quarta-feira, 30 de novembro de 2011

1206 - ENTERPRISE - SEGUNDA TEMPORADA

ENTERPRISE – SEGUNDA TEMPORADA (ENTERPRISE, SECOND SEASON, USA 2002) – a segunda temporada começa com a segunda parte de “Shockwave”, que foi o último episódio da primeira. Archer está numa biblioteca em ruínas, no futuro, junto com o agente Daniels, que já tinha aparecido numa outra história. O segundo episódio é curioso: comemorando o primeiro aniversário de T’Pol a bordo da Enterprise, ela conta a Archer e Trip que sua bisavó e um grupo de vulcanos foram os que realmente chegaram primeiro à Terra. Mas, talvez, o mais curioso episódio é aquele em que T’pol fica no cio, depois de ter sido contaminada com um vírus e dá em cima de Phlox, enquanto eles estão numa câmera de quarentena. Esta temporada traz mais conflitos para Archer – ele, inclusive, é condenado por um tribunal Vulcano. Os personagens vão amadurecendo.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

1205 - MALU DE BICICLETA

MALU DE BICICLETA (BRASIL, 2010) – de Flávio Tambelini. Sem ser muito pretensioso, o filme pode ser considerado um tratado atemporal sobre o ciúme e as formas de como (não) lidar com ele. Marcelo Serrado é Luiz Mário, um daqueles playboys conquistadores que, num belo dia, sente uma irresistível necessidade de pertença ao esbarrar com o sorriso homicida de Malu (Fernanda de Freitas, linda e temperada com pimenta a gosto). O roteiro se desenrola de maneira simples e direta, contando como Luiz Mário se deixa deformar pelo ciúme machadiano que conduz o espectador a uma profunda reflexão sobre a natureza da posse sentimental.

1204 - FLOR DO DESERTO

FLOR DO DESERTO (DESERT FLOWER, UK, ALEMANHA, ÁUSTRIA 2009) – de Sherry Horman. A transposição para o cinema da emocionante autobiografia da top model Waris Dirie, que fugiu da Somália, ainda menina, depois de ter sido submetida à revoltante circuncisão feminina, feita a gilete, quando tinha três anos, funciona muito bem, muito devido à atuação de Liya Kabede e aos flash-backs do roteiro, que nos permite ver – mas nunca entender – a brutalidade com que as mulheres são tratadas em certas regiões da África. No final, há umas catucadas políticas, ao meu ver desnecessárias, mas que, no entanto, não comprometem a mensagem humanista do filme.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

1203 - MEIA-NOITE EM PARIS

MEIA-NOITE EM PARIS (MIDNIGHT IN PARIS, ESPANHA, USA 2011) – podem dizer o que quiserem de Woody Allen, até mesmo que ele já não faz mais filmes com a qualidade de antigamente, mas bata ir ao cinema e assistir a este aqui para ter certeza de que o homem não perdeu a mão na realização de coisas sensíveis. Mesmo que a arquitetura cênica de Meia-Noite em Paris seja um pouco simplista demais para alguns críticos (eu discordo – quem tem Paris como cenário não precisa de mais nada), o roteiro é recheado de simbolismos e alcances aos quais não podemos ficar indiferentes. Foi bom rever Owen Wilson num bom papel, depois da tentativa de suicídio em 2007, por causa de uma depressão. Ele é Gil, um escritor que volta para a Paris dos anos 20, quando chega meia-noite. Agora, mais bela que Paris, ou tanto quanto, está Rachel McAdams, no papel da afetada noiva de Gil. Uma coisa é certa: Woody Allen sabe escolher os mais belos enfeites para suas obras de arte, e Rachel ilumina a tela em todas as suas cenas. Prestem atenção no simbolismo do horário – meia-noite –nem cá nem lá, um instante suspenso, em que se pode optar por estar em qualquer das dimensões temporais que conhecemos – passado, presente, futuro – dependendo dos nossos desejos mais verdadeiros.

1202 - ANALISANDO O AMOR

ANALISANDO O AMOR (THE SHRINK IN ME, USA 2001) – o que me levou a assistir a este filme foi a presença de Courtney Cox, no auge da beleza e da fama alcançada em FRIENDS. A história é simples, mas bem realizada, embora contenha muitos dos clichês das comédias românticas americanas, especialmente quando o protagonista se faz passar por outra pessoa para conquistar seu objeto de amor (Fred Astaire já fazia isso há muito tempo...). Entretanto, o sorriso cativante de Cox e seu timing perfeito para comédia fazem tudo valer a pena. Só não posso deixar de registrar minha imensa tristeza pelo fato de Courtney esteja praticamente com a boca deformada de botox hoje em dia. Uma das mais belas (e talentosas) atrizes americanas não merecia ter sucumbido ao péssimo e inútil hábito de tentar deter o ritmo inexorável do tempo.

1201 - AMOR POR ACASO

AMOR POR ACASO (BED&BREAKFAST, USA 2010) - Juliana Paes interpreta Ana, supervisora de uma loja de departamentos no Rio de Janeiro que recebe como herança de seu pai uma dívida de 500 mil reais. Desesperada, encontra esperança para seus problemas na escritura de um imóvel na Califórnia, achada por seu advogado (Julian Stone). Os dois então embarcam para os Estados Unidos para verificar se o valor do imóvel é suficiente para cobrir a dívida, mas descobrem que a casa foi transformada em pousada por Jake Sullivan (Dean Cain), que também a recebeu como herança e se julga dono do lugar. O conflito entre os dois é inevitável - e a resolução totalmente absurda. O que se esperar quando se tem Márcio Garcia como diretor? Se nem como ator ele pode ser considerado, como deixaram que ele cometesse esse desatino? Só se salva a bela estampa de Juliana Paes (falando um inglês bem razoável) e só. Tudo constrangedor, principalmente pela ponta que o diretor sem-noção faz no final. Evite, se não quiser se aborrecer.

domingo, 20 de novembro de 2011

1200 - A GENERAL (1926)

A GENERAL (THE GENERAL, USA 1926) – de Buster Keaton. Johnnie é apaixonado por sua locomotiva, a General, e também pela bela Annabelle Lee. Quando a Guerra Civil tem início, ele não é aceito como combatente porque seria mais útil como engenheiro da ferrovia. Porém, Annabelle passa a considerá-lo um covarde por não lutar. É quando a General e Annabelle são raptadas por espiões da União, e Johnnie deve correr atrás de ambas, numa aventura movimentada, bem ao estilo "stone face" de Keaton.

1199 - SEDE DE VINGANÇA

SEDE DE VINGANÇA (DOLAN’S CADILLAC, USA 2009) – o roteiro não é nada original: homem que tem a esposa assassinada por integrantes de uma máfia de escravas sexuais planeja cuidadosamente sua vingança contra o chefe da gangue (Christian Slater, exagerado no papel). O marido é vivido por Wes Bentley, de Beleza Americana, e a esposa, Elizabeth, por uma atriz belíssima, Emmanuelle Vaugier (dê uma olhada aí do lado e confira o impacto), que fez Jogos Mortais e o delicado Lições Para Toda Vida (2003). Muita violência e pouca performance – vai para o lixo, como alguns filmes que vi este ano.

sábado, 19 de novembro de 2011

1198 - SEM LIMITES

SEM LIMITES (LIMITLESS, USA 2011) – aí está um filme excelente para quem está deprimido – afinal, mesmo sem estar no fundo do poço, quem não gostaria de tomar um comprimido e usar 100% da capacidade de seu cérebro. Pois o filme é exatamente sobre isso: um escritor sem inspiração (Bradley Cooper) toma uma droga recém-inventada e passa ser “o cara” – sucesso profissional, mulheres bonitas, autoestima na estratosfera, mas sem considerar os possíveis efeitos colaterais. Ritmo perfeito, efeitos bem empregados, um roteiro original – que mais para fazer um ótimo filme?

1197 - TETRO

TETRO (TETRO, USA, ARGENTINA, ESPANHA, 2009) – de Francis Ford Coppola. O que mais impressiona neste filme sobre relações familiares – no caso, dois irmãos – é a excelente fotografia em preto e branco, mais até que a trama em si: o irmão mais novo vai procurar o mais velho, que se exilou em Buenos Aires e até trocou de nome, e descobre que ele havia escrito uma peça de teatro que poderia explicar o drama de suas vidas. O personagem-título é vivido por Vincent Gallo, que mais parece um clone de William Dafoe. Coppola é um dos grandes do cinema, claro, mas parece que exagerou na abordagem e no clima intimista da história. Fez que eu lembrasse dos filmes de Fellini.

1196 - OS FUGITIVOS

OS FUGITIVOS (LONELY HEARTS, USA 2006) – John Travolta e James Gandolfini são detetives, na década de 40, que perseguem um casal de assassinos (Jared Leto e Salma Hayek) que atrai viúvas de guerras para roubá-las e, eventualmente, matá-las. Bom thriller policial, no gênero Bonnie e Clyde, com atuações convincentes de Travolta e, principalmente Leto e Hayek. Esta última está altamente provocante como comparsa neurótica que instiga o companheiro na sua ambição desmedida. Vale ver.

1195 - DEMÔNIO

DEMÔNIO (DEVIL, USA 2010) – a história é simples: cinco pessoas ficam presas num elevador e uma delas é o diabo. O que aparentemente é um roteiro sem o menor apelo acaba ficando interessante pelo modo enxuto com que o diretor John Erick Dowdle, que fez Quarentena, em 2008, com uma temática bem parecida. Claro que não é o supra-sumo do suspense de horror, e nem um pouco original, mas pode funcionar se você não estiver com sono nem fizer questão de uma obra-prima.

1194 - É HEXA!

HEXA (BRASIL, 2010) – documentário sobre o hexacampeonato do Flamengo em 2009. A melhor parte é a ênfase no trabalho de Andrade, que pegou o time na metade da competição e o levou à conquista. Boa entrevista de Pet. Ainda há cenas dos cinco primeiros campeonatos nacionais, com alguns gols narrados pelo inesquecível Jorge Cury.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

1193 - ENTERRADO VIVO

ENTERRADO VIVO (BURIED, USA 2010) – de Rodrigo Cortés. Apesar do tema assustador que o título claustrofóbico sugere, o filme é um dos melhores thrillers de suspense dos últimos tempos. Ryan Reynolds acorda dentro de um caixão enterrado dentro do deserto do Iraque e só tem um celular e um isqueiro para tentar sair daquela situação. Tudo muito enxuto, do roteiro ao elenco com um único astro a fazer excepcionalmente um papel difícil. Bom exemplo de uma história sem efeitos especiais que prende a atenção do início ao fim.

1192 - O IMPÉRIO DO SOL

O IMPÉRIO DO SOL (THE EMPIRE OF THE SUN, USA 1987) – de Steven Spielberg. Cada vez que revejo este filme, acho-o ainda mais emocionante. É impressionante a atuação de Christian Bale, como uma criança que se perde dos pais, durante a invasão japonesa a Xangai, em 1941, e tem que enfrentar os horrores da guerra, num campo de concentração. Sua paixão pelos aviões é o que o mantém vivo. Não me lembrava de um pequeno papel de Ben Stiller. É um filme fantástico, uma obra-prima do grandíssimo Spielberg.

1191 - GRANDES ESPERANÇAS

GRANDES ESPERANÇAS (GREAT EXPECTATIONS, USA 1998) – o filme é uma adaptação de um conto de Charles Dickens, trazida para Nova York, onde um pintor (Ethan Hawke) se reencontra com o amor de sua infância (Gwyneth Paltrow). O que mais impressiona neste filme é a beleza de Gwyneth, que personifica aquela mulher inatingível, uma torre, algo que não se pode ter. Hawke é o rapaz de bom coração e sentimentos puros, totalmente tomado pela paixão. Ou seja, o filme trata desta perversa relação entre a dominadora e o dominado, entre o que espera o a que se faz esperar. No elenco, o auxílio luxuoso de Anne Bancroft e Robert De Niro.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

1190 - BELA LUGOSI MEETS THE BROOLYN GORILLA

BELA LUGOSI ENCONTRA O GORILA DO BROOKLYN (USA, 1952) – este talvez seja o maior mico (gorila?) que Lugosi já pagou nos seus anos decadentes, quando qualquer papel podia lhe garantir o aluguel e as drogas que o levaram à morte em 1956. De fato, este filme faz até os de Ed Wood parecerem obras-primas da sétima arte. Para piorar a situação, há uma dupla que copia descaradamente Jerry Lewis e Dean Martin, sucessos da época. Lewis, inclusive, mandou um processo em cima de Sammy Pretrillo, acusando de plágio performático, ou coisa do gênero, pois, pasmem, havia planos para uma série com a dupla “fake”. Lugosi, com a participação neste filme, acabou de vez com o que restava de sua reputação (aqui, uma nota: apesar de estereotipado com O Drácula de Tod Browing, Lugosi fez bons papéis, numa carreira pouco divulgada). O problema é que quiseram misturar horror com comédia e não conseguiram nem uma coisa nem outra, além de tornar este desperdício de celulóide uma curiosidade excêntrica, que só os interessados na história do cinema podem querer ver.

domingo, 13 de novembro de 2011

1189 - DE PERNAS PARA O AR

DE PERNAS PARA O AR (BRASIL, 2010) – a dupla Ingrid Guimarães e Maria Paula tinha tudo para dar certo como uma daquelas duplas que esbanjam química quando contracenam. Neste filme, isso quase dá certo, mas como geralmente acontece, as expectativas foram um pouco além da realidade. O ar de empreendedorismo que se pretendeu dar a uma executiva de sex-shop ficou sem o mínimo apelo, no meio de um roteiro previsível e atuações burocráticas.

1188 - CILADA.COM

CILADA.COM (BRASIL, 2010) – assim como os longas de Os Normais, A Grande Família e outros egressos da televisão, essas adaptações não funcionam na tela grande. Parece que os diretores esticam o que seria um episódio de meia hora, até que a história fique monótona, sem graça, repetitiva. É o que acontece com Cilada.com. Na TV, Bruno Mazzeo está ótimo, com o timing perfeito para aquele formato. No cinema, no entanto, tudo isso se perde, além da originalidade, pois várias gags que já foram vistas no programa da Multishow, se repetem aqui. Palavrões exagerados e sem sentido, situações grotescas (como a reunião dos homens com problemas de ejaculação precoce), personagens forçados e desenxabidos (como o de Sérgio Loroza), tudo isso transforma o filme numa verdadeira cilada para o espectador.

1187 - RED

RED – APOSENTADOS E PERIGOSOS (RED, USA 2010) – de Robert Schwentke, que dirigiu Plano de Voo, com Jodie Foster. É um daqueles filmes com aquele tom meio sarcástico, quase levado na brincadeira pelos atores, mas que funciona como diversão. Bruce Willis faz um papel de um ex-agente da CIA, que vive uma vida tranquila, até que um dia um assassino aparece com a intenção de matá-lo. Claro que o ex-agente não vai ficar esperando sua morte chegar, então resolver montar sua antiga equipe e voltam à ativa para se manter vivos. Tenho por norma assistir a qualquer filme que tenha Morgan Freeman no elenco, portanto, na podia deixar de RED de fora de minha lista. Só não gostei de Mary-Louise Parker, que não estava à altura dos outros atores.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

1186 - O FILHO DE KONG

O FILHO DE KONG (THE SON OF KONG, USA 1933) – esta sequência de King Kong é muito mais light e entremeada de mais romance e um enredo fraco, mas tão fraco que até o suposto filho de Kong (não havia DNA na época) se apresenta como um simpático gorila albino. A única nota realista é o gancho com o final do primeiro filme: processado pelos danos que Kong provocou em Nova York, Carl Denham foge da cidade e dos credores, no mesmo Venture do capitão Englehorn, cuja tripulação se amotina e os deixa na mesma Ilha da Caveira. Os excessos cômicos dão uma certa deformidade à história, que deixa de lado o clima sombrio e surreal do primeiro Kong.