(IN TIME, USA 2011) - tempo é dinheiro - esta sensacional ficção científica trata desta máxima com inteligência e originalidade, além de apresentar uma belíssima fotografia meio azulada que só enriquece o roteiro calibrado e instigante. A premissa é simples: A trama se passa em uma sociedade que conseguiu bloquear o gene do envelhecimento. Todo mundo cresce até os 25 anos, e depois pode permanecer jovem para sempre - contanto que pague por isso, afinal a superpopulação do planeta é uma preocupação geral. O tempo é a moeda de troca. Os mais ricos vivem séculos. Os mais pobres, assim que completam 25 anos, passam a conviver com uma contagem regressiva diariamente. Então frases corriqueiras como "tem um minuto?" ou "não tenho tempo para namorar" ou "tenho que ir embora agora" - dá pra ficar enumerando as sacadinhas - ganham outro contexto. A história romântica fica a cargo de Justin Timberlake (Will Salas) e Amanda Seyfried (meio sem personalidade com um inexplicável cabelo vermelho), que deixa claro como o tempo é importante para eles. Aliás, pensemos como o tempo é importante para tudo, especialmente para os que se aman. Então Timberlake, Amanda Seyfried e Cillian Murphy (num papel que lhe cai bem, o de antagonista) correm de um lado para o outro, com o gás da juventude, com o ritmo digno de James Bond. O personagem de Timberlake inclusive se apresenta como "Salas, Will Salas" na cena do jogo de pôquer, jamesbondiana por excelência. Completa o pacote piano-bar, o obrigatório clima vintage, presente na arquitetura de concreto e nos carros antigos de decalque fosco. Amanda Seyfried, que já é bonita, está irresistível correndo de um lado para o outro numa altíssima sandália preta de salto fino.Outra presença notável, para nós, pelo menos: Johnny Galecki, o Leonard de TBBT, num inusitado papel sério. O título em inglês é excelente, mas, desta vez, o em português ficou tão bom quanto.