Emily, wasted, in both senses... |
A GAROTA NO TREM (THE GIRL ON THE
TRAIN, USA, 2016) – A sensação que se tem ao ver Emily Blunt no papel de uma
alcóolatra que não se conforma com o fim do casamento é que ela está muito além
deste papel, num filme de suspense apenas mediano, cujo único laivo mais ousado
é a narrativa do ponto de vista das três personagens principais: Rachel
(Blunt), Anna (Rebecca Fergunson, a atual mulher do seu ex marido e Megan (Haley
Bennet), a loira que Rachel observa diariamente, ao passar de trem diante da
sua casa, imaginando, numa mistura de inveja e desespero, que este, sim, seja o
casamento perfeito e não o desastre em que o dela se transformou. Em certo
momento, tem-se a impressão de que o roteiro se perde na descrição vazia dos
personagens, como se estivesse fazendo um esforço inócuo para chegar a um
trecho final previsível de um filme muito aquém do talento refinado de sua
protagonista.