sexta-feira, 26 de abril de 2013
2068 - HERÓI
(HERO, CHINA, HONG KONG 2002) - o mais caro filme chinês de todos os tempos ainda é visualmente arrebatador - sua beleza quase agressiva é o que se pode chamar de poesia em movimento. No mais, este filme me é especialmente querido porque foi tema de meu primeiro trabalho escrito no mestrado, o que me rendeu uma nota alta e algum prestígio durante o curso. «Herói» é uma obra com grande força estética, sem diluir uma estruturação narrativa, assente emflashbacks com vários pontos de vista de uma realidade já consumada (a morte dos três assassinos), desenvolvida, conforme referido, na prossecução do conceito de que tudo e todos se devem submeter a um ideal superior que é a criação da China imperial. A história é contada várias vezes, e Zhang, o diretor, conta com a arte e a técnica de Chris Doyle para compor vários segmentos, dominados por cores específicas (vermelho, azul, branco e verde), conferindo às imagens um certo abstraccionismo poético, isolando vários níveis de realidade. Os trajes desenhados por Wada foram tingidos numa multitude de tons (mais de 50 variações de vermelho, por exemplo) e os momentos para a rodagem de cada plano cuidadosamente selecionados (para capturar a cor certa nas folhas das árvores ou beneficiar da luz adequada). Confira aí