quarta-feira, 2 de maio de 2012
1331 - A SUPREMA FELICIDADE
A SUPREMA FELICIDADE (BRASIL, 2011)
– Arnaldo Jabor volta a filmar, depois de 25
anos. Necessariamente, um bom diretor não perde a mão, se deixar de botar a
mesma na massa cinematográfica por tanto tempo, mas esta retomada me deixou um
pouco perdido em relação ao que o filme realmente se relacionava. Há um certo
descompasso entre a proposta memorialista/nostálgica e a tentativa de emular a
estética felliniana. Notei uma teatralidade forçada nos diálogos – muito talvez
porque Jabor venha sendo muito mais um escritor do que um diretor de cinema nos
últimos tempos. A verborragia dos personagens os descaracteriza da humanidade
que o diretor/autor pretendeu, quando costurou sua colcha de retalhos das
lembranças de sua vida durante os anos 40 e 50. A
edição retalha com mão muito pesada o espaço temporal do filme em um vai-e-vem
que só prejudica a evolução do personagem central. Há, entretanto, algumas luzes que
prendem a atenção e que, não por acaso, são oriundas mais das atrizes do que
dos seus personagens: Maria Flor sequestra nossa atenção em apenas duas cenas,
e Tammy Di Calafiori, que começa apenas como um clone de Marilyn Monroe e, na
cena seguinte, num dos raros bons diálogos do filme, faz o espectador se dar
conta de que está diante de uma atriz que promete.