segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
1261 - A SÉTIMA VÍTIMA
A SÉTIMA VÍTIMA (THE SEVENTH VICTIM, USA 1943) –
estreia de Kim Hunter no cinema. Ela é Mary, que
vai atrás da irmã desaparecida em Nova York, até encontrá-la envolvida numa série
de encontros satânicos. Val Lewton está por trás da produção modesta, mas
bastante impactante. O diretor é Mark Robson e o
seu trabalho em muito lembra o de Jacques Tourneur, com quem Lewton trabalhou
três vezes nos clássicos Cat people, I walked with a zombie e The leopard man. O jogo de sombras, a criação de uma atmosfera macabra em
paralelo a uma realidade aparentemente promissora, isto é, com potencialidades
que parecem nunca se confirmar por algum motivo – os personagens, aqui, como
nos filmes de Tourneur, são solitários e dúbios – e a comunicação, fundamental
em qualquer história de terror, com a escuridão (justamente para incitar a
curiosidade e imaginação do público) estão presentes, pelo menos nos
momentos-chaves do filme. Além da condução competente nas sequências de
mistério, é o tipo de filme que interessa justamente no que se pode extrair de
sua aparente superficialidade, ou seja, na possibilidade de se retirar dele
princípios que norteiam todo o cinema e perceber, ainda que difusamente, como
seus elementos são comuns aos grandes filmes. Isso sem contar no seu discurso
filosófico central, o suicídio, sintetizado na frase e que abre e encerra a
história: “Eu corro para a morte, e a morte me encontra com a mesma rapidez. E
todos os meus prazeres são como ontem”.