quarta-feira, 31 de julho de 2013

2108 - SHARKNADO

(SHARKNADO, USA 2013) - devo dizer que já não se fazem filmes "trash" como antigamente. Por um motivo fundamental: estes filmes possuíam um componente que fazia toda a diferença: não tinham a intenção de serem "trash" e, por isso mesmo, eram deliciosos! Pois bem, SHARKNADO não se encaixa na categoria dos ruins que são bons justamente porque foi feito para se tornar cult. Esta intencionalidade põe tudo a perder. Partindo de uma premissa maluca (ingrediente indispensável dos trash), SHARKNADO é isso mesmo que o título sugere, sem nenhuma sutileza: um tornado de tubarões! A rigor, eles não voam, mas caem do céu, depois que estrondosos tornados os retiram do mar e os transportam para a terra. O curioso aqui é que este filme, que assume alegremente as consequências esdrúxulas de de suas premissas, tornou-se um fenômeno de repercussão nos EUA, onde encontrou uma grande massa de espectadores dispostos a relaxar seus músculos céticos pelo puro prazer da bobagem. O problema está aí: também esqueceram de praticar a reflexão minimamente crítica e acabaram levando lebre por filme "trash" que nunca cumpre suas promessas. Para piorar, os CGIs são para lá de sofríveis, o que é até esperado num filme "trash" autêntico, mas que ficam forçados e desagradáveis demais neste aqui. . 

2107 - DESEJO DE MATAR - 3

(DEATH WISH 3, USA 1985) - vou deixar claro que a série DESEJO DE MATAR é muito ruim, da temática à produção, passando pelos atores e o resto. Isto esclarecido, sobra apenas uma certa homenagem a Charles Bronson, um mau ator que fez fama justamente por isso: era ruim, sabia disso, mas meteu as caras e construiu uma carreira cinematográfica basicamente voltada para a violência, seja nos westerns, seja no cenário urbano. Juntamente com Clint Eastwood, fixou no imaginário do espectador, o estereótipo do cara durão, desrespeitador das leis, sempre com uma variação de expressão facial próxima de zero. A diferença é que Clint se reinventou, tornou-se um grandíssimo diretor, ampliando, com isso, sua importância no mundo do cinema. Bronson, ao que parece, se acomodou, como vemos nos seus últimos filmes - parecia satisfeito com o que já tinha feito e só atuava para faturar uns dólares a mais. Neste DESEJO 3, tudo é péssimo. Só há duas notas de destaque: a presença muito tímida de Martim Balsan e a participação de Marina Sirtis, a Conselheira Deanna Troi, de STAR TREK - A NOVA GERAÇÃO, bem antes da fama nem tão interplanetária assim..

domingo, 28 de julho de 2013

2106 - O PREÇO DO AMANHÃ

(IN TIME, USA 2011) - tempo é dinheiro - esta sensacional ficção científica trata desta máxima com inteligência e originalidade, além de apresentar uma belíssima fotografia meio azulada que só enriquece o roteiro calibrado e instigante. A premissa é simples: A trama se passa em uma sociedade que conseguiu bloquear o gene do envelhecimento. Todo mundo cresce até os 25 anos, e depois pode permanecer jovem para sempre - contanto que pague por isso, afinal a superpopulação do planeta é uma preocupação geral. O tempo é a moeda de troca. Os mais ricos vivem séculos. Os mais pobres, assim que completam 25 anos, passam a conviver com uma contagem regressiva diariamente. Então frases corriqueiras como "tem um minuto?" ou "não tenho tempo para namorar" ou "tenho que ir embora agora" - dá pra ficar enumerando as sacadinhas - ganham outro contexto.  A história romântica fica a cargo de Justin Timberlake (Will Salas) e Amanda Seyfried (meio sem personalidade com um inexplicável cabelo vermelho), que deixa claro como o tempo é importante para eles. Aliás, pensemos como o tempo é importante para tudo, especialmente para os que se aman. Então Timberlake, Amanda Seyfried e Cillian Murphy (num papel que lhe cai bem, o de antagonista) correm de um lado para o outro, com o gás da juventude, com o ritmo digno de James Bond. O personagem de Timberlake inclusive se apresenta como "Salas, Will Salas" na cena do jogo de pôquer, jamesbondiana por excelência. Completa o pacote piano-bar, o obrigatório clima vintage, presente na arquitetura de concreto e nos carros antigos de decalque fosco. Amanda Seyfried, que já é bonita, está irresistível correndo de um lado para o outro numa altíssima sandália preta de salto fino.Outra presença notável, para nós, pelo menos: Johnny Galecki, o Leonard de TBBT, num inusitado papel sério. O título em inglês é excelente, mas, desta vez, o em português ficou tão bom quanto.
 

2105 - HELLBOY II - O EXÉRCITO DOURADO

(HELLBOY - THE GOLDEN ARMY, USA, GERMANY, 2008) - das adaptações de quadrinhos, esta é uma das melhores. Este segundo filme é excelente e, em muitos aspectos, superior ao primeiro, o que mostra como Guillermo Del Toro é um excelente diretor. Os efeitos especiais merecem este nome: especiais. Tudo funciona perfeitamente, trazendo o mundo imaginado por Del Toro (também roteirista) para tão perto de nós, que passamos a não fazer distinção entre real e o irreal (pessoalmente, adoro a perspectiva desta dicotomia nos filmes). Uma outra coisa que funciona aqui é o desenvolvimento mais profundo dos personagens e sua integração no roteiro. Vale ressaltar, novamente, que Ron Pearlman achou o personagem da sua vida, tanto é difícil apontar quem é quem depois de vê-lo tão à vontade. Selma Blair está, de novo, bela e misteriosa.
 

2104 - JORNADA NAS ESTRELAS ii - A IRA DE KHAN

(STAR TREK II - THE WRATH OF KHAN, USA 1982) - Kirk tem que lutar contra um velho inimigo, Khan que, como já se sabe, vem à procura de vingança (o Star Trek mais recente, ALÉM DA ESCURIDÃO, explica tudo). De fato, de todos os filmes da versão do cinema, este me parece o melhor. Concordo, pois, com Sheldon. Kirstie Alley está no elenco. Em termos de cenário, pode-se ver que há vários props do primeiro filme, o que indica sérias retrições orçamentárias. Para quem gosta de Literatura, atenção para várias falas de Khan: muitas delas saíram diretamente de Rei Lear, de Shakespeare e de Moby Dick - aliás, as últimas falas de Khan reproduzem o monólogo magistral do capitão Ahab do livro de Melville.

2103 - DESEJO DE MATAR 2

(DEATH WISH 2, USA 1982) - apesar de a série ter feito sucesso, fica evidente que os filmes posteriores ao primeiro - que já não era lá essas coisas - só fizeram aproveitar o filão e a figura icônica de Bronson para faturar mais um pouco. Este DESEJO 2 é ruim, mas ainda mostra o veterano ator se esforçando para dar credibilidade ao vingador Paul Kersey. Porém, convenhamos, o homem é a urucubaca ambulante: se no primeiro filme, a esposa é assassinada, aqui é a filha que morre (e essa má sorte vai acompanhá-lo em todos os outros filmes da série). Novamente, os marginais são estereotipados ao excesso e, entre eles, de novo como novidade surpreendente, está um jovem Laurence Fishburne totalmente siderado (dê uma olhada aí em cima).
 

2102 - CARROS 2

(CARS 2, USA 2011) - esta sequência mantém a graça do primeiro filme e ainda acrescenta algumas novidades que fazem diferença: o início, ao estilo James Bond, é primoroso. Lasseter, no entanto, não consegue aqui as mesmas façanhas que alcançou com TOY STORY, PROCURANDO NEMO E OS INCRÍVEIS, na minha opinião. A diferença do primeiro filme consiste, basicamente, no abandono dos personagens secundários que, então, davam um charme inesperado à história não muito original de Lightning McQueen, mal interpretado por Owen Wilson, nas duas versões. E, claro, falta neste a presença sonora de Paul Newman, cujo personagem foi devidamente excluído.
 

2101 - O DITADOR

(THE DICTATOR, USA 2012) - esqueçam o politicamente correto e embarquem neste festival de piadas escatológicas bem ao gosto do público americano, embora muitas delas resvalem perigosamente em chagas ainda abertas, como os ataques terroristas, por exemplo. Sasha Baron Cohen, no entanto, não liga a mínima para isso e, assim como fez em BORAT e BRUNO, faz de tudo para arrancar graça das situações mais desenxabidas. E, às vezes, até consegue. Ao seu jeito, Cohen vai fazendo suas críticas à sociedade racista, hipócrita e aristocrática e, sobretudo, aos ditadores do mundo árabe. A questão é só ajustar a lente da crítica a esse tipo de humor cru e definitivamente iconoclasta. Atenção para os "cameos" dos famosos.
 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

2100 - TUDO OU NADA: A HISTÓRIA DESCONHECIDA DE 007

(EVERYTHING OR NOTHING: THE UNTOLD STORY OF 007, UK 2012) - documentário sobre as origens da produção dos filmes de James Bond, tendo como foco a figura de Albert Broccoli e sua relação com os atores que fizeram o personagem no cinema. Boas entrevistas com Connery, que vivia uma relação de amor e ódio com os produtires, Roger Moore, Pierce Brosnan, Timothy Dalton e Daniel Craig. Tudo dá a impressão de querer pintar um retrato positivo de Broccoli, além de mostrá-lo como um grande entusiasta do cinema. O trecho em que George Lazenby - que fez Bond uma única vez, em 1969 - é comovente pela sinceridade do ator ao confessar que jogou sua carreira no lixo por causa dos excessos promovidos pelo estrelato.
 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

2099 - DESEJO DE MATAR

(DEATH WISH, USA 1974) - o filme ficou no imaginário daquelas produções meia-bomba dos anos 70 que misturavam uma certa autoafirmação da classe média americana e um momento já meio decadente do movimento "black power", que é refletido na vertente "blaxpoitation" da Hollywood de então. Este filme colocou Charles Bronson, literalmente, na fita de novo, como o pacato arquiteto Paul Kersey que, depois que um bando de marginais mata sua esposa, passa a fazer justiça com as próprias mãos. Sob a ótica atual, as atuações são meio canhestras, e há uma clara intenção de estereotipar os delinquentes, especialmente os negros. Steve McQueen e Frank Sinatra haviam recusado o papel antes de Bronson aceitá-lo. Estreia cinematográfica de Jeff Goldblum e de Denzel Washington, este num papel tão pequeno que nem seu nome saiu nos créditos. 

domingo, 21 de julho de 2013

2098 - PARANORMAN

(PARANORMAN, USA 2012) - com um contexto mais maduro e sombrio, esta animação foge dos outros filmes do tipo, exatamente porque não se preocupa muito com o público infantil. É, antes de tudo, uma história de terror, feita em stop-motion e com doses precisas de emoção e comédia. O apuro técnico trabalha em conjunto com um roteiro bem feito, sempre com algumas surpresas que nos fazem ficar de olho aberto até o fim. Em hora nenhuma "Paranorman" cai na armadilha de outros filmes de animação que apostam só no visual e se esquecem da alma da narrativa. Apesar da história, em si, não ser de todo original, é sempre bom ver um "misfit" se dar bem no final, apenas por causa de seus bons sentimentos e profundo senso de justiça. Vale bastante.

2097 - CARTAS PARA JULIETA

(LETTERS TO JULIET, USA 2010) - você iria a Verona atrás do grande amor da sua vida? Faria tudo para achar seu grande amor perdido entre os vinhedos e as estradas poeirentas da Itália? Respondo sim para as duas perguntas e, acredito, muitas pessoas também. O filme, todo lindo, trata disso. Amanda Seyfried é uma escritora que vai à Verona e encontra um grupo de mulheres que respondem às cartas que pessoas de todo mundo enviam para a Julieta, de Shakespeare, atrás de soluções para suas buscas amorosas. É então que conhece Claire (Vanessa Redgrave), que há 50 anos procura pelo seu grande amor, e acaba, ela própria, descobrindo um novo sentido para sua vida. Previsível? Pouco original? Sim, mas deliciosamente romântico. Como todo filme que envolve sentimentos, literatura e cartas, eu adorei e, creio, você também amaria, muito. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

2096 - O GIGANTE DE FERRO

(THE IRON GIANT, USA 1999) - charmosamente retrô, esta animação conta a história de um robô gigante vindo do espaço, que cai na Terra (mais exatamente em uma cidadezinha dos EUA) durante os paranóicos anos 50. Sem nenhuma memória de sua programação original, o robô faz amizade com um menino, que o transforma em seu "bichinho" de estimação. Mas a chegada de um mal-intencionado agente governamental coloca em risco a vida de ambos. A história é simples, mas não simplória nem infantil demais para os adultos nem muito sofisticado a ponto de afugentar as crianças. Sentimental, movimentado e muito bem humorado, o roteiro faz deste desenho um programa interessante para espectadores de todas as idades, algo que os estúdios Disney tentam todos os anos mas só conseguem ocasionalmente.  O filme me toca especialmente por um motivo simples: pode explicar por que um sujeito como eu tem vários robôs espalhados pela casa. Tenho certeza de que você gostaria de assistir, caso ainda não o tenha feito, principalmente porque Jennifer Aniston faz umas das vozes. Pra quem acabou de assistir ao Homem de Aço, tudo a ver curtir, agora, O Gigante de Ferro. Aliás, o enredo faz referências explícitas a Superman, com direito à Fortaleza da Solidão e tudo. É um filme lindo.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

2095 - O HOMEM DE AÇO

(MEN OF STEEL, USA 2013) - esta versão de Zack Snyder é tudo menos um filme do Superman, apesar de recorrer a alguns elementos dos filmes de Donner. Temos, então, uma mistura de invasão alienígena com as manjadas histórias de ETs perdidos na Terra. Não é à toa que este reboot se chama "Man of Steel" e ignora olimpicamente a versão anterior de Bryan Singer (que fazia mais a linha da vida de Cristo). Uma das novidades é a ousadia de explicar o significado do S no peito do heroi: "esperança" no idioma kriptoniano. Aliás, nada de kriptonita neste filme. Por vezes, me lembrei de Starman, de John Carpenter, sucesso dos anos 80, com Jeff Bridges. Snyder é o Tim Burton da nova geração, mais para o pop do que para o sombrio universo de Burton. Talvez por causa desta característica, ele aborda a história sob uma ótica bem pessoal: Kal-El é um alienígena que não sabe porque está aqui e, quando descobre, tem que dar conta do inimigo, o General Zod, fazendo uma coisa que jamais pensaríamos que ele ousaria (não vou "spolear", claro), justamente por não ser o Superman que conhecemos, mas o tal Homem de Aço forjado pela pós-modernidade. O elenco roda ajustadinho, com grandes nomes como Russel Crowe, no papel que já foi de Marlon Brando, de Jor-El, Kevin Costner e Diane Lane estão perfeitos como os pais adotivos de Clark, mas Amy Adams destoa do resto da turma com uma Lois Lane sem noção. Diane Lane deveria ter feito o papel duplo de mãe de Kal-El e de sua namorada - apesar de toda a implicação edipiana, Diane é muito mais bonita e talentosa do que Amy (e ainda é "Lane" de nascença!). Se você é fã radical, não vai engolir a ruptura feita por Snyder; se o Super-Homem não está entre seus herois favoritos, vai achar graça como sci-fy.
 

terça-feira, 16 de julho de 2013

2094 - ABRAHAM LINCOLN - CAÇADOR DE VAMPIROS

(ABRAHAM LINCOLN - VAMPIRE HUNTER, USA 2012) - apesar da mistura meio surreal entre Lincoln e vampiros, o filme quase surpreende positivamente, justamente se você não levar muito a sério e considerar todo o circo uma gozação com os chupa-sangues de Crepúsculo e coisas do gênero. Baseado num livro de Seth Grahame-Smith, o principal nome dos mashups históricos, desde que popularizou esse subgênero literário ao escrever Orgulho e Preconceito e Zumbis. O inglês foi para Hollywood trabalhar com Tim Burton, produzir seus próprios filmes - fazer o caminho dos bem sucedidos, enfim. O filme, embora parta de uma excelente premissa pop, mostra as limitações do escritor e roterista, explorando os paralelos históricos a sério demais em algumas sequências. O machado fálico com o qual Lincoln corta as cabeças dos mortos-vivos pode ter uma correlação com sua sede de vingança pela morte de sua mãe por um vampiro.

2093 - LOOPER - ASSASSINOS DO FUTURO

(LOOPER, USA 2012) - engenhosa ficção científica que envolve um tema de que gostamos: viagens no tempo. É neste clima meio retrô que Joe (Bruce Willis) volta ao passado para se encontrar com sua versão 25 anos mais joven (Joseph Gordon-Levitt, usando impressionantes próteses faciais para que se assemelhasse a Willis) e tomar algumas providências para que sua vida siga o melhor rumo no futuro do jovem Joe. A aparente confusão do roteiro acaba por favorecer o desenrolar da história - os próprios diálogos divertidos e inteligentes reverenciam este "problema" que, ao meu ver, foi providencialmente colocado pelo diretor Rian Johnson. Além do vai-e-vem temporal, o filme encontra espaço para outros subgêneros sci-fi, como o cyberpunk, que é inserido em um contexto de máfia retrô, com um governo ausente e gangues e indivíduos poderosos dominando o cenário.
 

2092 - DEPOIS EU CONTO



(BRASIL, 1956) - Sensacional filme da época de ouro das chanchadas que é uma coletânea de disparates politicamente incorretos em série, tão impagáveis e divertidos que deixará você certamente impressionada com algumas referências. Embora seja uma comédia levinha "de costumes", como se dizia na época, só nos resta embasbacar-se frente aos tais costumes: um desfile de esteriótipos, preconceitos, racismo, mau caratismo, e o reforço de um sistema de classes fajuto e colonial. Certamente foi esta a ideia do diretor Carlos Burle : fazer do filme um espelho caricatural da classe média de então, de maneira que esta, ao apreciar-se na tela, talvez se envergonhasse de seus hábitos tão decadentes. Tenho lá minhas dúvidas se estas pessoas eram capazes de entender esta sutileza (muitas ainda não o são hoje !). Anselmo Duarte no auge, e na companhia de um elenco excepcional, que contava ainda com Dercy Gonçalves, Grande Otelo, Zé Trindade, entre outros, além de números musicais de Jamelão e do célebre Ivon Cury, que sem saber, participava aqui do primeiro vídeo-clip da história. Um filme clássico, de uma época pré televisão (não por acaso o filme é protótipo das telenovelas), do tempo que o cinema brasileiro bebia direto da fonte americana, (que por sua vez vivia um período igualmente romântico), e tinha pretensões de ser uma filial de Hollywood ao sul do Equador.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

2091 - HIGHLANDER, O GUERREIRO IMORTAL

(HIGHLANDER, USA 1996) - nos dias atuais, um guerreiro escocês imortal se vê diante de seu grande oponente, para conquistar " O Prêmio". Só isso daria um grande filme. Mas há mais: MacLeod (Christopher Lambert, perfeitamente enigmático) não quer saber mais de amar ninguém, pois sua condição de imortal amplifica seu sofrimento - ele manteve Heather, sua esposa da época medieval, como um símbolo tanto de sua felicidade, como de sua dor,em função de ter a eternidade para se lembrar dela. É isso que eu acho dramático no filme. De que vale não poder morrer, se o grande amor da sua vida não pôde acompanhá-lo? Isso funciona como uma metáfora das grandes relações amorosas que vivemos e de que não conseguimos esquecer e aponta para questões importantes, como "até quando um amor pode durar?". Tudo isso é misturado com duelos de espada e surpreendentes mudanças de sequência-planos, turbinados com uma trilha para lá de eletrizante do Queen. Ah, e ainda tem uma participação luxuosa de Sean Connery. Um dois meus filmes favoritos de todos os tempos.

terça-feira, 9 de julho de 2013

2090 - A FILHA DO GENERAL

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(THE GENERAL'S DAUGHTER, USA 1999) - John Travolta é um detetive que investiga o assassinato da filha de um general em West Point. O filme mostra as entranhas menos nobres da academia, onde episódios de estupro e sexismo são convenientemente "descartados" pelos superiores e considerados uma ameaça à boa imagem dos militares. Mais uma vez, o cinema americano não se abstém de tocar nos assuntos mais espinhosos de suas estruturas institucionais e mostra como os soldados praticam suas maldades dentro e fora do país.. No papel do general do título, o ator-ícone dos políticos e militares de Hollywood, James Cromwell.

sábado, 6 de julho de 2013

2089 - BATES MOTEL

(BATES MOTEL, USA 2013) - o inusitado desta série é querer mostrar como teria sido a adolescência de Norman Bates e sua relação meio incestuosa com sua mãe. O mais inusitado ainda é colocar a história nos tempos atuais,com todos os gadgets eletrônicos da pós-modernidade em contraste com laivos retrôs que aparecem nas roupas e nos cenários - ponto para a produção de arte. O fato é que Norman é um adolescente de 17 anos que chega com a mãe ao motel recém comprado por eles, onde começam a acontecer coisas estranhas... Freddie Highmore interpreta um Norman com os mesmos tiques de Anthony Perkins e se sai bem na difícil calibragem na reinvenção de um dos personagens mais icônicos do cinema. A bela Vera Farmiga é a Mãe - sua escalação para o papel explica muito bem o Complexo de Édipo que permeia sua relação com o filho. Foi só o primeiro episódio. Você deveria ver - acho que ia gostar.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

2088 - 12 HORAS

(GONE, USA 2012) - este thriller de suspense é assinado pelo diretor brasileiro Heitor Dhalia (O Cheiro do Ralo) que, logo depois do lançamento do filme, declarou que o estúdio não o deixou ter qualquer controle sobre a produção, o que o fez pensar em tirar seu nome do projeto. Seja como for, este embroglio é muito estranho, e, no fim, ficamos sem saber se o filme foi ou não dirigido por Dhalia. Apesar da excelente fotografia,. a história de uma adolescente (Amanda Seyfried) que está convencida de que a irmã foi sequestrada pelo mesmo homem que a fez refém tempos atrás é muito fraca e altamente previsível. Além disso, o final é daqueles que fazem a gente ficar com raiva de ter desperdiçado duas horas de vida.

2087 - O LEGADO BOURNE

(THE BOURNE LEGACY, USA 2012) - temos aqui um spin-off da trilogia com Matt Damon. Quem, não viu a série corre o sério risco de ficar meio perdido na trama que agora envolve um outro super-agente, AaronCross (Jeremy Renner), também perseguido pelos figurões da CIA e, como o personagem de Damon, sem entender muito o que está acontecendo ao seu redor. De fato, só a partir do meio do filme que as coisas passam a ter mais nexo, mesmo para quem já conhecia a história dos três filmes anteriores. Rachel Weisz e Renner seguram bem o ritmo alucinante da segunda parte, enquanto o excelente Edward Norton fica completamente desperdiçado num papel anódino. Comparado aos outros, "O Legado..." é bem inferior.