sábado, 16 de novembro de 2013

2172 - FRANKENWEENIE

(USA 2012) - Mais uma obra-prima de Tim Burton. O jovem Victor Frankenstein adora seu cãozinho Sparky, tanto que o transforma em astro de seus filmes caseiros de monstros, nos quais é sempre o herói. Um dia, Sparky é atropelado e morre. Incorformado, e estimulado pelo professor de ciências do colégio, Victor desenterra o cão e o traz de volta à vida, através da eletricidade gerada por uma tempestade. Burton usa todo o universo de FRANKENSTEIN, filme de 1931, para recriar uma história singela e, sim, um pouco pertubadora, pois nos coloca, novamente, diante do fato (quase) inexorável da morte e das consequências, se nos fosse dada a oportunidade de revertê-la. Há referências a NOSFERATU, de Murnau, JURASSIC PARK, BATMAN, GREMLINS, OS PÁSSAROS, e A NOIVA DE FRANKENSTEIN, entre outros monstros clássicos da Universal. Muito legal, como quase tudo que Burton faz. Por incrível que pareça, Johnny Depp e Helena Borhan-Carter não estão nesta versão em stop-motion do curta feito pelo próprio Burton, no início de sua carreira. O ato do amor transformador do mundo e das coisas raramente recebeu tanta atenção e expressão nos últimos anos como neste filme. A beleza do filme de Burton está mais próxima daquela concebida por Scorcese em Hugo: a beleza da paixão. Dois filmes que, curiosamente, realizam o embate entre o novo e o velho, entre seus personagens juvenis (na pré-adolescência) e um mundo antigo, de muitos mistérios. Aqui, trata-se da necessidade de revisitar um filme morto, de colocar em jogo uma narrativa antiga e dar-lhe a reatualização necessária. A inocência parece ser convocada para dar vida a olhos cansados. E, claro, Burton deixa evidente a mensagem de que, mais que nunca, é preciso botar fé na ciência.