corra, lola, corra (lola rennt, alemanha 1998) – de Tom Tykwer, de O Perfume. Primorosa montagem de uma história sobre a influência dos fatos na vida dos personagens, a partir de Lola (Franka Potente, 22 de julho de 1974, Alemanha) que, depois de receber um telefonema do seu namorado em apuros – precisa de dinheiro para pagar um bandido que o ameaça de morte – sai em correria por Berlim para tentar ajudá-lo de alguma forma. O problema é que ela só dispõe de 20 minutos para arrumar o dinheiro e chegar a ele. Neste ponto, Tykwer repete a narrativa três vezes, com exatos 20 minutos cada, mostrando em cada uma delas como o destino pode ser diferente se alterado por fatos casuais. O conceito é simples: como nossas ações afetam nossas vidas, assim como àqueles em que tocamos? De que forma as coincidências se refletem no resultado final? A partir daí o filme conta três possíveis histórias, lembrando o livro de Ítalo Calvino: “Se um Viajante Numa Noite de Inverno...”, que conta uma pluralidade de histórias. Lola é um produto deste diálogo pós-modernista. Não existe uma única verdade, são várias, e elas não são mutuamente exclusivas. Isso, inevitavelmente, nos faz pensar neste mundo virtual e na ficção criada a partir dele. Original e instigante, Corra, Lola, Corra é um exemplo de cinema inteligente.