segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
1258 - CISNE NEGRO
CISNE NEGRO (BLACK SWAN, USA 2010) – Natalie Portman faz o papel de Nina Sayers,
uma estrela em ascensão do balé que aceita todo o tipo de martírio físico e
psicológico para ter seu primeiro instante de glória. A partir daí, o diretor
Darren Aronofsky, de O Lutador e Réquiem para um Sonho, faz a vida de Nina
girar num turbilhão de fatos e sensações que ora se encaixam no real, ora no
imaginário da frágil, porém persistente, bailarina. O Cisne Negro é um filme lúrido
e hiperbólico, pois nos leva aos estertores do sofrimento que se esconde nas
coxias dos grandes teatros e durante os extenuantes ensaios dirigidos por um
diretor feito de uma maneira quase caricatural por Vincent Cassel. Mila Kunis é
a nêmesis de Nina, numa atuação excelente, ao fazer o contraponto com a
delicadeza de Natalie. Talvez o aspecto mais importante seja a relação de Nina
com a mãe possessiva (Barbara Hershey, com o rosto totalmente desfigurado), que
abandonara a carreira nos palcos para cuidar da filha e fazer dela a realização
de seus sonhos. Cabe, aí, um paralelo com o Retrato de Dorian Gray – Nina preserva
a beleza, e sua mãe reflete as deformidades psicológicas que sua obsessão
provoca.