sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

4386 - A SOCIEDADE DA NEVE (2023)

 A Sociedade da Neve: veja 5 filmes similares ao sucesso da Netflix |  Metrópoles 

1.      SOCIEDADE DA NEVE (LA SOCIEDAD DE LA NIEVE, Uruguai, USA, 2023) – Filmado com segurança pelo diretor e roteirista J.A. Bayona (do impressionante O IMPOSSÍVEL), o filme leva o espectador para dentro do drama dos sobreviventes da queda do avião nos Andes, em 1973. O que em VIVOS (1993), a versão anterior da história, era uma questão central, o consumo de carne humana para a sobrevivência, aqui tem uma importância relativa, sem carregar no peso moral ou religioso do ato. Apesar da tragédia, o cenário gelado dos Andes oferece uma beleza quase mágica, contrastando com os horrores de uma história impressionante pela coragem e resiliência dos sobreviventes. Só um reparo: o filme poderia ser um pouco mais curto. Netflix. Firmly filmed by writer and diretor J.A. Bayona (The Impossible), the movie takes the viewer to the survivors’ drama after the plane crash in the Andes, in 1973. What in ALIVE! (1993), the previous version of the story, was a pivotal question, the cannibalism, here has a relative importance, without any religious or moral restrictions. Despite the tragedy, the icy scenery of the Andes offers an almost magical beauty, in contrast with the horrors of the survivors’ story.


 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

4385 - SENHORES DO CRIME (2007)

In Praise of Eastern Promises

   SENHORES DO CRIME (EASTERN PROMISES, USA, UK, 2007) – David Cronemberg acerta novamente. Indo na contramão de Nietzsche e sua negação da possibilidade de uma moralidade universal, o filme do diretor canadense pontifica que a ética – sem expectativa de recompensa – pode prevalecer mesmo no meio do pior caos. Isso está personificado no papel de Viggo Mortensen – é ele o grande destaque do filme, em especial por causa da impressionante sequência de luta numa sauna, tradução literal de violência nua e crua (veja a cena, pois não darei spoiler). O título em inglês se refere às promessas feitas a jovens russas, atraindo-as para o ocidente, onde são escravizadas e prostituídas. Naomi Watts e Vincent Cassel no elenco. David Cronemberg delivers again! Opposing Nietsche, who denied the possibility of a universal morality, Cronemberg’s movie states that ethics – without expectation of rewards – can prevail even in the depths of great chaos. This is shown in Viggo Mortensen’s role – and he is the highlight of the story, especially because the impressing fight sequence in a steam room, literal translation of buck-naked violence (see the scene for I will not give any spoiler). The tile in Portuguese refers to promises made to young women in Russia, luring them to the West, where they are slaved and prostituted. Naomi Watts and Vincent Cassel in the cast. Prime.   


 

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

4384 - VINGANÇA A SANGUE-FRIO (2019)

   Cold Pursuit'- Film Review – DC's Take 

VINGANÇA A SANGUE-FRIO (COLD PURSUIT, USA, 2019) – Liam Neeson é um ator grandíssimo. Mesmo fazendo filmes com, basicamente, a mesma premissa – um homem comum procurando vingança pela morte de uma pessoa próxima – ele mostra como um personagem banal pode ser interpretado com maestria. Um dos seus segredos está no olhar, ao mesmo tempo perdido e determinado, e na forma como entrega suas falas, sempre com uma pausa perfeita na condução dos diálogos. Neste filme, ele procura o responsável pela morte do seu filho, tendo como cenário montanhas cobertas de neve. O filme é medíocre, mas Neeson sempre faz tudo valer a pena. Liam Neeson is a superlative actor. Even tough, he makes basically movies with the same premise – a common individual looking for revenge for somebody’s death – he shows how a banal character can be masterfully played. One of his secrets is in the way he looks, at the same time, seeming lost and determined, and in the way how he delivers his lines, always with a perfect pause during the dialogues. In this movie, he hunts the person responsible for his son’s assassination, having snowy mountains as scenery. The movie is mediocre, but Neeson makes it worth seeing. Prime.   


 

4383 - SALTBURN (2023)

1.  Saltburn 2023 Movie || Barry Keoghan, Jacob Elordi, Rosamund Pike ||  Saltburn Movie Full FactsReview - YouTube SALTBURN (USA, 2023) – O filme de Emerald Fennel é como saltar de um avião sem paraquedas. Há muito de O TALENTOSO RIPLEY na história de Oliver Quick (numa atuação mais que corajosa de Barry Keoghan), um aluno de Oxford com um projeto: aproximar-se de Felix (Jacob Elordi), o rapaz mais popular da universidade. Felix o convida para passar o verão na sua residência, um castelo, e conhecer sua família. A partir daí, o filme perde os freios de algo parecido com “normalidade”, e isso é um dos trunfos de SALTBURN, dependendo do ponto de vista. Certamente, não é um filme para pessoas conservadoras. Emerald Fennel’s movie is like jumping out of a plane without parachutes. There is much of THE TALENTED MR RIPLEY in Oliver Quick’s story. Barry Keoghan has a more than brave performance. He is a student at Oxford University who has a project: to get closer to Felix (Jacob Elordi), the most popular lad at the university. Felix invites him to spend the summer at his residence, a castle, and meet his family. From this point on, the movie loses any breaks any link to “normality”, and this is one of the movie’s assets. Certainly, it is not a movie for conservative people. Prime. 


 

 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

4382 - THE GEISHA BOY (1958)

The Geisha Boy (1958)
Suzanne Pleshette estreia nas tela com Jerry Lewis

.  

    THE GEISHA BOY (USA, 1958) Este filme de Jerry Lewis tem uma característica importante: é a estreia de Suzanne Pleshette nas telas. Lewis é um mágico enviado para entreter tropas no Pacífico e, durante sua estada no Japão, se aproxima de um garoto órfão. O filme começa com as costumeiras gags de Lewis, num tom quase cartunesco (o filme é dirigido por Frank Tashlin, o mesmo dos trabalhos com Chuck Jones, nos desenhos do Pernalonga), mas acaba num jeito meio piegas ao focar o relacionamento com o menino órfão. Fotografia primorosa, roteiro nem tanto. Não é dos meus filmes favoritos com Lewis. This Jerry Lewis’ movie has an important trait: it is the film debut of Suzanne Pleshette. Lewis a second-rate magician who is sent to entertain troops in the pacific. During his time in Japan he becomes attached to a little orphan boy. The movie begins with the usual Lewis’ gags, in an almost cartoonish tone (director Frank Tashlin worked with Chuck Jones in the Bugs Bunny’s cartoons), but ends with a corny approach when it focuses on the relationship with the orphan. Great photography but poor script. it is not one of my Lewis’ favorite movies.  


 

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

4381 - JONATHAN PRYCE EM THE CROWN (2023)

 

Os próximos trabalhos do elenco da série "The Crown" | POPline
O grande Jonathan Pryce

THE CROWN – TEMP 6 – EPISÓDIO 6 (THE CROWN, UK, 2023) – O episódio 6 da sexta temporada trata da dificuldade de William para lidar com a saudade da mãe e com sua crescente popularidade. De personalidade introspectiva, William também tem que lidar com um ressentimento em relação ao pai, cujo comportamento aparentemente indiferente à memória da mãe ele não aceita, assim como sua relação como Camila Parker Bowles. É exatamente este o ponto axiomático do episódio: a relação fria e distante de William com Charles, que então procura a Rainha para aconselhá-lo. Numa cena brilhante, Charles implora que Elizabeth converse com William, praticamente ignorando a presença do príncipe Philip (Jonathan Pryce). A partir daí, sem dar uma palavra, à exceção da conversa posterior com o neto, um ator maiúsculo como Pryce aparece como um dos momentos mais altos de THE CROWN (e olha que foram muitos). Ao recompor a relação de William com Charles – numa cena belíssima na qual os dois se abraçam num jardim – o príncipe Philip de Pryce apenas os olha de longe, em silêncio, despejando suavemente na tela sua frustração de não ter sido o melhor pai para Charles, mas, também, podendo ter a chance de resgatar para ele o amor de William. Coisa de um ator excepcional, numa atuação tão emocionante, tão marcada por uma dor só sentida por quem chegou a um momento na vida marcado pelo entendimento e resignação, mas, além de tudo, de aceitação dos próprios limites. Jonathan Pryce é um dos grandes do cinema. Episode 6 of THE CROWN sixth season is about William’s difficulty to cope with his mother’s absence and his increasing popularity. Being introspective, William also has to come to terms with his father, whose apparently indifferent behavior towards Diana’s memory and his relationship with Camila Parker Bowles he can not accept. This is the main axis of the episode: the cold and distant relationship between them. Charles decides to ask the Queen to intercede with William, in a touching scene, he begs her to talk to William, practically ignoring Philip’s presence. From that point on, without a word, apart from the posterior conversation with his grandson, a great actor like Jonathan Pryce becomes one of the most memorable aspects of THE CROWN (and there are many). When he brings William and Charles together – in a beautiful scene in which William hugs Charles close to him – Philip only contemplates from distance, in silence, displaying his frustration of not having been the best father to Charles, but also quite satisfied with his son and grandson’s reunion. Only an exceptional actor could be able to deliver such performance, fraught with pain and suffering, characterized by understanding, resignation and acceptance of one’s own limits. Netflix.   



quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

4380 - GLADIADOR (2000)

 


GLADIADOR (GLADIATOR, USA, 2000)- Ainda hoje, esse clássico de Ridley Scott impressiona pelo vigor das cenas, pelos diálogos e pela atuação maiúscula de Russell Crowe. O CGI é muito bom e dá uma sensação impressionante de realidade, quando nos aproximamos do coliseu em dias de combate. Crowe, talvez no seu papel mais marcante até aqui, é uma explosão contida de vingança e justiça, traduzida em uma prosódia perfeita que, mais que um detalhe, dá mais vigor ao seu Maximus, amado pelo povo e pelo imperador Marcus Aurelius (Richard Harris, numa de suas últimas aparições no cinema). Joaquin Phoenix está tão marcante quanto Crowe, com seu explosivo Commodus, e Connie Nielsen é uma presença suave como Lucilla. Oliver Reed também é um destaque marcado pela sua morte antes do lançamento do filme, tanto nas cenas reais quanto nas sequências em CGI. Richard Harris é um toque de emoção profunda, Derek Jacobi é a classe em pessoa, e Djimon Hounso, braço direito de Maximus, dá ao seu personagem uma gravitas inspiradora. Still today, this Ridley Scott’s classic is still poignant for the strength of its scenes, the dialogues and the striking performance of Russell Crowe. Backing Crowe up is Joaquin Phoenix giving Commodus preening villainy and Connie Nielsen graceful as Lucilla. Oliver Reed, leaving the mortal coil but leaving behind a spicy two fold performance as Proximo the Gladiator task master. Olly superb in both body and CGI soul. Richard Harris tugging the heart strings, Derek Jacobi classy, David Hemmings also, while Djimon Hounso gives Juba - Maximus right hand man and confidante - a level of character gravitas that's inspiring.



4379 - NÚMERO 23 (2007)

 


 O NÚMERO 23 (THE NUMBER 23, USA, 2007) – Jim Carey é um homem obcecado por um romance que, segundo ele, é sobre sua vida. À medida que sua obsessão aumenta, ele vê mais semelhanças surgirem. Sempre acho interessante filmes sobre livros. Aqui, a premissa é um suspense psicológico em torno do número 23 – o personagem de Carey começa a ver o número em todos os lugares, fazendo conexões aparentemente absurdas e transformando sua vida numa corrida paranoica. O desfecho pode ser considerado um pouco desapontador e não para todos os gostos. Contudo a atuação de Carey prova sua versatilidade num filme estranho à sua carreira. Jim Carey is a man obsessed with a novel that, according to him, is about his life. Inasmuch as his obsession grows stronger, he sees more similitudes between the book and his life. I always find movies about books very interesting. Here the premise is a psychological thriller around the number 23 – Carey’s character begins to see the number everywhere, establishing apparently absurd connections and living in paranoia. The end may be a little drawn out and may not be to everyone’s taste. However, Carey’s performance is once again proof that he can handle different kinds of roles.



terça-feira, 2 de janeiro de 2024

4378 - BIRTH/REBIRTH (2023)

 


BIRTH/REBIRTH (USA, 2023) - Uma técnica de necrotério reanima com sucesso o corpo de uma menina, mas para mantê-la respirando, ela precisará colher materiais biológicos de mulheres grávidas. Sim, a premissa é de arrepiar, mas a trama falha ao entregar seu intuito. É um filme desconfortável, até a última cena, sem provocar qualquer reflexão mais profunda além disso. É um horror psicológico explorando as consequências de querer ser Deus, juntamente com a discussão (meio rala) sobre a ética dos avanços da medicina. A morgue technician reanimates a girl, but has to collect biological material of pregnant women to keep her breathing. Yes, the premise is dark but it fails to deliver its goal. It is an uncomfortable movie until the last scene, without leading to a deeper reflection. It a   "Birth/Rebirth" is a psychological horror film that explores the consequences of playing God and the ethics of medical advancements.



4377 - O PROTETOR 3 - CAPÍTULO FINAL (2023)

 


O PROTETOR – CAPÍTULO FINAL - (THE EQUALIZER 3, USA, 2023) – Denzel Washington é obrigatório. Nesta terceira edição, também dirigida por Antoine Fuqua, Robert McCall (Denzel) está no sul da Itália, onde se sente em casa. Ao ver que seus amigos estão sendo ameaçados pela máfia local, ele se vê obrigado a protegê-los, usando suas habilidades. Os cenários da Itália e a vida solitária e misteriosa de McCall lembram UM HOMEM MISTERIOSO, com George Clooney. Aqui, temos a reunião de Denzel e Dakota Fanning, depois do excelente CHAMAS DA VINGANÇA (2004). O protagonista está cada vez mais humano e solidário e, mesmo assim, a ação e brutalidade continuam presentes. É uma jornada à procura de paz, bem de acordo com a última parte da trilogia. O ritmo é bem alternado com momentos serenos e ação em alta voltagem, sem alterar a atmosfera da história.  Como sempre, Denzel é o máximo, com seu charme e carisma únicos! Seus olhares durante a trama fazem o espectador tremer. É impressionante como ele passa do cara legal para o mais amedrontador na mesma cena. É uma história de busca pela felicidade, e Denzel é impecável, como sempre. Desta vez, McCall parece mesmo estar curtindo a vida pela primeira vez, entre uma evidente introspecção e autorreflexão. Denzel Washington is mandatory. In this third edition, also directed by Antoine Fuqua, Robert McCall (Denzel) is in the south of Italy, where he feels at home. When he sees that his friends are being threaded by a local mafia, he feels obliged to protect them. The Italian sceneries and McCall’s mysterious and solitaire life reminds us of A MISTERIOUS MAN, with George Clooney. Here, the movie reunites Denzel and Dakota Fanning after the outstanding  MAN ON FIRE (2004).  The protagonist is more humane and compassionate, yet the action maintains its brutality. It's a journey of revenge and finding peace, a fitting end to the trilogy. The pacing is good, having serene moments alongside thrilling fights without changing the vibe of the film. As usual, Denzel is a beast. Charm and charisma are off the charts, this isn't news. Like with part 2, there are few looks he gives that chill me to the bone. It's so impressive the way he portrays being the nicest guy in one scene and the scariest guy in another. On a quest to finally find and maintain happiness, Denzel Washington is as flawless as ever. This time around he gets to be happy and show McCall actually enjoying life for once and as this is the final instalment there's obviously some introspection and self-reflection as well.