sábado, 16 de novembro de 2013

2173 - JOÃO E MARIA, CAÇADORES DE BRUXAS

(HANSEL & GRETEL: WITCH HUNTERS, USA 2013) - versão gore da fábula clássica dos irmãos Grimm, não tem mais nem menos banho de sangue do que muitos filmes de baixo orçamento ou produções direto para DVD voltadas para o mercado do terror. Para uma produção de grande estúdio que pega carona na moda dos contos de fada, porém, a litragem de sangue até que é bem inesperada. Não convém aqui discutir se foi uma boa estratégia ou se a violência cartunesca misturada com fábula infantil vai cair num vácuo demográfico (o filme pode ser impróprio para pré-adolescentes e considerado bobo por adolescentes). A questão é que a surpresa de ver astros como Jeremy Renner e Gemma Arterton besuntados de sangue falso é a única atração deste filme - que, de resto, é um grande equívoco de concepção e execução. Na comparação, João e Maria - Caçadores de Bruxas faz ABRAHAM LINCOLN, CAÇADOR DE VAMPIROS parecer muito sofisticado. O parentesco mais próximo é com VAN HELSING, não só porque as armas e os figurinos parecem reaproveitados do filme de 2004 (quando teremos um blockbuster sem vergonha de se assumir steampunk?), mas principalmente porque ambos tentam contar uma história medieval com uma linguagem pop e terminam num indeciso meio termo, descaracterizando tudo. Talvez um dia João e Maria - Caçadores de Bruxas seja visto como uma transgressora obra de arte que implode a lógica das franquias hollywoodianas ao revelar parodicamente suas entranhas, uma bomba de metalinguagem que deixa estilhaços e vísceras por todos os lados. Até lá, é só um filme com a ilusão de que pode imitar Os Vingadores (a superequipe com suas armas viradas pra câmera no final), o modelo de franquia hoje, como se ninguém fosse perceber.