segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

2010 - FUGA DO PLANETA DOS MACACOS

(ESCAPE FROM TEH PLANET OF THE APES, USA 1971) - Uma nave americana retorna ao planeta Terra e cai próxima à costa americana (coincidências acontecem). Com isso, o exército resgata a nave e a surpresa ocorre com os astronautas que saem de dentro da nave: três macacos se entreolham, sem saber o que fazer (dizer?), diante de uma tropa boquiaberta. E assim começa o terceiro filme da saga clássica. O filme não tem lá muito sentido dentro do universo da série, e a gente fica com a impressão de que os roteiristas já não tinham muito o que explorar. A história parte de uma premissa um tanto inverossímil se analisada os dois filmes anteriores, já que a sociedade dos macacos apresentada anteriormente sempre foi primitiva e pouco desenvolvida. Três macacos conseguem recuperar a nave dos astronautas que caiu no “lago morto” no primeiro filme, como também consertá-la, fazê-la funcionar (indicando que pra uma nave daquela, naquela época, ter saído da terra ela deve ter usado tanques de propulsão que são deixados para trás logo que se sai da atmosfera, LOGO, “a tecnologia de lançamento” estava faltando ali) e com isso, escapar da iminente destruição de seu planeta retornando ao passado. Em termos de personagem, o filme se prende aos dois macacos Zira (Kim Hunter) e Cornelius (Roddy McDowall), já vistos nos primeiros filmes. Embora as personagens sejam carismáticas, é difícil você querer segurar o filme em atores que, tecnicamente, não podem atuar. Afinal, por melhor que fosse as maquiagens, ainda assim havia uma grande deficiência em “atuação”, contudo, o trabalho dos atores é excepcional, já que os dois conseguem fazer milagre e deixar o filme divertido e dramático na medida certa. Como não podia faltar, o filme tem um texto que busca uma reflexão, mesmo que rasa, sobre questões morais, sociais e políticas, como é de costume na saga, o que acaba tornando-o mais atrativo. O medo da humanidade ao se deparar com a questão “da futura destruição” do seu Planeta, até que ponto são responsáveis por isso, o quão ambíguo é o fato de Zira fazer experiências com humanos no futuro e nós fazermos o mesmo com animais nos dias de hoje, entre outros detalhes são o que tornam o filme uma experiência mais interessante. No terceiro filme da série ainda temos a primeira explicação do que indica ter sido o motivo para a criação do que viria a ser o Planeta dos Macacos. Cornelius faz uma explanação sobre a história e cultura dos macacos que embora um tanto forçada, é o que faltava para fechar a Gestalt. Começando com uma tentativa frustrada de resgatar a saga, que havia sido dada como morta,  pois o segundo filme culmina com o fim de tudo, e terminando com um gancho para uma possível sequência que não forçasse tanto a barra quanto ele. Mas ainda assim é um capítulo essencial para quem gosta da história que abriga viagens no tempo, paradoxo temporal e tudo aquilo que traga algum conteúdo para reflexão. Não posso deixar de mencionar dois grandes atores: Bradford Dillman, o cientista de bom coração que protege Zira e Corneilius, e Ricardo Montalban, o dono do circo que acaba sendo personagem-chave na história.