sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

2753 - INTERESTELAR

INTERESTELAR (INTERSTELLAR, USA/ENGLAND 2014) O filme é uma obra-prima visual do anglo-americano Christopher Nolan, o mesmo que reimaginou a trajetória de Batman, com a trilogia O CAVALEIRO DAS TREVAS, em escala operística, rompendo a barreira fenomenológica discutida por Husserl e seu método de investigação permanente, e criando filme de perspectiva profundamente niilista. Neste sentido, INTERESTELAR é um quadro sinóptico de uma pletora de opostos, desde as cenas iniciais, num cenário totalmente rural e agrícola, até às imensidões inexploradas do universo, como uma metáfora para a função do buraco negro “wormhole” – um “furo” no universo que ligaria dois pontos linearmente distantes entre si, permintindo viajar em velocidade superior à da luz. É exatamente aí que se desenrola o roteiro bem original: com os recursos esgotados na Terra, uma missão a planetas numa outra galáxia se torna essencial e isso só é possível em função da travessia por um desses buracos negros. Filhote direto do magistral 2001 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO, de Kubrick, o filme de Nolan, na sua imperfeição, é muitas vezes magnífico, especialmente quando se propõe a discutir a natureza do tempo e seus efeitos físicos e psicológicos no ser humano. Atuação de primeira grandeza de Matthew McConaughey, sempre com um trabalho com uma austeridade dramática que emociona e convence em todos os sentidos. A trilha sonora, do grande Hans Zimmer, é épica, impressionista e capaz de envolver o espectador desde o primeiro acorde. Assim, imagem e som se fundem num concerto de ideias e emoções que torna o cinema de Chris Nolan algo que deve ser degustado por quem sabe sentir o sabor que as coisas, desse mundo e dos outros, realmente devem ter.