ruas de fogo (streets of fire, usa 1984) – o filme não tem mais nada do que eu pensava ainda existir depois de tanto tempo. Roteiro fraco e atuações constrangedoras, principalmente de Michael Paré (09 de outubro de 1958), o protagonista. Com alguns atores que se firmariam depois, como Diane Lane, William Dafoe, Bill Paxton e Rick Moranis, esta intitulada “fábula de rock and roll” não pega fogo em nenhum momento. Surgido do nada, Tom Cody (Paré) vem resgatar a antiga namorada (Lane, 22 de janeiro de 1965), agora uma famosa cantora de rock, raptada por um bad boy tresloucado (Dafoe). Pois é, nada funciona, à exceção dos cenários razoáveis em neon. Diálogos absurdos.Gratuitamente violento e sem graça, só veja se estiver de fogo. Direção de Walter Hill.
domingo, 30 de setembro de 2007
sábado, 29 de setembro de 2007
137 - HOMEM-ARANHA 3
homem aranha 3 (spiderman 3, usa 2007) – de Sam Raimi. Nesta terceira etapa do Homem-Aranha na tela grande, a história se ramifica numa teia de sub-tramas que poderiam deixar o espectador desorientado, não fosse a inegável habilidade que Raimi tem de conectar as emoções naturais de seus personagens com a ação vertiginosa das cenas que as provocam. OK, tudo bem, mas este terceiro filme está a um passo perigosíssimo do tom over dos efeitos de computador, o que, em alguns momentos, nos deixa com a incômoda sensação de estar vendo um desenho animado turbinado. Um dos muitos acertos é a discussão da vaidade, quando ela atinge exatamente o super-herói em questão: sua mania de grandeza é multiplicada ao usar um novo traje negro, feito de uma substância vida do espaço. Kirsten Dunst (30 de abril de 1982) continua insossa com sua Mary Jane, mesmo atravessando uma crise pessoal e profissional que Peter Parker não consegue perceber. Harry Osborn (James Franco, 19 de abril de 1978) reaparece com uma personalidade geminada e se junta ao Homem-Aranha para enfrentar Flint Marko (Thomas Haden Church, 17 de junho de 1960), o Homem-Areia, outro vilão angustiado e com sede de vingança. Atenção para uma ponta de Stan Lee (28 de dezembro de 1922), pai de quase todos os super-heróis dos quadrinhos, numa cena com Tobey Maguire (27 de junho de 1975). Bryce Dallas Howard, de A Vila, aparece bem na história como alternativa romântica de Peter. Dá de dez a zero na desenxabida Kirsten.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
136 - BAD BOY
bad boy (bad boy bubby, austrália/itália, 1993) – uma espécie de Forrest Gump numa versão hardcore, Bad Boy Bubby conta a história, de um ponto de vista pessimista, de um homem trancado em casa até seus trinta anos que, depois de matar os pais, sai pela primeira vez na rua e começa a ter contato com uma civilização hostil e paradoxal. O filme é incômodo o tempo todo por mostrar cenas pesadas sem qualquer sutileza. Direção de Rolf de Heer. Dica valiosa do Miranda.
135 - O OBSERVADOR
o observador (the watcher, usa) – bom thriller de suspense e ação que começa bem, mas, infelizmente, perde o pique na parte final. James Spader (07 de fevereiro de 1960) é um policial com problemas com drogas que se muda para Chicago, onde se trata com uma bela psicanalista (Marisa Tomei, 04 de dezembro de 1964). Keanu Reeves (02 de setembro de 1964, Beirute), num raro papel de bandido, é um serial killer que manda à polícia uma foto de cada vítima 24 horas antes de executá-la. Ocorreu-me a troca de papéis entre Spader e Reeves e não teríamos grande diferença no resultado final, já que os dois passam, com sutileza, as características homoeróticas dos personagens. Marisa Tomei faz um papel muito aquém das suas possibilidades.
134 - O GRANDE PECADOR
o grande pecador (the great sinner, usa 1949) – Gregory Peck (05 de abril de 1916 – 12 de junho de 2003) é um escritor que, numa viagem, conhece uma bela mulher e, claro, se apaixona. Fácil de entender, pois a mulher em questão é Ava Gardner (24 de dezembro de 1922 – 25 de janeiro de 1990). Acontece que ela é viciada em jogos de cassino, e ele, coitado, acaba embarcando nessa, sem medir as conseqüências que, neste cenário de drama, são as piores possíveis. É uma adaptação de O Jogador, de Dostoyevsky. O simpático Melvyn Douglas, o Ben de Being There, está no elenco. A beleza estonteante de Ava mereceria volumes de uma enciclopédia sobre a estética na história da humanidade. Numa cena, Peck diz “Você é irritantemente linda!”. Nada, na época, poderia ser comparado à presença mesmerizante que ela mostra em cena. Apesar de o filme ser dublado, percebe-se que ela era uma atriz razoável, que deve ter tido outros pináculos dramáticos na sua cinebiografia.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
133 - CAMINHO SEM VOLTA
(the yards, usa 2000) – de James Gray. O filme mostra o lado nada glamouroso de Nova York, bem longe da Broadway, de Wall Street e das galerias de arte. Embora com um clima meio “O Grande Chefão”, glorificando um pouco o submundo do crime, inclusive por causa da presença de James Caan (26 de março de 1940) no elenco, a história é mesmo um caminho sem volta, com situações muito previsíveis e personagens unilaterais que se dividem entre os corruptos e não-corruptos. No meio desse vórtice, Leo Handler (Mark Wahlberg, 05 de junho de 1971), que acabou de sair da cadeia, tenta reconstruir a vida como o apoio da mãe (Ellen Burstyn, 07 de dezembro de 1932), da tia (Faye Dunaway, 19 de janeiro de 1941) e da prima (Charlize Theron, 07 de agosto de 1975, África do Sul), os únicos bons da trama. Leo, então, aceita participar de um plano que resulta numa sabotagem e um assassinato inesperado. Claro que acaba sendo injustamente acusado e tem que enfrentar tudo e todos para provar sua inocência. Joaquin Phoenix (28 de outubro de 1974, Porto Rico) completa o bom elenco desta história que ficaria melhor com uma direção mais ágil.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
132 - COMO ERA BOA A NOSSA EMPREGADA
como é boa a nossa empregada (brasil, 1973) – comédia de costumes, produzida pela Atlântida, beirando a pornochanchada, em três episódios. O terceiro, com Jorge Dória, é o melhor. Nos outros, protagonizam Pedro Paulo Rangel e Stepan Nercessian. O tema gira em torno da exploração sexual das empregadas de classe média, consideradas perfeitas para a iniciação sexual dos jovens da época. Uma das produções mais fracas do gênero, com alguns dos nomes consagrados da época, como José Lewgoy, Maria Pompeu, Lydia Mattos e Carlo Mossy. Vale pela curiosidade de ver o Rio de Janeiro no início da década de 70, a estranha moda da época e o conflito entre gerações. A “mulata boa” é uma espécie de mulher-objeto desejada por todos os homens. Elas apareceram no cinema como símbolos sexuais no final da década de 50. Lurdes de Oliveira e Luiza Maranhão foram as que obtiveram maior destaque nas telas. Somente em 1976, quando Zezé Motta interpretou Xica da Silva, uma negra apareceu num papel sensual. Papel que a atriz, em circunstâncias diferentes, repetiu em filmes como Cordão de Ouro (1977), Águia na Cabeça (1983) e Anjos da Noite (1987). O estereótipo da mulata curvilínea é muito forte na cultura brasileira e diversos filmes foram feitos com o único objetivo de explorar isso: A Gostosa da Gafieira (mulata dorme com todos os homens, mas não gosta de ninguém), Histórias que Nossas Babás não Contavam (traz uma Branca de Neve mulata e ninfomaníaca). Ao exaltar a sensualidade da mestiça, esses filmes, na realidade, estão decantando seu "lado branco" e a humilham como mulher.
131 - MOTOQUEIRO FANTASMA
motoqueiro fantasma (ghost rider, usa 2006) – o diretor Mark Steven acertou ao apostar na paródia nesta adaptação – mais uma! – de um herói dos quadrinhos da Marvel. Sejamos francos, o filme não é bom. Nem a presença (ou seria ausência?) de Nicolas Cage contribui para uma apreciação mais generosa, pois o astro de Motoqueiro Fantasma é, de fato, e apenas, o personagem: um esqueleto flamejante numa roupa de couro, pilotando uma motocicleta que leva ao paroxismo a expressão “queimar os pneus”. O famoso pacto faustiano reaparece aqui numa adaptação paupérrima: depois de um acordo com Mefistófeles (Peter Fonda, 23 de fevereiro de 1940, USA), Johnny Blaze (Cage) é chamado para despachar para o inferno malfeitores desta e de outras dimensões. Os muito jovens não vão entender a referência a Fonda, cujo maior sucesso nas telas foi com o igualmente motorizado, e bem melhor, Easy Rider (Sem Destino). No mais, a presença sempre cativante e simpática de Sam Elliot, com o mesmo visual de Road House, faz render inesperadamente um papel pequeno, mas essencial à trama. A linda Eva Mendes enfeita a história como par romântico de Johnny. Wes Bentley (04 de setembro de 1978), de Beleza Americana, também está no elenco. Cage, um bom ator, se queimou nesse filme. Para esquecer!
sábado, 8 de setembro de 2007
130 - INSTINTO SELVAGEM 2
instinto selvagem 2 (basic instinct 2, Alemanha, UK, EUA, 2006) – de fato, pode mesmo ser considerado um dos piores filmes já feitos. História fraca, atuações pífias e direção canhestra de Michael Caton- Jones, que já havia feito o ótimo O Dia do Chacal (1997), com Bruce Willis e Richard Gere. Tudo é ruim nesta emulação de I.S. 1, a grande bola dentro de Paul Verhoeven, e consegue ir ficando cada vez pior à medida que o roteiro (!) se desenrola. Catherine Tramell (Sharon Stone, 10 de março de 1958, EUA) está morando em Londres e. depois de se envolver num acidente mal explicado em que seu suposto namorado morre, é obrigada pela Scotland Yard a prestar contas a um psiquiatra (David Morrissey, 21 de junho de 1964, Liverpool, péssimo no papel). Diálogos absurdos, poucos instintos e quase nenhuma selvageria. Esqueça.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
129 - MIL SÉCULOS ANTES DE CRISTO
mil séculos antes de cristo (One million year Bc, inglaterra 1966) – o centésimo filme da produtora inglesa Hammer, especializada em filmes de horror, acabou se transformando num ícone da década de 60, talvez unicamente pela presença de Raquel Welch (05 de setembro de 1940, Chicago) recheando muito bem um biquíni de peles num mundo repleto de trogloditas e dinossauros. Bem, é um alento acreditar que a humanidade começou assim. O pôster do filme (veja aí do lado) se tornou o mais vendido de todos os tempos. Os efeitos especiais são razoáveis para a época e ajudam a manter o interesse numa história fraca e sem inspiração. Direção de Don Chaffey.
128 - CLICK
click (click, usa 2006) – de Frank Coraci. Adam Sandler é um arquiteto que não tem tempo para dar atenção à esposa (Kate Beckinsale) e aos filhos. Um dia, resolve comprar um controle remoto universal, pois sequer sabe distinguir o certo entre os vários que tem em casa. Descobre, então, que o aparelho que adquiriu é mágico e capaz de manipular tempo e espaço. As confusões decorrentes misturam bons momentos de comédia e um inesperado clima de dramalhão mexicano, sem que o filme se defina entre um e outro. O roteiro se parece com muitos outros, como o de O Todo Poderoso. Ou seja, faltam originalidade e uma noção básica de sutileza ao diretor, como se pode verificar em várias cenas. Kate, belíssima como sempre, vale a locação do DVD.
domingo, 2 de setembro de 2007
127 - MRS HARRIS
mrs harris (mrs harris, usa 2005) – filme estranho esse. Totalmente frustrante, devo dizer. Dois grandes atores: Anette Bening e Ben Kingsley. No entanto, as atuações são horríveis, superficiais, quase caricatas. Anete é a esposa que mata Hy (Kingsley), um médico com fama de sedutor. A história é contada em flashback, mas tudo muito confuso. A única nota relevante é a participação relâmpago da grande Ellen Burstyn que, em 11 segundos de atuação e duas linhas de fala, foi indicada ao Emmy.
126 - NOTAS SOBRE UM ESCÂNDALO
notas sobre um escândalo (notes on a scandal, inglaterra, 2006) – de Richard Eyre. Judi Dench e Cate Blanchett, em atuações soberbas, praticam a franqueza na sua extrema forma britânica – sem rodeios e profundamente rascante. Dench (09 de dezembro de 1934, Inglaterra) é Barbara, uma professora de uma escola pública de Londres, solteirona, reprimida, intolerante, além de uma homossexual enrustida cheia de fantasias românticas. Quando conhece Sheba (Blanchett, 14 de maio de 1969, Austrália), que começa a dar aulas no mesmo colégio, e esta lhe dá um pouco de atenção, a paixão é fulminante. Ao descobrir que ela tem um caso com um aluno adolescente, Barbara se entrega ao jogo da chantagem para não só conseguir se aproximar de seu objeto de desejo, mas também acabar com seu casamento com Richard (Bill Nigh), bem mais velho do que ela.
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