terça-feira, 31 de dezembro de 2019

3388 - MARIGHELLA

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Carlos Marighella

     MARIGHELLA (Brasil, 2012) - Eleito o melhor filme longa-metragem da 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, realizada em 2012. Dirigido por sua sobrinha Isa Grinspum Ferraz, o filme é uma construção histórica e afetiva sobre Carlos Marighella, líder comunista considerado o maior inimigo da ditadura militar. Vítima de prisões e tortura, parlamentar e autor de Manual do Guerrilheiro Urbano, publicado mundialmente em diversos idiomas, Marighella participou dos principais acontecimentos políticos do país entre 1930 e 1969. Um herói, em todos os sentidos. Best film of the 7th South American Cinema and Human Rights Show in 2012. Directed by his niece Isa Grinspum Ferraz, the documentary is a historical and affectional construction of Carlos Marighella, communist leader and the military dictatorship’s greatest enemy. Imprisoned and tortured, congressional representative and author of the urban guerrilla Manual, worldwide published in several idioms, Mariguella took part in the main political events of Brazil between 1930 and 1969. A hero, in all senses.
  

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

3387 - MUSSUM - UM FILME DO CACILDIS

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Mussum

      MUSSUM, UM FILME DO CACILDIS (BRASIL, 2019) – Documentário sobre Mussum, cobrindo sua carreira musical e o sucesso nos TRAPALHÕES. Sem grandes novidades, a produção serve para registrar a trajetória do músico que encontrou sua vocação verdadeira como comediante. Documentary about Mussum, covering his musical career and the success with OS TRAPALHÕES. Without anything new, the movie is a register of the musician’s trajectory who found his true calling as a comedian.  



3386 - EU NÃO SOU SEU NEGRO

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Baldwin, grandíssimo!

      EU NÃO SOU SEU NEGRO (I AM NOT YOUR NEGRO, USA, 2016) - 1.       In 1979, James Baldwin wrote a letter to his literary agent describing his next project, "Remember This House." The book was to be a revolutionary, personal account of the lives and assassinations of three of his close friends: Medgar Evers, Malcolm X and Martin Luther King, Jr. At the time of Baldwin's death in 1987, he left behind only 30 completed pages of this manuscript. Filmmaker Raoul Peck envisions the book James Baldwin never finished. There is a marvelous moment in the film when a philosophy professor challenges Baldwin on the Dick Cavett Show for his attitudes and holds Baldwin (and by extension black people) responsible for the continuing racial divide. His message seems to be "you're the one making an issue out of this, not me." Baldwin's takedown of him in eloquent words that I will not even begin to try to replicate captures the essence of the entire film and the black struggle for equality.


3385 - GAROTA EXEMPLAR

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A bela Rosamund Pike e o péssimo Ben Affleck

     GAROTA EXEMPLAR (GONE GIRL, USA, 2014) – Apesar de Ben Affleck, GAROTA EXEMPLAR é um ótimo filme de David Fincher, o cineasta hiperbólico de SEVEN e CLUBE DA LUTA que foi se tornando cada vez mais contido e minimalista, como nesta produção, em que não há um único elemento, por menor que seja, que tenha sido deixado ao acaso. O caso do desaparecimento de Amy (Rosamund Pike) e a superexposição de seu marido Nick (Affleck) na mídia, acusado de tê-la matado, é um bom exemplo de como as pessoas, em geral, se comportam de acordo com as expectativas dos outros, num jogo de aparências interminável. Despite Ben Affleck, GONE GIRL is a great movie, directed by David Fincher, the hyperbolic moviemaker of SEVEN and FIGHT CLUB who has become more and more self-contained and minimalist – this is shown in the movie in which there is no element, smaller as it is, that might be randomly left. The disappearance of Amy (Rosamund Pike) and the overexposure of her husband Nick (Affleck) in the media, after being accused of murdering her, is a good example of how people usually behave according to others’ expectations, in a never-ending appearance game.


domingo, 29 de dezembro de 2019

3384 - TERREMOTO

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É aí que o desastre começa...

     TERREMOTO (EARTHQUAKE, USA, 1974) – Este filme-catástrofe, típico produto dos anos 70, começa como uma cena catastrófica: uma briga de casal muito malfeita com Charlton Heston e Ava Gardner. Levando em consideração os parcos recursos técnicos (ruins, apesar da ressalva), a atração é o elenco com alguns dos mais famosos astros da época, como Heston e Gardner: George Kennedy, Lorne Greene, Richard Roundtree, Lloyd Nolan e o melhor de todos, Walter Matthau, fazendo um bêbado num bar. O tom de novela alonga um filme curioso que marcou uma época em que os grandes desastres já estavam no roteiro. This catastrophe movie, a typical product of the ’70s begins with a catastrophic scene: a couple’s fight, with Charlton Heston and Ava Gardner. Taking into consideration the limited technical resources (very bad, despite the warning), the cast is the main attraction, with some of the most famous stars of the time, besides Heston and Gardner: George Kennedy, Lorne Greene, Richard Roundtree, Lloyd Nolan and the best of all, Walter Matthau, as a drunk in a bar. The soap-opera tone makes the movie a landmark in a time in which the great disasters were already in the writing. 
                                                            

3383 - AGENTE 86 (2008)


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Anne Hathaway mereceria 100...

1   AGENTE 86 (GET SMART, USA, 2008) – O filme é uma homenagem justa ao sucesso de Don Adams, no seriado homônimo da década de 60. Steve Carell (um dos meus atores favoritos) está perfeito como Maxwell Smart e Anne Hathaway nunca esteve tão bela como a agente 99. O sapato-fone reaparece, assim como o sempre ineficiente cone do silêncio. Alan Arkin também está excelente como o chefe do CONTROLE. Mel Brooks, o criador do personagem, adorou e assim também o teria Adams: tudo bem bobinho, mas não tão bobinho e, ao mesmo tempo, sério, sem sê-lo em demasia. The movie is a fair homage to the 60’s TV show and to Don Adams. Steve Carell (one of my favorite actors) is perfect as Maxwell Smart, and Anne Hathaway has never been as beautiful as agent 99. The shoe-phone is there as well as ineffective cone of silence. Kudos to Alan Arkin, as The Chief. Mel Brooks, the show’s creator, loved it as would Adams: it is silly, but not too silly, and at the same time, a little serious but not too serious.    
                                                           

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

3382 - A JUVENTUDE

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"Quem é ela?" "Deus."

    A JUVENTUDE (YOUTH, Itália, França, Inglaterra, Suíça, 2015) – Joe-Joe, não sei como transformar em palavras o impacto que este filme, indicado por você, provocou em mim, agora, especialmente. Por isso, começo meio perdido, como não poderia deixar de ser. Até porque, também me perdi ainda mais, ao tentar me encontrar, na história conduzida por Paolo Sorrentino, que já nos havia dado de presente o emocionante A GRANDE BELEZA. Mesmo depois de alguns dias, ainda não consegui analisar o filme sob a ótica de alguma racionalidade, se é que ainda tenho alguma. A JUVENTUDE trata das perdas, de todas as perdas, que temos durante a vida, todas carregadas de uma pesada carga afetiva em que se fundamentam as esperanças que já não temos mais. Todos temos nossos motivos para não reger mais as peças pedidas pela rainha; todos já passamos, passiva ou ativamente, pelo jorro verbal de ressentimento e mágoa no qual exumamos todos os traumas de infância e adolescência em que convivemos com a frieza, a distância e o silêncio de quem amamos demais, porque nunca poderíamos amar de menos. Obrigatório ver, sentir, sem entender nem desistir. Michael Caine arrasa no papel principal, com sua costumeira leveza de ver a vida diante de si. Obrigado, Joe-Joe. Joe-Joe, I really do not know how to express in words the impact of this movie on me. That is why I start a little bit lost, as expected. To tell you the truth, I got even more lost as I tried to find myself in Paolo Sorrentino’s movie – he had already given us THE GREAT BEAUTY. Even after some days, I am still incapable of analyzing the movie from a rational view, had I some rationality still left in me. YOUTH is about losses, all losses, the one we have had, all of them loaded with a heavy emotional content on which are based the hopes we no more have. We all have had our reasons for not conducting the musical pieces requested by the queen; we all have passed, passive and actively, through the verbal gush of resentment and grief in which we had exhumed all the childhood and teenage traumas during which we had to face coldness, distance, and silence from the ones we loved too much because we could not love any less. Michael Caine shines in the leading role, in his usual soft-spoken and controlled fashion A must-see, in order to feel, without understanding or quitting. Thanks, Joe-Joe!   
  

                                                           

3381 - VICTOR FRANKENSTEIN

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Jessica Brown Findlay, um ótimo motivo para buscar a imortalidade

      VICTOR FRANKENSTEIN (USA, 2015) – Contado sob o ponto de vista de Igor (Daniel Radcliffe), a história de Victor Frankenstein (James McAvoy) e de sua obsessão em realizar seu projeto definitivo, uma criatura montada com partes de corpos humanos, ganha um novo fôlego. É uma releitura interessante e bem realizada, apesar do desfecho apressado. James McAvoy é um ator impressionante – ele consegue fazer de seu personagem o epítome do cientista nas frígias da insanidade, mas, ainda assim, mantendo a integridade de seu sonho. Daniel Radcliffe, ainda lutando para se ver livre de Harry Potter, está muito bem. E ainda o melhor de tudo: a bela Jessica Brown Findlay, o sonho romântico de Igor e, por que não, de todo homem com senso estético minimamente desenvolvido. Told from Igor’s point of view (Daniel Radcliffe), Victor Frankenstein’s story and his obsession with accomplishing his ultimate project, an artificial creature made from body parts, acquired a new significance. It is an interesting new perspective of the classic story, despite the hasty ending. James McAvoy is an impressive actor – his character is an epitome of a scientist in the fringes of insanity and, even so, he keeps the integrity of his dream. Daniel Radcliffe, still struggling to get free of Harry Potter, is fine in the role. The best of all: the gorgeous Jessica Brown Findlay, Igor’s romantic dream as well as of any man with minimally developed aesthetical sense.              
                                              

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

3380 - O SEGREDO DOS SEUS OLHOS

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Soledad e Darín, um amor para a vida toda...

1      O SEGREDO DOS SEUS OLHOS (EL SECRETO DE SUS OJOS, Argentina, 2009) – Rever este filme é sempre um prazer – é o cinema argentino no seu esplendor em termos de roteiro e direção; além de ter em cena os dois maiores atores portenhos da atualidade, Ricardo Darín e Guillermo Francella. Acima de tudo, é um filme sobre um grande amor, aquele que o tempo não transforma em quase nada. Darín e Soledad Villamil estão em completa sintonia numa história de amor enredada numa trama jurídico-policial em que o olhar, sob todos os ângulos, é o personagem central. Um filme para quem sabe olhar e ver. To watch this movie again is always a pleasure – this is the Argentinean cinema in its splendor in terms of writing and direction, and it also has two of the current greatest Argentinean actors, Ricardo Darín and Guillermo Francella. Moreover, it a movie about great undying love. Darín and Soledad Villamil are in full connection in a story of love intertwined with a police/law plot in which the eye is the main character from every possible angle. A movie for whom knows how to look and see. 

                                                        

sábado, 21 de dezembro de 2019

3379 - DOIS PAPAS

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Dois papas do cinema

     DOIS PAPAS (THE TWO POPES, USA, 2019) – Deixe a religião de lado – aliás, fique bem longe dela, sempre que possível. DOIS PAPAS não é um filme religioso, mas sim uma homenagem à amizade e como ela pode ser descoberta nas condições mais adversas, as mesmas que a moldam e lhe dão pilares eternos. Para dizer a verdade, os dois papas do título são mesmo os grandes Anthony Hopkins e Jonathan Pryce, dois dos maiores atores de todos os tempos. Hopkins consegue compor o Papa Bento XVI com todo o imenso peso da consciência de que não poderia mais exercer suas funções como chefe da Igreja Católica. Faz isso magistralmente, tanto que consegue o impossível: faz emanar simpatia e sensibilidade do “rottweiler de Deus”. Mas é Pryce que tem uma atuação comovente e convincente, não bastasse ser praticamente o irmão gêmeo de Francisco, tal a sua semelhança física com Jorge Bergoglio. Fernando Meirelles dirige com competência, privilegiando o que tem de mais valioso nas suas mãos – dois atores sublimes, no ápice de suas carreiras. E para melhorar, ainda há um toque de Beatles na história, enfatizando a importância do maior valor que se pode ter na vida: uma verdadeira amizade. Amém. Leave religion aside, and, if possible, stay very far from it. THE TWO POPES is not a religious movie. It is a homage to friendship and to how it can be found in the most adverse conditions. These same conditions are the ones that mold and found it forever. To say the truth, the two popes from the title are really Anthony Hopkins and Jonathan Pryce, two of the greatest actors of all time. Hopkins builds the character of Pope Benedict XVI showing all the burden of his being conscious of his limitations as the Catholic Church chief. He accomplishes it magisterially, in such a way that we are compelled to feel sympathy for the “rottweiler of God”. Nevertheless, it is Pryce who has the most emotional and convincing performance, besides his incredible resemblance to the actual Jorge Bergoglio. Fernando Meirelles is capable of making the most of his two stars, both at the top of their careers. In addition, we have a final Beatles touch in a story that emphasizes the importance of what is the most precious thing we can have in life: a true friendship. Amen.        
                                           

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

3378 - NÓS


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Um roteiro cheio de nós...

       NÓS (US, USA, 2019) – Jordan Peele é responsável por uns dos melhores filmes de suspense dos últimos tempos, CORRA! (2017). Havia muita expectativa em relação a US, e a sensação é de desapontamento. O filme é irregular, tem momentos em que o humor involuntário não se coaduna com o clima de mistério que a história promete (mas não cumpre). Lupita Nyong’o desperdiça seu talento numa trama pobre de surpresas, apesar da tentativa do diretor no twist final. Jordan Peele is responsible for one of the best suspense thrillers in the last years, GET OUT! (2017). There was a lot of expectation about US, and there was a lot of disappointment as well. The movie is irregular, and the involuntary humor does not connect with the gloomy mood that is never accomplished. Lupita Nyong’o wastes her talent in a poor plot, despite the director’s last effort in a pointless twist.        

                                     

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

3377 - A BALADA DE BUSTER SCRUGGS

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Tim Blake Nelson

      A BALADA DE BUSTER SCRUGGS (THE BALLAD OF BUSTER SCRUGGS, USA, 2018) – Os irmãos Cohen descrevem seis histórias violentas do velho oeste, com humor e ironia. O efeito cumulativo do filme vai ficando evidente, na medida em que a ironia vai dando lugar à violência como característica imanente ao ser humano até o encontro inexorável com a morte. O primeiro episódio, como excelente Tim Blake Nelson, é memorável. O mais triste é com Liam Neeson. The Cohen Brothers display six violent western stories in a funny and ironic way. The cumulative effect of the movie gets more evident when irony gives place to violence as an immanent trait of the human being until the inevitable meeting with death. The first episode, with the great Tim Blake Nelson, is memorable. Liam Neeson stars the saddest one.  

                                              

domingo, 15 de dezembro de 2019

3376 - VINGADORES : ULTIMATO

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Os Vingadores

      VINGADORES: ULTIMATO (AVENGERS: ENDGAME, USA, 2019) – Tudo chega ao fim, mesmo o maior amor do mundo. Por isso, esta derradeira edição dos Vingadores é drama, sem carregar na ação ou na aventura, e o humor tão característico da Marvel se dilui aqui melancolicamente. Depois do pangenocídio do filme anterior, os super-heróis sobreviventes têm que conviver com o fantasma da culpa e da depressão. Os irmãos Russo tentam dar um desfecho ao arco dramático iniciado com HOMEM DE FERRO (2008) e, dentro do possível, conseguem fechar um ciclo que, como toda série longa, teve seus altos e baixos. Certos elementos do roteiro ficaram meio apressados e os furos acabaram dissipados nas digressões de cada personagem ao longo da história. As alegrias e as tristezas vão se alternando, entre a esperança da eternidade e a frustração que nos visita diariamente. Mas assim também é a vida. E Scarlett continua lindíssima. Everything has an end, even the biggest love of the world. Thus, this last Avengers edition is more drama and less action and adventure, and the Marvel characteristic humor is diluted in melancholy. After the pangenocide of the previous movie, the surviving superheroes have to live up to the ghost of guilt and depression. The Russo brothers try to end the dramatic arch that began with IRON MAN (2008) and they accomplished the mission.  Certain elements of the plot feel rushed and loopholes are glossed over. Joy and sadness alternate pointing to the hope of eternity and the frustration that drops by daily. Nevertheless, that is life, and Scarlett is still gorgeous.   
     


3375 - JENNIFER 8


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Uma coisa!

1    JENNIFER 8 – A PRÓXIMA VÍTIMA (JENNIFER 8, USA, 1992) – Bom thriller policial com Andy Garcia, um detetive que passa a investigar um serial killer com a ajuda de uma testemunha cega (Uma Thurman, inacreditavelmente bela, suave e convincente). O excelente John Malkovich tem uma participação curta, mas memorável. Mas é Uma Thurman que apaixona, logo à primeira vista. Good cop thriller with Andy Garcia, a detective who investigates a serial killer with the help of a blind witness (Uma Thurman, incredibly beautiful, light and convincing). The great John Malkovich has a small but memorable role. However, Uma Thurman is the one who makes us fall in love with her, at first sight.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

3374 - HISTÓRIA DE UM CASAMENTO

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Scarlett, linda e talentosa...

     HISTÓRIA DE UM CASAMENTO (MARRIAGE STORY, USA, 2019) – Scarlett Johansson é mesmerizante em tudo que faz – atuando, cantando, dançando, defendendo suas posições políticas, existindo, simplesmente. Tudo nela é delicadamente apropriado: a voz firme e, ao mesmo tempo, suave; o olhar enviesado e hipnotizante; os lábios provocantemente servindo de moldura para palavras que emocionam, como “amor” e “saudade”, e sua atuação em MARRIAGE STORY, construída pelo olhar, sentido e verbo. O filme começa com a fórmula mais que batida das comédias românticas: sobre uma montagem de cenas, Nicole (Scarlett) e Charlie (Adam Driver) derramam elogios sobre o outro. Logo se vê que o texto pertence a redações escritas pelos dois numa mediação terapêutica. Estão a ponto de se separar, aquela hora indefinível, dolorosa, irreparável, destruidora, incapacitante. Sim, antes da ruptura, houve amor e afeto, e é isso que é mais dilacerante neste momento. Mas há um filho na história e ele é que vai servir para a inominável manipulação de parte a parte. O que invariavelmente acontece nestes casos. Há também os advogados das partes: um show de Laura Dern e Ray Liotta, manobrando o divórcio de forma indignamente competitiva. Nicole e Charlie estão naquele momento em que nenhum dos dois está muito certo do porquê a relação ter chegado àquele ponto, e isso é perturbador para ambos e, claro, para mim, sobretudo. Parece claro que a dimensão de um se perdeu para o outro ao longo da estrada da convivência, apesar (ou por causa) das conexões que ainda existem entre eles. Scarlett é um talento em forma de perfeição física, representando uma mulher que quer o melhor para sua família, mas que não pode mais esperar para realizar seus sonhos; Adam Driver se despe de Kylo Ren e mergulha no papel que pode redefini-lo como um ator de vastos recursos dramáticos – as perdas que vão se acumulando em sua vida, a partir da separação, aparecem no seu rosto como jabs certeiros de Mike Tyson nos velhos tempos. O diretor Noah Baumbach apresenta claras referências autobiográficas em suas obras, como em seu melhor filme, A LULA E A BALEIA, e aqui, não é diferente: deixa escancarado um traço deprimente dos tempos pós-modernos, a terceirização dos assuntos sentimentais, a cargo, no filme, dos advogados que terçam armas sobre tudo aquilo que poderia ter sido e não foi, como disse, uma vez, Manuel Bandeira. Scarlett Johansson is mesmerizing in everything she does – performing a role, singing, dancing, and defending her political views, existing, simply. Everything in her is delicately appropriate: the firm, and at the same time, smooth voice; the skewed and hypnotizing eyes, the provoking lips as perfect frames for touching words as “love” and “nostalgia”, her performance in the movie built by the way she looks, in all possible senses. The movie begins with a formula: over an assembling of scenes, Nicole (Scarlett) and Charlie (Adam Driver) exchange compliments. We soon realize that it is discourse written in a therapeutic session. They are on the verge of separation, that indefinable, painful, irreparable, destructive, incapacitating moment. Yes, before the rupture, there was love and affection, and this is the most devastating punch at this point. Nevertheless, there is a child and he is going to be used as a manipulative element by both of them, which invariably happens in these cases. There are also the parts’ lawyers: Laura Dern and Ray Liotta rock maneuvering the divorce in an indignantly and competitive way. Nicole and Charlie are at that process in which neither of them knows exactly why the marriage failed, and this is disturbing for them and, of course, for us. It seems clear that each other’s dimension got lost along the time they spent together, despite (or because) the connections that still exist between them. Scarlett is the physical form of talent, playing a woman who wants the best for her family, but cannot wait anymore to make her dreams come true. Adam Driver takes off Kylo Ren’s character and takes the plunge into the role that may redefine him as one of the most talented actors of his time – his losses, after the separation, are shown on his face like Mike Tyson’s jabs. The director Noah Baumbach displays autobiographical references in his works, as he did in his best movie so far THE SQUID AND THE WHALE. It is not different here: he shows a depressing trait of the post-modern times, the outsourcing of the sentimental matters, in charge, here, of the two lawyers, who fight over everything that could have been but was not, as once said Manuel Bandeira.   
      

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

3373 - O PODEROSO JOE


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Charlize e Bill Paxton

      O PODEROSO JOE (MIGHTY JOE YOUNG, USA, 1998) – Com 23 anos e uma beleza estonteante (até hoje, convenhamos), Charlize Theron estrela esta refilmagem do filme homônimo de 1949 que então surfava na onda do sucesso de KING KONG. O roteiro é basicamente o mesmo dos tantos que já se inspiraram em A BELA E A FERA: Jill (Theron) foi criada na selva com um gorila de 5 metros de altura e se vê obrigada a ir para os EUA para protegê-lo de caçadores inescrupulosos. Os efeitos são bem satisfatórios, mas é Charlize que ilumina a tela sempre que aparece. Twenty-three-year-old Charlize Theron stars this version of a 1949 movie that then applied the successful formula of KING KONG. The plot is basically the same as some other productions based on THE BEAUTY AND THE BEAST story: Jill (Theron) was raised in the jungle with a fifteen-foot tall gorilla named Joe and is obliged to go to the USA to protect it from poachers. The special effects are satisfactory, but it is Charlize who sheds light on whatever scene she is in.


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

3372 - AQUAMAN

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Jason Momoa e uma sereia (Amber Heard)

      AQUAMAN (USA, 2018) – Super-herói do terceiro escalão do universo dos quadrinhos do DC Comics, AQUAMAN é um filme estrelado por Jason Momoa, o Khal Drogo de GAMES OF THRONES, e tão ruim quanto MULHER-MARAVILHA. O bom diretor James Wan, do excepcional A INVOCAÇÃO DO MAL, tem uma taxa de sucesso bem modesta aqui. Os CGIs são ruins – as paisagens submarinas ainda não encontraram uma computação gráfica à altura (ou à fundura) da poesia do mundo submarino – tanto que fica claro que são bonecos binários, e não atores, que estão fazendo os stunts. Superhero from the lower ranks of DC Comics, AQUAMAN is starred by Jason Momoa (Khal Drogo from GAMES OF THRONES) and as bad as WONDER-WOMAN. The good director James Wan, of the great THE CONJURING, has a very low success degree here. The CGIs are lousy – the underwater landscapes have not found yet a proper computer graphics –the poetry of the submarine world is lost in a production in which it is clear that binary dummies are performing the stunts.