MISSÃO IMPOSSÍVEL 1 (MISSION IMPOSSIBLE 1, USA 1996) – Esta primeira edição de MI, com Tom Cruise, e dirigida por Brian De Palma, mantém um pouco o ritmo do que se via no seriado homônimo da década de 60. Por isso, aos olhos de hoje, parece um pouco lento e arrastado. Durante uma missão de rotina em Praga, Ethan Hunt e seu grupo de agentes caem numa emboscada. Ethan descobre que apenas ele e uma outra agente sobreviveram. Ao ser acusado de ser o traidor que falhou a missão ele foge e tenta provar sua inocência, mas o verdadeiro inimigo está dentro da própria agência.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
2591 - MONELA, A TRAVESSA
MONELA, A TRAVESSA (MONELLA, Itália, 1998) – O filme conta a história de Lola uma jovem alegre, meiga, desinibida e que acabou de ficar noiva do filho do padeiro, Masetto. Como o rapaz é um progressista, um homem sério e temente a Deus, ele acredita que a mulher deve casar virgem. A partir deste fiapo de argumento, com um pé – talvez os dois – na pornochanchada, o diretor Tinto Brass conta uma história que pretende ser engraçada, mas que, em vários momentos, descamba para cenas gratuitas, cujo único objetivo é mostrar uma das mulheres mais sensuais do cinema contemporâneo (Anna Ammirati) com pouquíssima roupa. Nada a reclamar.
2590 - ENGRAÇADINHA DEPOIS DOS TRINTA
ENGRAÇADINHA DEPOIS DOS TRINTA (BRASIL, 1966) – Baseado na peça de Nelson Rodrigues, o filme dirigido por J.B. Tanko, traz Irma Alvarez (muito bonita e extremamente parecida com Gisele Bündchen) como Engraçadinha e Fernando Torres como o impagável Dr. Odorico Quintela. No cotejo com a série de TV, Claúdia Raia ficou muito melhor como a recatada dona de casa, e Paulo Betti, talvez no seu melhor papel na TV, consegue superar a atuação do marido de Fernanda Montenegro. No elenco ainda, Claudio Cavalcanti e Carlos Eduardo Dolabela.
2589 - X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO
X-MEN, DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO (X-MEN, DAYS OF
FUTURE PAST, USA 2014) – De todos
os filmes dos X-Men, este é, para mim, o melhor. O diretor Bryan Singer
conseguiu narrar uma história que se passa em duas dimensões temporais, de
maneira bem clara e objetiva, equilibrando dramaticamente inúmeros personagens,
sem evidenciar a figura de Logan (Hugh Jackman), que já tinha sido destaque nas
outras edições da série e em mais dois longas solo. Apesar de algumas
semelhanças com OS VINGADORES, o filme apresenta um roteiro bem original e
cativante. Particularmente, há uma indicação – já sugerida numa história
anterior – que me interessa: a de que John Kennedy, assassinado por Magneto
(Michael Fassbender), também era um mutante.
quarta-feira, 29 de abril de 2015
2588 - GIGOLÔ AMERICANO
GIGOLÔ AMERICANO (AMERICAN GIGOLO, USA 1980) – Hoje tão anacrônico como a palavra “gigolô” (Céus,
alguém ainda fala assim?), este filme trata, com certa cerimônia, de um assunto
meio tabu no início dos anos 80: a prostituição masculina. Richard Gere, bem
jovem e apostando na figura atlética para se consolidar como astro de
Hollywood, se submete a um papel sem profundidade e expressão, bem consonante
com seus limitados atributos dramáticos na época. A modelo Lauren Hutton, também
“desatua” ao seu lado. O mais interessante, neste filme, é Gere contracenar com
Hector Elizondo que, em PRETTY WOMAN, fez o gerente boa-praça do hotel para
onde o personagem de Gere traz Julia Roberts.
2587 - COMEDY CENTRAL ROAST OF CHARLIE SHEEN
COMEDY CENTRAL ROAST OF
CHARLIE SHEEN (USA, 2011) – Este é um daqueles programas malucos da TV Americana.
O convidado (nesta edição, Charlie Sheen) fica no centro do palco, enquanto o anfitrião
(o ótimo Seth MacFarlane, que escreveu e dirigiu o divertido TED) convoca os amigos do “homenageado”
para, no microfone, esculhambarem, de todas as formas, o convidado. Claro que
tem muita coisa combinada, mas, em certos momentos, não dá para duvidar da
mordacidade de algumas observações. De qualquer forma, fica evidente o fair-play de Sheen durante as estocadas que vão da sua briga com Chuck Lorre ao vício em drogas e prostitutas.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
2586 - A FAMÍLIA SAVAGE
A FAMÍLIA SAVAGE (THE SAVAGES, USA
2007) – Eu não
deveria rever este filme exatamente agora, mas acabei me rendendo à vontade de
assistir a dois dos maiores atores americanos juntos, na mesma história: Philip
Seymour Hoffmann e Laura Linney. Eles são irmãos que não se veem há muito tempo
e que têm que passar a cuidar do pai senil, também ausente das suas vidas. A partir
deste argumento, o que se vê são dois excepcionais atores no pináculo de suas
talentosas carreiras. E como dói saber que não teremos mais Hoffman daqui para
frente. No começo os irmãos Wendy e
Jon estão cada um em seu canto, ela em Nova Iorque, sem saber se suas transas
com um homem casado são compromisso de verdade, e ele em Buffalo, sofrendo
porque sua namorada polonesa perdeu o visto e vai deixar os EUA. Wendy e Jon
não deixam transparecer esses dilemas pessoais. Ela está tentando conseguir uma
bolsa para custear sua peça de teatro e ele segue focado no livro que está
escrevendo sobre Bertolt Brecht. Ou seja, para nós, é também um filme
que tangencia a Literatura. Os dois decidem lhe dar a atenção que o pai negara
quando eles eram pequenos. Por sugestão de Jon, Lenny, o pai, será levado a uma casa de repouso em Buffalo,
e Wendy, sentindo-se culpada por largá-lo num asilo, acompanha o périplo. Sob a
neve de dezembro em Buffalo os dois irmãos, com o pai a tiracolo, começam a
lavar a roupa suja de uma vida inteira. Um detalhe não deve passar
despercebido, porém, no final do filme. É quando Jon, lecionando na faculdade,
começa a falar sobre Brecht - a cena corta justamente na hora em que uma aluna
o perguntava sobre a divisão que o dramaturgo alemão faz entre ação e
narrativa. Essa divisão não só é central à teoria do teatro moderno brechtiana
como também ao cinema minimalista a que a diretora Tamara Jenkins, esbanjando
interdisciplinaridade, expõe aos olhos mais atentos.
sábado, 25 de abril de 2015
2585 - TOOTSIE
TOOTSIE (USA, 1982) – Bem no clima da emancipação
feminina, que começou nos anos 70 e se consolidou na década seguinte, TOOTSIE é
uma daquelas produções que fogem do óbvio, embora com alguns defeitos de
roteiro. Já sabemos que, na história, Dustin Hoffman se veste de mulher para
provar que pode conseguir um emprego como ator numa daquelas novelas cafonas de
TV. Acaba se apaixonando pela estrela da emissora (Jessica Lange, numa atuação
muito ruim) e despertando a paixão no pai dela e no veterano ator com que
contracena. O ponto alto do filme são as cenas de Hoffman e Sidney Pollack, que
também se encarrega da direção. Se Pollack prova que foi, de fato, um ótimo
ator que não se dedicou à carreira, fica claro, contudo, que, apesar do sucesso
do filme (mérito de Hoffman, quase que exclusivamente), ele se perdeu na condução
da história. Ainda temos Bill Murray, excelente, como de costume. Só para esclarecer: "tootsie" é uma gíria para mulher jovem, que também pode ser estendida para "prostituta", sentidos que não aparecem no personagem principal.
terça-feira, 21 de abril de 2015
2584 - NÃO PARE NA PISTA
(Brasil, 2014) - Dividido em três partes, o filme traz a adolescência conturbada de Paulo Coelho, marcada por internações, terapia com eletrochoque e o desabrochar da veia artística; a vida adulta, que mostra aos espectadores o uso de drogas, inúmeros casos amorosos e a amizade com Raul Seixas; e o tempo presente, em que ele faz uma cirurgia cardíaca, é reconhecido em estações de trens fora do Brasil e tenta manter uma rebeldia juvenil, tomando atitudes inesperadas e constantemente mudando de planos. O roteiro irregular, além de algumas atuações bem abaixo de qualquer crítica, compromete qualquer entendimento mais profundo da vida do personagem. É supreendente a presença, no elenco, da bela espanhola Paz Vega.
2583 - SIN CITY, A DAMA FATAL
SIN CITY, A DAMA FATAL (SIN CITY, A LADY TO KILL FOR, USA 2014) – Depois de ver o filme de novo, fiquei com a impressão de que esta sequência é bem satisfatória, tecnicamente realizada com incrível fidelidade aos quadrinhos nos quais é baseada. Assim como no primeiro filme, há muito sangue, violência, aquelas vozes soturnas narrando em off, mulheres nuas e canos fumegantes de armas, tudo dentro do figurino do filme noir. No entanto, nesta edição, há um elemento que faz toda a diferença, quando cotejamos os dois filmes: Eva Green. É impressionante a sua presença em cena, não bastassem os olhos e o corpo capaz de provocar convulsões cardíacas. Ela é, de fato, muito boa atriz, e tem aquele algo mais que, em priscas eras, se chamou de apanágio das divas da sétima arte. O clima onírico perpassa toda a história e parece hipnotizar o espectador. Claro, Jessica Alba também contribui para que não desgrudemos os olhos das cenas em que ela dança em trajes de couro. Ah, e Rosario Dawson, evidentemente.
domingo, 19 de abril de 2015
2582 - O PRIMEIRO DIA DE UM ANO QUALQUER
O PRIMEIRO DIA DE UM ANO QUALQUER (BRASIL, 2012) - Mais uma vez, D.O. faz uma DR com as próprias memórias, se cerca de amigos para contar tramas e traumas contemporâneos com o a comicidade e sarcasmo que lhe são característicos, num quase diário oficial de sua rotina. Desenvolvido ao longo de um único dia, o primeiro do ano mencionado no título, o filme se debruça sobre uma série de personagens caricatos indignados com questões supostamente existencialistas e de origem romântica. Numa casa de campo nos arredores do Rio de Janeiro, tipos distintos dividem suas crises enquanto celebram o feriado. Ligados por problemas em comum, como suas próprias limitações, expectativas frustradas e a dificuldade em manter seus relacionamentos equilibrados, dividem suas frustrações enquanto discorrem sobre tudo e o nada. Pode-se nota um certo ranço obtuso num discurso machista e burguês que, sem cerimônia, flerta abertamente com a banalidade. Maitê Proença, que também assina a direção de arte, não está bem no papel, assim como os outros atores do elenco. O que mais chama a atenção é a participação meio lúdica de Ney Matogrosso.
2581 - 8 MM
8 MM (USA 1999) – Apesar de Nicolas Cage vir sofrendo críticas em relação aos seus últimos filmes (muitas realmente justas), acho-o ótimo em cena, mesmo quando está aquém do coeficiente mínimo de canastrice, como é o caso deste filme, onde ele faz um detetive particular investigando a suposta morte de uma adolescente que aparece num filme erótico sadomasoquista. A premissa não é lá muito original, mas o ar meio “aloof” de Cage e a direção segura de Joel Shumacker acabam inspirando o interesse do espectador. Joaquin Phoenix e o saudoso James Gandolfini no elenco.
terça-feira, 14 de abril de 2015
2580 - TERRA PROMETIDA
TERRA PROMETIDA (PROMISED LAND,
USA 2012) – É incrível como Matt Damon é capaz de inspirar
uma imediata simpatia, mesmo quando faz papéis, assim, digamos, não
inteiramente bonzinhos. É o caso de seu personagem neste filme – um empregado
de uma grande empresa exploradora de gás, que, com lábia e alguma malícia, visita os
habitantes de uma pequena cidade do interior dos EUA, para convencê-los a vender
suas terras, como forma de garantir-lhes um bom futuro, segundo suas próprias
palavras. Claro que ele encontra resistência por parte de alguns habitantes e,
neste enfrentamento, oscila entre ser o mocinho ou o vilão da história. A gente
acaba torcendo por ele, claro. É um filme inesperado de Gus Van Saint, com roteiro do
próprio Damon, que agrada principalmente por ser meio despretensioso e até um
pouco ingênuo.
quinta-feira, 9 de abril de 2015
2579 - O MANTO SAGRADO
O MANTO SAGRADO (THE ROBE, USA 1953) – Não, Nação Rubro-Negra, não é um documentário sobre o Flamengo. O MANTO SAGRADO é uma das produções da década de 50 sobre passagens bíblicas, que tanto sucesso fizeram com o público. Aqui, Richard Burton (numa atuação preguiçosa, sem o menor brilho) é Marcellus Gaio, o tribuno romano responsável pela crucificação de Jesus que passa a ser cristão e, assim, a lutar contra o poder de Calígula. O filme é muito ruim, sem o vigor de QUO VADIS e REI DOS REIS, da mesma época. Talvez a única história interessante deste filme é o caso amoroso de Burton com Jean Simmons, que contracena com ele, e que estava casada com “Scaramouche” Stewart Granger, à época – consta que Granger invadiu o estúdio com uma arma atrás de Burton. Ah, claro, também há o inacreditável Victor Mature, como Demétrius, o gladiador, que seria o título do filme que ele faria no ano seguinte.
terça-feira, 7 de abril de 2015
2578 - ENTRE O CÉU E O INFERNO
ENTRE O CÉU E O INFERNO (BLACK SNAKE MOAN, USA 2006) – Gosto particularmente de filmes sobre a amizade. Este é um desses. No interior do Mississippi, Lazarus (Samuel L. Jackson, soberbo), um cantor de blues temente a Deus e recentemente abandonado pela esposa, encontra Rae (Christina Ricci), uma prostituta desacordada na estrada perto de sua casa, depois de ter sido espancada. Ele passa a cuidar dela e, entre os dois, começa a nascer uma forte e inesperada amizade. Apesar das cenas cruas e mesmo violentas, o filme é muito bonito. E isso não se deve apenas à graça e à sensualidade de Cristina Ricci, mas também à atuação excepcional de Jackson. O título em português ficou perfeito.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
2577 - OS MANSOS
OS MANSOS (BRASIL, 1972) – Filme característico desta época, com três histórias curtas, cada uma enfocando um confronto conjugal no qual, consoante com o título, o marido traído acaba se aproveitando da situação. Das três histórias, as duas primeiras são as mais intrigantes, por motivos distintos. Na primeira, Sandra Brea, casada com José Lewgoy, vai todos os dias à praia, com um biquini minúsculo (para a época, claro). Chama a atenção de Mario Benvenutti, que passa a fazer de tudo para conseguir seu sonho: passar a mão na bunda dela. O marido, diante do dinheiro prometido por Mario, aceita que ele tenha um momento a sós com ela. Qualquer semelhança com PROPOSTA INDECENTE não pode ser mera coincidência. Na segunda história, a surpresa é Paulo Coelho, atuando (pessimamente), como filho de Felipe Carone e Heloísa Mafalda.
domingo, 5 de abril de 2015
2576 - A RECOMPENSA
A RECOMPENSA (DOM HEMINGWAY, UK, 2013) – Um filme diferente, com Jude Law fazendo também um personagem completamente distinto de todos da sua carreira. Ele é o Dom do título, um ex-presidiário que procura os antigos companheiros para ter sua recompensa, por não os ter denunciado e passado 12 anos na prisão (doze anos parece ter sido um tema recorrente em 2013). O tom de comédia farsesca está presente o tempo todo, a partir da figura rotunda de Dom e seu sotaque “cockney” exagerado ao extremo. Law imprime ao seu personagem uma atitude sempre profana, poética e minimanente econônica no politicamente correto. A fala de abertura, numa cena de felação, é primorosa. Diversão estilística da melhor qualidade, apostando no jorro verborrágico do protagonista.
sexta-feira, 3 de abril de 2015
2574 - O FANTASMA DE BARBA NEGRA
O FANTASMA DO BARBA NEGRA (BLACKBEARD GHOST, USA 1968) – Já se preparando Dean Jones para o mega sucesso SE MEU FUSCA FALASSE, do mesmo ano, a Disney o colocou nesta comédia muito bem produzida, com um elenco bem significativo: Peter Ustinov é o pirata, Suzanne Pleshette, uma das mulheres mais lindas do cinema de todos os tempos, e Elsa Lanchester, devidamente homenageada por Disney, como já acontecera em MARY POPPINS, com um papel à sua altura. Afinal, Elsa foi a protagonista de A NOIVA DE FRANKENSTEIN, de 1935. Jones está perfeito como principal leading man do estúdio, fazendo lembrar muito Fred MacMurray, em seus maneirismos e timing de comédia. Mas é mesmo Suzanne Pleshette que chama a atenção, com sua bela presença magnética.
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