AFTERSUN (USA, UK, 2022) – É difícil acreditar na ausência deste filme maravilhoso nas indicações do Oscar deste ano. A diretora e roteirista Charlotte Wells constrói uma visita lírica e emocionante às lembranças que Sophie (Frankie Corio) tem das férias passadas com seu pai, Calum (Paul Mescal), num hotel na Turquia, quando ela tinha 11 anos. Calum esconde seus segredos, talvez porque Sophie ainda é uma criança, a um passo da idade na qual ela começa a descobrir o mundo. Consciência tem várias leituras aqui – suas múltiplas camadas não estão nos diálogos, mas no sensível ritmo do filme, nas escolhas editoriais, na paciência e sensibilidade da abordagem de Wells. E, claro, na fantástica Frankie Corio – aos 11 anos, uma atriz perfeita, em todos os sentidos -, e em Paul Mescal, um ator superlativo, com um trabalho notável, na entrega e na composição de um pai amoroso diante do seu próprio abismo pessoal iminente. It is hard to believe that this movie is not nominated for this year’s Academy Awards. Director and writer Charlotte Wells builds a touching visit to the memories Sophie has of holidays spent with her father in a hotel in Turkey, with her father (Paul Mescal). There's something unknowable about Calum and maybe this is because Sophie is a child, and he's her dad, and she's just about coming to the age where she's separating herself and becoming her own person. Consciousness operates on multiple tracks and "Aftersun" understands this. The multi-level awareness is not in the dialogue, but it's there in the film's gentle rhythms, the editorial choices, the patience and sensitivity of Wells' approach. And, of course in Frankie Corio’s stunning performance – at 11, a perfect actress, in all senses -, and also in Paul Mescal, a superlative actor with a remarkable work in the delivery and composition of a loving father on the verge of his own personal abyss. Mubi.
