as crônicas de nárnia, o leão, a feiticeira e o guarda-roupas (the chronicles of narnia: the lion, the witch and the wardrobe, usa 2005) – essa é mais uma adaptação de um relativo sucesso literário, desta vez para a tela grande, já que apareceu três vezes na televisão. Tudo aqui lembra Harry Potter e O Senhor dos Anéis: a existência de um mundo paralelo à realidade habitado por criaturas estranhas, efeitos de computador, crianças diante de graves decisões de vida e a eterna luta entre o bem e o mal. O inventor desse universo mítico, C.S. Lewis, era professor de Literatura Medieval em Oxford, colega de J.R. Tolkien, que discordava das alegorias religiosas de Lewis. Neste filme, quatro crianças são filhos encaminhados pela mãe para o castelo de um velho professor durante os ataques à Inglaterra, na Segunda Guerra Mundial. Elas acabam descobrindo um guarda-roupas que, na realidade, é um portal para Nárnia, onde uma bruxa satânica controla tudo com seu feitiço. Há várias referências a fontes místicas como as de Alice no País das Maravilhas e O Mágico de Oz. Em As Crônicas de Nárnia, a fuga das crianças da guerra humana acaba na participação delas numa outra, onde têm que lutar para restabelecer a ordem, durante uma missão bélica de exacerbada realidade violenta. Os efeitos especiais não são bons, e o enredo se remete a questões bíblicas, bem ao gosto de Lewis: o leão Aslan seria uma espécie de Cristo à espera de ressurreição, os seres humanos são chamados de “filhos de Adão” ou “filhas de Eva” e a bruxa usa a maçã para seduzir uma das crianças a ponto de transformá-la em traidora (um Judas?). No fim, acha-se tudo meio chato.