terça-feira, 23 de dezembro de 2014

2492 - A MULHER DO AÇOUGUEIRO

(THE BUTCHER'S WIFE, USA 1991) - Um açougueiro (George Dzundza) de Nova York viaja em férias para a Carolina do Norte e em uma ilha conhece uma clarividente (Demi Moore). Ela por sua vez pensa ter encontrado o homem de sua vida, pelo fato de já tê-lo visto em seus sonhos. Eles acabam se casando rapidamente e ela acompanha o marido quando este retorna para a metrópole. Ela causa um grande impacto em todos que conhece por antecipar suas perguntas e ações e também por aconselhá-los na vida sentimental. A interferência dela faz com que tenha contato com o verdadeiro homem dos seus sonhos, um psicólogo (Jeff Daniels). O filme é muito ruim, a começar pelo roteiro que aponta, tristemente, para uma característica marcante de nossa sociedade: a valorização das conquistas aristocráticas, aquelas que só estão disponíveis aos poucos que estiverem de acordo com os padrões (discutíveis) deste mesmo meio. Ou seja, o açougueiro, gordinho, desajeitado, quase patético, não tem mesmo vez com uma mulher bonita e cobiçada por todos. Esta, por sua vez, depois de ter casado com ele por puro capricho, dispensa-o, para ficar com o louro alto, muito mais de acordo com os padrões hollywoodianos. Triste, não? Pois é, é assim, por estas vias, que este tipo de comportamento altamente aristocrático se perpetua, causando muito mais sofrimento do que se imagina. O roteiro - fraco - parece querer seguir um certo "realismo mágico" na sua concepção, mas acaba não sendo nem realista e muito menos mágico. O filme, como era de se esperar, foi um fiasco. Demi Moore prova, mais uma vez, que é péssima atriz. Acabou ficando com o papel porque Meg Ryan (outra que não sabe atuar) o tinha rejeitado. A única coisa interessante desta produção lamentável é um olhar sobre a vida urbana, e brega, de Nova Iorque no começo dos anos 90.