quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
838 - AVATAR
AVATAR (AVATAR, USA 2009) – de James Cameron. Avatar é o exemplo perfeito de um filme cuja forma se sobrepõe, em muito, ao conteúdo. Não que este seja ruim – longe disso. É decente, respeitável, politicamente correto. No entanto, perde feio no quesito originalidade, coisa que James Cameron soube injetar, de sobra, na forma exuberante com que conta a história de uma civilização invadida violentamente por gananciosos e poderosos estrangeiros. Soa familiar, não? Pois é, a história nos remete ao mito do bom selvagem e às inúmeras versões sobre a conquista do oeste americano, nas quais o homem branco mata e rouba, e o índio morre e é saqueado. Ou seja, Avatar segue a lógica do western. O neo-Oeste, agora, é Pandora, a terra dos alienígenas, rica em um minério que não existe na Terra e que vale uma fortuna. Se, nos tempos da carruagem, buscava-se ouro, agora, os invasores vão atrás do tal minério. Os personagens também são rasos, estereotipados, e deixam a sensação de que já os vimos em outros filmes. Claro que isso tudo é cerebralismo e que pode ser muito bem esquecido diante do espetáculo de tecnologia que produz cenas soberbas em profusão.
837 - NOITES DE TORMENTA
NOITES DE TORMENTA (NIGHTS IN RODANTHE, USA 2008) – de George C. Wolfe. Dr.Paul Flanner (Richard Gere) é um cirurgião de sucesso mas vive vários dramas: sua esposa o deixou, seu filho (James Franco, não creditado) não o respeita e perde um paciente na mesa de operação. Adrienne Willis (Diane Lane) tem dois filhos e descobre que seu marido a traiu. Acabam se conhecendo numa pousada à beira mar, aonde foram para tentar pensar nos últimos acontecimentos na vida de ambos. O roteiro previsível não impede as boas atuações de Gere e Lane, mas deixa a impressão de que o filme poderia ter rendido mais. As histórias de amor funcionam, ainda funcionam.
domingo, 27 de dezembro de 2009
836 - ENSINANDO A VIVER
ENSINANDO A VIVER (MARTIAN CHILD, USA 2007) – o escritor David Gordon (John Cusack), depois da morte da esposa, adota um menino que acredita ser de Marte, provocando com isso sua rejeição na sociedade. Os dois acabam descobrindo que se dão muito bem, pois possuem características semelhantes, o que facilita o entendimento entre eles. Sensível e profunda, a história será entendida por apenas aqueles que sabem como é angustiante ter a responsabilidade de criar uma criança que não se sente querida pelo mundo. A bela Amanda Peet faz um papel pequeno e termina como par de David, coisa que faria a felicidade de qualquer um. Oliver Platt também está no elenco. Os três estão juntos em 2012.
sábado, 19 de dezembro de 2009
835 - A EXPERIÊNCIA III
A EXPERIÊNCIA III (SPECIES III, USA 2004) – de Brad Tuner. Dos três filmes, este, certamente, é o pior, principalmente pela quase ausência de Natasha Henstridge, que só aparece numa cena rápida, pois seu personagem morre no final do filme anterior. Agora, a filha de Eve, Sara (Sunny Mabrey, que esteve no horroroso Serpente à Bordo) procura um companheiro, entre os híbridos, para acasalar e perpetuar a espécie (soa familiar?). Bem, nada de novo em relação à história. Os efeitos especiais são regulares, apesar das visíveis restrições orçamentárias. Pelo menos, capricharam nas alienígenas.
domingo, 13 de dezembro de 2009
834 - CONTROLE ABSOLUTO
CONTROLE ABSOLUTO (EAGLE EYE, USA 2008) – de D.J. Caruso. Muito bom thriller de ação com Shia LaBeouf e Michelle Monaghan. Os dois acabam se conhecendo depois de receberem misteriosas ligações de uma mulher (voz de Julianne Moore), orientando-os a fugir dos agentes do FBI. O roteiro é bem amarrado e as perseguições de carros, com direito a explosões e batidas, são feitas de acordo com o figurino, sem exageros de CGI. É mais uma versão do Big Brother de Orwell, com tintas patrióticas em nome da guerra contra o terrorismo. No elenco, Rosario Dawson e Billy Bob Thornton.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
833 - ROBINSON CRUSOÉ
ROBINSON CRUSOÉ (ROBINSON CRUSOE, USA 1997) – esta versão do clássico de Daniel Dafoe tem seu ponto alto na excelente fotografia que, de tão deslumbrante, quase nos impede de ver uma placa esquecida de “proibido nadar”, logo depois que Robson Crusoé (Pierce Brosnan) chega à praia, após o naufrágio. A presença de Brosnan, neste filme, me surpreendeu, mas ele, como sempre, está muito bem num papel difícil em função dos diálogos quase intuitivos com Sexta-feira (William Takaku). De resto, uma produção inexpressiva.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
832 - ENCONTRO ÀS ESCURAS
ENCONTRO ÀS ESCURAS (BLIND DATE, USA 1987) – de Blake Edwards. O filme envelheceu, não há dúvida. Se naquela época parecia uma boa idéia juntar Bruce Willis e Kim Basinger (no auge da forma, os dois), numa comédia descompromissada que abordasse um relacionamento nascido num encontro arranjado, tudo agora naufraga inapelavelmente. Vendo agora, nada parece funcionar. As situações já não tem a mesma força e, claro, o mundo mudou muito desde o final da década de 80, o que torna difícil reprocessar esse tipo de história. É um filme datado e sem o charme que dele se esperava.
831 - KILLSHOT
KILLSHOT (KILLSHOT, USA, 2008) – de John Madden. Tentativa de thriller policial totalmente previsível e decepcionante, apesar das promessas de um elenco razoável: Diane Lane, Rosário Dawson e, vá lá, um desfigurado Mickey Rourke. O único fiapo de criatividade é a abordagem da situação daquelas pessoas que dependem do serviço de proteção às testemunhas. Parece que isso lá não dá muito certo. Rourke faz o papel de um índio ( ! ) assassino profissional que “adota” um marginalzinho feito com histeria por Bradon McGibbon. A coitada da Rosário Dawson está totalmente desperdiçada num papel horroroso.
830 - REINO DE FOGO
REINO DE FOGO (REIGN OF FIRE, USA 2002) – com Christian Bale e Gerard Butler. A carnavalização do apocalipse, enfim, chegou ao fim do mundo. No futuro, num cenário escuro e caótico, um grupo de pessoas tenta matar um dragão reprodutor, responsável pela proliferação destes bichinhos voadores que cospem fogo. Da primeira vez que assisti, o filme me pareceu mais pobre, meio forçado no argumento como nas atuações. Os CGs são razoáveis.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
829 - DESPEDIDA EM LAS VEGAS
DESPEDIDA EM LAS VEGAS (LEAVING LAS VEGAS, USA 1995) - de Mike Figgs. Ben Sanderson (o vencedor do Oscar de Melhor Ator Nicolas Cage, 07 de janeiro e 1964)é um roteirista que perde o emprego e a família em virtude do alcoolismo e que decide passar seus últimos dias em Las Vegas, bebendo até morrer. Ao chegar lá, ele conhece uma prostituta, Sera (a bela Elizabeth Shue, 06 de outubro de 1963),e começa a manter com ela uma relação de profundo respeito: ambos não interferem no estilo de vida de cada um.O roteiro se escora no Mito de Orfeu, ao colocar Ben numa viagem sem volta em busca de sua esposa, assim como acontece com a tentativa de Orfeu de reencontrar Eurídice. Figgs nos dá uma pista sutil sobre isso quando Ben dá a Sera um par de brincos gregos. É a história do encontro de duas pessoas solitárias que, durante a sua convivência, acabam encontrando pontos em comum. É um filme sobre alcoolismo e solidão que não se parece com nenhum outro do gênero. Dica do Miranda.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
828 - MAX PAYNE
MAX PAYNE (MAX PAYNE, USA 2008) – Mark Wahlberg é Max Payne, um detetive que teve sua mulher e filho brutalmente assassinados. Transferido para um departamento de casos insolúveis, Payne consegue descobrir uma ligação entre a morte de sua família e uma série de mortes violentas que passam a acontecer na cidade: uma tatuagem em forma de asa. Thriller eficiente, baseado num vídeo game do qual nunca havia ouvido falar. Fotografia impressionante, acentuando o clima noir das histórias do personagem. Atenção para a bela ucraniana Olga Kurylenko, de Quantum of Solace (2008).
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
827 - A MULHER INVISÍVEL
A MULHER INVISÍVEL (BRASIL, 2009) – o diretor Cláudio Torres escorregou feio nesta suposta comédia com verniz psicológico, em que nada se salva, nem mesmo contando com um ator de talento inegável como Selton Mello e a beleza magnética de Luana Piovani. Percebe-se que o diretor quis atingir as grandes platéias - aquelas cujo senso crítico cabe perfeitamente num Twitter - e para quais basta a propaganda bombardear com a legenda “uma comédia sensacional” para entupirem os cinemas e acharem tudo uma perfeição. Até aí, tudo bem. Afinal, cinema é mesmo diversão. Mas não pode ser enganação: o filme é ruim. Selton interpreta o controlador de tráfego, Pedro, que, depois de dispensado sem cerimônia pela mulher (Maria Luísa Mendonça), cai em depressão. As coisas parecem que vão melhorar quando Amanda (Luana Piovani) bate à sua porta e Pedro acredita ter encontrado a companheira ideal. Só que ela é mera criação de sua mente solitária e só existe na sua fantasia. Daí por diante, Selton Mello esforça-se para segurar o filme, e as situações e os diálogos evoluem (?) para uma “interpretose” constrangedora que subestima a inteligência do espectador com truques baratos de psicologia, como aconteceu em O Divã, com Lília Cabral.
826 - P.S. EU TE AMO
P. S. I EU TE AMO (P.S. I LOVE YOU, USA 2008) – com Gerard Butler e Hillary Swank. Exatamente na era do e-mail, aparece esta história para mostrar às novas gerações o que é receber uma carta de papel e a emoção de ela vir inesperadamente. Pois bem, Gerry (Butler) e Holly (Swank) são um casal apaixonado, cuja felicidade é interrompida com a morte dele, em decorrência de um tumor cerebral. Gerry deixara cartas para que sua mulher suportasse a dor da perda, e Holy passa a recebê-las dos modos mais inesperados. O roteiro explora a saudade como tema principal: até que momento o amor pode perdurar depois da morte de uma de suas pontas? Hillary Swank mostra talento, e a Butler cabem as travessuras de garotão amoroso, num roteiro que, creio, poderia ter sido bem mais aproveitado. Harry Connick Jr e Kathy Bathes no elenco. Uma homenagem às cartas de antigamente.
825 - VOCÊ É TÃO BONITO
VOCÊ É TÃO BONITO (JE VOUS TROUVE TRÈS BEAU, FRANÇA 2005) – de Isabelle Mergault. O filme trata de um problema recorrente para os franceses: os imigrantes do leste europeu. No filme, Aymé (Michel Blanc, excelente) é um fazendeiro que fica viúvo (sua mulher era apenas uma empregada de luxo). Sua preocupação, agora, é conseguir alguém que faça as tarefas de casa e logo se vê num avião em direção a Bucareste, para entrevistar potenciais noivas que, na sua maioria, querem apenas trocar a vida difícil na Romênia pelo glamour das luzes parisienses. Uma delas, Elena, diz que gosta de fazenda e de animais e acaba sendo escolhida por Aymé que, a princípio, não tem intenção de casar com ela – apenas colocá-la para trabalhar. A partir daí, tudo fica muito previsível: diante da doçura de Elena, Aymé deixa vir à tona um ser humano sensível e carente que estabelece com ela uma forte relação de amor. Vale a pena, sobretudo, pela atuação de Blanc.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
824 - MAMMA MIA
MAMMA MIA (MAMMA MIA, USA 2008) – com Meryl Streep, Colin Firth e Pierce Brosnan. Musical com canções da banda Abba em sua trilha sonora. Na trama, Sophie (Amanda Seyfried, linda), filha de Donna (Streep), vai se casar numa paradisíaca ilha grega. Desejando ser levada ao altar por seu pai que nunca conheceu, ela manda convites para três ex-namorados de sua mãe. Quando eles chegam à ilha, Donna inventa desculpas para não revelar quem é o pai de Sophie. O filme é muito divertido. A diretora Phyllida Lloyd também dirigiu a montagem na Broadway.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
823 - JOVEM FRANKENSTEIN
YOUNG FRANKENSTEIN (USA, 1994 - de Mel Brooks. As gerações mais novas talvez não vejam no filme a hilariedade que causa em quem acompanhou as grandes produções da Universal da primeira metade do século passado. No entanto, Jovem Frankenstein é um marco na carreira de Brooks e dos seus atores de fé, Gene Wilder (11 de junho de 1933) e Marty Feldman (08 de julho de 1933 - 02 de dezembro de 1982). Sem exagerar nas caracterizações, o diretor pinça as sutilezas de Frankenstein (1931) e A Noiva de Frankenstein (1932)e adiciona gags que se tornaram inesquecíveis nas atuações de Wilder e Feldman. Atenção para Gene Hackman como o homem cego que recebe A Criatura (Peter Boyle)na sua casa - a sequência é muito engraçada e sutil. Os cenários, principalmente o imponente castelo, são recriações muito próximas dos originais utilizados nos filmes da "Universal", sendo que inclusive os instrumentos e todo o maquinário elétrico e equipamentos do laboratório do Dr. Frederick Frankenstein são exatamente os mesmos criados por Kenneth Strickfaden para os clássicos dos anos 30 (com um agradecimento especial nos créditos de abertura). A cena onde o monstro está carregando Elizabeth desacordada à noite por uma sinistra floresta é uma referência e homenagem ao clássico "O Monstro da Lagoa Negra" (54), de Jack Arnold, que tem uma sequência similar envolvendo o monstro do título e a bela Kay, a mocinha interpretada por Julie Adams. No início do filme, ouvem-se treze badaladas do relógio, algo difícil de perceber a não ser que se contem todas as batidas pacientemente. Aliás, também perto do início, um casal de passageiros num trem fala exatamente as mesmas palavras em inglês (quando simulam a passagem por uma estação em New York) e também em alemão (quando passam por uma estação na Transilvânia). O estridente e ameaçador uivo do lobisomem que se ouve quando o Dr. Frankenstein, sua assistente Inga e o corcunda Igor estão chegando ao castelo numa carruagem, foi feito pelo próprio diretor Mel Brooks, que aliás também foi o autor de um grito imitando um gato sendo atingido por um dardo arremessado de forma errada pelo Dr. Frankenstein, quando tentava acertar um tabuleiro como alvo. Quando o Dr. Frankenstein localiza a biblioteca particular de seu avô, Victor, num aposento secreto no imenso castelo, ele encontra um livro escrito por seu avô intitulado "How I Did It" (Como eu Fiz), que é uma brincadeira do roteiro ao mencionar a existência de um registro que revelava como Victor Frankenstein conseguiu reanimar carne morta, um fato que não está revelado no livro original de Mary Shelley. Naquela cena onde o monstro encontra na floresta uma garotinha, Helga (Anne Beesley), numa referência à mesma sequência do filme de 1931 de James Whale, eles ficam jogando flores num lago, e no momento em que a menina diz não ter mais flores para jogar, perguntando o que poderia então ser arremessado na água (para quem conhece o filme da Universal sabe o que o monstro escolheu para jogar no lago, numa cena que chocou o público na época e que ficou censurado por muitos anos), a criatura faz uma expressão de deboche para a câmera. Quando o monstro faz uma visita espontânea ao homem cego, e depois de não ter obtido sucesso com a sopa quente, vinho e um charuto oferecidos por ele, numa série antológica de trapalhadas totalmente hilariantes, o monstro decide fugir com raiva e em seu encalço o homem cego ainda lhe oferece um cafezinho (essa última parte foi improvisada pelo ator Gene Hackman, pois não estava no roteiro). O primeiro cérebro escolhido para a criatura era de um tal de Hans Delbruck, que no filme era descrito como cientista e santo, homem de grande inteligência e ideal para fazer parte do monstro, e na realidade Delbruck era mesmo um historiador e professor alemão de grande relevância nas áreas de economia e política. Numa das cenas finais, Elizabeth utiliza um cabelo igual ao da noiva do monstro no filme de 1935, quando a atriz Elsa Lanchester tinha um penteado com enormes mechas brancas no cabelo, que foi inspirado em antigas esculturas da rainha egípcia "Nefertiti".
domingo, 27 de setembro de 2009
822 - O OLHO DO MAL
O OLHO DO MAL (EYE, USA 2008) – Sydney (Jéssica Alba) é cega desde a infância e recupera a visão depois de se submeter a uma cirurgia. Porém, ela logo descobre que pode ver pessoas mortas e percebe que os seus novos olhos abriram uma porta para um mundo aterrorizante. O roteiro não tem nada demais e está longe de ser original. No entanto, é um daqueles filmes que a gente vê com a esperança de que algo inesperado aconteça, talvez por causa da presença sempre bela de Jéssica Alba.
821 - O PROCURADO
O PROCURADO (WANTED, USA 2008) - A vida de Wesley Gibson não anda muito boa, sua namorada o trai e ele odeia sua chefe. Quando conhece Fox (Angelina Jolie), uma mulher enigmática que o leva para uma sociedade secreta, a vida de Wesley muda completamente. Porém, aos poucos ele verá que nem tudo nessa sociedade é o que parece. O exagero que marca as sequências talvez seja feito de propósito, e isso conduz o espectador a não levar muito à sério o desenvolvimento da trama. Angelina atua no automático, pois nada no filme requer qualquer carga dramática. Claro, tem Morgan Freeman, o que obriga, pelo menos, uma olhada. Muito CG para pouco resultado.
820 - CONDUTA DE RISCO
CONDUTA DE RISCO (MICHAEL CLAYTON, USA 2007) - de Tim Gilroy, que recupera, neste filme, diálogos ágeis e cronometrados, que podem dar aos atores momentos para brilhar na arte de atuar, o que não é pouco. O Michael Clayton deste filme é George Clooney, um sujeito que se ocupa em “fazer a faxina” de uma firma de advocacia: paga e cobra quantias tecnicamente inexistentes, apaga os escândalos, costura alianças e parcerias – faz o papel do algodão entre cristais. Numa dessas missões, Michael é incubido de trazer à razão o mais brilhante advogado de litígio da companhia (Tom Wilkinson, excelente), que parou de tomar sua medicação, surtou e passou a trabalhar em favor dos reclamantes em uma causa de 3 bilhões de dólares. Clayton passa o tempo todo sendo vigiado pelo chefe da firma, Sydney Pollack. Muito mais que ação, o filme é de diálogos originais e que – coisa rara – explicam o contexto da história.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
819 - O PORNÓGRAFO
O PORNÓGRAFO (BRASIL, 1970) – de João Callegaro. O jornalista Miguel Metralha (Stênio Garcia), trabalhava numa revista insossa chamada “Comer Bem”, e decide ir trabalhar no escritório de redação de “revistinhas” de conteúdo erótico. São praticamente quadrinhos, desenhados à mão, e que vão enfrentar a concorrência das revistas fotográficas americanas, os “novos tempos”. Apesar de trabalhar num ramo não muito prestigiado, sem muito reconhecimento, Miguel Metralha trabalha não pelo dinheiro - ao contrário, ele tem um enorme prazer em ser redator das “revistinhas”, sente orgulho do seu trabalho. Quer imprimir uma marca pessoal, um trabalho criativo, mesmo dentro desse ramo aparentemente vulgar, chulo e desgastado. O filme então mostra uma avaliação crítica da possibilidade de um cinema de invenção dentro da estrutura de subdesenvolvimento típica da cinematografia nacional, articulada com a própria estética do filme que é mostrar isso de uma forma acessível ao público. Callegaro quase não se concentra sobre o processo de criação em si (o traço, a criação das histórias) e sim no entorno do processo de criação, a estrutura econômica da administração e os jogos de poder necessários à preservação do negócio. E sua falência pelo conservadorismo dos verdadeiros donos da praça. Tudo é feito sem grandes sofisticações, com diálogos evidentemente improvisados.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
818 - BONEQUINHA DE LUXO
BONEQUINHA DE LUXO (BREAKFAST IN TIFFANY’S, USA 1961) – de Blake Edwards. Holly Golightly (Audrey Hepburn) é uma garota de programa nova-iorquina que está decidida a casar-se com um milionário. Perdida entre a inocência, ambição e futilidade, ela toma seus cafés da manhã em frente à famosa joalheria Tiffany`s, na intenção de fugir dos problemas. Seus planos mudam quando conhece Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor bancado pela amante que se torna seu vizinho, com quem se envolve. Apesar do interesse em Paul, Holly reluta em se entregar a um amor que contraria seus objetivos de tornar-se rica. Atenção para o excelente John McGiver, que faz o vendedor de jóias da Tiffany's.
817 - O GURU DO AMOR
O GURU DO AMOR (THE LOVE GURU, USA 2008) – de Marco Schnabel. Desta vez, Myers (25 de maio de 1963) não acertou. O filme é ruim, e só pouquíssimas cenas se salvam, exatamente aquelas em que Jéssica Alba desfila sua beleza. De resto, só um amontoado de piadas escatológicas e de gosto discutível. Ben Kingsley faz um papel sem graça. Os números musicais em nada ajudam. Só resta mesmo Jéssica Alba, olhaí.
816 - SOL NASCENTE
SOL NASCENTE (RISING SUN, USA 2003) – de Philip Kaufman. Mais do que o enredo em si, o que chama a atenção neste filme é o elenco de peso, a começar com Sean Connery. Um poderoso conglomerado japonês inaugura, em plena Los Angeles, a Torre Nakamoto. Na festa de lançamento uma série de empresários americanos são convidados, por estarem em negociações com os japoneses. Entretanto misteriosamente a garota de um dos executivos orientais aparece assassinada, durante a festa. Para investigar o caso são chamados o agente Web Smith (Wesley Snipes) e John Connor (Sean Connery), que viveu durante muito tempo no Japão. Enquanto Connor ensina a Smith aspectos da cultura nipônica, ambos investigam o assassinato.
815 - EVIDÊNCIAS DE UM CRIME
EVIDÊNCIAS DE UM CRIME (CLEANER, USA) – Samuel L.Jackson é um profissional encarregado de um serviço nada convencional: limpar a cena de um crime, depois que a polícia retira o cadáver. Ao cuidar de um crime que jamais foi denunciado à polícia, ele se torna cúmplice de um assassinato. Bom thriller policial. A bela Eva Mendes está no elenco, juntamente com o ótimo Ed Harris.
814 - VAMOS COM CALMA
VAMOS COM CALMA (BRASIL, 1956) – de Carlos Manga. Com Oscarito, Eliana e Cyl Farney, o filme não é dos melhores da safra da Atlândida. Buscapé e Sandra (Oscarito e Eliana) são dois vigaristas que são pegos em flagrante roubando a casa de uma grã-fina, Madame Pixoxó. Instruído por Luís Carlos, um candidato a futuro genro da grã-fina, Buscapé se faz passar por um nobre inglês, Lorde Street Flash, por quem a madame cai de amores. Entra em cena outro falso aristocrata, o príncipe Nico, outro pilantra de olho nas jóias da madame, que supostamente haviam pertencido a Catarina da Rússia, mas, na realidade, eram falsas e pertenciam à empregada da casa. Atenção para Ivon Cury, no papel do príncipe.
813 - MENINO DO RIO
MENINO DO RIO (BRASIL, 1982) – de Antonio Calmon. Jovem que ganha a vida fazendo pranchas de surf, Valente (André de Biasi) se apaixona por uma garota da alta sociedade, mas sofre um choque ao descobrir que ela sentia uma forte atração pelo pai dele. Ela não sabia que um era pai do outro, mas está decidida a ficar com filho, que agora não quer saber dela. Assim, ela decide se casar com um antigo noivo, por quem nunca foi apaixonada. Filme totalmente descartável, estereotipando a juventude dos anos 80 da pior maneira possível. As atuações são um desastre.
812 - PERIGO EM BANGKOK
PERIGO EM BANGKOK (BANGKOK DANGEROUS, USA 2008) – o enredo é simples: um assassino profissional, Joe (Nicolas Cage), chega a Bangkok para realizar quatro “trabalhos” e se apaixona por uma atendente de farmácia surda-muda, enquanto protege um ladrão local que trabalha para ele. Joe é um matador sem remorsos, está em Bangkok para executar quatro inimigos de um brutal criminoso chamado Surat. Para ajudá-lo, Joe contrata Kong (Shahkrit Yamnarm), um ladrão de rua, para enviar mensagens para ele com a intenção de cobrir seus passos. A intenção, é claro, seria matá-lo ao fim do serviço. Estranhamente, no entanto, Joe, solitário por natureza, se pega na posição de mentor do garoto, enquanto emenda um romance com uma garota local. Enquanto se apaixona pela beleza quase tóxica de Bangkok, ele começa a questionar sua existência e baixa a guarda…justamente quando Surat decide que é hora de fazer uma limpeza geral. Não é um grande filme, e Cage parece atuar no automático, sem parecer envolvido no papel em hora alguma.
811 - BANQUETE DE AMOR
BANQUETE DE AMOR (FEAST OF LOVE, USA 2007) – Baseado no romance de Charles Baxter, o filme conta a história de uma pequena comunidade no Oregon em que os moradores vivem intrigas amorosas. Um professor e escritor local chamado Harry Stevenson (Morgan Freeman) testemunha tudo de perto. Intrigas entre jovens e velhos, entre pais e amantes, entre o dócil e o selvagem, entre humanos e animais, Harry observa admirado como o amor mistifica, fere, devasta, inspira, faz exigências insanas e molda profundamente as vidas de cada um ao seu redor, incluindo-se aí, ele próprio. A maravilhosa narração do personagem de Morgan Freeman dá um tom meditativo sobre as vicissitudes do amor e suas consequências nem sempre favoráveis.
810 - XEQUE-MATE
XEQUE MATE (LUCKY NUMBER SLEVIN, USA 2006) – Slevin (Josh Hartnett, 21 de julho de 1978) está com problemas: o prédio onde mora foi condenado, sua carteira de identidade foi roubada e ele recentemente flagrou sua namorada na cama com outro. E as coisas só pioram quando ele é confundido com um amigo e se vê obrigado a matar o filho de um dos criminosos mais poderosos de Nova York. De início, tem-se a impressão que se trata de uma comédia de humor negro, um pouco confusa pela inserção de cenas aparentemente desconexas, no início do filme. Porém, como um presente que se vai desembrulhando aos poucos, passamos a entender a história à medida que roteiro se desenrola. O elenco é um convite à parte: Morgan Freeman, Ben Kingsley, Bruce Willis e Stanley Tucci.
sábado, 19 de setembro de 2009
809 - ESPELHOS DO MEDO
ESPELHOS DO MEDO (MIRRORS, USA 2008) - Ben (Kiefer Sutherland, 21 de dezembro de 1966) é um ex-policial que perdeu o emprego após um acidente. Querendo recomeçar, Ben aceita trabalhar como vigia de uma antiga loja incendiada. O lugar esconde muitos mistérios que passam a ir atrás de Ben e sua família e ele terá que correr contra o tempo para salvar a todos. Atenção para Paula Patton, que faz a mulher de Ben – ela fez Denzel Washington volta no tempo em Dejà Vu (2006)e é essa cotia aí do lado. No início do filme as logomarcas dos produtores são exibidas de forma invertida. Após os créditos finais é exibido o título do filme, da mesma maneira. Suspense razoável. Refilmagem de um filme coreano.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
808 - GIA
GIA (GIA, USA 1998) – biografia de Gia Carangi, top model da década de 70, vinda de uma família pobre, que encontrou fama e desgraça no mundo fashion de Nova York. Foi a primeira modelo a desfilar com roupas de homem e aparecer no estúdio de cara lavada, vestindo um velho jeans rasgado no joelho e assumir que era lésbica. Por essas e outras transformou-se num mito. Em menos de um ano, sua beleza quase nua (ela nunca usava maquiagem) foi para as capas das principais revistas de moda. Foi modelo preferida de Diana Von Fustemberg, com a a qual teve uma paixão, fotografou para a Vogue, Cosmopolitan e desfilou com Gianni Versace, designer e amigo com quem dividia suas intimidades. "Nenhuma mulher é verdadeiramente mulher se não for loira". Nesta frase ela se referia a sua namorada, Sandy Linter, com quem teve "o caso de amor" mais famoso e polêmico dos bastidores do mundo da moda. No filme, a vida de Gia é narrada em tom de documentário, beirando, em alguns momentos, um didatismo dispensável, mas não se pode deixar de ressaltar a impressionante atuação de Angelina Jolie no papel principal. Indicação do Miranda.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
807 - RISCO DUPLO
RISCO DUPLO (DOUBLE JEOPARDY, USA 1999) – acusada por ter assassinado o marido, Libby (Ashley Judd, 19 de abril de 1968) fica na cadeia por seis anos e, quando sai, descobre que a morte dele foi uma farsa para ele ficar com o dinheiro do seguro. Planeja, então, procurá-lo à revelia da polícia e reencontrar o filho. Thriller razoável, enfeitado pelo rosto delicado de Judd e reforçado pela presença de Tommy Lee Jones, que acabou encarnando o mesmo personagem que fez em O Fugitivo: o inspetor que persegue um suspeito que, no caso, é a Libby de Judd. Fácil de assistir e mais fácil ainda de esquecer.
806 - FATAL
FATAL (ELEGY, USA 2008) - David (Ben Kingsley), um professor universitário, se encanta por uma de suas alunas, a bela Consuela (Penélope Cruz). Eles começam a viver uma intensa paixão, porém o desejo de David por Consuela se torna uma obsessão que será capaz de transformar a sua vida, fazendo-o rever sua postura existencial. Mais que um objeto de desejo,porém, Consuela demonstra uma grande autoconfiança e uma intensidade emocional que o deixa fora de controle. Na realidade, a meu ver, o filme promete mais do que realmente oferece ao espectador, deixando, especialmente no seu terço final, a impressão que as questões levantadas durante o desenvolvimento do relacionamento de David e Consuela (ciúme, posse, confiança, insegurança) foram esquecidas para dar lugar a um drama de outra natureza. Não achei que Ben Kingsley está bem no papel do doutor universitário que pensa que sabe tudo (e como há-os na vida real)e que vê na conquista de uma bela jovem uma forma de se sentir ainda mais poderoso. Acontece que Consuela começa a confrontá-lo com uma série de questões inesperadas para quem já se sentia emocinalmente estabilizado na vida. Aí que acho que o roteiro se perde, ao substituir o amor pelos sentimentos de compaixão e proteção. O filme podia explorar mais o poder que a beleza tem de cegar, revelar e mudar as pessoas. De fato, Penelope Cruz está linda e se entrega com mais verdade ao personagem do que Kingsley.Considero equivocados o título original e o em português. "Elegia", no sentido de uma composição poética triste e geralmente relacionada à morte, não traduz a proposta do filme, pois nos leva a um enfoque reducionista do tema. Já "Fatal", em português, me parece sugerir uma idéia da sedução pela sedução, como na expressão "mulher fatal" que, de modo nenhum, se aplica ao personagem Consuela. Dica do Miranda.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
805 - O DIVÃ
O DIVÂ (Brasil, 2008) - a transposição da peça de sucesso, estrelada também por Lília Cabral, não foi das mais felizes. Apesar do talento e da espontaneidade da protagonista, o enredo que expõe as dúvidas, contradições e frustrações de uma mulher de meia-idade, casada com Gustavo (José Mayer, excelente), durante as sessões de terapia com o Dr. Lopes (será o Alan?), não funciona e acaba sendo previsível demais, tanto nos desdobramentos da ação quanto no final. Lamentável a performance de Cauã Raymond, por um motivo simples: não sabe atuar.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
804 - HOMEM DE FERRO
HOMEM DE FERRO (IRON MAN, USA 2008) – disparado, a melhor adaptação dos quadrinhos da Marvel para a tela grande, superando os também ótimos Homem Aranha e Batman. Robert Downey Jr (04 de abril de 1965) está perfeito como Tony Stark – cínico, engraçado, arrependido – comprovando como ele é bom ator, coisa que eu já sabia desde que fez Chaplin. É ele que faz o filme soltar faíscas nos seus melhores momentos, especialmente quando parece estar engajado num diálogo instigante com a plateia. Os efeitos especiais não apresentam qualquer falha e estão em consonância com o enredo. Ou seja, a história aparece e só é realçada por eles. Claro, tem também a belíssima Gwyneth Paltrow, como assistente de Stark. O vilão, Obadiah, é Jeff Bridges, e Terrence Howard parece ter se especializado no papel do melhor amigo do protagonista. Não deixe de ver a cena que vem logo depois dos créditos finais.
803 - 007 O AMANHÃ NUNCA MORRE
007 – O AMANHÃ NUNCA MORRE (TOMORROW NEVER DIES, USA 1997) – bem afinado com o final do século midiático, James Bond tem que impedir que um magnata dono de um conglomerado de meios de comunicação comece uma guerra entre China e o Reino Unido, a fim de obter o monopólio da imprensa em todo o mundo. Há uma palavra em inglês que define bem os filmes de James Bond: formulaic (algo como “baseado em uma fórmula”). Pois, neste, há tudo que, até então, habitou o universo bondiano: a cena aventurosa de abertura, as belas mulheres, os cenários luxuosos, carros, perseguições espetaculares e um agente nem tão secreto assim (convenhamos, mesmo nos filmes, todos conhecem Bond), aqui personificado pelo excelente Pierce Brosnan, um dos melhores, juntamente com Sean Connery e Roger Moore. No elenco, a futura dona de casa desesperada, Terry Hatcher (08 de dezembro de 1964), a Penny Parker do Macgyver. O vilão é Jonathan Pryce. Atenção para uma participação do ótimo Vincent Schiavelli, o fantasma do metrô de Ghost, cujo retrato está aí do lado, para quem tem memória com menos de um giga.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
802 - A ÚLTIMA LEGIÃO
A ÚLTIM A LEGIÃO (THE LAST LEGION, UK, ITÁLIA, FRANÇA, TUNÍSIA, 2007) – o filme conta a origem de Excalibur (a espada, não o restaurante), a partir da infância de Romulus (Thomas Sangster, o menino órfão de “Simplesmente Amor”) que, depois do assassinato de seus pais, junta-se a uma legião de romanos, liderados por Aurelius (Colin Firth). Não é um grande filme, mas a fotografia se salva, apesar de algumas escolhas equivocadas para os personagens-chave. Por exemplo, Colin Firth está claramente desconfortável como Aurelius, e Ben Kingsley faz um Ambrosious/Merlin que parece perdido na história. A estrela bollywoodiana, Aishwarya Raí Bachchan, apenas enfeita o cenário, como se vê claramente na foto aí do lado (clique em cima).
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
801 - FOG CITY MAVERICKS
Fog city mavericks (USA 2007) - documentário sobre os cineastas radicados em São Francisco, onde criaram um movimento independente dos padrões de Hollywood. Francis Ford Coppola, George Lucas, Clint Estwood, Philip Kaufman, entre outros, falam sobre a sua insatisfação com o controle que os estúdios de Hollywood querem exercer sobre os diretores e de como conseguiram ter voz própria, longe das engrenagens da indústria do cinemão clássico. Há uma parte sobre a produção de O Poderoso Chefão, na qual Coppola confessa que estava individado e, por isso, aceitou dirigir o filme. Em outra sequência, George Lucas fala da sua união com Steve Jobs para criar a Pixar. Ainda podemos ver uma ótima entrevista com Clint Eastwood.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
800 - GARRINCHA, A ALEGRIA DO POVO
GARRINCHA, A ALEGRIA DO POVO (BRASIL, 1962) – de Joaquim Pedro de Andrade. Documentário com a trajetória de Garrincha, com imagens raras dos treinos e de jogos da seleção. É curioso ouvir as narrações esportivas da época. O filme alterna imagens de Garrincha em ação no Botafogo e na Seleção Brasileira, com algumas cenas do cotidiano, a rotina de treinos no Botafogo e a preparação do time para entrar em campo (com aparições dos jogadores da época, como Zagallo, Jairzinho e o goleiro Manga). Garrincha aparece comprando discos na cidade do Rio e depois dançando ao som deles com algumas das suas sete filhas na época ou passeando na sua terra natal, em Pau Grande, distrito de Magé (RJ). Acompanhando as imagens, o narrador Heron Domingues conta fatos sobre a vida do jogador, como o dele morar em uma casa cedida pela industria de tecidos no qual Garrincha e toda a comunidade de Pau-Grande trabalhara ou trabalha. Garrincha é descrito como tendo sido um mau operário, que conseguia dormir mesmo com o barulho das máquinas, mas que não era despedido porque nos fins-de-semana era o destaque nos jogos do time de futebol da fábrica. A narração enfatiza também a história de que Garrincha só soube que suas pernas eram tortas ao ler sobre isso nos jornais. Com rápidos depoimentos de Garrincha sobre a fama que conquistou, e do médico que descreve a anormalidade no seu joelho, o grande destaque do documentário são as cenas clássicas do craque em campo, seus dribles desconcertantes e seus belos gols defendendo o Botafogo e a Seleção Brasileira de Futebol nos Mundiais. Foi o primeiro documentário brasileiro sobre um esportista.
799 - A CAÇADA
A CAÇADA(THE HUNTING PARTY, USA 2008) – Richard Gere é Simon Hunt, um desacreditado correspondente de guerra que, junto com um cameramen e um repórter iniciante, vai atrás do maior criminoso de guerra da Bósnia, por causa de uma recompensa de 5 milhões de dólares. O grupo acaba sendo confundido com agentes da CIA. Algumas reflexões sobre o papel do jornalismo e a interferência militar americana no centro-leste europeu.
798 - OS MAIORAIS
OS MAIORAIS (THE MOGULS, USA 2005) – não dá para perder um filme em que Ted Danson (29 de dezembro de 1947) faz um gay. Por isso, assisti ao filme que também tem Jeff Bridges (04 de dezembro de 1949) liderando um grupo de meia-idade que, em virtude da lastimável situação financeira, decide fazer um filme pornô só com amadores, na pequena cidade em que vivem. A comédia tem bons momentos e só. Atenção a Joe Pantoliano e William Fichtner.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
797 - AGENTE 86
AGENTE 86 (GET SMART, USA 2008) – é claro que ninguém mais do que Steve Carell (16 de agosto de 1962) para fazer o Maxwell Smart de Don Adams, pelo menos aparentemente. Carell tem o physique de role do personagem, a mesma voz fina e aquele ar apalermado do agente 86. Acontece que a versão aqui não funciona. O filme fica a meio caminho da sátira aos agentes secretos e bem longe da comédia. O Smart de Carell é apenas uma repetição dos personagens que ele tem feito ultimamente: uma contrafação do humor a que se propõe. O que é uma pena, pois Steve Carell é excelente, como se pode constatar no papel de âncora de um telejornal em “O Todo-Poderoso”, com Jim Carrey. Anne Hathaway faz uma bela 99, mas não consegue dar o contraponto necessário para que as gags funcionem, como acontecia com Bárbara Feldon. Quem não viveu a série original pode até gostar.
796 - AS DUAS FACES DE UM CRIME
AS DUAS FACES DE UM CRIME (PRIMAL FEAR, USA 1996) – de Gregory Hoblit. Richard Gere (31 de agosto de 1949) faz, aqui, um advogado cheio de si que, em cobrar honorários, decide defender um rapaz (o ótimo Edward Norton, na sua estreia no cinema) acusado de assassinar um padre sob cuja custódia vivia, em Chicago. O caso fica ainda mais complicado quando o rapaz revela que poderia ter havido uma terceira pessoa na cena do crime. Bom thriller de tribunal, com excelentes atuações de Gere e do supracitado Norton (18 de agosto de 1969). Laura Linney é uma advogada, caso antigo do personagem de Gere. Miranda deve gostar.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
795 - A CASA DA MÃE JOANA
A CASA DA MÃE JOANA (BRASIL, 2008) – de Hugo Carvana. Três amigos que nunca trabalharam na vida têm agora que se virar para pagar a hipoteca do apartamento em que moram, em Copacabana. A intenção, creio, era fazer uma comédia de costumes, ao estilo daquelas que fizeram fama na década de 60 e 70, mas o resultado aqui chega a ser constrangedor, comprometendo atores com carreira consolidada, como Paulo Betti, José Wilker, Pedro Cardoso e Antonio Pedro, além do respeitado diretor. Carvana apelou para cenas de fácil consumo, com nudez ou pouca roupa de Juliana Paes, que dispensa maiores comentários, e a belíssma Fernanda de Freitas que, ao final, parece ser a única boa surpresa da casa. Até mesmo a atuação de Agildo Ribeiro, como um travesti da terceira idade – papel imaginado para ser memorável – fracassa inapelavelmente. Só vale por Juliana e Fernanda.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
794 - O GAROTO DO FUTURO
O GAROTO DO FUTURO (THE TEEN WOLF, USA 1985) – um adolescente (Michael J. Fox, 09 de junho de 1961) descobre que pode se transformar num lobisomem e, a partir daí, passa a ser o garoto mais popular entre seus amigos e o melhor jogador de basquete do time da escola. Típica comédia dos anos 80, enfatizando os imutáveis valores tradicionalmente americanos como a rivalidade do basquete, o brilhantismo acadêmico, o sucesso com as garotas e a certeza de que é melhor vencer sendo você mesmo do que apelar para poderes especiais. O filme, revisto agora depois de tanto tempo, ficou datado, o que ressalta ainda mais o roteiro simplório e as atuações pífias de quase todo o elenco, à exceção, é claro de Fox. Como o filme foi lançado no Brasil depois de “De Volta para o Futuro”, acabou recebendo esse título que em nada tem a ver com o original.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
793 - MAIS QUE O ACASO
MAIS QUE O ACASO (BOUNCE, USA 2000) – de Don Roos. A história é sobre Buddy Amaral, publicitário que troca sua passagem num vôo com outro homem, que morre na queda do avião. Sentindo-se culpado, procura a viúva e se apaixona por ela. Nada para se admirar: a viúva em questão é a bela e talentosa Gwyneth Paltrow. O problema é o tal Buddy Amaral (que nome meu Deus!!!!), vivido pelo calamitoso Ben Affleck, que compromete qualquer filme em que atue. Natasha Henstridge faz um papel pequeno, infelizmente. A única justificativa para ver "Mais que o Acaso" é Gwyneth. Este é o segundo longa-metragem dirigido por Don Roos, que também é o roteirista da trama. Sua estréia no cinema foi em 1998 com “O Oposto do Sexo”, sucesso de crítica e bilheteria.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
792 - CARNE TRÊMULA
CARNE TRÊMULA (CARNE TRÉMULA, ESPANHA 1997) – de Pedro Almodóvar. Como acontece em quase todos os seus filmes, Almodóvar aposta na falta de lógica do enredo para, a partir disto, provocar sensações diversas no espectador. Neste filme, em particular, essas sensações vão da graça inusitada de alguns personagens (a mulher adúltera do policial, vivida pela experiente Ângela Molina), à lacrimação do drama do marido paraplégico (Javier Bardem, excelente) que vive a dúvida em relação aos sentimentos possivelmente comiserativos da esposa (a bela Francesca Néri, a cara da Michelle Pffeifer, olha aí). Vejo, claramente, que o universo almodovariano possui características marcantes e reconhecíveis em todos os seus filmes.
terça-feira, 30 de junho de 2009
791 - VALENTE
VALENTE (THE BRAVE ONE, USA 2007) – de Neil Jordan. Jodie Foster (19 de novembro de 1962) é Erica Bain, uma mulher traumatizada por um ataque brutal de marginais que resultou na morte de David (Naveen Andrews, o Sayd de Lost), seu namorado, e que a deixou vários dias no hospital. Depois de comprar uma pistola, lança-se, então, numa caçada catarticamente vingativa, matando vários marginais até chegar ao assassino de David. O interessante, neste filme, é a figura do “vigilante-vingador”, popularizada por Charles Bronson na série “Desejo de Matar”, num personagem feminino. Jodie Foster faz uma Erica Bain atormentada com a idéia fixa de tomar para si a responsabilidade de “limpar” a cidade, depois de ir inutilmente à delegacia pedir providências. Os closes mostram como a adolescente espevitada de “Taxi Driver” está envelhecida.
sábado, 13 de junho de 2009
790 - VIVENDO E APRENDENDO
VIVENDO E APRENDENDO (SMART PEOPLE, USA 2008) – gosto de filmes em que o protagonista é professor e, ainda mais, quando é de literatura. Neste, o professor em questão é vivido por Dennis Quaid, viúvo, que se apaixona por uma ex-aluna (Sarah Jéssica Parker) que agora é médica. Dois elementos provocam tensão à história: sua filha (a talentosa Ellen Page), que não aprova o namoro, e seu irmão adotivo, Chuck (Thomas Haden Church, ótimo, como sempre), desempregado e meio doidão. Gostei de uma cena em que Quaid diz à turma que não responderá a qualquer pergunta que não seja precedida de “professor” ou “doutor”, tratamentos sem os quais nenhuma questão inteligente pode ser formulada. O roteiro não é original, mas os diálogos são espirituosos, especialmente na deliciosa contracena entre Page e Church.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
789 - X-MEN - ORIGENS: WOLVERINE
X – MEN ORIGENS: WOLVERINE (X-MEN ORIGINS: WOLVERINE, USA 2009) – de Gavin Hood. A intenção já está no título: mostra como Logan (Hugh Jackman), ainda criança, matou sem querer o pai e, mais tarde, viu a namorada morrer em circunstâncias misteriosas, para depois ganhar poderes fenomenais, após ser submetido a uma experiência ultrassecreta. As tintas, digamos, dramáticas, estão na relação conflituosa com o irmão (Liev Schreiber). Jackman está mais do que à vontade na pele de Wolverine e agarra o papel com garra ( ! ). Não me agradou de todo, mas é diversão decente.
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