sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
2728 - NOCAUTE
NOCAUTE (SOUTHPAW, USA 2015) – Jake Gyllenhaal é Billy Hope, boxeador da
categoria meio-pesado que, emocionalmente, nunca superou a infância e a juventude
passadas num orfanato. Billy é um campeão, milionário, mas, por dentro,
continua órfão, inseguro e infantilizado. Sua única paz está no amor de sua mulher
(Rachel McAdams, linda, como sempre) e de sua filha. A partir deste cenário, o
diretor Antoine Fuqua constrói aquilo que vai ser o momento de declínio do
protagonista, a partir de uma resposta passional a uma ofensa de um rival
latino arrogante (sim, o estereótipo também é arrogante). É sempre uma tarefa
difícil fugir da metáfora do boxe como conflito entre a agressividade e a obstinação,
entre o sentimento de inferioridade e a afirmação pessoal – muitos filmes do gênero
já se dedicaram a esmiuçar este universo que, não raro, inspira uma imediata
simpatia com o protagonista – é só lembrar de TOURO INDOMÁVEL, O CAMPEÃO e
MENINA DE OURO. De qualquer forma, é impressionante a maneira como Gyllenhaal, tanto
física quanto psicológica, expressa a fúria e o medo do personagem. O filme, em
todo o seu esplendor, é unicamente dele, pois a direção dura de Fuqua é pesada
e sem as nuances necessárias para emoldurar a grande atuação do seu ator
principal.