segunda-feira, 28 de novembro de 2011
1203 - MEIA-NOITE EM PARIS
MEIA-NOITE EM PARIS (MIDNIGHT IN PARIS, ESPANHA, USA 2011) – podem dizer o que quiserem de Woody Allen, até mesmo que ele já não faz mais filmes com a qualidade de antigamente, mas bata ir ao cinema e assistir a este aqui para ter certeza de que o homem não perdeu a mão na realização de coisas sensíveis. Mesmo que a arquitetura cênica de Meia-Noite em Paris seja um pouco simplista demais para alguns críticos (eu discordo – quem tem Paris como cenário não precisa de mais nada), o roteiro é recheado de simbolismos e alcances aos quais não podemos ficar indiferentes. Foi bom rever Owen Wilson num bom papel, depois da tentativa de suicídio em 2007, por causa de uma depressão. Ele é Gil, um escritor que volta para a Paris dos anos 20, quando chega meia-noite. Agora, mais bela que Paris, ou tanto quanto, está Rachel McAdams, no papel da afetada noiva de Gil. Uma coisa é certa: Woody Allen sabe escolher os mais belos enfeites para suas obras de arte, e Rachel ilumina a tela em todas as suas cenas. Prestem atenção no simbolismo do horário – meia-noite –nem cá nem lá, um instante suspenso, em que se pode optar por estar em qualquer das dimensões temporais que conhecemos – passado, presente, futuro – dependendo dos nossos desejos mais verdadeiros.