BRIGHT (USA, 2017) – A Netflix investiu
pesado nesta produção que chega ao serviço de “streaming” sem precisar do aval
dos estúdios de Hollywood. Isto, certamente, serviu para que se visse com bons
olhos um roteiro com bases pouco originais, mas que agrega elementos
fantásticos a uma história que, em princípio, todo mundo já conhece. Então,
BRIGHT pode ser definido como uma mistura de MÁQUINA MORTÍFERA com O SENHOR DOS
ANÉIS, que o diretor David Ayer (do indesculpável ESQUADRÃO SUICIDA) leva
adiante sem medo de errar e com uma saudável ousadia. É numa Los Angeles
barra-pesada que o policial Dary Ward (Will Smith) se vê obrigado a trabalhar
com Nick Jakoby (Joel Edgerton) o primeiro policial orc do país, uma novidade que
encontra resistência em todos os setores. A partir daí, o que se vê é todo mundo
em pé de guerra, numa cidade em que latinos, asiáticos, negros, brancos e,
evidentemente, seres estranhos que pipocam em várias formas e cores, vão
formando um painel de confronto de facções. BRIGHT tem jeito de piloto de
série, o que creio ser o desejo dos seus protagonistas e dos produtores, apesar
dos clichês dos filmes sobre duplas desajustadas, correria, explosões e
diálogos pouco inspirados. Apesar dos pecadilhos, BRIGHT pode agradar alguns exatamente pela
aparente despretensão e pela coragem de revestir um modelo consagrado com uma
boa camada de hibridismo exótico.