terça-feira, 8 de novembro de 2016

2836 - AURA

AURA (EL AURA, Argentina, 2005) Mais outro esplêndido exemplar do excelso cinema argentino, tendo como protagonista o maior de todos os atores portenhos – Ricardo Darín que, neste filme noir, brilha como um taxidermista epilético (sim, isso tem a ver com o roteiro) que sempre imaginou um plano perfeito para roubar um banco e que acaba no meio de uma história em pode pôr em prática todas as suas teorias. Todos os elementos do noir estão lá: a bela e misteriosa mulher, assassinatos, o jogo do claro-escuro, as atuações ambíguas, o herói que se deixa levar pelos fatos. O grande diretor Fabián Bielinski (responsável pelo também ótimo NOVE RAINHAS e que lamentavelmente morreu no Brasil em 2006, quando promovia o filme) explora muito bem o viés nacionalista do cinema argentino, mostrando os costumes e a filosofia de vida do país. Atenção para a cena em que Darín explica o que sente depois dos ataques epiléticos – fina conjunção entre uma magistral atuação de um ator singular e a direção sensível a serviço do que o cinema pode mostrar de melhor.