domingo, 27 de setembro de 2009
822 - O OLHO DO MAL
O OLHO DO MAL (EYE, USA 2008) – Sydney (Jéssica Alba) é cega desde a infância e recupera a visão depois de se submeter a uma cirurgia. Porém, ela logo descobre que pode ver pessoas mortas e percebe que os seus novos olhos abriram uma porta para um mundo aterrorizante. O roteiro não tem nada demais e está longe de ser original. No entanto, é um daqueles filmes que a gente vê com a esperança de que algo inesperado aconteça, talvez por causa da presença sempre bela de Jéssica Alba.
821 - O PROCURADO
O PROCURADO (WANTED, USA 2008) - A vida de Wesley Gibson não anda muito boa, sua namorada o trai e ele odeia sua chefe. Quando conhece Fox (Angelina Jolie), uma mulher enigmática que o leva para uma sociedade secreta, a vida de Wesley muda completamente. Porém, aos poucos ele verá que nem tudo nessa sociedade é o que parece. O exagero que marca as sequências talvez seja feito de propósito, e isso conduz o espectador a não levar muito à sério o desenvolvimento da trama. Angelina atua no automático, pois nada no filme requer qualquer carga dramática. Claro, tem Morgan Freeman, o que obriga, pelo menos, uma olhada. Muito CG para pouco resultado.
820 - CONDUTA DE RISCO
CONDUTA DE RISCO (MICHAEL CLAYTON, USA 2007) - de Tim Gilroy, que recupera, neste filme, diálogos ágeis e cronometrados, que podem dar aos atores momentos para brilhar na arte de atuar, o que não é pouco. O Michael Clayton deste filme é George Clooney, um sujeito que se ocupa em “fazer a faxina” de uma firma de advocacia: paga e cobra quantias tecnicamente inexistentes, apaga os escândalos, costura alianças e parcerias – faz o papel do algodão entre cristais. Numa dessas missões, Michael é incubido de trazer à razão o mais brilhante advogado de litígio da companhia (Tom Wilkinson, excelente), que parou de tomar sua medicação, surtou e passou a trabalhar em favor dos reclamantes em uma causa de 3 bilhões de dólares. Clayton passa o tempo todo sendo vigiado pelo chefe da firma, Sydney Pollack. Muito mais que ação, o filme é de diálogos originais e que – coisa rara – explicam o contexto da história.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
819 - O PORNÓGRAFO
O PORNÓGRAFO (BRASIL, 1970) – de João Callegaro. O jornalista Miguel Metralha (Stênio Garcia), trabalhava numa revista insossa chamada “Comer Bem”, e decide ir trabalhar no escritório de redação de “revistinhas” de conteúdo erótico. São praticamente quadrinhos, desenhados à mão, e que vão enfrentar a concorrência das revistas fotográficas americanas, os “novos tempos”. Apesar de trabalhar num ramo não muito prestigiado, sem muito reconhecimento, Miguel Metralha trabalha não pelo dinheiro - ao contrário, ele tem um enorme prazer em ser redator das “revistinhas”, sente orgulho do seu trabalho. Quer imprimir uma marca pessoal, um trabalho criativo, mesmo dentro desse ramo aparentemente vulgar, chulo e desgastado. O filme então mostra uma avaliação crítica da possibilidade de um cinema de invenção dentro da estrutura de subdesenvolvimento típica da cinematografia nacional, articulada com a própria estética do filme que é mostrar isso de uma forma acessível ao público. Callegaro quase não se concentra sobre o processo de criação em si (o traço, a criação das histórias) e sim no entorno do processo de criação, a estrutura econômica da administração e os jogos de poder necessários à preservação do negócio. E sua falência pelo conservadorismo dos verdadeiros donos da praça. Tudo é feito sem grandes sofisticações, com diálogos evidentemente improvisados.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
818 - BONEQUINHA DE LUXO
BONEQUINHA DE LUXO (BREAKFAST IN TIFFANY’S, USA 1961) – de Blake Edwards. Holly Golightly (Audrey Hepburn) é uma garota de programa nova-iorquina que está decidida a casar-se com um milionário. Perdida entre a inocência, ambição e futilidade, ela toma seus cafés da manhã em frente à famosa joalheria Tiffany`s, na intenção de fugir dos problemas. Seus planos mudam quando conhece Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor bancado pela amante que se torna seu vizinho, com quem se envolve. Apesar do interesse em Paul, Holly reluta em se entregar a um amor que contraria seus objetivos de tornar-se rica. Atenção para o excelente John McGiver, que faz o vendedor de jóias da Tiffany's.
817 - O GURU DO AMOR
O GURU DO AMOR (THE LOVE GURU, USA 2008) – de Marco Schnabel. Desta vez, Myers (25 de maio de 1963) não acertou. O filme é ruim, e só pouquíssimas cenas se salvam, exatamente aquelas em que Jéssica Alba desfila sua beleza. De resto, só um amontoado de piadas escatológicas e de gosto discutível. Ben Kingsley faz um papel sem graça. Os números musicais em nada ajudam. Só resta mesmo Jéssica Alba, olhaí.
816 - SOL NASCENTE
SOL NASCENTE (RISING SUN, USA 2003) – de Philip Kaufman. Mais do que o enredo em si, o que chama a atenção neste filme é o elenco de peso, a começar com Sean Connery. Um poderoso conglomerado japonês inaugura, em plena Los Angeles, a Torre Nakamoto. Na festa de lançamento uma série de empresários americanos são convidados, por estarem em negociações com os japoneses. Entretanto misteriosamente a garota de um dos executivos orientais aparece assassinada, durante a festa. Para investigar o caso são chamados o agente Web Smith (Wesley Snipes) e John Connor (Sean Connery), que viveu durante muito tempo no Japão. Enquanto Connor ensina a Smith aspectos da cultura nipônica, ambos investigam o assassinato.
815 - EVIDÊNCIAS DE UM CRIME
EVIDÊNCIAS DE UM CRIME (CLEANER, USA) – Samuel L.Jackson é um profissional encarregado de um serviço nada convencional: limpar a cena de um crime, depois que a polícia retira o cadáver. Ao cuidar de um crime que jamais foi denunciado à polícia, ele se torna cúmplice de um assassinato. Bom thriller policial. A bela Eva Mendes está no elenco, juntamente com o ótimo Ed Harris.
814 - VAMOS COM CALMA
VAMOS COM CALMA (BRASIL, 1956) – de Carlos Manga. Com Oscarito, Eliana e Cyl Farney, o filme não é dos melhores da safra da Atlândida. Buscapé e Sandra (Oscarito e Eliana) são dois vigaristas que são pegos em flagrante roubando a casa de uma grã-fina, Madame Pixoxó. Instruído por Luís Carlos, um candidato a futuro genro da grã-fina, Buscapé se faz passar por um nobre inglês, Lorde Street Flash, por quem a madame cai de amores. Entra em cena outro falso aristocrata, o príncipe Nico, outro pilantra de olho nas jóias da madame, que supostamente haviam pertencido a Catarina da Rússia, mas, na realidade, eram falsas e pertenciam à empregada da casa. Atenção para Ivon Cury, no papel do príncipe.
813 - MENINO DO RIO
MENINO DO RIO (BRASIL, 1982) – de Antonio Calmon. Jovem que ganha a vida fazendo pranchas de surf, Valente (André de Biasi) se apaixona por uma garota da alta sociedade, mas sofre um choque ao descobrir que ela sentia uma forte atração pelo pai dele. Ela não sabia que um era pai do outro, mas está decidida a ficar com filho, que agora não quer saber dela. Assim, ela decide se casar com um antigo noivo, por quem nunca foi apaixonada. Filme totalmente descartável, estereotipando a juventude dos anos 80 da pior maneira possível. As atuações são um desastre.
812 - PERIGO EM BANGKOK
PERIGO EM BANGKOK (BANGKOK DANGEROUS, USA 2008) – o enredo é simples: um assassino profissional, Joe (Nicolas Cage), chega a Bangkok para realizar quatro “trabalhos” e se apaixona por uma atendente de farmácia surda-muda, enquanto protege um ladrão local que trabalha para ele. Joe é um matador sem remorsos, está em Bangkok para executar quatro inimigos de um brutal criminoso chamado Surat. Para ajudá-lo, Joe contrata Kong (Shahkrit Yamnarm), um ladrão de rua, para enviar mensagens para ele com a intenção de cobrir seus passos. A intenção, é claro, seria matá-lo ao fim do serviço. Estranhamente, no entanto, Joe, solitário por natureza, se pega na posição de mentor do garoto, enquanto emenda um romance com uma garota local. Enquanto se apaixona pela beleza quase tóxica de Bangkok, ele começa a questionar sua existência e baixa a guarda…justamente quando Surat decide que é hora de fazer uma limpeza geral. Não é um grande filme, e Cage parece atuar no automático, sem parecer envolvido no papel em hora alguma.
811 - BANQUETE DE AMOR
BANQUETE DE AMOR (FEAST OF LOVE, USA 2007) – Baseado no romance de Charles Baxter, o filme conta a história de uma pequena comunidade no Oregon em que os moradores vivem intrigas amorosas. Um professor e escritor local chamado Harry Stevenson (Morgan Freeman) testemunha tudo de perto. Intrigas entre jovens e velhos, entre pais e amantes, entre o dócil e o selvagem, entre humanos e animais, Harry observa admirado como o amor mistifica, fere, devasta, inspira, faz exigências insanas e molda profundamente as vidas de cada um ao seu redor, incluindo-se aí, ele próprio. A maravilhosa narração do personagem de Morgan Freeman dá um tom meditativo sobre as vicissitudes do amor e suas consequências nem sempre favoráveis.
810 - XEQUE-MATE
XEQUE MATE (LUCKY NUMBER SLEVIN, USA 2006) – Slevin (Josh Hartnett, 21 de julho de 1978) está com problemas: o prédio onde mora foi condenado, sua carteira de identidade foi roubada e ele recentemente flagrou sua namorada na cama com outro. E as coisas só pioram quando ele é confundido com um amigo e se vê obrigado a matar o filho de um dos criminosos mais poderosos de Nova York. De início, tem-se a impressão que se trata de uma comédia de humor negro, um pouco confusa pela inserção de cenas aparentemente desconexas, no início do filme. Porém, como um presente que se vai desembrulhando aos poucos, passamos a entender a história à medida que roteiro se desenrola. O elenco é um convite à parte: Morgan Freeman, Ben Kingsley, Bruce Willis e Stanley Tucci.
sábado, 19 de setembro de 2009
809 - ESPELHOS DO MEDO
ESPELHOS DO MEDO (MIRRORS, USA 2008) - Ben (Kiefer Sutherland, 21 de dezembro de 1966) é um ex-policial que perdeu o emprego após um acidente. Querendo recomeçar, Ben aceita trabalhar como vigia de uma antiga loja incendiada. O lugar esconde muitos mistérios que passam a ir atrás de Ben e sua família e ele terá que correr contra o tempo para salvar a todos. Atenção para Paula Patton, que faz a mulher de Ben – ela fez Denzel Washington volta no tempo em Dejà Vu (2006)e é essa cotia aí do lado. No início do filme as logomarcas dos produtores são exibidas de forma invertida. Após os créditos finais é exibido o título do filme, da mesma maneira. Suspense razoável. Refilmagem de um filme coreano.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
808 - GIA
GIA (GIA, USA 1998) – biografia de Gia Carangi, top model da década de 70, vinda de uma família pobre, que encontrou fama e desgraça no mundo fashion de Nova York. Foi a primeira modelo a desfilar com roupas de homem e aparecer no estúdio de cara lavada, vestindo um velho jeans rasgado no joelho e assumir que era lésbica. Por essas e outras transformou-se num mito. Em menos de um ano, sua beleza quase nua (ela nunca usava maquiagem) foi para as capas das principais revistas de moda. Foi modelo preferida de Diana Von Fustemberg, com a a qual teve uma paixão, fotografou para a Vogue, Cosmopolitan e desfilou com Gianni Versace, designer e amigo com quem dividia suas intimidades. "Nenhuma mulher é verdadeiramente mulher se não for loira". Nesta frase ela se referia a sua namorada, Sandy Linter, com quem teve "o caso de amor" mais famoso e polêmico dos bastidores do mundo da moda. No filme, a vida de Gia é narrada em tom de documentário, beirando, em alguns momentos, um didatismo dispensável, mas não se pode deixar de ressaltar a impressionante atuação de Angelina Jolie no papel principal. Indicação do Miranda.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
807 - RISCO DUPLO
RISCO DUPLO (DOUBLE JEOPARDY, USA 1999) – acusada por ter assassinado o marido, Libby (Ashley Judd, 19 de abril de 1968) fica na cadeia por seis anos e, quando sai, descobre que a morte dele foi uma farsa para ele ficar com o dinheiro do seguro. Planeja, então, procurá-lo à revelia da polícia e reencontrar o filho. Thriller razoável, enfeitado pelo rosto delicado de Judd e reforçado pela presença de Tommy Lee Jones, que acabou encarnando o mesmo personagem que fez em O Fugitivo: o inspetor que persegue um suspeito que, no caso, é a Libby de Judd. Fácil de assistir e mais fácil ainda de esquecer.
806 - FATAL
FATAL (ELEGY, USA 2008) - David (Ben Kingsley), um professor universitário, se encanta por uma de suas alunas, a bela Consuela (Penélope Cruz). Eles começam a viver uma intensa paixão, porém o desejo de David por Consuela se torna uma obsessão que será capaz de transformar a sua vida, fazendo-o rever sua postura existencial. Mais que um objeto de desejo,porém, Consuela demonstra uma grande autoconfiança e uma intensidade emocional que o deixa fora de controle. Na realidade, a meu ver, o filme promete mais do que realmente oferece ao espectador, deixando, especialmente no seu terço final, a impressão que as questões levantadas durante o desenvolvimento do relacionamento de David e Consuela (ciúme, posse, confiança, insegurança) foram esquecidas para dar lugar a um drama de outra natureza. Não achei que Ben Kingsley está bem no papel do doutor universitário que pensa que sabe tudo (e como há-os na vida real)e que vê na conquista de uma bela jovem uma forma de se sentir ainda mais poderoso. Acontece que Consuela começa a confrontá-lo com uma série de questões inesperadas para quem já se sentia emocinalmente estabilizado na vida. Aí que acho que o roteiro se perde, ao substituir o amor pelos sentimentos de compaixão e proteção. O filme podia explorar mais o poder que a beleza tem de cegar, revelar e mudar as pessoas. De fato, Penelope Cruz está linda e se entrega com mais verdade ao personagem do que Kingsley.Considero equivocados o título original e o em português. "Elegia", no sentido de uma composição poética triste e geralmente relacionada à morte, não traduz a proposta do filme, pois nos leva a um enfoque reducionista do tema. Já "Fatal", em português, me parece sugerir uma idéia da sedução pela sedução, como na expressão "mulher fatal" que, de modo nenhum, se aplica ao personagem Consuela. Dica do Miranda.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
805 - O DIVÃ
O DIVÂ (Brasil, 2008) - a transposição da peça de sucesso, estrelada também por Lília Cabral, não foi das mais felizes. Apesar do talento e da espontaneidade da protagonista, o enredo que expõe as dúvidas, contradições e frustrações de uma mulher de meia-idade, casada com Gustavo (José Mayer, excelente), durante as sessões de terapia com o Dr. Lopes (será o Alan?), não funciona e acaba sendo previsível demais, tanto nos desdobramentos da ação quanto no final. Lamentável a performance de Cauã Raymond, por um motivo simples: não sabe atuar.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
804 - HOMEM DE FERRO
HOMEM DE FERRO (IRON MAN, USA 2008) – disparado, a melhor adaptação dos quadrinhos da Marvel para a tela grande, superando os também ótimos Homem Aranha e Batman. Robert Downey Jr (04 de abril de 1965) está perfeito como Tony Stark – cínico, engraçado, arrependido – comprovando como ele é bom ator, coisa que eu já sabia desde que fez Chaplin. É ele que faz o filme soltar faíscas nos seus melhores momentos, especialmente quando parece estar engajado num diálogo instigante com a plateia. Os efeitos especiais não apresentam qualquer falha e estão em consonância com o enredo. Ou seja, a história aparece e só é realçada por eles. Claro, tem também a belíssima Gwyneth Paltrow, como assistente de Stark. O vilão, Obadiah, é Jeff Bridges, e Terrence Howard parece ter se especializado no papel do melhor amigo do protagonista. Não deixe de ver a cena que vem logo depois dos créditos finais.
803 - 007 O AMANHÃ NUNCA MORRE
007 – O AMANHÃ NUNCA MORRE (TOMORROW NEVER DIES, USA 1997) – bem afinado com o final do século midiático, James Bond tem que impedir que um magnata dono de um conglomerado de meios de comunicação comece uma guerra entre China e o Reino Unido, a fim de obter o monopólio da imprensa em todo o mundo. Há uma palavra em inglês que define bem os filmes de James Bond: formulaic (algo como “baseado em uma fórmula”). Pois, neste, há tudo que, até então, habitou o universo bondiano: a cena aventurosa de abertura, as belas mulheres, os cenários luxuosos, carros, perseguições espetaculares e um agente nem tão secreto assim (convenhamos, mesmo nos filmes, todos conhecem Bond), aqui personificado pelo excelente Pierce Brosnan, um dos melhores, juntamente com Sean Connery e Roger Moore. No elenco, a futura dona de casa desesperada, Terry Hatcher (08 de dezembro de 1964), a Penny Parker do Macgyver. O vilão é Jonathan Pryce. Atenção para uma participação do ótimo Vincent Schiavelli, o fantasma do metrô de Ghost, cujo retrato está aí do lado, para quem tem memória com menos de um giga.
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