sexta-feira, 14 de setembro de 2007

132 - COMO ERA BOA A NOSSA EMPREGADA


como é boa a nossa empregada (brasil, 1973) – comédia de costumes, produzida pela Atlântida, beirando a pornochanchada, em três episódios. O terceiro, com Jorge Dória, é o melhor. Nos outros, protagonizam Pedro Paulo Rangel e Stepan Nercessian. O tema gira em torno da exploração sexual das empregadas de classe média, consideradas perfeitas para a iniciação sexual dos jovens da época. Uma das produções mais fracas do gênero, com alguns dos nomes consagrados da época, como José Lewgoy, Maria Pompeu, Lydia Mattos e Carlo Mossy. Vale pela curiosidade de ver o Rio de Janeiro no início da década de 70, a estranha moda da época e o conflito entre gerações. A “mulata boa” é uma espécie de mulher-objeto desejada por todos os homens. Elas apareceram no cinema como símbolos sexuais no final da década de 50. Lurdes de Oliveira e Luiza Maranhão foram as que obtiveram maior destaque nas telas. Somente em 1976, quando Zezé Motta interpretou Xica da Silva, uma negra apareceu num papel sensual. Papel que a atriz, em circunstâncias diferentes, repetiu em filmes como Cordão de Ouro (1977), Águia na Cabeça (1983) e Anjos da Noite (1987). O estereótipo da mulata curvilínea é muito forte na cultura brasileira e diversos filmes foram feitos com o único objetivo de explorar isso: A Gostosa da Gafieira (mulata dorme com todos os homens, mas não gosta de ninguém), Histórias que Nossas Babás não Contavam (traz uma Branca de Neve mulata e ninfomaníaca). Ao exaltar a sensualidade da mestiça, esses filmes, na realidade, estão decantando seu "lado branco" e a humilham como mulher.