match point (match point, usa 2005) – os ares britânicos fizeram bem a Woody Allen, que parece renovado ao escrever e dirigir este thriller de suspense policial que começa, assim como quem não quer nada, como uma das suas comédias sobre relacionamentos, e passa para uma história surpreendente. Chris (Jonathan Rhys Meyers, 27 de julho de 1977) é uma espécie de Tom Ripley um pouco mais diluído, mas com pretensões de subir na sociedade londrina. Depois de fazer amizade com um ricaço, Tom Hewet (Matthew Goode, 03 de abril de 1978), a quem ensina tênis como empregado num clube, casa-se com a irmã dele, mas se sente profundamente atraído pela noiva de Tom, Nola (Scarlet Johansson, 22 de novembro de 1984), uma dublê de loira fatal e atriz aspirante. Allen mostra um fascinante jogo de reflexão sobre a sorte (sim, a sorte pura e simples) e das escolhas feitas na vida, principalmente aquelas que dizem respeito à satisfação imediata. Então, o filme toca numa questão delicada e incômoda: é melhor ser rico e insatisfeito ou pobre e feliz? A partir daí, o mestre Allen vai tecendo uma história envolvente, que tangencia valores burgueses e sonhos românticos, sem ser moralista ou parcial. Vale ver e rever. Maurice tinha razão.