scoop, o grande furo (scoop, UK, usa 2006) – de Woody Allen. No funeral do famoso jornalista inglês, Joe Strombel (Ian McShane, 29 de setembro de 1942), seus colegas e amigos lembram de sua obstinada perseguição a um furo jornalístico que lhe desse fama. A partir daí, Woody Allen (01 de dezembro de 1935) dá início a uma comédia que flerta com o mundo dos mortos, pois é lá mesmo que Strombel descobre uma pista de quem é o misterioso serial killer que anda assombrando Londres e as mulheres morenas de cabelos curtos. Strombel aparece, então, para Sondra Pransky (Scarlett Johansson, 22 de novembro de 1984), num lugar insólito: em meio a uma apresentação de um mágico (Allen), para a qual ela foi escolhida, no manjado número da desmaterialização. Fica sabendo, por Strombel, que o aristocrata Peter Lyman (Hugh Jackman, 12 de outubro de 1968) é o assassino. Allen junta todos esses acontecimentos num roteiro que é o próprio Woody Allen que conhecemos: recheado de humor neurótico, crítica às relações familiares e, nesta fase britânica, com sutis comparações entre as culturas americana e inglesa. Mas não é um grande filme de Woody Allen. Pelo menos, está bem abaixo de Match Point e Melinda e Melinda. No entanto, é essa leveza inesperada nos filmes do diretor que faz de Scoop o que se pode chamar de “fase intermediária”, própria dos grandes gênios do cinema. Scarlett está à vontade num papel cômico, mas Jackman parece engessado como um lorde inglês, apesar de suas raízes britânicas. Durante os créditos finais, tem-se a impressão de se ter visto uma comédia, sem grandes pretensões a não ser mostrar que assassinatos em série possuem aspectos engraçados que só podem ser explorados por um grande diretor.