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CARNE TRÊMULA (CARNE TRÉMULA, ESPANHA 1997) – de Pedro Almodóvar. Como acontece em quase todos os seus filmes, Almodóvar aposta na falta de lógica do enredo para, a partir disto, provocar sensações diversas no espectador. Neste filme, em particular, essas sensações vão da graça inusitada de alguns personagens (a mulher adúltera do policial, vivida pela experiente Ângela Molina), à lacrimação do drama do marido paraplégico (Javier Bardem, excelente) que vive a dúvida em relação aos sentimentos possivelmente comiserativos da esposa (a bela Francesca Néri, a cara da Michelle Pffeifer, olha aí). Vejo, claramente, que o universo almodovariano possui características marcantes e reconhecíveis em todos os seus filmes.