sábado, 2 de agosto de 2008

635 - SEABISCUIT

seabiscuit (biscuit, usa 2003) – a história - verdadeira, segundo créditos iniciais – de um conjunto hípico desacreditado, um jóquei brigão (Tobey Maguire) e um cavalo sem os padrões hípicos exigidos para as corridas, serve de suporte para a reafirmação dos valores americanos maniqueístas do vencedor e do perdedor, da vitória apesar das adversidades, da esperança versus a descrença generalizada. Como o filme se passa durante a Grande Depressão americana, fica claro que as corridas de cavalo serviam como sublimação dos desejos que escoaram pelo ralo por causa da crise econômica. Excelente, como sempre, Chris Cooper ganhou o Oscar de Ator Coadjuvante neste ano pela atuação como o treinador de cavalos meio desacreditado que é contratado por um milionário do ramo automobilístico (Jeff Bridges) que perdeu seu filho pequeno num trágico acidente de carro. Maguire é um jovem que vive metido em brigas, mas que mostra suficiente ambição e coragem para fazer de um cavalo aparentemente inferior um campeão. Os conflitos são muito bem trabalhados pelo diretor que, ao invés de focar o lado fácil das competições, resolve sublinhar as lutas internas de seus personagens. Adorei o papel do ótimo William H. Macy, o homem com aparelhos nos dentes em Magnólia, como o narrador das corridas que passa a torcer descaradamente por Seabiscuit. Bridges também está ótimo, especialmente nas cenas em que chora a morte do filho segurando um dos brinquedos dele. Direção de Gary Ross.