segunda-feira, 19 de outubro de 2009
827 - A MULHER INVISÍVEL
A MULHER INVISÍVEL (BRASIL, 2009) – o diretor Cláudio Torres escorregou feio nesta suposta comédia com verniz psicológico, em que nada se salva, nem mesmo contando com um ator de talento inegável como Selton Mello e a beleza magnética de Luana Piovani. Percebe-se que o diretor quis atingir as grandes platéias - aquelas cujo senso crítico cabe perfeitamente num Twitter - e para quais basta a propaganda bombardear com a legenda “uma comédia sensacional” para entupirem os cinemas e acharem tudo uma perfeição. Até aí, tudo bem. Afinal, cinema é mesmo diversão. Mas não pode ser enganação: o filme é ruim. Selton interpreta o controlador de tráfego, Pedro, que, depois de dispensado sem cerimônia pela mulher (Maria Luísa Mendonça), cai em depressão. As coisas parecem que vão melhorar quando Amanda (Luana Piovani) bate à sua porta e Pedro acredita ter encontrado a companheira ideal. Só que ela é mera criação de sua mente solitária e só existe na sua fantasia. Daí por diante, Selton Mello esforça-se para segurar o filme, e as situações e os diálogos evoluem (?) para uma “interpretose” constrangedora que subestima a inteligência do espectador com truques baratos de psicologia, como aconteceu em O Divã, com Lília Cabral.