sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

3382 - A JUVENTUDE

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"Quem é ela?" "Deus."

    A JUVENTUDE (YOUTH, Itália, França, Inglaterra, Suíça, 2015) – Joe-Joe, não sei como transformar em palavras o impacto que este filme, indicado por você, provocou em mim, agora, especialmente. Por isso, começo meio perdido, como não poderia deixar de ser. Até porque, também me perdi ainda mais, ao tentar me encontrar, na história conduzida por Paolo Sorrentino, que já nos havia dado de presente o emocionante A GRANDE BELEZA. Mesmo depois de alguns dias, ainda não consegui analisar o filme sob a ótica de alguma racionalidade, se é que ainda tenho alguma. A JUVENTUDE trata das perdas, de todas as perdas, que temos durante a vida, todas carregadas de uma pesada carga afetiva em que se fundamentam as esperanças que já não temos mais. Todos temos nossos motivos para não reger mais as peças pedidas pela rainha; todos já passamos, passiva ou ativamente, pelo jorro verbal de ressentimento e mágoa no qual exumamos todos os traumas de infância e adolescência em que convivemos com a frieza, a distância e o silêncio de quem amamos demais, porque nunca poderíamos amar de menos. Obrigatório ver, sentir, sem entender nem desistir. Michael Caine arrasa no papel principal, com sua costumeira leveza de ver a vida diante de si. Obrigado, Joe-Joe. Joe-Joe, I really do not know how to express in words the impact of this movie on me. That is why I start a little bit lost, as expected. To tell you the truth, I got even more lost as I tried to find myself in Paolo Sorrentino’s movie – he had already given us THE GREAT BEAUTY. Even after some days, I am still incapable of analyzing the movie from a rational view, had I some rationality still left in me. YOUTH is about losses, all losses, the one we have had, all of them loaded with a heavy emotional content on which are based the hopes we no more have. We all have had our reasons for not conducting the musical pieces requested by the queen; we all have passed, passive and actively, through the verbal gush of resentment and grief in which we had exhumed all the childhood and teenage traumas during which we had to face coldness, distance, and silence from the ones we loved too much because we could not love any less. Michael Caine shines in the leading role, in his usual soft-spoken and controlled fashion A must-see, in order to feel, without understanding or quitting. Thanks, Joe-Joe!