when I wasn't rooting for Mike Enslin in 1408. Cusack's emotional range is really put into play here, and he establishes an immediate connection with the viewer. He ends up trapped in a hotel room from where he can not escape.

 

3753 - ALEMANHA, ANO ZERO (1948)

1.       ALEMANHA, ANO ZERO (GERMANIA, ANNO ZERO, Itália, França, Alemanha, 1948) – Início do neorrealismo italiano, sob a direção de Roberto Rosselini. É a conclusão de sua trilogia sobre a WW2, lançando um olhar sobre uma Berlim devastada, personificada num garoto de 12 anos vagando completamente abandonado entre as ruínas, e exposto a toda sorte de perigos. The concluding chapter of Roberto Rossellini’s War Trilogy is the most devastating, a portrait of an obliterated Berlin, seen through the eyes of a twelve-year-old boy. Living in a bombed-out apartment building with his sick father and two older siblings, young Edmund is mostly left to wander unsupervised, getting ensnared in the black-market schemes of a group of teenagers and coming under the nefarious influence of a Nazi-sympathizing ex-teacher. GERMANY YEAR ZERO is a daring, gut-wrenching look at the consequences of fascism, for society and the individual.

 

3752 - AMOR E MONSTROS (2020)

AMOR E MONSTROS (LOVE AND MONSTERS, USA, UK, 2020) – Despretensioso, mas extremamente divertido, o filme dá uma dimensão original ao já consagrado universo apocalítico e distópico. O design das criaturas é muito bem realizado e, como se espera, adoravelmente assustador. O tema central é basicamente alguém deixando um esconderijo sufocante, para reencontrar uma pessoa que o faça feliz, no meio de pandemia de monstros, o que nos remete à atual situação enfrentada atualmente. The design of the creatures is perfect; and adorably scary. And the main theme of the film, which basically tells the story of a person leaving the suffocating comfort of his hiding place to find something that makes him happy, in the midst of a pandemic of monsters, I think it is something that will touch the sensitivity of many people that now live the dramas of self-isolation.

 

3751 - GALVESTON - DESTINOS CRUZADOS (2019)

1.       GALVESTON, DESTINOS CRUZADOS (GALVESTON, USA, 2019) – O primeiro filme dirigido por Mélaine Laurent é perfeito na criação de um road movie quase hipnótico. Ben Foster possui a gravitas do fugitivo à beira da morte, e Elle Fanning está encantadora como uma prostituta tentando escapar de uma tragédia familiar junto com sua irmã. This one of a very sensitive and moving love story, but not as you may expect. A depressing and not very hopeful film. A former gangster is on the run in Texas and meets a young girl who runs also away with her little sister. Melanie Laurent gives a true lesson of dramatization in this inspiring movie.

 

3750 - ACROSS THE UNIVERSE (2007)

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ACROSS THE UNIVERSE (USA/UK, 2007) – Obrigatório para qualquer beatlemaníaco (somos sempre, não?), o filme de Julie Taymor é uma delicadeza só, costurando mais de 30 músicas do grupo com uma história de amor (como deve ser). O pano de fundo é, claro, a década de 60 e as manifestações anti-Vietnã e pelos direitos civis, nos EUA, onde Jude (Jim Sturgess, a cara do Paul) conhece Lucy (Evan Rachel Wood, mais linda impossível) e se apaixona por ela. As várias leituras do roteiro vão sendo descobertas a cada cena, com as canções refigurando uma história cada vez mais parecida com a nossa, não há como negar. Como disse, obrigatório para quem tem um quadro dos quatro de Liverpool atravessando Abbey Road, mas ainda um pouco abaixo do maravilhoso YESTERDAY, de Danny Boyle. Obligatory to any beatlemaniac (aren’t we always?), Julie Taymor’s movie is a delicate piece of poetry, sewing 30 Beatles songs with a love story (as it must be). The scenery is, of course, the 60s and anti-war protest and the struggle for civil rights in America, where Jude (Jim Strugess, looking like Paul) meets Lucy (Evan Rachel Wood, more gorgeous impossible) and falls in love with her (who would’t?). The many layers of the script pop out in every scene and the songs keep reshaping the story that seems more similar to ours. As I stated, it is obligatory for those who have an Abbey Road poster hanging on the wall, but a little bit less than the wonderful Danny Boyle’s YESTERDAY.

3749 - VENON (2018)

Venon

Venon ajustando contas

VENON (USA, 2018) – Versão millenniun de O MÉDICO E O MONSTRO, o filme de Ruben Fleischer (do ágil ZUMBILÂNDIA) ficou melhor para mim depois de vê-lo de novo. Tom Hardy parece à vontade com o personagem, mas Michelle Williams foi, certamente, uma escolha equivocada para o papel. É uma oportunidade de ver Riz Ahmed, um assombro em O SOM DO SILÊNCIO, num papel anterior, já dando mostras do talento inequívoco. A revelação (depois dos créditos finais, seus otários) de que Woody Harrelson vai ser o próximo vilão, Cletus Kasady, só aumenta a expectativa de uma sequência superior. Millennium version of DR. JACKILL AND MR. HYDE, Ruben Fleischer (ZOMBIELAND) has got much better after a second viewing. Tom Hardy seems at easy with the character, but Michelle Williams was a bad choice for her role. Anyway, it is an opportunity to seen Riz Ahmed, a giant in THE SOUND OF METAL, in a previous role, but already talented. The hint (after the final credits, morons) that Woody Harrelson is going to be the next villain, Cletus Kasady, just raises the expectations of a superior sequence.

 

3748 - ESTRADA SEM LEI (2019)

ESTRADA SEM LEI (THE HIGHWAYMEN, USA, 2019) – Bonnie e Clyde estão à solta, aterrorizando o meio-oeste americano nos anos 30. Dois detetives veteranos são chamados para pôr fim ao banho de sangue provocado pela dupla. A partir daí, tudo funciona: dois atores obrigatórios – Kevin Costner e Woody Harrelson – uma direção segura a cargo de John Lee Hankcock, cenografia perfeita e a fotografia belíssima. Tudo isso faz do filme um prazer a ser revisitado de tempos em tempos. Bonnie and Clyde are at loose, terrifying the Middle-west in America in the 30s. Two veteran detectives are summoned to put an end to the bloodshed. From that point on, everything works: two obligatory actors – Kevin Costner and Woody Harrelson – a steady direction in charge of John Lee Hankcock, pristine cinematography and an outstanding photography. The movie is a pleasure to be revisited from time to time. 

  

3747 - VOZES E SUSSURROS (2021)

Amanda Seyfried

1.       VOZES E SUSSURROS (THINGS HEARD & SEEN, USA, 2021) – As presenças de Amanda Seyfried e de F. Murray Abraham podiam ser a garantia de um bom filme. No entanto, o roteiro não ajuda. Uma casa mal-assombrada, um marido sonolento, um professor enganador, um fantasma meio ausente, uma falsa carta de recomendação, um anel perdido (administrando tudo), uma menina levada, amor à primeira vista, jantares esquisitos com pessoas idem, a esposa de Indiana Jones, sangue, machados, serial killer, tudo muito mal misturado. Só com o cérebro em ponto morto.  The presences of Amanda Seyfried and F. Murray Abraham could have been a safe path. However, the script is not up to the cast. A haunted house, a sleepy husband, a weaving professor (inspired obviously from MIT), an ugly ghost, a fake recommendation letter, a lost ring (to rule them all), a naughty cowgirl, love at first sight, awkward dinners with strangers, the wife of Indiana Jones, blood, axes, serial killer, all badly mixed. Only with your brain in plane mood. Netflix. 

 

3746 - DESPEDIDA EM LAS VEGAS (1995)

Os 10 minutos mais arrasadores do cinema

.       DESPEDIDA EM LAS VEGAS (LEAVING LAS VEGAS, USA, 1995) – Nicolas Cage ganhou seu primeiro Oscar mais que merecidamente. São, talvez os dez primeiros minutos mais arrasadores do cinema a cargo de um ator. Da mesma forma, Elizabeth Shue é outra força da natureza, tão bela, tão trágica, a ponto de nos deixar tontos. O filme é pura dor, desolação e falta de esperança. É um estudo de aceitação, resignação e desespero de dois personagens num torvelinho de autodestruição. A química entre Cage e Shue transborda da tela. Cage won his first Oscar for his role as Ben, and how deserved it was. Maybe the most compelling first 10 minutes ever. He was astounding, perfection, down to every single tick, the volume of his voice, the pain and tragedy buried in his eyes. I could not believe the extent of his role, the dedication and time he invested in bringing this character to life. Same goes for Elizabeth Shue, who with a simple glance at a person, she reveals her entire self, and no one even dares to notice except for Ben. Leaving Las Vegas" is pain, isolation and honesty... An unusual picture of human desperation and lack of hope... A study of acceptance, resignation and despair of an amazing two characters... An examination of what happens when two lovers are caught in cycles of self-destruction... The film is extremely well written, directed and acted... The chemistry between Cage and Shue is sizzling... They are able to solve their existential frustrations by connecting in perfect harmony, and yet they are still completely alone...