segunda-feira, 28 de maio de 2012
1341 - TODA FORMA DE AMOR
TODA FORMA DE AMOR (BEGINNERS,
2011) – perto
dos 40 anos, Oliver (Ewan McGregor, estupendo) perde a mãe e seu pai anuncia
que vai se assumir “gay”. Estes fatos o atingem e forma devastadora, o que vai
dar início a uma resconstrução pessoal tendo como contraponto a felicidade
libertária do pai. Christopher Plummer que, aos 82 anos, tornou-se o ator mais
velho a receber o Oscar, tem uma atuação emocionante e inspiradora, sublinhando
com sutilezas as alegrias recém-descobertas, a partir do momento que saiu do
armário e passa a ter contato com a beleza desajeitada da autodescoberta. No entanto,
é o escocês Ewan Mcgregor a alma do filme, no papel do filho que começa a se
descobrir muito menos corajoso que o pai, especialmente diante da possibilidade
de ser feliz com a francesa Ana (Mélaine Laurent, de Bastardos Inglórios). A percepção do passar do tempo se agudiza
dramaticamente quando um fato inesperado abrevia esta fase de descoberta do próprio
pai. E atenção para Arthur, o cachorro de Oliver.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
1340 - UM CONTO CHINÊS
UM CONTO CHINÊS (UM CUENTO
CHINO, ARGENTINA, 2001) – o filme é uma dessas joias que, felizmente, o cinema portenho vem nos
oferecendo há alguns anos. É incrível como os argentinos desenvolveram a
capacidade de contar com simplicidade, bons diálogos e ótimos atores uma história
cotidiana que em mãos menos hábeis não teria o mesmo resultado. “Um Conto Chinês”
prima pelo bom humor e pela capacidade de se fazer bom cinema com donaire, sem
efeitos de câmera publicitária como gostam os diretores brasileiros, e para
grandes plateias. E eles ainda têm a sorte de contar com patrimônio nacional,
que é Ricardo Darín, sustentando sozinho esta comédia dramática do diretor
Sebastián Borensztein. Enxuto no tom, austero na encenação, simples mas preciso
na execução e primorosamente escrito, o filme se alinha a uma corrente que vem
ganhando corpo no cinema argentino: competência no drama sentimental (sem os
arroubos tradicionalmente trágicos em excesso que caracterizam a “anima”
portenha), no realismo intransigente, na
vocação memorialista e no experimentalismo. Aqui, o choque de culturas ganha
novos contornos ao colocar frente a frente, num golpe do destino, um chinês
perdido em Buenos Aires e o metódico e rabugento dono de uma pequena loja de
ferragens, vivido com brilhantismo por Darín. É deste encontro inusitado que
vai aflorar um resgate marcante com emoção perdida nos desvãos das vidas de
duas pessoas tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão idênticas na capacidade de
experimentar a própria dor.
1339 - ARMADILHA DO DESTINO
ARMADILHA DO DESTINO
(WRECKED, USA 2010) – este é um daqueles filmes que começa pelo fim: no meio de um bosque, um
homem (Adrien Brody) acorda dentro de um carro, após um acidente que provoca a morte
dos outros ocupantes, e, muito machucado, não se recorda de nada. Então, tenta
sair das duas prisões – a primeira são as ferragens do próprio carro e a
segunda, a solidão da floresta. Aos poucos, as lembranças vão voltando. É um
roteiro difícil, principalmente para o protagonista, pois ele tem que praticamente
atuar sozinho, com pouquíssimas falas. O que salva o filme é precisamente é a
atuação correta e sensível de Brody que, por sinal, vem se esforçando para
conseguir bons papeis, desde que conseguiu o Oscar, em 2002, por seu trabalho
em O Pianista.
1338 - O PODER E A LEI
O PODER E A LEI (LINCOLN
LAYWER, USA 2011) - Michael Haller (Matthew McConaughey,
surpreendentemente bem no papel) um advogado criminal que procura o seu grande caso
para o sucesso mas que no entanto vai aproveitando as oportunidades que lhe
aparece para ganhar algum dinheiro defendendo toda a espécie de clientes. Sem
se esforçar muito aceita na maior parte das vezes casos fáceis de ganhar algum
dinheiro simples tais com motoqueiros, prostitutas, vigarista, motoristas bêbados
e traficantes de droga, de forma a garantir o seu ganho do dia-a-dia, pois para
este advogado a lei raramente é sobre a
culpa ou inocência - é sobre a negociação e a manipulação. Às vezes é até mesmo
sobre a justiça. Mas certo dia o
grande caso da sua vida aparece e tudo aparenta que vai mudar o ruma da sua
carreira, defender um rico playboy que se meteu num grande problema, porque
acaba por ser acusado de violação e tentativa de assassinato de uma prostituta.
Aparentemente o que parecia a Michael mais um caso fácil onde podia ganhar grandes somas de dinheiro fácil, acaba por descobri que afinal não mergulhou no mar de rosas, mas que tudo acaba por muda de figura quando na realidade ele descobre que este caso lhe transforma a vida num louco e perigoso jogo de sobrevivência. Descobre que o cliente mente e encobre uma verdadeira intriga chegando mesmo a identificar que poderá haver ligação com um anterior, estranho e misterioso caso passado pelas suas mãos, cujo ex-cliente compre pena de prisão. Para escapar sem ser queimado, ele deve implementar cada estratégia, despiste, e instinto como sua fiel arma para poder desta vez salvar sua própria vida e de sua família.
Aparentemente o que parecia a Michael mais um caso fácil onde podia ganhar grandes somas de dinheiro fácil, acaba por descobri que afinal não mergulhou no mar de rosas, mas que tudo acaba por muda de figura quando na realidade ele descobre que este caso lhe transforma a vida num louco e perigoso jogo de sobrevivência. Descobre que o cliente mente e encobre uma verdadeira intriga chegando mesmo a identificar que poderá haver ligação com um anterior, estranho e misterioso caso passado pelas suas mãos, cujo ex-cliente compre pena de prisão. Para escapar sem ser queimado, ele deve implementar cada estratégia, despiste, e instinto como sua fiel arma para poder desta vez salvar sua própria vida e de sua família.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
1337 - O MISTÉRIO DA RUA 7
1336 - QUO VADIS
QUO VADIS (QUO VADIS, USA 1951) - Após
três anos em campanha, o general Marcus Vinicius (Robert Taylor) retorna à Roma
e encontra Lygia (Deborah Kerr), por quem se apaixona. Ela é uma cristã e não
quer nenhum envolvimento com um guerreiro, mas apesar de ter sido criada como
romana Lygia é a filha adotiva de um general aposentado e, teoricamente, uma
refém de Roma. Marcus procura o imperador Nero (Peter Ustinov) para que ela lhe
seja dada pelos serviços que ele fez. Lygia se ressente, mas de alguma forma se
apaixona por Marcus. Enquanto isso as atrocidades de Nero são cada vez mais
ultrajantes. Quando ele queima Roma e culpa os cristãos, Marcus salva Lygia e a
família dela. Nero captura os todos os cristãos e os atira aos leões, mas no
final Marcus, Lygia e o cristianismo prevalecerão. O grande barato deste
filme é a atuação de Peter Ustinov como o ensandecido Nero.
1335 - STAR TREK
STAR TREK (STAR TREK, USA 2009) - James
Tiberius Kirk é um adolescente rebelde de Iowa sempre em busca de emoções, um
líder por natureza à procura de uma causa. Spock cresceu no planeta Vulcano,
excluído por ser metade humano. Ele é um aluno engenhoso e o primeiro de sua
raça a ser aceito na Frota Estelar. Em sua busca para descobrir quem realmente
são e o que têm a oferecer ao mundo, Kirk e Spock logo tornam-se competitivos
cadetes em treinamento. Com estilos drasticamente opostos, um movido por
paixão, o outro, por lógica, tornam-se adversários, fazendo de tudo para estar entre
os escolhidos da mais avançada nave já criada, a U.S.S. Enterprise.
terça-feira, 22 de maio de 2012
1334 - PADRE
PADRE (PRIEST, USA 2011) – thriller
pós-apocalíptico que tem como cenário um mundo alternativo, no qual vampiros e
a humanidade lutam entre si há séculos. O ótimo Paul Bettany faz um padre que é
obrigado a viver numa cidade completamente controlada pela Igreja, até que tem
que entrar em ação contra os vampiros que seqüestraram sua sobrinha. É o tipo
do filme “nem aqui nem lá”, se é que me entendem. Não? Pois é, talvez seja um
filme para não ser levado a sério mesmo, apesar da presença de um ator muito
bom, como Bettany – e de sorte, pois é casado coma Jennifer Connely.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
1333 - SHAME
SHAME (SHAME, INGLATERRA 2011)
– não fosse o diretor Steve McQueen também um
artista plástico, “Shame” não seria o que é: um filme como uma escultura, uma
instalação mais ou menos permeável à interação com o espectador, uma tela onde
convivem tintas fortes e angustiantes. Toda a narrativa do filme gira em torno
de Brandon, magnificamente interpretado por Michael Fassbender, um personagem
que é a própria personificação do que há de mais paradoxal no ser humano.
Brandon é um viciado em sexo. Não alguém que gosta de sexo, ou que apenas faz
muito sexo, mas alguém patologicamente dependente de sexo. Mais que um atalho
escapista, sexo, para ele, é um ritual de auto-humilhação e degradação, como se
sua vida não representasse nada e fosse um vazio niilista que, numa metáfora
ousada, mais se aproxima de um buraco negro, num processo autofágico que
assusta, de tão real. Brandon está numa bolha – todos os dias, a mesma rotina:
metrô, trabalho, sexo, drinques em locais “descolados” em Manhattan e mais
sexo. Sempre imerso numa solidão cósmica que parece não acabar, mesmo com a
chegada de sua irmã (Carey Mulligan), outra solitária, porém mais conectada com
a vida, seja pela música ou pelos desencontros amorosos. Numa cena, Brandon vai
vê-la cantar “New York, New, York”, cuja letra parece refletir o mundo cruel e
competitivo da grande cidade: numa ideologia neoliberal, só não vence quem não
tem competência para isso. Mas o que é “vencer”? O que é essa necessidade
brutal que nos faz correr ansiosos para o futuro, enquanto a vida só está no
presente? Brandon está mergulhado até a raiz dos cabelos cuidadosamente
penteados com gel nesta corrida maluca e acometido por um vício que,
paradoxalmente, envolve o outro, mas só desenvolve o isolamento social e
psíquico. Isso fica claro quando se encontra com Marianne, uma colega de
trabalho e, inesperadamente, brocha – este é o ponto de inflexão decisivo de
“Shame”, pois qualquer rachadura na redoma de sua vida o faz tremer e perder a
suposta segurança que o mantém vivo. Marianne não é uma prostituta ou uma
mulher que ele não verá no dia seguinte, mas sim uma mulher com todas as
qualidades amoráveis que ele não consegue ver e que acredita em
relacionamentos. Ao não conseguir ter sexo com a mulher de quem se aproxima de
forma um pouco mais consistente, o personagem entra em uma espiral que o leva a
uma catarse profunda. Só esta reflexão justifica assistir ao filme que, entre
outras coisas, lida com habilidade incomum e corajosa, com as incoerências que
tanto abominamos em nós e nos outros, mas que – não há como negar – é matéria
inerente à constituição existencial do homem pós-moderno. Sem aprontar
soluções, o filme coloca Brandon, na última sequência do filme, de volta ao
cenário da primeira cena, impecavelmente vestido, dando em cima da mesma
passageira. Um cartaz, dentro do trem, dá um toque ao mesmo tempo irônico e
intrigante, porém bem consonante como o ritmo da selva de pedra e aço:
“Improving, don’t stop” (“Melhorando, não pare”). Talvez aí esteja a sutil
solução – ou o começo dela – para gente como Brandon, em todas as partes do
mundo.
sábado, 12 de maio de 2012
1332 - EU SOU O NÚMERO QUATRO
EU SOU O NÚMERO QUATRO (I AM
NUMBER FOUR, USA 2011) - aula de matemática - nove alienígenas fugiram do planeta Lorien, onde eram
conhecidos por números, para se esconder na Terra. O objetivo era se esconder
dos Mogadorians, inimigos que precisam eliminar todos eles - e na ordem certa -
para que poderes especiais não possam ser usados contra eles no futuro. A
caçada já começou e os números Um, Dois e Três já foram assassinados. O número
Quatro vive disfarçado entre os humanos, como John Smith (Alex Pettyfer),
ajudado por seu protetor Henri (Timothy Olyphant) na tranquila cidade de Paradise,
em Ohio. Enquanto descobre seus novos poderes, Smith conhece a estudante Sarah
Hart (Dianna Agron) e se apaixona por ela, colocando em risco a vida de ambos e
o futuro de sua raça, porque o inimigo já o localizou. A sua sorte é que a
número Seis (Teresa Palmer) também o encontrou e ela pode ajudar na batalha.
Há uma série de coisas mal explicadas no roteiro deste filme fraco, baseado numa premissa sem
sentido – daí os furos, pois fica muita coisa sem explicação. Alguns efeitos
razoáveis e uma bela atriz, Diana Agron, de Glee.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
1331 - A SUPREMA FELICIDADE
A SUPREMA FELICIDADE (BRASIL, 2011)
– Arnaldo Jabor volta a filmar, depois de 25
anos. Necessariamente, um bom diretor não perde a mão, se deixar de botar a
mesma na massa cinematográfica por tanto tempo, mas esta retomada me deixou um
pouco perdido em relação ao que o filme realmente se relacionava. Há um certo
descompasso entre a proposta memorialista/nostálgica e a tentativa de emular a
estética felliniana. Notei uma teatralidade forçada nos diálogos – muito talvez
porque Jabor venha sendo muito mais um escritor do que um diretor de cinema nos
últimos tempos. A verborragia dos personagens os descaracteriza da humanidade
que o diretor/autor pretendeu, quando costurou sua colcha de retalhos das
lembranças de sua vida durante os anos 40 e 50. A
edição retalha com mão muito pesada o espaço temporal do filme em um vai-e-vem
que só prejudica a evolução do personagem central. Há, entretanto, algumas luzes que
prendem a atenção e que, não por acaso, são oriundas mais das atrizes do que
dos seus personagens: Maria Flor sequestra nossa atenção em apenas duas cenas,
e Tammy Di Calafiori, que começa apenas como um clone de Marilyn Monroe e, na
cena seguinte, num dos raros bons diálogos do filme, faz o espectador se dar
conta de que está diante de uma atriz que promete.
terça-feira, 1 de maio de 2012
1330 - ADRENALINA 2
ADRENALINA 2 (CRANK: HIGH VOLTAGE, USA 2009) – se o primeiro filme até que tinha uma boa
premissa – homem envenenado precisa estar sempre “pilhado” para que o veneno
não o mate - , esta sequência descamba para o esculacho geral, na trama que
conta como Chev Chelios (Jason Statham) sobreviveu à queda de um helicóptero
(!) e teve o coração roubado, literalmente, por uma gangue chinesa, que queria
o órgão para ser implantado num chefão mafioso. Pois é, nada mais louco, não? Acontece
que, neste tipo de filme, não dá para sermos lógicos ou coerentes. O que vale é
o conceito, e basta aceitar que uns podem gostar e outros não. Nada de
mergulhos radicais em interpretações mirabolantes sobre o que o diretor quis
dizer. Embarca-se na trama como se entra numa montanha russa, esperando apenas
sustos e excitação visual. É isso que o filme propõe, e nada mais devemos
esperar dele. A simpática Amy Smart volta ao papel da esposa de Chelios e dá ao
filme charme e a sensualidade que os aficionados pelo gênero também apreciam. Uma
surpresa; David Carradine aparece numa cena rápida, como um chinês idoso, numa
referência clara a Kung Fu.
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