Juliette Binoche |
1 MIL
VEZES BOA NOITE (1,000 TIMES GOOD NIGHT, Noruega, Irlanda, Suécia, 2013) –
Rebecca (Juliette Binoche) é uma famosa fotógrafa de guerra, sempre em lugares
perigosos, de onde a volta é sempre incerta. É exatamente isso que afeta seu
marido e suas duas filhas. O filme trata de temas bem atuais, de modo bem
reflexivo, coisa rara nas produções mais recentes: o foco na fotografia jornalística
dá margem ao aspecto ético de se tirar fotos de pessoas nas mais precárias condições
de sobrevida, na esperança/pretensão de que estas imagens provoquem uma reação global
a respeito dos problemas retratados. Será isso o dilema de todos os fotógrafos?
Ainda há o risco da banalização das imagens numa época em que, por excesso, elas
se tornam quase invisíveis e, assim, incapazes de provocar emoções. O diretor Erik
Poppe, ele mesmo um fotógrafo de zonas de conflito, expõe estas questões ao
colocar Rebecca na encruzilhada existencial que talvez seja injusta com ela:
seguir sua vocação/missão, ou acomodar-se numa vida doméstica que, em determinado
momento do filme, ela mesma define: o trabalho mais difícil é o de casa. Rebecca (Juliette Binoche) is a famous war photographer
in conflict zones, from where it is always difficult to come back. That what
affects her husband and her daughters. The movie is reflexive about its themes:
the focus is on journalistic photography and its ethical aspect of taking pictures
of people suffering in the most precarious situations, hoping that these images
can provoke a global reaction about these problems. Would this be the great
dilemma of all photographers? Moreover, there is still the risk of banalization
of the images during a time in which their excess makes them almost invisible
and, thus, unable to raise emotions. The director Erik Poppe, a war-zone photographer
himself, displays all these issues when he puts Rebecca in an existential and
unfair quandary: follow the calling or settle down in a domestic life, which
she defines as the hardest work of all.