sexta-feira, 3 de abril de 2015

2573 - OS AMORES DE PICASSO


OS AMORES DE PICASSO (SURVIVING PICASSO, USA 1996) – O título em inglês, “sobrevivendo a Picasso” tem muito mais sentido do que a pobre invenção em português. Como a história é contada sob o ponto de vista de Françoise Gilot (Natasha McElhone, em ótima atuação), uma das muitas esposas que Picasso teve na vida, faz todo o sentido entender o pintor como uma espécie de rolo compressor sentimental, marcado por um extremo comportamento egoísta, além de algumas pinceladas de sadismo. Foi assim com todas as mulheres com quem sem relacionou. Mas não apenas com elas. Agiu da mesma forma com os amigos, os filhos e todos que orbitavam em torno de sua figura tão desumana como fascinante. Anthony Hopkins está perfeito como Picasso, nos gestos, no olhar e, sobretudo, na forma de falar, sem medo de mostrar o que há de bom e ruim dentro do artista. De certa forma, ele me lembrou Luciano Maurício. Natasha McElhone teve, aqui, talvez o papel de sua vida. Há semelhanças entre ela e Maria Fernanda Cândido. Julianne Moore tem um papel pequeno, como Dora Maar, quarta das sete esposas de Picasso.