sexta-feira, 2 de novembro de 2007

150 - A ÚLTIMA ESPERANÇA DA TERRA


a última esperança da terra (omega man, usa 1971) – de Boris Sagal. Robert Neville (Charlton Heston, 04 de outubro de 1924) é um médico que, graças a uma vacina, se torna o único sobrevivente de uma guerra química que matou todo mundo, exceto algumas centenas de pessoas deformadas e fotofóbicas que acreditam que a ciência e a tecnologia foram as responsáveis pela guerra e pelo que aconteceu a eles. Neville passa a ser o alvo de sua vingança. As primeiras cenas são impactantes: mostram Neville dirigindo nas ruas vazias de Los Angeles, à procura de comida, combustível e objetos que possam ser úteis. À noite, ele se refugia dos mutantes, que querem matá-lo. Essa primeira dicotomia do filme – Neville X Mutantes - vai evoluindo até que, sob determinado ângulo, nos damos conta de que Neville passa a ser o verdadeiro mutante. Ele é o único humano que sobrou do mundo como o conhecemos, portanto, um estranho para aquela realidade pós-apocalíptica. Há elementos datados (roupas, arquitetura, automóveis) e certo excesso de diálogos que emperram o desenvolvimento da história, mas esta produção ainda tem força para nos alertar sobre o risco da destruição do planeta. Charlton Heston é um ator perfeito para esse tipo de filme. Seu personagem aqui lembra o Taylor de O Planeta dos Macacos (1968) e o detetive Robert Thorn, de O Mundo de 2020 (1973). A derradeira cena, com Neville meio que “crucificado” na fonte de uma praça, sugere uma abordagem cristã. Nota-se também a presença do blaxpoitation que, no início dos anos 70, representava um gênero de filme cujo alvo era a comunidade negra urbana. Baseado num conto de Richard Matheson, de 1954, que já havia sido adaptado em 1964, com Vincent Price – The Last Man on Earth, daí o titulo Omega Man (ômega é a última letra do alfabeto grego).