quarta-feira, 10 de novembro de 2010

960 - NOSFERATU

NOSFERATU ("Nosferatu, eines Symphonie des Grauens", 1922, Friedrich Werner Murnau)
Este foi o primeiro filme a adaptar o livro "Drácula" para o cinema. Como o estúdio não tinha autorização dos herdeiros de Stoker, os nomes dos personagens foram trocados — o conde aqui se chama Orlok, e Mina, sua vítima, vira Ellen. Mesmo assim, na época, o filme acabou sendo retirado de circulação. "Nosferatu" conta a história de um ganancioso corretor de imóveis, que parte para aTransilvânia para vender um casarão abandonado, sem saber que está trazendo para dentro de sua vida um espírito do mal, que atacará sua cidade como uma peste. É importante ressaltar que "Drácula" é uma novela epistolar (escrita em forma de cartas e anotações de diários). Assim, "Nosferatu" é responsável por criar a primeira narrativa linear dessa história, que será usada como paradigma pelos filmes de vampiro que virão depois dele, até mesmo por "Drácula", em 1931, a primeira filmagem "autorizada" do livro. A fotografia e a direção de arte de "Nosferatu" são magníficas até nos menores detalhes. Logo nas primeiras cenas, atente, por exemplo, para a carta de Orlok, toda feita de diagramas manuscritos. Muitas das soluções dadas por Murnau em termos de enquadramentos e uso de sombras também serão repetidas por inúmeros filmes de terror. Isso já bastaria para explicar por que o filme é considerado um clássico do expressionismo alemão, mas há ainda a interpretação excepcional de Max Schreck, que criou o vampiro mais repugnante história do cinema. Em 1979, "Nosferatu" ganhou uma refilmagem, também clássica, de Werner Herzog, e, em 2000, a homenagem de "À Sombra do Vampiro", indicado ao Oscar .